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Antigamente se acreditava que a música era capaz de renovar a divina harmonia e o ritmo do
corpo, das emoções e do espírito do homem. Todas as formas de doença, mental ou física, eram
consideradas como sendo basicamente problemas musicais. O homem doente perdera a
harmonia interior; permitira que a dissonância lhe penetrasse a sinfonia do ser. Já não se
harmonizava com o universo e suas leis; usava-se, portanto, a música exterior, audível, para
reanimar o homem com o som universal, segundo o pesquisador britânico David Tame.
O mesmo diz ainda que tem sido fácil para o homem moderno, nascido e educado numa
sociedade impregnada de filosofia do materialismo e reducionismo, cair na armadilha de ter a
música na conta de um aspecto não essencial e até periférico da vida humana.
Algo imensamente fundamental na música... Era exatamente a isso que se dirigia Pitágoras na
pesquisa através da qual descobriu que toda música pode ser reduzida a números matemáticos.
A terapia com sons, uma das técnicas ligadas ao uso das leis naturais, tem suas raízes na
sabedoria cujas origens se perdem no tempo. O homem antigo desconhecia métodos organizados
de terapia dos sons , mas, na verdade, nem precisava deles, pois conhecia e vivenciava
espontaneamente a influência dos sons.
O terror provocado pelos trovões, a tranquilidade gerada pelo ruído de uma chuva fina, o enlevo
produzido pelo canto de um pássaro, o êxtase a que se á conduzido pelo som de uma flauta:
todos esses sentimentos são frutos de efeitos inexplicáveis, mas que sempre atraíram e
exerceram forte influência sobre o ser humano.
São muitas as referências e numerosos os escritos relacionados à aplicação da música e dos sons.
Na região próxima a Kahum, no Egito, foi descoberto em 1889 um papiro de aproximadamente
4500 anos que revelava a aplicação de um sistema de sons e de músicas, instrumentais ou
vocais, para o tratamento de problemas emocionais e espirituais. Esse sistema incluía até mesmo
indicações para algumas doenças físicas.
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A mitologia grega também é rica em informações sobre técnicas terapêuticas de caráter musical.
Asclépio, ou Esculápio para os romanos, filho de Apolo e deus da medicina do qual,
acreditavam os gregos, descendia o próprio Hipócrates tratava seus doentes fazendo-os ouvir
cânticos considerados mágicos.
Homero, por sua vez, famoso historiador que precedeu Platão, afirmava que a música foi uma
dádiva divina para o homem: com ela, poderia alegrar a alma e assim apaziguar perturbações de
sua mente e de seu corpo.
Julienne Brown, utilizava a terapia com sons escreveu: o objetivo da terapia com sons é
estabelecer contato com o cliente/utente através dos sons e da personalidade, de modo que se
possa construir um profundo relacionamento pessoal e com os sons. Depois que isso acontece,
ou mais exatamente, enquanto isso está acontecendo, o terapeuta pode guiar o cliente/utente
através dos sons e emocionalmente dependentes, para uma liberação das emoções. Se a
terapêutica estiver alcançando seus objetivos, o cliente/utente começará a funcionar melhor
como pessoa completa.
Tem-se obtido resultados notáveis com pessoas que recebem atendimentos com a terapia de
sons, pois auxilia na concentração, na calma e em diversos fatores.
O terapeuta pode utilizar a técnica de terapia com sons em seus atendimentos terapêuticos,
utilizando sons da natureza, músicas com melodias calmas e suaves, proporcionando uma maior
concentração do seu cliente, permitindo com que este preste atenção nos sons que está ouvindo,
tendo percepções de si mesmo.
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A MÚSICA E O TEMPERAMENTO
Os gregos antigos chegaram a desenvolver um sistema bem organizado de terapia com sons,
baseado na influência de certos sons, ritmos e melodias sobre o psiquismo e o somatismo do ser
humano. Esse poder que atribuía ao som, ou a música, denominava-se ethos e dividia-se em
quatro tipos baseados nas quatro formas de temperamento humanos.
