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Avaliação E-learning
Informações sobre a P1

Curso: Psicologia Turma: PS08AM Turno: Matutino


Disciplina: Teorias e Técnicas Psicoterápicas em Data: 10/06/2020 Prova: P1
Análise do Comportamento
Professor: Ma. Regienne Peixoto
Aluno(a): Luane Macedo Souza Pereira

1. Instruções para Avaliação:

TECNOLOGIA E
TEMPO TÓPICO DETALHES
MATERIAIS
Disponibilização das questões no ambiente virtual de Google
08h 20min Abertura
aprendizagem pelo professor. Classroom
O professor estará presente na Plataforma ZOOM para
iniciar a realização da avaliação, contextualizará as
questões problema e as habilidades e competências a
ABERTURA Plataforma
serem alcançadas.
08h 25 min. Contextualização Zoom
A prova terá peso total de: até 10 pontos.
Problemas de conexão e/ou tecnológicos, sempre que
possível, deverão ser comunicados imediatamente ao
tutor pelo meio a que tiver acesso no momento.
As respostas deverão ser fundamentadas e primar pela
clareza, coesão, coerência. Esses elementos serão
considerados na atribuição da pontuação de cada Google
08h 30 min.
APLICAÇÃO DA questão. Classroom
às 10h Realização da Avaliação
PROVA O professor deverá estar presente como anfitrião da sala Plataforma
50min
na Plataforma Zoom, enquanto durar a avaliação, para Zoom
sanar quaisquer dúvidas e conferir Ata de Presença no
Google Classroom.
O professor deverá informar a turma a finalização do
tempo de realização da prova.
Encerramento A prova deverá ser enviada respondida na Plataforma Google
FECHAMENTO 11h
Envio das respostas Google Classroom ao fim do horário da disciplina, Classroom
excetuando-se os casos previamente sinalizados a
coordenação de curso ou professor.

Após a Prova:
O professor deverá fornecer feedback avaliativo, até 01 (uma) semana após a realização da prova, no Google
Classroom, sobre desempenho dos alunos, e lançar as notas no sistema acadêmico, até 48 horas após o feedback,
exceto nas provas substitutivas e finais.

2. Objetivos da Aprendizagem/Habilidades e Competências Avaliadas

1. Identificar e analisar necessidades de natureza psicológica, diagnosticar, elaborar projetos, planejar e agir
de forma coerente com referenciais teóricos e características da população-alvo.
2. Avaliar, planejar e decidir as condutas profissionais, com base em fundamentos teórico-metodológicos e
epistemológicos e considerando as características da população-alvo.

Revisão: 02 Data: 03.06.2020


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3. Questões

Marcos é um jovem adulto de 30 anos, autônomo, financeiramente independentee mora em uma casa
de propriedade de sua mãe, que ainda divide um espaço com uma irmã, sua tia. Marcos procurou a terapia
para lidar com questões envolvendo um novo relacionamento que iniciou há cerca de 5 meses. Filho único, o
rapaz cresceu cercado de atenção da mãe e da tia, com quem sempre morou. Ele nunca precisou dividir as
tarefas domésticas, pois as mulheres da casa poupavam-no do trabalho para que ele pudesse se dedicar aos
estudos e ter sucesso profissional. Marcos não se considera mimado, pois, apesar de ser muito bem cuidado –
conforme ele mesmo relata – pelas mulheres da casa, nunca teve todas as coisas que queria ou quando queria
até porque sua família não tinha grande poder aquisitivo para isso. A mãe e a tia eram pensionistas e cada uma
recebia um salário mínimo, mas mesmo assim, fizeram um esforço para que o rapaz sempre tivesse acesso ás
melhores oportunidades de acesso à educação formal. Marcos estudou em escola e universidade particulares
pagas pelas duas mulheres até que se formasse.
Outro aspecto importante sobre o jovem é que ele é bastante carismático e vive cercado de amigos.
Os amigos e amigas sempre o convidam para passeios e festas e fazem questão que ele esteja presente, indo
buscá-lo de carro em casa mesmo que a distância seja grande, para que ele não deixe de “animar a cena”.
Apesar da sua independência financeira, Marcos não precisa fazer muito esforço para ter suas necessidades
atendidas pelos amigos. Bebidas, lanches, jantares, presentes... os amigos sempre dão um jeito de agradá-lo
como agradecimento pela sua companhia.
Quanto aos relacionamentos amorosos, ele chegou a morar junto com uma pessoa por mais ou menos
2 anos. Era dedicado a esse relacionamento, mas descobriu que seu parceiro tinha relações extraconjugais, o
que significou o fim da relação. Segundo Marcos, ele não aprendeu a dividir e nem estava interessado em
aprender. E normalmente esse padrão se repetia em todos os relacionamentos: ao mínimo indício de não
receber afeto ou atenção, Marcos iniciava uma briga ou terminava o relacionamento. Houve uma vez em que
ele e um ex-namorado estavam assistindo a um filme e o namorado comentou que um personagem do filme
lembrava um antigo amor. Marcos reagiu de forma irritada, perguntando ao rapaz se ele estava sentindo falta
do ex. O rapaz, obviamente surpreso e assustado, tentou esquivar-se da discussão dizendo que Marcos era a
única pessoa em quem ele pensava no momento. É claro que essa resposta deixou Marcos satisfeito e com uma
sensação de controle e os dois logo voltaram a asssitir ao filme em paz.
O problema que Marcos traz à terapia é o fato de ter iniciado um relacionamento há poucas semanas,
antes de iniciar a quarentena pela pandemia do COVID-19, e já ter passado a coabitar com o novo namorado.
A situação se deu porque o namorado, Roberto, trabalha perto da casa de Marcos e não pode ausentar-se do
trabalho durante a quarentena. Incomodado com a possibilidade de não poder ver o namorado por tempo
indeterminado, Marcos ofereceu ao rapaz a possibilidade de ele “se hospedar” em sua casa enquanto durasse
a pandemia. Roberto, agradecido, aceitou a oferta e em menos de um dia trouxe uma mala com roupas e
objetos pessoais para passar a quarentena com o namorado. O incômodo de Marcos começou em uma noite
quando Roberto, chegando do trabalho depois de 8 horas seguidas de turno, recusou atender um pedido do

