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Teorias de Bases

Fenomenológicas
Existenciais
Prof: Bruna Pilate
Humanismo, Fenomenologia e Existencialismo

A abordagem humanista ou a chamada Terceira Força do século XX no universo da


Psicologia Clínica tomou como princípio filosófico, o existencialismo e
fenomenologia como método.
De acordo com Gomes e Castro: “abordagens terapêuticas preocupadas com as
questões da existência foram denominadas de fenomenológico existenciais, ou seja,
que utilizam o método fenomenológico” (GOMES; CASTRO 2010, p. 81-9).
Humanismo, Fenomenologia e Existencialismo

A clínica Humanista tornou-se uma das mais importantes e difundidas na prática.


O humanismo ganhou força e, certamente, no contexto atual, (século XXI) estamos
diante da era da transformação digital e sendo direcionados a uma nova
sociedade que posiciona o indivíduo em novos espaços de existir e sentir.
Por isso, a clínica humanista dá conta de atender aos anseios e dilemas
contemporâneos de busca de significado diante davida que se modificou, quando
se considera o cenário pandêmico, por exemplo, algo que revolucionou por
completo o chamado “normal” de viver e direcionou as pessoas para uma vida mais
humanizada e pautada em valores humanos universais que são fundamentos de
uma prática da atitude com base no desenvolvimento dessas habilidades ligadas à
personalidade,que tem foco coletivo sem desistir do individual.
Humanismo e Carl Rogers

Entre (1940-1945), Carl Rogers, psicólogo precursor da psicologia


humanista, inicia os estudos teóricos intitulados de psicoterapia não-
diretiva ou aconselhamento não-diretivo, publicando tais ideias em 1942
no livro Psicoterapia e Consulta Psicológica, ele afirmava a importância
que tem o insight para a reorganização da personalidade e para o
comportamento.
Rogers (1946-1957), conceituou a psicoterapia como uma readaptação da
congruência existente na autoimagem – nova formulação de insight –e
as experiências.
A partir de 1950 as pesquisas sobre motivação pessoal se tornaram de
interesse dos pesquisadores da psicologia, de forma inespecífica, a fim de
verificar quais fatores estavam agindo e interferindo nos estados
emocionais do indivíduo, que poderiam oscilar entre menor intensidade em
determinada atividade para um estado mais elevado.
Motivação

Nessa época estava famosa a


teoria de Maslow > Um autor mais
referenciado, Abraham Maslow
aborda as motivações para as
necessidades do ser humano. Ele
cria a pirâmide das necessidades
básicas, que numa escala evolutiva
entende que o indivíduo ao
encontrar satisfação num certo
nível, parte em busca de um outro
patamar, diferente de antes,e
segue numa perspectiva futura,
utilizando-se da criatividade como
forma de responder às situações e
sair em busca de novas.
Consolidação do Humanismo

Supera Behaviorismo e Psicanálise.

Força da psicologia humanista que, inspirada fortemente pela


fenomenologia e pela filosofia existencialista, centrava no conceito de
pessoa ao invés de focar no comportamento e conduta.
Enfatiza, por si, a liberdade contra o determinismo até então operante nas
visões anteriores, tendo como premissas o bem-estar pessoal, a solução
de suas próprias questões ao invés da necessidade de controle da conduta
e das razões pelas quais se tem que agir de determinada forma e não de
outra.
Consolidação do Humanismo

Supera Behaviorismo e Psicanálise.


Consolidação do Humanismo

Filosofia Fenomenologia > Filosofia Existencialista > influencia a visão


humanista > pós guerra > cenário de falta de perspectiva e ausência de
sentido na vida acabou gerando a necessidade de buscar significado em si
mesmo para dar conta da realidade.
Consolidação do Humanismo

Alguns princípios do existencialismo elencados por Carrasco (2019) de forma


objetiva são:
A de que somos livres para fazermos escolhas;
A de que somos responsáveis pelo que escolhemos;
A existência se dá na relação com o mundo;
A de que cada pessoa se torna aquilo que faz de si;
A de que a existência é única e singular;
A de que transformamos o mundo e somos transformados por ele;
A de que somos livres para criar sentidos em nossa vida;
A de que coexistem diversos modo de Ser;
A de que não há modo de compreender o outro sem entender o contexto ao
qual está inserido;
A de que experimentamos a vida a partir dos afetos.
Humanismo x Existencialismo

