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INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA E PEDAGOGIA

11a CLASSE - 2023


Desenvolvimento do tema:
A EVOLUÇÃO DA CIÊNCIA PSICOLOGIA

Psicologia do Senso Comum

Quando utilizamos termos como “rapaz complexado”, “menina histérica”, “ficar


neurótico”, estamos usando termos definidos pela Psicologia Científica. Não nos
preocupamos em definir as palavras usadas e nem por isso deixamos de ser entendidos
pelo outro. Podemos até estar muito próximos do conceito científico mas, na maioria
das vezes, nem o sabemos. Esses são exemplos da apropriação que o senso comum faz
da ciência.

Psicologia Científica

Objecto específico, linguagem rigorosa, métodos e técnicas específicas, processo


cumulativo do conhecimento, objectividade fazem da ciência uma forma de
conhecimento que supera em muito o conhecimento espontâneo do senso comum. Esse
conjunto de características é o que permite que denominemos científico a um conjunto
de conhecimentos.

Conceito e História de Psicologia

A Psicologia entre os Gregos: os Primórdios

É entre os filósofos gregos que surge a primeira tentativa de sistematizar uma


Psicologia. O próprio termo psicologia vem do grego psyché, que significa alma, e de
logos, que significa razão. Portanto, etimologicamente, psicologia significa “estudo da
alma”. A alma ou espírito era concebida como a parte imaterial do ser humano e
abarcaria o pensamento, os sentimentos de amor e ódio, a irracionalidade, o desejo, a
sensação e a percepção.

Os filósofos pré-socráticos (assim chamados por antecederem Sócrates, filósofo grego)


preocupavam-se em definir a relação do homem com o mundo através da
percepção. Discutiam se o mundo existe porque o homem o vê ou se o homem vê um
mundo que já existe. Havia uma oposição entre os idealistas (a ideia forma o mundo) e
os materialistas (a matéria que forma o mundo já é dada para a percepção).
Mas é com Sócrates (469-399 a.C.) que a Psicologia na Antiguidade ganha
consistência. Sua principal preocupação era com o limite que separa o homem dos
animais (a racionalidade). Desta forma, postulava que a principal característica humana
era a razão. A razão permitia ao homem sobrepor-se aos instintos, que seriam a base da
irracionalidade.

O passo seguinte é dado por Platão (427-347 a.C.), discípulo de Sócrates. Esse filósofo
procurou definir um “lugar” para a razão no nosso próprio corpo. Definiu esse lugar
como sendo a cabeça, onde se encontra a alma do homem. A medula seria, portanto, o
elemento de ligação da alma com o corpo.

Aristóteles (384-322 a.C.), discípulo de Platão, foi um dos mais importantes pensadores
da história da Filosofia. Sua contribuição foi inovadora ao postular que alma e corpo
não podem ser dissociados. Para Aristóteles, a psyché seria o princípio activo da vida.
Tudo aquilo que cresce, se reproduz e se alimenta possui a sua psyché ou alma. Desta
forma, os vegetais, os animais e o homem teriam alma. Os vegetais teriam a alma
vegetativa, que se define pela função de alimentação e reprodução. Os animais teriam
essa alma e a alma sensitiva, que tem a função de percepção e movimento. E o homem
teria os dois níveis anteriores e a alma racional, que tem a função pensante.

A Psicologia no Império Romano e na Idade Média

Dois grandes filósofos representam esse período: Santo Agostinho (354-430) e São
Tomás de Aquino (1225-1274).

Santo Agostinho, inspirado em Platão, também fazia uma cisão entre alma e corpo.

Entretanto, para ele, a alma não era somente a sede da razão, mas a prova de uma
manifestação divina no homem. A alma era imortal por ser o elemento que liga o
homem a Deus. E, sendo a alma também a sede do pensamento, a Igreja passa a se
preocupar também com sua compreensão.

São Tomás de Aquino foi buscar em Aristóteles a distinção entre essência e existência.
Como o filósofo grego, considera que o homem, na sua essência, busca a perfeição
através de sua existência. Porém, introduzindo o ponto de vista religioso, ao contrário
de Aristóteles, afirma que somente Deus seria capaz de reunir a essência e a existência,
em termos de igualdade. Portanto, a busca de perfeição pelo homem seria a busca de
Deus.

A Psicologia no Renascimento

Pouco mais de 200 anos após a morte de São Tomás de Aquino, tem início uma época
de transformações radicais no mundo europeu. É o Renascimento ou Renascença.

