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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ

TERAPIA EXISTENCIAL HUMANISTA

RESENHA CRÍTICA

DOCENTE: PROF. SHARLYS

DISCENTE:
LUIZA FERNANDES DA SILVA SOUZA

CAMPOS DOS GOYTACAZES


2022
A presente resenha traz uma reflexão crítica quanto ao livro “A Construção do
poder pessoal” do autor Jadir Machado Lessa. No início do livro, Jadir Lessa afirma
que o ponto de partida para buscar o sentido da vida, é a escolha por ter uma vida
autêntica ou inautêntica.
Segundo Lessa, a vida autêntica é possível a partir do desenvolvimento do
poder pessoal, já a vida inautêntica, há o desenvolvimento do poder político. O
poder pessoal é conquistado internamento, já o poder político, corresponde ao
poder externo, na sociedade.
Poder equivale ao domínio, onde escolhe-se dominar a si mesmo, ou dominar
os outros. Lessa apresentou a reflexão de Descartes onde dizia “Penso, logo
existo”, e Kierkgaard posteriormente disse “Sinto, logo sou”. Com isso, a questão
que diferencia as pessoas, não é o que pensam, mas também o que sentem e
como expressam o que sentem.
Para Heidegger, é a partir da linguagem, que é possível articular e integrar
pensamentos e sentimentos.
Ao aceitarmos nossos pensamentos e sentimentos, elevaremos a aceitação e
tolerância quanto aos pensamentos e sentimentos alheios, sendo assim, melhor
compreendendo a realidade existencial do outro, culminando então, em melhor
comunicação com todas as pessoas.
Não há como viver sozinho, e aceitar que o outro é diferente, aceitando-o
como ele é, torna-se cada vez mais possível essa aceitação, a partir do momento
que se aceita como é. Quem exclui os outros, por serem diferentes de si, estão se
excluindo. Não há a necessidade de compreender o outro, mas é preciso aceitá-lo.
A maior forma de poder, é o poder ser. “A liberdade não é vendida. Tem que
ser conquistada”, sendo assim, é possível conquistar a liberdade através da
autenticidade. Para se conquistar o poder de ser, primeiro é preciso poder ser
quem se é, posteriormente, poder escolher ser quem se quer ser, através do
autoconhecimento.
Conhecer-se é um processo de indagar-se a si mesmo, entrando em contato
com seus pensamentos e sentimento. O existencialismo auxilia nesse processo, no
momento em que valoriza a liberdade e desobriga a reprodução de padrões
preestabelecidos, incentivando a autodeterminação.
A liberdade não é inata, portanto, precisa ser conquistada, dependendo dessa
conquista para se tornar sem ser autêntico.
Quanto maior desenvolvida a autenticidade, maior o poder pessoal, por outro
lado, quanto mais inautêntico, maior o poder político, tanto em questão de
sentimento, quanto pensamento.
Autenticidade não é sinônimo de sinceridade, é tudo o que se pode ser,
independente do outro, lutando pela sua liberdade, sua autonomia e sua
autodeterminação.
Na autenticidade há que se aceitar a solidão, o fato de se estar só no mundo,
não caracterizando tal solidão como abandono, e isso influenciará na forma como
se experimenta os sentimentos, de forma autêntica ou não. Sendo assim, a
angústia, quando experimentada na autenticidade, será gerada pela solidão,
reflexo da liberdade pessoal, buscando seu projeto pessoal com autoconfiança e,
automaticamente, desenvolvendo o poder pessoal.
No modo inautêntico, a solidão é vista como abandono, desamparo, e a
angústia é fruto desse abandono, portanto, não se tem poder sobre os próprios
sentimentos, o outro se torna responsável por sua existência, renunciando-se à
liberdade, dando mais valor ao outro que a si mesmo.
Para Heidegger, não se tem acesso a realidade, portanto, o pensamento é
interpretação dela, porém, a sua própria realidade, construindo assim, a versão de
sua própria existência. Por isso, não há como se ter um sentido preestabelecido
para a existência humana, essa é uma construção pessoal e individual. Ao validar
sua própria interpretação, aumenta-se o poder pessoal.
É natural o questionamento da própria interpretação, mas é preciso estar
atento à forma de organização mental quanto a tais questionamentos, contribuindo
ou não para o desenvolvimento do poder pessoal.
É na linguagem que se expressa os pensamentos de forma autêntica ou
inautêntica. Por vezes, é necessário ser inautêntico devido a necessidade de se
representar alguns papéis sociais, o problema é confundir-se com o papel social
que se representa, limitando sua existência a ele.
O autêntico é autor e ator de seus pensamentos, é concentrado em seu
projeto de vida, fortalecendo sua autoconfiança e investe sua energia em si
mesmo, percebendo e interpretando as possibilidades da vida.
O psicoterapeuta existencial auxilia no seu desenvolvimento do poder
pessoal, da autenticidade, estando preparado para identificar sentimentos e
pensamentos inautênticos, ajudando a torná-los autênticos, investigando o
propósito de vida da pessoa e a intencionalidade das ações, ainda assim, a
construção do poder pessoal é de cada um e deve ser um processo diário.
Após a leitura do livro, como é característico dos livros desse autor, há o
acalento por entender o processo para a construção do poder pessoal, porém,
depara-se com a realidade que tal processo não é relativamente simples, porém, é
possível. Como também se revela em determinado ponto do livro, não há como ser
autêntico durante todo o tempo, sendo assim, em determinada situação pode se
experimentar o estado inautêntico, porém, é importante estar atento a esse
processo, retomando ao estado de autenticidade logo após.
Concluiu-se que a leitura de tal livro é recomendada a todos que buscam pela
construção do poder pessoal, vivendo uma vida autêntica.

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