Que são:
Em todas as culturas antigas, sejam elas egípcias, persa, grega, indiana, chinesa, japonesa ou
qualquer outra, existem importantes referências sobre terapia com sons sobre a conexão entre
sons, música e transformação do estado de espírito. Entre os gregos, ainda, a flauta do semideus
Pã ficou famosa não só por encantar as pessoas como também porque eliminava os maus
sentimentos acumulados no organismo.
Platão revelou especial admiração pelo estudo dos efeitos dos sons sobre os seres humanos e,
em particular, por seus efeitos terap uticos. Afirmava que a m sica o rem dio da alma e que
chega ao corpo por intermédio dela. Ainda segundo o filósofo, a alma pode ser condicionada pela
música assim como o corpo pela ginástica.
Demócrito, outro filósofo grego, afirmava com a convicção que o som melodioso da flauta doce
conseguia combater os efeitos da picada de serpentes venenosas. Esse poder da flauta, cuja
melodia encanta as próprias serpentes na Índia desde os tempos mais remotos, ganhou a fama
na Europa.
Durante a Idade Média: acreditava-se, então, que o som da flauta doce era capaz de curar crises
de dor ciática, como confirmam registros da época.
Hoje, a utilização de técnicas naturais, além de aplicadas em crises de ciática, estendeu seu uso a
manifestações agudas de outras doenças nevrálgicas.
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Esse interesse pelos efeitos terapêuticos dos sons e melodias não se limita aos filósofos e aos
médicos. O escritor e pensador alemão Goethe costumava passar horas e horas ouvindo sinfonias
que considerava inspiradoras e que segundo suas palavras, representavam a fonte do
pensamento e do sentimento puro . Antes dele, na abertura da peça Noite de Reis, Shakespeare
já havia colocado na voz do Duque de Orsino um pedido aos instrumentistas: Se o som da
m sica o alimento do amor, continuem tocando .
De modo mais genérico, muitos profissionais ligados à psicoterapia vêm utilizando os sons para
estimular a autoconfiança em seus clientes/utentes, desenvolver a concentração e aliviar tensões,
através da música ambiental instalada em centros terapêuticos. O mesmo vem acontecendo em
muitos hospitais, onde uma suave música ambiente gera tranquilidade e confiança, tanto nos
clientes/utentes como nos funcionários. Clínicas e hospitais especializados em terapia com sons,
porém, aplicam suas técnicas como auxiliares no tratamento de doenças específicas. O Horton
Hospital de Epson, Inglaterra, por exemplo, obteve bons resultados ao incluir concertos musicais
no tratamento de doentes mentais com profundas tensões nervosas, em casos de neuroses,
depressão, choque provocado pela perda de parentes queridos, estupro e traumatismo por
acidentes.
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Baseado nos estudos da terapia com sons clássica, o psiquiatra inglês Robert Shauffer observou
os seguintes efeitos dos instrumentos sobre o organismo:
As ondas sonoras são captadas pelo pavilhão auricular e chegam ao conduto auditivo e ao
tímpano, cujas vibrações atingem o ouvido médio, onde são convertidas em impulsos nervosos.
Esses impulsos viajam até o cérebro pelo nervo ótico e ali são interpretados por células nervosas
altamente diferenciadas, que entendem tais estímulos como som. O deslocamento das
vibrações sonoras no líquido cerebrospinal e nas cavidades de ressonância do cérebro determina
um tipo de massagem sônica que, segundo a qualidade harmônica do som, produz efeitos
positivos ou negativos, benéficos ou não ao sistema psicobioenergético. As fibras nervosas
convertem o som captado em estímulo nervoso propriamente dito.
Sons de ritmo muito marcado, como o samba, ou dissonantes, como o rock, embora funcionem
como estimulantes, exercem efeito dispersivo sobre o sistema nervoso, impedindo a concentração
e o relaxamento.
Assim, conforme sua qualidade, intensidade e quantidade, o som pode beneficiar ou agredir o
organismo. O ouvido humano está preparado para resistir a ruídos de alta intensidade apenas
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durante curtos períodos. Após 100 decibéis, o sistema nervoso necessita de cerca de 40 horas
para se recuperar completamente dessa esp cie de trauma .