Neste período, René Descartes (1596-1659), um dos filósofos que mais contribuiu para
o avanço da ciência, postula a separação entre mente (alma, espírito) e corpo, afirmando
que o homem possui uma substância material e uma substância pensante, e que o corpo,
desprovido do espírito, é apenas uma máquina. Esse dualismo (mente e corpo) torna
possível o estudo do corpo humano morto, o que era impensável nos séculos anteriores
(o corpo era considerado sagrado pela Igreja, por ser a sede da alma), e dessa forma
possibilita o avanço da Anatomia e da Fisiologia, que iria contribuir em muito para o
progresso da própria Psicologia.

A Origem da Psicologia Científica

No século XIX, destaca-se o papel da ciência, e seu avanço torna se necessário. O


crescimento da nova ordem económica, o capitalismo, traz consigo o processo de
industrialização, para o qual a ciência deveria dar respostas e soluções práticas no
campo da técnica. Há, então, um impulso muito grande para o desenvolvimento da
ciência, enquanto um sustentáculo da nova ordem económica e social, e dos problemas
colocados por ela.

É em meados do século XIX que os problemas e temas da Psicologia, até então


estudados exclusivamente pelos filósofos, passam a ser, também, investigados pela
Fisiologia e pela neurofisiológica em particular. Os avanços que atingiram também essa
área levaram à formulação de teorias sobre o sistema nervoso central, demonstrando que
o pensamento, as percepções e os sentimentos humanos eram produtos desse sistema.

Para se conhecer o psiquismo humano passa a ser necessário compreender os


mecanismos e o funcionamento da máquina de pensar do homem, seu cérebro. Assim, a
Psicologia começa a trilhar os caminhos da Fisiologia, Neuroanatomia e
Neurofisiologia.
A Neuroanatomia descobre que a actividade motora nem sempre está ligada à
consciência, por não estar necessariamente na dependência dos centros cerebrais
superiores. Por exemplo, quando alguém queima a mão em uma chapa quente, primeiro
tira-a da chapa para depois perceber o que aconteceu. Esse fenómeno chama-se reflexo,
e o estímulo que chega à medula espinhal, antes de chegar aos centros cerebrais
superiores, recebe uma ordem para a resposta, que é tirar a mão.

Outra contribuição muito importante nesses primórdios da Psicologia científica é a de


Wilhelm Wundt (1832-1926). Wundt cria na Universidade de Leipzig, na Alemanha, o
primeiro laboratório para realizar experimentos na área de Psicofisiologia. Por esse fato
e por sua extensa produção teórica na área, ele é considerado o pai da Psicologia
moderna ou científica.

Wundt desenvolve a concepção do paralelismo psicofísico, segundo a qual aos


fenómenos mentais correspondem fenómenos orgânicos. Por exemplo, uma estimulação
física, como uma picada de agulha na pele de um indivíduo, teria uma correspondência
na mente deste indivíduo. Para explorar a mente ou consciência do indivíduo, Wundt
cria um método que denomina introspeccionismo. Nesse método, o experimentador
pergunta ao sujeito, especialmente treinado para a auto-observação, os caminhos
percorridos no seu interior por uma estimulação sensorial (a picada da agulha, por
exemplo).

A Psicologia Científica

O berço da Psicologia moderna foi a Alemanha no final do século XIX.

O nascimento da Psicologia como disciplina autónoma só vai ocorrer a partir de 1879,


com a criação por Wundt o primeiro laboratório exclusivamente dedicado aos estudos
psíquicos. Assim, ela passa a ser considerada ciência, pelo facto dos cientistas a ela se
dedicarem experimentalmente. Seu status de ciência é obtido à medida que se “liberta”
da Filosofia, que marcou sua história até aqui, e atrai novos estudiosos e pesquisadores,
que, sob os novos padrões de produção de conhecimento, passam a:

• Definir seu objecto de estudo (o comportamento, a vida psíquica, a consciência);

• Delimitar seu campo de estudo, diferenciando-o de outras áreas de conhecimento,


como a Filosofia e a Fisiologia;
• Formular métodos de estudo desse objecto;

• Formular teorias enquanto um corpo consistente de conhecimentos na área.

Essas teorias devem obedecer aos critérios básicos da metodologia científica, isto é,
deve-se buscar a neutralidade do conhecimento científico, os dados devem ser passíveis
de comprovação, e o conhecimento deve ser cumulativo e servir de ponto de partida
para outros experimentos e pesquisas na área.

Embora a Psicologia científica tenha nascido na Alemanha, é nos Estados Unidos que
ela encontra campo para um rápido crescimento, resultado do grande avanço económico
que colocou os Estados Unidos na vanguarda do sistema capitalista. É ali que surgem as
primeiras abordagens ou escolas em Psicologia, as quais deram origem às inúmeras
teorias que existem actualmente.

