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Para Sartre (2007), o outro é o ser pelo qual o existente adquire sua
objetivação. À medida em que se é visado pelo outro como um em-si, há a alienação de
quem se é, que muitas vezes abre mão de outras possibilidades de ser. Ao perder-se do
olhar de pessoas importantes, Maria é arrancada do lugar estático do em-si e então é
lançada a vivenciar o seu para-si, que é a falta de ser. É como se a própria existência a
interpelasse com a questão: o que gostaria de ser se não fosse aquilo que é?
Maria é então convocada a fazer-se enquanto projeto de ser, por meio de suas
próprias escolhas em vez de somente ser o em-si atribuído pelo olhar dos outros. Ser é,
portanto, escolher-se. Escolha essa que se dá no cotidiano, nas ações, nas atitudes e
relações com os outros e com o mundo. Nesse caso, a psicoterapia pode ser um convite
para pensar essas relações e as escolhas, pois é a partir delas que o existente delineia sua
essência, como um eu em devir que experiencia sua liberdade e apreende seu ser.
Assim, a cliente poderá refletir sobre quais outros modos possíveis há de ser-
com os outros e de ser-em-si-para-si, de modo que haja um esforço para que suas escolhas
não alienem sua liberdade, como também não alienem a dos outros existentes. Maria
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Dissertação de Case para obtenção de nota na disciplina TTP Fenomenológicas e Existenciais.
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Graduanda no 8º período de Psicologia na UNDB.
poderá, portanto, ser levada à reflexão sobre as possibilidades de relação com as irmãs,
com a mãe, com a enteada e até mesmo com suas clientes.
REFERÊNCIAS:
SARTRE, Jean-Paul, 1905-1980. O ser e o nada - Ensaio de ontologia fenomenológica.
Trad. de Paulo Perdigão. Petrópolis, RJ: Vozes, 2007, 15 ed.
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