Diante disso, é fácil imaginar os danos provocados pela vida numa cidade grande ou em locais
com frequentes ruídos fortes e desagradáveis.
A terapia com sons se torna cada vez mais necessária, já que é uma das técnicas capazes de
restabelecer a paz e a harmonia interior do ser humano, hoje tão prejudicado pelo barulho, pelos
sons agressivos, pela música dissonante ouvida em volume excessivamente alto.
Segundo os especialistas, os sons harmônicos podem provocar, nos seres humanos, oito tipos de
efeito:
1 anti- neurótico
2 antidistônico
3 anti-stress
4 sonífero e tranquilizante
5 reguladores psicossomáticos
6 analgésico e/ou anestésico
7 equilibrador do sistema cardiocirculatório
8 equilibrador do metabolismo profundo
Para os estudiosos, a influência dos sons atinge diversos órgãos e sistemas do corpo humano: o
cérebro, com suas estruturas especializadas, como o hipotálamo, a hipófise, o cerebelo; o córtex
cerebral, o tálamo, plexo solar, os pulmões, todo o aparelho gastrintestinal, o sangue e o sistema
circulatório (com ação vaso constritora e vasodilatadora, agindo, portanto, na pressão
sanguínea), a pele e as mucosas, os músculos e o sistema imunológico.
O médico polonês Andrzes Janicki, especialista nesta técnica que utiliza sons em atendimentos de
pessoas, após realizar muitas experiências nesse campo, concluiu também positivamente a
respeito da influência da música no sistema nervoso central, no sistema endócrino, no sistema
nervoso autônomo (simpático e parassimpático), nas funções de numerosos órgãos internos, na
função psíquica e na memória. Tais influências se revelam diretamente nos seguintes aspectos:
Ritmo cardíaco
Pressão arterial
Secre ão do suco gástrico
Tonicidade muscular
Equil brio t rmico
Metabolismo geral
Volume do sangue
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Os sons podem ser usados de diversas formas como tratamento: desde a simples música
ambiental constante, passando pela audição individual ou grupal, ou então no ambiente dos
centros de terapia, em hospitais ou a outras técnicas como a cromoterapia, a aromaterapia, a
bioenergética, a reflexologia, a ioga, a meditação, a alimentação natural, a ginástica e a dança.
Atualmente, a terapia com sons também tem sido associada a várias formas oficiais de
tratamento em particular a psiquiatria, a fisioterapia e a medicina psicossomática.
Na França, um dos países pioneiros nos estudos dessa técnica com sons, foi criado um Centro de
pesquisas e aplicações psicomusicais, cujos terapeutas sistematizaram a terapia com sons
musicais em dois grandes grupos:
a terapia com sons passiva, em que a pessoa apenas ouve o som especifico
para seu tratamento;
a terapia com sons ativa, em que a pessoa passa a tocar um instrumento
(aprende a utilizar um instrumento de som), em grupo ou isoladamente, segundo suas
necessidades terapêuticas.
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As obras dos compositores clássicos vêm sendo utilizadas e aplicadas ao longo do tempo pelos
terapeutas holísticos com resultados comprovados.
Siga atentamente as instruções e deixe os sons auxiliarem você a buscar o equilíbrio da mente e
do corpo:
Para combater a ansiedade:
Os 4 improvisos, de Chopin;
Can ão Sem Palavras, Andante cantabile, Primeiro Quarteto para Cordas em R , de
Tachaikovski;
Sono de Uma Noite de Verão, de Mendelsshn;
ria para a Quarta Corda, de Bach
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Devem ser ouvidas com frequência, no mínimo durante uma hora todos os dias, em ambiente
tranquilo, ou então continuadamente na residência, no local de trabalho, no carro.
O ideal é uma sessão diária de meia hora pela manhã, ao levantar; se necessário, repita no
decorrer do dia.