Essas abordagens são: o Funcionalismo, de William James (1842-1910), o


Estruturalismo, de Edward Titchner (1867-1927) e o Associacionismo, de Edward L.
Thorndike (1874-1949).

Para a escola funcionalista de W. James, importa responder “o que fazem os homens” e


“por que o fazem”. Para responder a isto, W. James elege a consciência como o centro
de suas preocupações e busca a compreensão de seu funcionamento, na medida em que
o homem a usa para adaptar-se ao meio.

O Estruturalismo está preocupado com a compreensão do mesmo fenómeno que o


Funcionalismo: a consciência. Mas, diferentemente de W. James, Titchner irá estudá-la
em seus aspectos estruturais, isto é, os estados elementares da consciência como
estruturas do sistema nervoso central.

O principal representante do Associacionismo é Edward L. Thorndike, e sua


importância está em ter sido o pioneiro da primeira teoria de aprendizagem na
Psicologia. Sua produção de conhecimentos pautava-se por uma visão de utilidade deste
conhecimento, muito mais do que por questões filosóficas que perpassam a Psicologia.

O termo associacionismo origina-se da concepção de que a aprendizagem se dá por um


processo de associação das ideias, das mais simples às mais complexas. Assim, para
aprender um conteúdo complexo, a pessoa precisaria primeiro aprender as ideias mais
simples, que estariam associadas àquele conteúdo.

As Principais Teorias da Psicologia no Século XX

Essa Psicologia científica, que se constituiu de três escolas, Associacionismo,


Estruturalismo e Funcionalismo, foi substituída, no século XX, por novas teorias.

As três mais importantes tendências teóricas da Psicologia neste século são


consideradas por inúmeros autores como sendo o Behaviorismo ou Teoria (S-R) (do
inglês Stimuli-Respond — Estímulo-Resposta), a Gestalt e a Psicanálise.

• O Behaviorismo, que nasce com Watson e tem um desenvolvimento grande nos


Estados Unidos, em função de suas aplicações e práticas, tornou-se importante por ter
definido o facto psicológico, de modo concreto, a partir da noção de comportamento
(behavior).

• A Gestalt, que tem seu berço na Europa, surge como uma negação da fragmentação
das acções e processos humanos, realizada pelas tendências da Psicologia científica do
século XIX, postulando a necessidade de se compreender o homem como uma
totalidade. A Gestalt é a tendência teórica mais ligada à Filosofia.

• A Psicanálise, que nasce com Freud, na Áustria, a partir da prática médica, recupera
para a Psicologia a importância da afectividade e postula o inconsciente como objecto
de estudo, quebrando a tradição da Psicologia como ciência da consciência e da razão.

Objecto de Estudo

A psicologia tem um campo muito vasto e trata questões fascinantes para todos aqueles
que desejam uma melhor compreensão sobre si mesmo e seus semelhantes. Porém, ela
se restringe no estudo do comportamento e processos mentais (processos psíquicos).

Ramos principais do estudo da Psicologia

A psicologia como as outras ciências, ela é um campo de estudo que contêm


internamente vastas áreas ou ramos de estudo. Embora existe várias áreas de estudos,
podemos encontrar as chamadas principais, que são:
Psicologia de Desenvolvimento Humano

Esta área de conhecimento da psicologia que estuda o desenvolvimento do ser humano


em todos os seus aspectos: físico-motores, intelectual, afectivo emocional e social,
desde o nascimento até a idade adulta, isto é, a idade em que todos estes aspectos
atingem o seu mais completo grau de maturidade e estabilidade.

O desenvolvimento humano refere-se ao desenvolvimento mental e ao crescimento


orgânico. O desenvolvimento mental é uma construção contínua, que se caracteriza pelo
aparecimento gradativo de estruturas mentais. Estas são formas de organização da
actividade mental que se vão aperfeiçoando e solidificando até o momento em que todas
elas, estando plenamente desenvolvidas, caracterizarão um estado de equilíbrio superior
quanto aos aspectos da inteligência, vida afectiva e relações sociais.

Psicologia de Aprendizagem

Para a Psicologia, o conceito de aprendizagem não é tão simples assim. Há diversas


possibilidades de aprendizagem, ou seja, há diversos factores que nos levam a
apresentar um comportamento que anteriormente não apresentávamos, como o
crescimento físico, descobertas, tentativas e erros, ensino etc. E, assim, a Psicologia
transforma a aprendizagem em um processo a ser investigado.