Enquanto o humanismo toma o ser humano como fim nele mesmo e valor
supremo, entendendo que deve buscar em si mesmo seus valores e identificações,
no existencialismo cada indivíduo está sempre se projetando para fora de si
mesmo para encontrar seu significado e constituir sua existência, nunca
tomando o ser humano como fim, pois ele está sempre por se fazer a si mesmo.
Diferente do contexto da Europa no período entre-guerras, onde se desenvolve o
existencialismo, o humanismo se intensifica na América do Norte, no período do
"New Deal", um período de crescimento econômico e mais esperançoso.
Por conta disso, o existencialismo é muitas vezes associado à angústia e ao
absurdo, diferente do otimismo presente no pensamento humanista.
Consolidação do Humanismo

A transformação da ciência psicológica passa então a não representar


o comportamento e sim a pessoa, deixando de conceber a essência do
estudo do homem como objeto ou coisa.
Surge, portanto, a noção do homem como sujeito, que tem prospecção
futura de realizações que o tornam satisfeito consigo mesmo e com
potencial de efetivo realizador. Direcionado para o futuro, para seu
próprio progresso como resultado efetivo de suas escolhas e decisões.
O homem visto como sujeito, pessoa autônoma, livre e capaz de
encontrar respostas para si e adquirir na prospecção futura -o seu
aprimoramento.
Consolidação do Humanismo

Em 1961, Rogers ganhou reconhecimento


nacional com a publicação da obra
“Tornar-se pessoa”, trazendo como
hipótese central a relação de aceitação
com o outro, uma força de libertação
como forma de utilização para o
crescimento, mudança e desenvolvimento
pessoal, considerando que cada pessoa
por si só é inerente de recursos plenos.
Visão Humanista

A intervenção clínica humanista se ocupa em colocar o indivíduo como


centro da sua relação com a própria vida.
A visão humanista talvez seja das abordagens e práticas psicoterápicas
a que mais se aproxima da condição humana; que valoriza a humanidade
necessária para se viver os desafios e ciclos naturais da vida,
concebendo que o sentido da vida acontece a partir da elaboração
desses significados e da reconciliação com as pessoas importantes de
sua história de vida, contribuindo com o sentimento de autorrealização.
Visão Humanista

A abordagem se propõe ao estudo da consciência humana frente à


própria vida, à conduta, ao modo de estabelecer relações, de como se
apreende e se vivencia a vida na ótica da própria pessoa; sob o seu viés
de percepção dos fatos e decisões, da ação como reflexo do psiquismo,
da gestão emocional e dos registros dessas vivências que vão constituir o
seu acervo pessoal > tudo isso confluindo para o seu autoconhecimento.
Abordagem centrada na pessoa

A “terapia centrada na pessoa”, assim como Carl Rogers intitulou,


tem esse instinto de valorizar e potencializar que o indivíduo seja capaz
de fazer suas próprias escolhas e a direcionar-se no campo das
atitudes, pois compreende que as respostas todas estão dentro dele
mesmo.
A figura do terapeuta é de acompanhamento do seu progresso e a
de criar um canal empático em todo esse desvendar; possibilitando
uma menor interferência de leituras que não seja a do próprio cliente.
O terapeuta surge como um facilitador dessas descobertas e não o
detentor de seu processo, caminhando no ritmo do cliente.
Abordagem centrada na pessoa

Carl Rogers (1997) no capítulo 4 do livro Tornar-se Pessoa aborda que a


terapia desempenha um papel extremamente importante na libertação
de sentimentos e emoções relativas a situações vividas por um processo
de facilitação, que é a terapia, contribuindo odesenvolvimento psicológico
e para a maturidade do indivíduo, desbloqueando-o.
Abordagem centrada na pessoa

"A essência da terapia (...) é um encontro de duas pessoas, no qual o terapeuta é aberto
(...) e com receptividade entrar no mundo da outra pessoa. (...) O cliente sente-se
confirmado (para usar o termo de Buber) não somente no que ele é, mas em suas
potencialidades. Pode afirmar-se, temerosamente de estar certo, como uma pessoa
única, separada. Pode tornar-se o arquiteto de seu próprio futuro através do
funcionamento de sua consciência. O que isso quer dizer é que já que ele está mais
aberto à sua experiência, pode permitir-se viver simbolicamente em função de todas as
possibilidades. Pode consentidamente dar vida, em seus pensamentos e sentimentos,
aos impulsos criativos dentro de si mesmo, às tendências destrutivas que ele descobre
dentro de si, ao desafio do crescimento, ao desafio da morte. Pode fazer face, em seu
consciente, ao que para ele significa ser, e o que lhe significa não ser. Torna-se uma
pessoa humana autônoma capaz de ser o que é e de escolher seu caminho. Este é o
resultado da terapia, vista por esta segunda tendência' (ROGERS apud MAY, 1986, p.
100-101).
Abordagem centrada na pessoa