Para combater insônia, tensão e nervosismo:
Sonata ao Luar, de Beethoven
Sonho de Amor, de Liszt;
Movimentos Musicais N. 3, de Schubert.
Depois de ouvir todas as peças indicadas, indique a escolha da melodia que deu melhores
resultados podendo escutá-la diariamente, antes de dormir. No início, os efeitos são leves: é
preciso um pouco de paciência e persistência para notar progressos.
Em casos mais acentuados, o efeito terapêutico pode diminuir com o tempo. Se isso acontecer,
escolha outra música do grupo.
É indicado preparar-se bem para a prática da meditação ouvindo qualquer uma das peças acima,
durante cerca de 10 minutos.
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Estas peças devem ser ouvidas frequentemente pelas pessoas que tendem a negatividade e ao
pessimismo. Conforme sua sensibilidade, a própria pessoa vai descobrir qual delas é a mais
indicada.
Para casos de debilidade muscular, apatia, sensação de fraqueza, obesidade com prostração,
desequilíbrios nervosos e doenças debilitantes dos músculos em geral:
Dan as Eslavas, de Dv rak;
Dan a H ngaras N 5, de Brahms;
Valsa da pera A da, de Verdi;
Pavana, de Debussy;
Valsa da pera Eug ne On quine, de Tchaikovsky.
Recomenda-se ouvir as peças continuamente, como música de fundo, durante todo o dia e
também à noite, mesmo dormindo.
Ouvidas alternadamente, por períodos, durante a gravidez e nos dias que precedem o parto,
estas peças musicais geram bem-estar e contribuem para o nascimento de crianças mais
tranquilas.
Faça sessões de uma hora, de preferência pela manhã, ao acordar. Escutar uma peça por dia,
alternado-as.
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Como música de fundo, estas peças podem ser tocadas seguidamente em escritórios, lares
tumultuados, hospitais, fábricas, salas de espera, bancos, etc. Os resultados têm se revelado
notáveis. Também já se comprovou que, aplicadas em casas comerciais de grande porte, além de
criarem uma atmosfera harmoniosa entre os funcionários, leva os clientes a realizarem suas
compras com maior tranquilidade.
Todas as manhãs, antes de iniciar o trabalho, indica-se uma sessão de meia hora, ouvindo cada
uma das peças durante uma semana. São muito eficazes contra o estresse, o cansaço por
excesso de trabalho ou de preocupações, a tensão nervosa, a impulsividade, a preocupação
exagerada com pequenas coisas, as explosões de irascibilidade em crianças rebeldes e mimadas.
AS SINFONIAS DE BEETHOVEN
As músicas dos grandes mestres sempre foi um importante instrumento utilizado nas escolas
iniciáticas para elevar a capacidade de percepção. A música de Beethoven, em particular, tem o
dom de gerar profundas mudanças na vida de seus ouvintes, através de um diálogo sutil que
constantemente se renova.
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Segunda Sinfonia: gera grande for a de vontade, poder de decisão: pode promover
profundas transformações em mentes passivas;
Terceira Sinfonia: contribui para equilibrar o sistema nervoso: combate a tensão, o
pessimismo, a incerteza e o desânimo;
Quarta Sinfonia: transmite forte carga de sentimentos altruístas; ajuda eliminar
sentimentos negativos como o ódio, o egoísmo, a inveja, o desejo de vingança e a luxúria.
Quinta Sinfonia: estimula a reflexão existencial, levando o ouvinte a pensar em seu
processo dialético e na própria vida;
Sexta Sinfonia: desperta a criatividade, particularmente no plano art stico, estimula a
esperança, a autoconfiança e a busca de novos caminhos;
S tima Sinfonia: propicia a autoanalise e, consequentemente, amplia o
autoconhecimento; permite maior aprofundamento no inconsciente e encoraja o caminho da
espiritualidade;
Oitava Sinfonia: eleva o discernimento, abrindo os campos da consciência a formas
superiores de ser e perceber;
Nona sinfonia: induz à devo ão m stica e permite o contato com estados mais refinados
de consciência.