Revisão: 02 Data: 03.06.2020


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cliente para que ele fosse até a padaria comprar um ingrediente para o bolo que ele estava fazendo. Marcos
reclamou que aquela reação era ingrata e egoísta, pois estava fazendo um bolo para comemorar os três meses
de namoro. Roberto, em tom tranquilizador, respondeu que ficava muito feliz com a atitude do namorado, mas
que realmente estava se sentindo indisposto e não iria sair, mas que pediria por delivery o tal ingrediente.
Desde esse episódio, o cliente começou a perceber que Roberto nem sempre atendia a seus pedidos e isso o
estava incomodando muito e deixando-o incerto quanto a estar em um relacionamento com futuro.

1 – (2,0 pontos) Considerando a formulação comportamental do caso de Marcos, indique qual a queixa, uma
possível demanda, o mandato e os objetivos terapêuticos.

R: Operacionalização da queixa: sente-se inseguro quanto ao atual relacionamento amoroso com Roberto (se
está em “um relacionamento com futuro”, sic.).
Identificação das demandas: histórico de reforçamento inadequado; baixa tolerância à frustração; possível
autorregra de que as pessoas só o amam de verdade se fazem concessões e atendem aos seus pedidos.
Mandatos: lidar com as questões que o incomodam no atual relacionamento.
Objetivos terapêuticos: Ampliar o repertório de reforçamento adequado; desenvolver repertório de
enfrentamento diante de situações frustrantes; desenvolver habilidades de empatia e tato; promover
autoconhecimento, desvelando, junto ao cliente, autorregras que construiu durante sua vida.

2 – (2,0 pontos) A partir do relato do caso de Marcos, elabore uma análise funcional molecular, destancando
os antecedentes, respostas, consequências, processos e efeitos.

R:
Antecedente Resposta Consequência

Roberto se recusa a atender um Marcos reclama que aquela Roberto, em tom tranquilizador, fala do seu
pedido de Marcos (de ir à reação era ingrata e egoísta, contentamento pela comemoração;
padaria comprar um pois estava fazendo um bolo
ingrediente, mesmo tendo para comemorar os três verbaliza que estava se sentindo indisposto e
acabado de chegar de 8h meses de namoro não iria sair;
seguidas de trabalho)
verbaliza que pedirá o ingrediente por delivery

Processo: P -
Efeito: Marcos se sente inseguro em relação ao namoro com Roberto.

3 – (2,0 pontos) Identifique um padrão de comportamento e realize a análise molar do mesmo, incluindo as
respostas presentes no padrão, suas variáveis de aquisição e manutenção, e consequências que fortalecem e
enfraquecem o padrão.