A visão humanista talvez seja aquela mais ampla da psicologia,


destinando-se a tratar a conduta humana nas mais diversas esferas.
A psicologia humanista centrada na pessoa, parte do pressuposto de
que a clínica psicoterápica possa tratar questões da pessoa na sua
própria visão e da própria linguagem –um processo sofisticado de
leitura de si mesmo.
Sendo o indivíduo um Ser social que interage e conhece mais de si
mesmo a partir dessas interações, a sua visão de mundo passa a ser
norteadora de sua existência –do modo como compreende e faz as
leituras dos fatos.
Abordagem centrada na pessoa

O fato que a visão humanista se amplia na extensão do Ser, em seus


diversos papéis e funções que ocupa na vida.
Sua ampliação é uma forte característica que dá essa dimensão do
Homem por inteiro, que este indivíduo possa tornar-se satisfeito
consigo mesmo, como alguém que se encontrou primordialmente na
sua essência, sendo quem é, de fato, e não necessariamente o que
gostariam que fosse ou representasse.
Um Ser satisfeito e realizado, tanto que tal abordagem tem também
seu centro na autorrealização, na qual o sentido de ir alcançando
novas etapas ou ciclos, vão se aproximando desse sentido único e
pessoal.
Abordagem centrada na pessoa

A marca da psicologia humanista: fazer a vida fazer sentido para


quem a vive e a partir dos significados que ela oferece, poder
elaborar e constituir pela experiência do viver e fazer dela um
caminho de revelações sobre si mesmo.
A psicologia humanista com o viés filosófico fala intimamente nessa
perspectiva da valorização da experiência do viver, que é por onde o
indivíduo pode se aprimorar e lapidar sua personalidade e os valores
pelos quais rege e respeita a vida.
A psicologista humanista tem uma tendência peculiar em considerar o
ser humano sob a ótica da compreensão positiva da vida, partindo do
oposto da visão pessimista que a psicanálise tem em relação à visão
de homem.
Abordagem centrada na pessoa

A abordagem e intervenção humanista aposta na compreensão


empática a fim de possibilitar condições para uma aceitação de si mesmo
mediante a postura do terapeuta que o compreende e o escuta.
Nesta aceitação humana muito do processo se dá na medida do conforto
do cliente que se vê diante da própria realidade
Abordagem centrada na pessoa

A clínica humanista é democrática, voltada a atender vários públicos; é


interdisciplinar, comunicando-se com outras ciências o que é
extremamente rico pelas contribuições que é capaz de oferecer às várias
áreas do conhecimento; tem no psicólogo humanista o aspecto de se ver
diante das demais contribuições da ciência que, pela sua essência, dialoga
com a antropologia, filosofia, artes, educação, gestão e outras áreas.
Abordagem centrada na pessoa

A psicologia humanista pela própria consideração é nada elitista, adotando


como premissa uma linguagem clara e simples –seja para ser bem
compreendido como para facilitar o processo de autocompreensão do sujeito
ou cliente.
Despertar a confiança, contribuir para formação do vínculo necessário para
que a relação seja envolta nessa atmosfera de conforto e acolhimento que o
cliente precisa para sentir-se compreendido e de fato ser.
O psicoterapeuta não adquire a posição de distanciamento ou soberba
quanto ao saber, seu conhecimento, é afigura de quem detém o poder de
resolver a vida das pessoas.
O psicoterapeuta humanista é facilitador do processo psicológico e psíquico
do cliente. Sua comunicação precisa ser clara realmente sem palavras técnicas
ou conceitos herméticos que retiram o aspecto de empatia, de compreensão
do outro.
Abordagem centrada na pessoa

Na postura centrada na pessoa conhecida como Abordagem Centrada na


Pessoa - ACP é referenciada pelo livre arbítrio, pelo valor da experiência,
do direito de escolha e promoção da autonomia.
Diferindo totalmente da visão focada no comportamento humano, ou seja,
no resultado, na execução definida pelo seu empenho.
O indivíduo, portanto, é visto como um Ser em relação, diante da sua
existência e buscando significados e sentido para suas experiências.
Abordagem centrada na pessoa