A Décima Sinfonia . Acredita-se, nos meios esotéricos, que Beethoven teria composto mais uma
sinfonia que nunca publicou. Tal decisão seria devida ao caráter insólito e aos efeitos
excessivamente intensos e profundos que sua audição poderia provocar gerando reações
inusitadas e sentimentos estranhos em pessoas menos preparadas para o contato com as esferas
mais sutis da realidade. Assim, a Décima Sinfonia teria sido reservada apenas para alguns
discípulos especiais das escolas iniciáticas.
Quando alguém ouve uma peça de Beethoven e se identifica com ela, sentindo-se tomado por
sentimentos intensos, porém sutis, quase indefiníveis, pode-se inferir que nessa pessoa há um
aspecto cultivado da alma que ultrapassa os limites comuns do plano mais grosseiro da vida. Este
é o poder da música clássica, particularmente a de Beethoven: promover o contato com a
essência universal.
Quando existe essa identificação, amplia-se o contato com a universalidade, que transforma o
ouvinte, tornando-o mais sensível e perceptivo; se, no entanto, não ocorre de imediato nenhuma
identificação, o simples ato de ouvir e a atenção interessada podem produzir um efeito próximo
da magia: abre-se o campo da percepção à medida que o contato se torna mais frequente.
Se as doenças, tensões e neuroses são basicamente causadas pelas pressões da vida superficial,
pela busca ansiosa promovida pelo egoísmo, pelos descaminhos marcados por desejos
equivocados, enfim, pelos condicionamentos aos falsos valores ditados por uma sociedade
massificante, a solução está em transcender, em superar a identificação com esses valores que
nos aprisionam, que tolhem nossa verdadeira liberdade de ser.
E a música de Beethoven é capaz disso. Ao nos despertar para a sutileza de um mundo sem
palavras, ela nos permite o mergulho no absoluto. Não é sem razão que muitos, por temer o
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SONS DA NATUREZA
O som do futuro não é música: desde os anos 70 vêm sendo produzida nos Estados Unidos fitas
cassetes com sons ambientais (hoje podem ser adquiridos CDs), destinadas a uma importante e
bem específica utilização psicológica. Segundo a psicoacústica (ciência que investiga de que
maneira o ser humano processa o som em sua mente), muita gente sofre uma carência de sons
da natureza. Básicos para o equilíbrio do homem desde que o mundo é mundo, os sons naturais
não são mais ouvidos por quem vive nas cidades. E isso gera uma necessidade, uma saudade
subconsciente.
Estes sons podem ser ouvidos com um fundo ambiental , mas tamb m são
úteis para mascarar ruídos perturbadores ou para estimular a interação e a
conversa. Devem ser escolhidos de acordo com as condições psicológicas:
sons com cantos de pássaros, por exemplo, é ideal para acordar de manhã,
mas não funciona a noite. O executivo que chega em casa tenso e esgotado
já pode pegar no sono no embalo do suave marulhar das ondas numa praia deserta...
Entre outros best sellers do som natural destacam-se o vento nas árvores, uma noite no campo,
um riacho correndo sobre as pedras, uma tempestade de neve nas montanhas, a chuva leve
numa floresta de pinheiros.
O movimento New Age ou Nova Era ganha cada vez mais adeptos no mundo inteiro. Esse
renascimento filosófico, espiritual e cultural do planeta se expressa através de uma visão
holística, integradora do mundo e do ser humano. Engloba a preocupação com o meio ambiente,
o respeito pela natureza, as terapias alternativas de autoajuda e sobretudo a expansão da
consciência humana e a passagem para um nível espiritual mais elevado.
O termo new age music foi criado na d cada de 70, na Calif rnia, pelo compositor Stephen
Halpern, um dos mais respeitados estudiosos dos efeitos do som e da música nos seres humanos.
Essa nova tendência musical reúne passado e futuro, integrando sons tão variados como mantras
indianos, percussão africana, instrumentos japoneses e sons acústicos produzidos por
sintetizadores. Também incorpora influências de impressionistas do início do século, como
Debussy, Ravel e Satie.