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R:
Padrões Comportamentos Hipóteses de Hipóteses de Consequências
presentes no padrão aquisição manutenção
Baixa tolerância Se exime de algumas Regras Autorregra de Favorecedoras ao
à frustração responsabilidades familiares; que se as pessoas padrão: Variáveis
(por ex.: dividir as o amam, farão culturais de que
tarefas domésticas em Mãe e tia concessões para mulheres realizam
casa; pagar sua conta sempre se atender a seus tarefas domésticas e
quando sai com sacrificaram pedidos; homens só precisam
amigos muito para que se preocupar com o
ele pudesse ter Se esquiva de sucesso na carreira;
Apresenta pouca ou boas condições relacionamentos
nenhuma empatia de educação; que o contrariam; Em seu histórico de
com as dificuldades do relações amorosas,
outro Mãe e tia Continua seus namorados
sempre morando com a geralmente cedem aos
pouparam-no do Mãe e Tia seus desejos,
trabalho buscando não
doméstico para contrariá-lo;
que se dedicasse
à carreira Os amigos sempre
buscam agradá-lo;

Enfraquecedoras do
padrão: atual
namorado sustenta
também suas próprias
necessidades e nem
sempre faz concessões
só para agradar a
Marcos

4 – (2,0 pontos) Ao realizar a escuta do caso de Marcos, você, terapeuta analítico-comportamental, percebe-se
vivenciando alguns eventos privados de irritabilidade em relação ao discurso do cliente. Qual deve ser a sua
conduta em relação a esses sentimentos e pensamentos?

R: Durante o atendimento, buscaria estar atenta também aos meus próprios eventos privados, além do relato
do cliente propriamente, procurando observar que tipo de sentimento, reações, emoções o cliente desperta
em mim. Se percebo uma intensidade nesses eventos é porque há algo em minha própria história de vida que
se relaciona parcialmente com o comportamento do cliente, e isso pode comprometer minha escuta na terapia.
Nesse caso, buscaria supervisão para procurar saber o que estaria acontecendo e assim buscar a contingência
em questão, na sessão e na vida do cliente que se relaciona com minha história de vida. Se necessário, também
recorreria à psicoterapia pessoal a fim de melhor analisar essas contingências.

5 – (2,0 pontos) Ao final da primeira sessão, você estabelece o contrato terapêutico e pergunta a Marcos quais

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as expectativas do cliente em relação à terapia. Aparentemente irritado, Marcos responde: “Acho que você não
me escutou esse tempo todo. Eu deixei claro que não faz sentido estar em um relacionamento pela metade. E
se ele se recusa a fazer coisas por mim e por nós, talvez ele não esteja inteiro na relação. Ficou claro agora para
você?” Considerando a importância da audiência não-punitiva do terapeuta e seus efeitos sobre o cliente e o
processo terapêutico, qual, dentre as descritas abaixo, seria uma postura coerente com esse pressuposto?
Justifique sua resposta explicando porque a alternativa escolhida se configura enquanto audiência não-
punitiva.

a) Responder, no mesmo tom elevado, que o escutou o tempo inteiro mas que aquelas perguntas fazem
parte do protocolo da sessão e que tanto você, terapeuta, quanto o cliente, precisam se submeter a
tais protocolos para viabilizar o processo terapêutico.
b) Reforçar o comportamento de Marcos, pedindo desculpas por não ter se feito entender corretamente
e refazer a pergunta de uma forma que não soe aversiva para o cliente.
c) Ignorar o rompante agressivo de Marcos fingindo que nada aconteceu para evitar confrontos e
estabelecer um padrão de esquiva do terapeuta diante de respostas agressivas do cliente.
d) Responder, em tom de voz tranquilo e com a fala compassada, que o cliente ofereceu um panorama
inicial satisfatório sobre a queixa, mas que a pergunta sobre expectativas diz respeito a como ele espera
que a terapia o ajude, de forma a não ficar sob controle do comportamento agressivo de Marcos.
e) Fazer um resumo detalhado de todo o relato de Marcos para provar que ouviu toda a história e que
comportamentos agressivos não serão tolerados em terapia para que o cliente possa desenvolver
novos repertórios por meio de modelação.

R: Letra “d”. A audiência não-punitiva da terapeuta, nesse caso, buscou validar o empenho do cliente em trazer
sua queixa, no entanto, discrimina que as expectativas com a terapia (mandato), embora se relacione com suas
queixas, dizem respeito a outro campo, que é a sua própria implicação naquilo que se queixa: “Como ele espera
que a terapia o ajude?”. Dessa forma, é possível manejar adequadamente o controle aversivo, assumindo uma
postura de acolhimento e ausência de punição para o comportamento agressivo do cliente, que provavelmente
seria punido sem nenhuma mediação acolhedora fora do contexto terapêutico.

Revisão: 02 Data: 03.06.2020

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