O processo terapêutico se dá pela evolução do sujeito por meio do que ele


vivencia, elabora e evolui para uma construção de realidade diferente de
antes, resolvendo suas questões e tendo subsídios para lidar com
conflitos bem como desenvolvendo a auto aceitação e a compreensão
do outro pelas interações que estabelece; que compreende e se
conhece a partir do outro, ou seja, que precisa do outro, estabelecendo
relações como forma de contribuir para o seu autoconhecimento.
Abordagem centrada na pessoa

A partir da leitura dos livros “Tornar-se Pessoa”, de Carl Rogers (1997), e


“Psicologia Existencial“, organizado por May (1986) > tópicos as premissas do
trabalho do psicólogo de abordagem humanista existencial, assim como a
concepção do sujeito envolta na relação terapeuta X sujeito/cliente.
Sendo as seguintes:
Empatia –extremamente significativa para estabelecer o vínculo necessário de
confiança para que a relação terapeuta x cliente se dê.
Elaboração dos conteúdos por parte do cliente –pois ao entender ele mesmo o
sentido de tudo o que vivencia acaba por dar significado a esses sentimentos.
Empoderamento ao cliente – ele próprio é capaz de guiar-se e como
consequência edificar sua vida, sendo potencializado para isso pela ação do
terapeuta, impulsionando a desvendar seu potencial, desenvolver e aprimorar
habilidades. Com isso, o cliente é capaz de criar respostas novas para a vida,
seguindo para uma evolução.
Abordagem centrada na pessoa

Retirada da visão do paciente que retrata alguém passivo diante de seu


quadro emocional, psicológico. A relação entre doença e saúde é marcada no
sentido de que a ênfase seja na cura –portanto na resolução das situações que
são verdadeiros estados emocionais ao invés de conceber que sejam condições
crônicas como a doença estabelece – sendo um conjunto de sintomas que
direcionam a um quadro de doença ao invés de algo que transita para um novo
estado de equilíbrio à medida em que este seja estimulado.
Terapeuta, o psicólogo humanista na relação com o cliente ocupa a função
de facilitador do processo de descoberta dele mesmo. Sendo estimulado,
empoderado neste sentido, com seus códigos de compreensão e digamos
apontando para o terapeuta os caminhos que entende ser positivos para si
Abordagem centrada na pessoa

Visão humanista tem em si uma aliança com a filosofia, o modo de pensar e


ver o mundo. Isso influencia enormemente a relação deste com a vida como um
todo. O existencialismo confere ao Homem essa titularidade e sua marca digital
em tudo o que edifica pois compreende que ele se torna satisfeito e realizado à
medida que oferece respostas e lida com a realidade de modo que entenda que
esta forma o representa.
Abordagem centrada na pessoa

Existência do Homem: esse caminho de construção de si mesmo lhe dá a


direção para a formação ética do seu caráter–cujos valores serão norteadores
de sua conduta. Estabelecendo um padrão moral ético entre o certo e errado,
mas não tão somente nessa linha direta e cartesiana, e sim, ressaltando que a
adoção de valores humanos quando aplicada à vida como um Todo, confere
uma melhor qualidade humana, que se aprimora e se aperfeiçoa à medida em
que os desafios sociais surgem provocando novas necessidades como produzir
novas respostas para situações até mesmo já conhecidas. A medida de seu
descontentamento acaba surgindo como necessidade de mudança e impulso
para produzir novos resultados que contribuam para sua autorrealização.
Abordagem centrada na pessoa

Valorização pessoal e reconhecimento pessoal –fundamentação na conquista e


edificação da própria vida nessas bases. Criatividade como a capacidade de buscar
condições novas para sua satisfação e realização. 
Terapeuta como facilitador do processo de autoconhecimento, ao invés de
detentor do processo. Pauta-se na análise fenomenológica, na descrição do modo
como o cliente vivencia a situação, sem promover análise crítica e que coloque a
pessoa em desconforto ou julgamento.
A linguagem é parte eficiente desse processo de compreensão na interação entre
psicólogo e cliente, sendo, portanto, humanizada. Aproximando-se do princípio
rogeriano de uma comunicação entre existências.
Psicólogo viabiliza a ambientação de presença no contexto terapêutico,
propiciando o Encontro para que a psicoterapia possa ser eficaz, partindo do
estabelecimento de confiança e acolhimento tão necessários para a existência de
uma comunicação entre existências.
Abordagem centrada na pessoa

