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Projeto existencial
“Resta ao homem, assim, apenas a liberdade, e é esta a fonte principal de sua angústia. ―Somos
condenados a ser livres‖, diz Sartre.
Segundo Sartre (2014), não existe uma natureza humano que nos defina e sustente a realidade na qual
vivemos. Ela é construída por nós, somos responsáveis por ela.
É o projeto existencial que demonstrará qual caminho tomamos, quais escolhas fizemos e nos
constituem. É o que faz com que o homem se lance ao futuro e procure dar sentido à sua existencia.
Esse processo se dá sempre através de relações, sejam elas com os outros, com a materialidade do
mundo ou com nós mesmos.
“o homem autêntico realizará o seu próprio projeto, dando assim sentido à sua existência.” Marcondes
(2009, P. 144).
‘ A Logoterapia é uma abordagem clínica formulado por Viktor Frankl, também conhecida como
psicoterapia do sentido que propõe a compreensão da existência através dos fenômenos tipicamente
humanos, especificamente das convergências nas dimensões espiritual e religiosa.
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Frankl acredita que a busca de sentido seria uma tendência natural e o motivo fundamental da
existência humana, por tornar o homem apto a suportar a existência em suas incertezas.
Psicoterapia Dialógica
A Relação dialógica ou Psicoterapia dialógica é a base da relação terapeuta-cliente proposta por Martim
Bubber
Martin Buber lutou para que o ser humano saísse de seu egoísmo e estivesse disposto a engajar-se no
diálogo, por acreditar que o homem por si só não existe - ele só existe enquanto ser em relação com o mundo
e/ou com os outros.
O dialógico abrange duas posturas polares: o Eu – Tu e o Eu– Isso, estas são asduas atitudes primárias que
um ser humano pode assumir em relação ao soutros (HYCNER, pág. 32)
Na situação terapêutica:
O psicoterapeuta atua numa alternância entre o conhecimento objetivo e a intuição categorial, entre o EU-
TU e o EU-ISSO, entre o passado e a presentificação, entre o raciocinar e o existir como totalidade, entre o
atuar sobre o cliente e o ser com ele. (FORGHIEIRI apud MOREIRA, 2007, p.102)
Daseinanálise
O Adoecer para Heidegger: A patologia da Liberdade se refere a restrição no campo das possibilidades
existenciais que gera o adoecimento. Para Heidegger toda doença é uma perda da liberdade, limitação da
possibilidade de viver.
A Sorge ou Cuidado para Heidegger é a "Cura como cuidado ou preocupação " também considerada: Zelo.
Cuidado. Solicitude.
O Psiquiatra Ludwig Binswanger estudou com Heidegger e foi um pesquisador das obras fenomenológicas
de Husserl, dessa forma, toma para a psiquiatria a ideia de ir às coisas mesmas e se interessa pela estrutura
da intencionalidade. Passa a orientar sua investigação psiquiátrica, por via da compreensão e busca nas
determinações existenciais, no próprio ato de existir, as condições de possibilidades do ser enfermo.
Com seus estudos em Heidegger e Husserl, concluiu que a psiquiatria médica encontrava-se muito
preocupada com a estatística e suas referências de normatividade. E com estas referências, a psicopatologia
elaborava as categorias de diagnóstico, com ênfase nos determinantes biológicos das enfermidades psíquicas.
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Na Daseinanalise o analista se coloca em uma atitude fenomenológica, antinatural, não diagnostica e nem
interfere, mas se posiciona de modo que aquele que está dizendo alguma coisa ganhe voz em si mesmo.
O adoecimento existencial acontece quando o sujeito: “não consegue reconhecer as suas limitações e
conflitos e ele não consegue enfrentá-los frente à luz de suas múltiplas possibilidades,de forma que o
sujeito passa a viver de modo restrito, empobrecido, minimizando a atualização de suas potencialidades e a
compreensão de si e do mundo.” Estar doente para esssa perspectiva, é uma patologia da liberdade: o
homem não consegue estar cosnciente, se perceber e realizar suas escolhas de forma livre.
O pensamento sartreniano é de que o homem é um ser-no-mundo, considerado não de forma estática, mas
em pleno movimento em constante ascensão; primeiramente é apenas Nada e constitui sua formação diante
desse nada que é; porque, a priori, ele é um ser indeterminado e, por isso, vive insaciavelmente à procura do
sentido de sua vida, valorizando cada experiência na edificação do mesmo (SARTRE, 1997).
A liberdade de escolhas do homem e sua total responsabilidade pelas consequências de seus atos, mergulha
o homem em um processo de Angústia. Na Angústia da relação do homem com o mundo, esse mesmo pode
apresentar a Ansiedade, que se manifesta como:
- Ameaça ao sistema de valores que embasa cada existência individual e se tal valor é destruído, ele sente que sua
existência pessoal poderia ser igualmente aniquilada.
-Um clamor íntimo para a resolução de um conflito existencial do sujeito em determinado momento.
- Uma relação entre o existente e o ser no mundo.
A procura pelo sentido das coisas e da vida se efetiva no homem, porque ele é um ser-Para-si, ser que
questiona, que indaga, que se impressiona com a realidade e com a própria subjetividade. O ser-Para-si é um
ser insatisfeito porque quer ultrapassar suas próprias fronteiras. Ele é algo que constrói a si mesmo.
Atividade, indeterminação e incompletude definem a própria liberdade humana.
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