Professora: Aline Baveloni Disciplina: Teoria e Técnicas Psicoterápicas II
ATIVIDADE AVALIATIVA I - QUESTIONÁRIO
1. Qual a visão de homem e de mundo do Humanismo?
Com a ajuda de correntes de pensamentos e teorias filosóficas, juntamente com a evolução da ciência moderna, vão surgindo diferentes formas de se conceber o homem. Uma maneira de visão de homem que antes era mecanicista, passa a ser também funcionalista e organicista: o homem passa a ser reconhecido como um sistema funcional, coberto de possibilidades, ou seja, um fenômeno singular. Para o Humanismo, o homem é o autor de tudo, está no centro, ele é visto na realidade de sua existência, dotado de crenças e valores, onde sua consciência é afetada pelo mundo que está a sua volta, e por isso, ele não existe por si só, ele existe a partir da existência do outro. Desta maneira, a consciência do homem não é o que o constitui o mundo, mas sim, o homem e o mundo que constituem um ao outro. O homem, dentro da visão Humanista, é responsável por suas escolhas, e seus valores vão sendo formados a partir delas e da sua relação com o mundo. Ele é digno de liberdade, tem sua própria subjetividade, possui potencialidades e é intencional.
2. Em qual contexto histórico surgiu o Humanismo e quais os principais autores
estudados? O Humanismo teve início no contexto histórico Medieval, em um período de transição do Renascimento, juntamente com o antropocentrismo, quando o homem foi colocado como centro das preocupações. Nesta época houveram rupturas com valores do passado. Devido a ciência moderna, indagações e pesquisas foram sendo desenvolvidas, causando uma cisão com o pensamento da igreja (teocentrismo). As guerras acabavam com a esperança das pessoas, trazendo a angústia, a tristeza, anseios. Este contexto histórico trouxe dúvidas sobre a existência de Deus e a moralidade, já que na guerra os homens eram apenas mais um, quando alguém morria, era apenas mais uma morte. A partir disso, houve o resgate da individualidade e a vinda e do Humanismo como uma terceira força como base filosófica. Maslow e Rogers são considerados os principais representante do Humanismo, porém, a Psicologia Humanista possui diversas ramificações que analisam diferente seu objeto de estudo, assim tendo como autores: Husserl, Giovantti e Bergson.
3. Quais são os principais objetivos da Psicoterapia Humanista?
A Psicoterapia Humanista possui como principais objetivos evidenciar a consciência, a responsabilidade e atingir transformações. Possui ênfase na experiência, em estar conectado com o mundo e consigo mesmo, e como eles se afetam mutuamente. Como esta Psicoterapia é focada na pessoa, ela traz ao paciente tomadas de decisões, reflexões sobre si mesmo, fazendo-o buscar sua auto realização, e deixando claro que não há uma plenitude, mas que estamos sempre em um processo, ou seja, em desenvolvimento, facilitando o alcance ao autoconhecimento.
4. O principal método de estudo da psicologia humanista é a consciência.
Explique sobre a consciência na Psicologia Humanista e também como concebe o inconsciente. A consciência dentro da Psicologia Humanista é constituída pelas interferências constantes do mundo, ou seja, pela sociedade, cultura, crenças e conceitos. Para falar de consciência dentro dessa abordagem, é necessário falar de objeto, já que ambos se definem através de uma correlação, já que são unificados e estão sempre em interação: subjetividade e objetividade. Um objeto só é percebido como objeto a partir do momento que é reconhecido pela consciência, esta é concebida enquanto uma vivência que é criadora de sentidos, gerando novos processos de subjetividade, estando sempre em desenvolvimento. Já em relação ao inconsciente, ela pode ser vista como uma potencialidade de experiência, ou seja, o conteúdo psicológico não é inconsciente, mas sim ainda não acessado pelo sujeito, o que se dá, pelo registro percepcional. Nesta abordagem, o homem não é regido pelo inconsciente, e ela não dá enfoque neste tema, como a Psicanálise.
5. Segundo o humanismo, os principais conflitos emocionais se dão no confronto
do ser com os dados da existência. Explique quais são eles.
As dificuldades de uma pessoa são criadas ao longo de sua existência, e
elas podem afetar seu desenvolvimento emocional e psíquico, comprometendo seu bem estar e sua realização pessoal. O confronto com a existência implica a tomada de consciência do mundo próprio da experiência subjetiva. Os dados da existência são: Consciência de morte – experiência de contingência, já que traz a sensação de possibilidade do fim de todas as possibilidades, gera ansiedade e medo da morte, surge através do conflito entre a consciência da finitude e o desejo de continuar sendo, porém, pode encorajar e motivar as pessoas a aproveitarem ao máximo as oportunidades e valorizar o que temos na vida. Consciência de liberdade - experiência de responsabilidade e autonomia no sentido de suas escolhas que traz o medo do incerto e do desconhecido. Consciência da solidão – experiência de isolamento, com medo da separação. Essa condição faz parte da vida. Mesmo estando rodeados de pessoas em que nos relacionamos, em algum momento o indivíduo irá perceber que depende apenas de si mesmo para realizar os seus objetivos pessoais. Consciência da falta de sentido – experiência de vazio e desespero. Não tem sentido apenas “existir”, com isso, a consciência leva a pessoa a procurar um sentido para a sua existência, ou seja, buscar seu desenvolvimento e sua a autorrealização. REFERÊNCIAS
LIMA, B. F. Alguns apontamentos sobre a origem das psicoterapias fenomenológico-
existenciais. Rev. abordagem gestalt., Goiânia, v. 14, n. 1, p. 28-38, jun. 2008. Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809- 68672008000100006&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 10 set. 2021. <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809- 68672008000100006>
BEZERRA, M. E. S.; BEZERRA, E. N. Aspectos humanistas, existenciais e
fenomenológicos presentes na abordagem centrada na pessoa. Rev. NUFEN, São Paulo ,v. 4, n. 2, p. 21-36, dez. 2012. Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2175- 25912012000200004&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 10. set. 2021.
PIMENTA, T. Existencialismo: o que é a psicoterapia existencial. Disponível em:
Négritude em Questão: Das Multiplicidades e Conceitualizações Do Movimento Por Ocasião Do Primeiro Congresso Internacional de Escritores e Artistas Negros (1956) - Raissa Brescia Dos Reis