A mudança do cliente se dá à medida da relação com o terapeuta por meio


de um processo de desvendamento de si mesmo. Estimulado a esse
crescimento terapêutico por meio de um processo de aceitação de si mesmo
que tem sua base na compreensão que o terapeuta tem do cliente. Como
menciona Rogers (1997), que ao se ver compreendido, o cliente consegue sentir
isso na relação terapêutica e se vê em condições de aceitar em si mesmo
qualquer parte ou história que faça parte de sua vida -é o que se entende por
presença terapêutica na experiência do Encontro. 
A mobilização ou movimento interno que surge nas pessoas quando em
psicoterapia nesta abordagem, sendo estimuladas à reflexão e à condução de
suas escolhas e posicionamentos frente a qualquer situação seja desafio,
sofrimento ou mudança.
Abordagem centrada na pessoa

Cria uma abertura crescente e envolvente à experiência (o oposto de uma


postura defensiva diante dos fatos que a vida apresenta) predisposta.
Contexto menos reativo possível.
Incentivo e valorização à uma “boa vida”, ou seja, com mais qualidade pessoal
como o próprio título do livro ao enfatizar a tornar-se pessoa e, no caso, a ser
uma pessoa melhor. Extraindo do indivíduo alguma concepção pré-estabelecida
que exige do ser humano restrições e adaptações,seja para ser aceito ou atuar
dentro de expectativas e visões preconcebidas e estabelecidas por outros que
não seja você mesmo
Abordagem centrada na pessoa

Abrir o espírito para o momento, para o “agora” é na visão rogeriana uma das
qualidades da “vida boa”, da vida amadurecida, como ele concebeu.
A confiança que vai se adquirindo à medida do próprio processo de
descoberta no alcance de um novo comportamento que cada vez mais,
represente a própria satisfação do ponto de vista existencial, à medida de seu
contentamento pessoal.
Abordagem centrada na pessoa

O indivíduo é feliz e satisfeito na medida de seus recursos pessoais podendo


obviamente evoluir se este for seu direcionamento em níveis, abrindo consciência
para uma existência que alinhe bem-estar em todas as áreas da vida.
Tal abordagem vai de encontro ao momento contemporâneo do século XXI, onde o
retorno ao essencial e a uma vida mais humanizada tem sido propósitos
direcionados à felicidade, ao sentir-se bem consigo mesmo, em sua família, no seu
trabalho, como cidadão torna possível compreender uma vida mais completa e,
portanto, mais realizada
Abordagem centrada na pessoa

As modalidades de terapia na abordagem centrada na pessoa podem ocorrer


tanto individual como em grupo, na terapia familiar e de casal, nos trabalhos
socioeducativos e extensivos à comunidade que tenham como proposta a
compreensão de sua cultura e a inserção do indivíduo no contexto social seja como
promotor de mais conhecimento e, portanto, mais consciência, seja na condição de
pertencer ao grupo e, com isso, conferir-lhe identidade com a sociedade e o mundo
que habita.
ATIVIDADE

1 - Qual o objetivo da Psicologia Humanista?


2 - Como o homem é visto pela Psicologia Humanista?
3 - Quais as semelhanças entre o existencialismo e o
humanismo? e as diferenças?
4 - Qual o papel do terapeuta na terapia centrada na
pessoa?
Movimento Fenomenológico
Husserl queria provar a existência do ser.
Fenômeno é algo que se manifesta. Como a chuva, o cachorro que late.
Fenômeno é tudo aquilo que aparece à consciência.
Ser é um fenômeno. Existimos.
O ser se demonstra através da sua intencionalidade; é impossível não pensar em
nada (pensar em nada já é pensar em alguma coisa, o próprio pensamento é
resultado da intencionalidade no mundo.) É impossível nossa intencionalidade
deixar de existir nesse mundo.
Método fenomenológico sustenta a prática humanista e existencialista
Movimento Fenomenológico
Crítica ao empirismo e o positivismo - Não neutralidade - Consciência - Fenômeno -
Pensamento puro - Vivências - Epoche - Conhecimento é intencional - Redução
Fenomenológica: eidética e abstrata. - Busca pela essência e não pelo fato

Movimento Fenomenológico
POSITIVISMO
PSICOLOGISMO

HUSSERL

Movimento Fenomenológico
CHEGAR NA OBJETIVIDADE
NÃO SE SEPARA SUJEITO E OBJETO
fenomenologia > objetividade
radical
Fenômeno > consciência - Estudo da Consciência
Chegar nas essências > das coisas elas mesmas
HUSSERL

Movimento Fenomenológico
INTENCIONALIDADE
Redução transcendental
Noese > são os atos pelos quais a consciência visa um
certo objeto de uma certa maneira
Noema > o conteúdo ou significado desses objetos
visados.
Noese gera Noema
HUSSERL