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Suave e harmônica. Sons da Nova Era trabalha com grandes extensões melódicas. Os efeitos
relaxantes e inspiradores, atuando de forma a expandir a consciência do ouvinte.
O que acontece numa sessão varia segundo as necessidades de cada indivíduo, mas a
abordagem geral é a mesma. O terapeuta observa em primeiro lugar a sensibilidade musical do
indivíduo, faz perguntas destinadas a descobrir suas necessidades e avalia o programa de que
melhor se adaptaria a elas.
Os sons podem ser utilizados para motivar a movimentação das pessoas que têm problemas
físicos. No caso das que têm problemas emocionais ou físicos, mas não intelectuais, o terapeuta
poderá falar sobre os sons, a música, para tentar descobrir de que a pessoa gosta e chegar a um
acordo quanto ao ponto de partida da terapia.
Uma meditação com sons: Escolha um lugar calmo, de preferência sem ruídos, isolado, onde
você pode se garantir de que não será perturbado nem interrompido. Deixe-o na penumbra.
Continue deitado, feche os olhos e deixe que a melodia envolva. Imagine que ela o invade,
inundando seu cérebro e todas as suas células, percorrendo a medula espinhal e espalhando-se
pelo peito, como se fosse uma luz. Imagina ainda que, suavemente, ela penetra no tórax, chega
aos pulmões e depois ao coração, cujas pulsaç es distribuem essa luz sonora por todo o
organismo. Continue respirando suavemente, sempre pelo nariz.
Estabeleça um tempo mínimo de 20 minutos para essas sessões diárias de terapia com sons. No
caso de estar trabalhando um cliente/utente, siga os mesmos procedimentos ou associe a outras
terapias, como cromoterapia, aromaterapia, Reiki, reflexologia, que proporcionará ao
cliente/utente um relaxamento completo.
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OS CHAKRAS E OS SONS
2° - Esplênico ou Genital: Este chakra é a ligação que temos com a vida, com as pessoas, com
o todo. É a nossa ligação com tudo o que está a nossa volta. É a satisfação, a felicidade e os
impactos. A força deste chakra está ligada à água, pois localiza-se a frente dos principais órgãos,
que trabalham no processo de filtração, digestão, isto é, tudo o que precise ser expelido do nosso
corpo, através de matéria orgânica. Envolve principalmente a aceitação.
Nota musical: Ré – Instrumento: Violão, flauta e sax.
4° - Cardíaco ou Chakra do Coração: Este chakra é que divide os três inferiores dos
superiores, nos dando dois pontos fundamentais: Razão: canalizando a própria razão lógica, a
verdadeira concepção de tudo o que nos envolve. Emoção: definição de novos sentimentos,
sensações e as formas ou costumes que temos de nos identificar com o todo. Está ligado ao ar,
pois através dele, fazemos um trabalho de oxigenação para purificação de todo o nosso corpo
físico.
Nota musical: Fá Instrumento: Violino, harpa.
6° - Frontal ou Chakra do Terceiro Olho: Este chakra está ligado às nossas metas, caminhos,
direcionamentos, visão do futuro, que são todos os objetivos que queremos atingir. É o nosso
terceiro olho, onde prevalece a clarividência e as intuições. É a força da manifestação, é a busca
de ideias, prevalece o direcionamento.
Nota musical: Lá Instrumento: Sax, piano, violino, harpa.
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7° - Coronário ou Chakra da Coroa: Este chakra está ligado à nossa psique, ao mental, às
formas de pensamentos. É a nossa maior fonte de vibração energética, pois tudo envolve e se
desenvolve neste chakra. É a partir deste que iremos buscar tudo em nossa vida, desde a Terra
até o Universo. É o chakra que nos liga à Fonte Superior de Energia (Deus)
Nota musical: Si Instrumento: Flauta.
Segundo a Canadian Association for Music Therapy a terapia com sons a utiliza ão da m sica
para auxiliar a integração física, psicológica e emocional do indivíduo e para o tratamento de
doenças ou deficiências.