Movimento Fenomenológico
REDUÇÃO FENOMENOLOGICA
HEIDEGGER

Fenomenologia-Existencialismo
DAISEN > O SER QUE PERGUNTA A ELE MESMO
QUEM ELE É - SER-AÍ
SER-NO-MUNDO
HEIDEGGER

Fenomenologia-Existencialista
NÍVEL ONTOLÓGICO > Dasein, que é o modo de ser
do homem.
NÍVEL ÔNTICO > desdobramento individual do Dasein,
que caracteriza cada indivíduo ou grupos humanos
como, por exemplo, os brasileiros, os budistas, os
psicólogos.
HEIDEGGER

Fenomenologia-Existencialista
Daisen - interessado no mundo - disposição afetiva
> humor > manifestações ônticas
Ser lançado no mundo
SER EXISTE EM FUNÇÃO DE UM PODER-SER
(antecede-se a si mesmo)
Possibilidades ainda-não

HEIDEGGER

Problema da Impessoalidade
IMPESSOALIDADE - SER-LANÇADO NO MUNDO-COM: TODO
MUNDO > ALIVIA A RESPONSABILIDADE POR SUAS AÇÕES >
SUPERFIALIZA RELAÇÕES
ACABAR COM A FALAÇÃO IMPESSOAL
ROMPE A RELAÇÃO COM A IMPESSOALIDADE > OUVE O
CHAMADO DA CONSCIÊNCIA DO DAISEN > ANGÚSTIA >
ESTRANHEZA > RESPONSABILIDADE POR SUAS ESCOLHAS

HEIDEGGER

Fenomenologia - Existencialismo
APELO DA CONSCÎÊNCIA > SER HUMANO RECUPERA-SE A SI
MESMO > MODO DE FALA
FALA : CARACTERISTICA NO DAISEN
FALA: ESCUTA E SILÊNCIO
POSSIBILIDADE CERTA > A MORTE
DASEIN É SER-PARA-O-FIM: SENDO PARA SUA MORTE, ELE, DE
FATO, MORRE CONSTANTEMENTE ENQUANTO EXISTE.
HEIDEGGER
Fenomenologia-Existencialista
Daisen > ser o aí
- Ser para heidegger é uma abertura é possibilidade, são projetos infinitos.
- Somos atirados na existência.
- Somos abertos na existência: sentir, sensação, experiência,
pensamentos, infinito...
- A morte é uma certeza a limitação > ser humano é limitado pela
temporalidade > possibilidade de tudo e de cair do nada a qualquer
momento.
- Apresentar e reapresentar > pensar é sempre pegar o que você viu e
refazer e representa.

Merleau-Ponty

Fenomenologia da Percepção

RACIONALISMO X EMPIRISMO
Há razão na experiência sensível, e há o
sensível na razão.
Percepção (influencia da Gesltalt)
Fenomenologia da Percepção Merleau-Ponty
SENSAÇÃO E PERCEPÇÃO JUNTAS > UMA ESTÁ SEMPRE
INFLUENCIANDO A OUTRA
PERCEPÇÃO > ATITUDE CORPÓREA
PERCEPÇÃO > UM ACONTECIMENTO DA CORPOREIDADE >
EXISTÊNCIA
CORPO SUBISTITUI A CONSCIÊNCIA > EVENTOS FISIOLÓGICOS E
PSÍQUICOS SEMPRE EM CONJUNTO.
A UNIÃO ENTRE O SUJEITO E O SEU CORPO “SE REALIZA A CADA
INSTANTE NO MOVIMENTO DA EXISTÊNCIA”
EXPERIMENTO CIENTÍFICO > NEGLIGÊNCIA A EXPERIÊNCIA SENSÍVEL >
FUNDADO NA PERCEPÇÃO DO SUJEITO.
NÃO SOMOS TOTALMENTE LIVRES - INTENCIONALIDADE NO CORPO -
INFLUÊNCIA DO MUNDO > SUBJETIVIDADE.
Merleau-Ponty

Fenomenologia da Percepção
Somos, ao mesmo tempo, uma estrutura psicológica e histórica,
um entrelaçamento do tempo natural, do tempo afetivo e do
tempo histórico.
Nos relacionamos com o mundo através do corpo > o mundo só é
esse mundo para nós por conta da nossa maneira subjetiva de se
relacionar com ele.
Sempre inacabados > sempre há uma nova perspectiva, nunca se
esgota.
Percepção > Corpo > Movimento
Kierkegaard
Existencialismo
A individualidade consciente situa-se no lado oposto
aquele caminho da massa, da multidão.
Quando o homem age en masse, ele abre mão da sua
individualidade pelo coletivo, coletivo este composto
por pessoas que se tornam anônimas
Massa é uma ilusão > indivíduo alienado
SOLUÇÃO > afirmação da subjetividade, a reflexão
acerca do dado.
SUSPENSÃO TELEOLÓGICA
Kierkegaard
Existencialismo
Indivíduo x Multidão

Multidão > mentira


Na multidão está o covarde e o passivo.

Inviabiliza a singularidade e relação direta com Deus.


Quando o indivíduo se assemelha a verdade (Jesus


Cristo) > realização na verdade > individualização
Kierkegaard

Existencialismo
Individualidade > Responsabilidade > Angústia
Se opõe a generalidades > encontra-se
Divisão ser e a essência
Existência é um dom - indivíduo escolhe o que faz com
isso.
LIBERDADE - VERDADE - INDIVIDUALIDADE
VERDADE > AÇÃO > SE FAZ VIDA EM MIM
SARTRE

Existencialismo
EXISTÊNCIA DO SER HUMANO > CONSCIENTE DE SI
CRISE EXISTENCIAL > MÚLTIPLOS CAMINHOS >
ESCOLHA
SARTRE

Existencialismo
EXISTÊNCIA PRECEDE A ESSÊNCIA
O HOMEM É QUEM ELE QUER QUE ELE SEJA
Não importa o que as estruturas fazem de nós, mas, sim, o que nós
fazemos disso que elas fazem de nós."
RESPONSABILIDADE POR QUEM NÓS SOMOS
SARTRE

Existencialismo
SER HUMANO QUE FAZ SUAS ESCOLHAS

> RESPONSABILIDADE >
ANGÚSTIA
SOMOS CONDENADOS A LIBERDADE
HOMEM SE PROJETA PARA O FUTURO > ELE FOGE DO PASSADO E
DE DETERMINISMOS > POSSIBILIDADES
SER É AGIR A PARTIR DA SUA ESCOLHA
AMEAÇA DA INSTABILIDADE > DA MUDANÇA > ANGÚSTIA
ESCOLHA ORIGINAL > POSSIBILIDADES
ANGÚSTIA > HOMEM TENDÊNCIA A FUGIR DE SI MESMO

SARTRE

Existencialismo
SER HUMANO QUE FAZ SUAS ESCOLHAS

> RESPONSABILIDADE >
ANGÚSTIA
SOMOS CONDENADOS A LIBERDADE
HOMEM SE PROJETA PARA O FUTURO > ELE FOGE DO PASSADO E
DE DETERMINISMOS > POSSIBILIDADES
SER É AGIR A PARTIR DA SUA ESCOLHA
AMEAÇA DA INSTABILIDADE > DA MUDANÇA > ANGÚSTIA
ESCOLHA ORIGINAL > POSSIBILIDADES
ANGÚSTIA > HOMEM TENDÊNCIA A FUGIR DE SI MESMO

Psicologia Fenomenológica
Existencial
Cerne da clínica feno existencial: quem é o homem?
Na clínica: encontro real e transformador: acolhimento
Martin Buber: relação eu-tu

EU-TU X EU-ISSO
Na atitude eu-tu, a pessoa entra em relação, deixa-se impactar,
deixa-se atravessar pela presença viva do outro, seja este outro
uma pessoa, uma situação, uma obra ou um ente qualquer.
A atitude eu-isso, por sua vez, leva a experiência de forma objetiva as
situações. O mundo do isso ou da objetividade ordena o real,
transformando-o em habitável e reconhecível.
ENTRE > transformação
Diálogo Genuíno e autenticidade
Psicologia Fenomenológica
Existencial

O indivíduo não é sua perturbação


mental
Uso métodos: fenomenológico, método compreensivo, diáletico
O ser humano é: um ser pluridimensional, livre, inserido em um mundo
dotado de sentido particular, aberto às suas possibilidades, consciente
de sua finitude e de sua responsabilidade perante suas escolhas, capaz
de inventar e cuidar de sua própria existência mediante a práxis,
sempre criando sua essência e sua existência.
Psicologia Fenomenológica
Existencial
Patologia: psicopatologia vai se manifestar por meio de uma vivência

de sofrimento onde a pessoa se sente vítima e presa a um destino


sombrio e a uma existência destituída de realizações gratificantes e
prazerosas. Sem liberdade de escolha, a pessoa vive a sensação de
estar encurralada pelas circunstâncias da vida, sentindo-se impotente
para modificá-las, submetendo-se a elas, num sacrifício alienante e
inevitável.
Nesse processo de sofrimento, a pessoa perde o contato com as
possibilidades existentes no campo organismo/meio, percebendo a si
mesma e ao outro de forma distorcida.
Psicologia Fenomenológica
Existencial
Cura: foco no indivíduo e não na doença mental: não se tem técnicas

de cura da perturbação mental, mas sim como intervenções cuja


finalidade principal é ajudar o crescimento pessoal e facilitar o
encontro do indivíduo com a autenticidade da sua existência, de
forma assumi-la e a projetá-la mais livremente no mundo.
Psicologia Existencial
Autenticidade da existência, escolhas e responsabilidade: a identidade
e as características do indivíduo seriam consequências das suas
próprias escolhas.