Ela pode ser aplicada a todos os grupos etários em uma grande variedade de settings. A música
possui a qualidade de ser não-verbal, mas oferece muitas oportunidades para a expressão oral e
verbal. O terapeuta participa da avaliação das necessidades do cliente, da formulação da
abordagem e do programa terapêutico que irá utilizar nos atendimentos ao cliente.
A natureza da terapia com sons enfatiza uma abordagem criativa no trabalho terapêutico,
possibilitando uma abordagem humanista e viável que reconhece e desenvolve recursos internos
geralmente reprimidos do cliente. A terapia com sons possibilita ajudar o indivíduo a mover-se
em direção a uma maior autoconsciência e, em um sentido mais amplo, a levar cada ser humano
ao seu maior potencial.
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¯ Estresse;
¯ Recursos Humanos: empresas;
¯ Área social;
¯ Idosos: geriatria e gerontologia;
¯ Área da saúde mental: (..Autismo; Psicoses; Esquizofrenia;..Neuroses;..
.....Fobias;.Síndrome do pânico; Depressão, etc);
¯ Deficiências Mentais; Físicas; Sensoriais e Múltiplas;
¯ Dependência química;
¯ Distúrbios Neurológicos;
¯ Clientes/utentes em coma;
¯ Pesquisas Científicas;
¯ Retardo Neuropsicomotor;
¯ Síndromes com comprometimento do desenvolvimento;
¯ Área institucional e Educacional;
Adultos normais que buscam um auto conhecimento, auto controle,
.....entre outros.
É importante enfatizar que os sons não são curativos eficazes em si mesmo, mas que
seus efeitos terapêuticos resultam de uma aplicação profissional durante um processo
terapêutico.
PAZ
Certa vez houve um concurso de pintura e o primeiro lugar seria dado ao quadro que
melhor representasse a paz.
O segundo mostrava pássaros a voar sob nuvens brancas como a neve em meio ao azul anil
do céu.
O terceiro mostrava um grande rochedo sendo açoitado pela violência das ondas do mar em meio
a uma tempestade estrondosa e cheia de relâmpagos.
Mas para surpresa e espanto dos finalistas, o escolhido foi o terceiro quadro, o que retratava
a violência das ondas contra o rochedo.
Indignados, os dois pintores que não foram escolhidos, questionaram o juiz que deu o voto
de desempate:
- Como este quadro tão violento pode representar a paz, Sr. Juiz?
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- Vocês repararam que em meio à violência das ondas e à tempestade há, numa das fendas do
rochedo, um passarinho com seus filhotes dormindo tranquilamente?
- Caros amigos, a verdadeira paz é aquela que mesmo nos momentos mais difíceis nos
permite repousar tranquilos.
Talvez muitas pessoas não consigam entender como pode reinar a paz em meio à tempestade,
mas não é tão difícil de entender.
Considerando que a paz é um estado de espírito podemos concluir que, se a consciência está
tranquila, tudo à volta pode estar em revolução que conseguiremos manter nossa serenidade.
Fazendo uma comparação com o quadro vencedor, poderíamos dizer que o ninho do pássaro que
repousava serenamente com seus filhotes, representa a nossa consciência.
A consciência é um refúgio seguro, quando nada tem que nos reprove. E também pode acontecer
o contrário: tudo à volta pode estar tranquilo e nossa consciência arder em chamas.
A consciência, portanto, é um tribunal implacável, do qual não conseguiremos fugir, porque está
em nós.
É ela que nos dará possibilidades de permanecer em harmonia íntima, mesmo que tudo à volta
ameace desmoronar, ou acuse sinais de perigo solicitando correção.
Sendo assim, concluiremos que a paz não será implantada por decretos nem por ordens
exteriores, mas será conquista individual de cada criatura, portas à dentro da sua intimidade.
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BIBLIOGRAFIA:
Bang, C. (1986). Um mundo de som e de música. IN E. Ruud, Musica e saúde. São Paulo:
Summus Editorial;
Costa, C. M. (1995). Musicoterapia na reabilitação das pessoas com deficiência. Integrar, 6, 41-
45;
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