Existência individual > o ser que escolhe a si mesmo com autenticidade


que tem consciência de si, capaz de fazer escolhas livres, está criando
a si mesmo sempre a partir de suas potencialidades e capacidades.
Fio condutor - projeto existencial > continuidade e coerência
Individuação x conformismo
A existência individual caracteriza-se por três palavras-chave –
cuidado, construção e responsabilidade > autoconhecer ,
autocompreender, reissignificar a relação com o outro, dar sentido a
sua existência, escolher de acordo com seus valores
Psicologia Existencial
O desenvolvimento individual e a integração envolvem um confronto
incontornável e inevitável do indivíduo com os dados da existência,
confronto do qual resulta experiências de ansiedade na gestão da qual o

indivíduo pode utilizar estratégias variadas. A ansiedade resulta do


confronto com os dados da existência
Os dados da existência são:
Consciência da morte
Consciência da liberdade
Consciência da solidão
Consciência da falta de sentido
Modos de confronto da ansiedade que pode ser motivação ou frustação.
Pode gerar inautenticidade > negação da liberdade de escolha.
Ansiedade existencial x Ansiedade patológica
Psicologia Existencial: Logoterapia
Três princípios teóricos fundamentais: liberdade da vontade; o sentido
da vida e a vontade do sentido.
A falta de sentido pela vida, a desumanização e a despersonalização são
fenômenos da dimensão humana presentes
na sociedade moderna, que
conduziria a uma frustração existencial que levaria a gênese de uma neurose.
O fenômeno do sentido da vida transcende as necessidades básicas
humanas, tanto o conformismo – fazer o que todo mundo faz –
quanto o totalitarismo – fazer o que os outros querem que ele faça,
contribuem para o vazio existencial.
Precisamos do sentido da vida para suportar nossos sofrimentos e até
o maior deles.
Não somos reduzidos a busca pelo prazer ou pelo poder, porque assim
não encontramos sentido, mas na busca de sentido pela vida.
Psicologia Existencial: Logoterapia

Comunidade x Massificação

Precisamos da comunidade para ressaltar nossas individualidades e


crescermos sendo reconhecidos um pelo outro, precisamos um do
outro para encontrarmos sentido.
Porém, a massificação é perigosa: ela some com as diferenças e
singularidades, ela é fascista, ela traz o conformismo: o destino da
liberdade e da responsabilidade pessoal é driblado, e homens e
mulheres são despersonalizados ao máximo (tal como observou Frankl
nos campos de concentração).
Psicologia Existencial x Psicologia Humanista
A finalidade da intervenção > Psicologia experiencial > define-se pela
autodescoberta (conhecer-se e compreender-se).

A finalidade da intervenção > Psicologia existencial > define-se pela


construção mais autêntica e significativa da sua existência.
Enquanto o humanismo toma o ser humano como fim nele mesmo e
valor supremo, entendendo que deve buscar em si mesmo seus valores
e identificações, no existencialismo cada indivíduo está sempre se
projetando para fora de si mesmo para encontrar seu significado e
constituir sua existência, nunca tomando o ser humano como fim, pois
ele está sempre por se fazer a si mesmo.
Humanismo > 3ª força da Psicologia - EUA
Psicologia Humanista
A intervenção clínica humanista se ocupa em colocar o indivíduo como
centro da sua relação com a própria vida.
Todas as respostas estão dentro
do indivíduo - valorização da
condição humana.
Autoconhecimento
Abordagem centrada na pessoa - Carl Rogers : terapeuta como
facilitador - empático - libertação de sentimentos e emoções -
econtro - própria linguagem da pessoa - importância da sua visão de
mundo. Foco: encontrar suas escolhas, seguir dentro da vida que se
deseja > autorealização - crescimento individual a partir dos encontros
Fazer a vida fazer sentido para o indivíduo - valorização da experiência
de viver + compreensão positiva da vida

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