Psicologia Social

Psicologia social é a área da Psicologia que procura estudar a interacção social.

Psicologia social é o estudo das manifestações comportamentais suscitadas pela


interacção de uma pessoa com outras pessoas, ou pela mera expectativa de tal
interacção.

A interacção social, a interdependência entre os indivíduos, o encontro social são os


objectos investigados por essa área da Psicologia.

O Papel da Psicologia

Dizer que a psicologia é uma ciência significa que ela é regida pelas mesmas leis do
método científico as quais regem as outras ciências: ela busca um conhecimento
objectivo, baseado em fatos empíricos. Por isso, “o seu papel varia da área que ela
discute”.

Pelo seu objecto de estudo, a psicologia desempenha o papel de elo entre as ciências
sociais, como a sociologia e a antropologia, as ciências naturais, como a biologia, e
áreas científicas mais recentes como as ciências cognitivas e as ciências da saúde.
Entretanto, a psicologia ocupa-se na discussão da actividade observável (de forma
interna ou externa) dos organismos na sua busca de adaptação ao meio em que vivem e
as diferentes maneiras de como a mente humana funciona - pensar, planificar, tirar
conclusões, fantasiar e sonhar. Daí que irá nos favorecer vários mecanismos para a
resolução de diversos problemas sociais na perspectiva de conhecer o sujeito, identificar
o problema, traçar estratégias e aplicar.

A inserção da psicologia na sociedade é fundamental para entender como o ser humano


constrói sua história, quais são as suas expectativas para o futuro, qual a sua relação
com o passado, e o que ele esta vivenciando e construindo no presente. A actuação do
psicólogo na sociedade hoje em dia é fundamental para que as pessoas possam entender
um pouco sobre si mesmas. A procura pela ajuda de um profissional na área da
psicologia não denota que ela está em algum estado de loucura, essa visão de insanidade
somente por procurar um psicólogo é errónea e não tem nenhuma veracidade científica.

Métodos de estudo da Psicologia

Método Experimental

É considerado o único método científico em que é possível estabelecer-se uma relação


de casualidade entre variáveis ou fenómenos. Em termos gerais, uma experiência é um
arranjo de condições, procedimentos e equipamentos com o objectivo de se avaliar uma
hipótese e mantendo sobre controlo todos os restantes factores.

Método de Introspectivo

Consiste na análise da introspecção laboratorialmente controlada de estados de


consciência, sobretudo sensações com objectivo de descobrir a sua estrutura. Podemos
dividi-lo em três momentos: 1- Uma pessoa observa os seus estados de consciência,
Auto observa-se; 2- Essa pessoa descreve ou relata o que se passa na sua mente; 3- O
psicólogo regista, anota o que é descrito, analisa e interpreta o relato.

Método Clínico

Emprega diferentes técnicas e estratégias metodológicas, facto que a torna difícil


definir, para além de estar interessada em questões tão diferentes que afectam a saúde e
doença mentais das crianças e adultas.

Em todo o caso, método clínico atinge sua autonomia por:

1. Apoiar-se essencialmente em técnicas clínicas, embora ocasionalmente


use outras estratégias;

2. Centrar-se em casos individuais, o que se circunscreve na perspectiva


ideográfica, não forçosamente oposta à busca de um conhecimento de
tipo geral.

3. Ocupar-se do terreno clínico, buscando realizar diagnósticos pessoais, o


que nem sempre implica um substrato patológico do qual se deriva que
nem sempre que um indivíduo vai a terapia é porque esteja queixoso de
algum transtorno psicológico podendo também realizar psico-
diagnósticos para investigar os interesses vocacionais de um sujeito (por
exemplo, se alguém é idóneo para um curso técnico ou humanístico) ou
para distinguir uma pessoa sã mentalmente de outra que não o esteja.

Método Psicanalítico

Começou por ser um método terapêutico e tornou-se também um método de


investigação. É constituído por duas técnicas, a livre associação de ideias e a
interpretação dos sonhos – e por dois processos (a resistência e a transferência). O seu
objectivo é trazer á consciência impulsos e desejos que supostamente estão na origem
dos sintomas que fazem sofrer o paciente. A causa é quase sempre um trauma ou um
problema infantil que foi mal resolvido (recalcado). O paciente deve confrontar-se de
novo com esse acontecimento para que este perca a sua força e intensidade.
Caracterização dos Fenómenos Psíquicos

Sensação – Termo que designa a captação de um estímulo sensorial. A Psicologia tem


usado esta definição afirmando que o brilho, a cor, o calor ou o sabor são sensações que
se distinguem da percepção, entendida como interpretação dos estímulos.

Percepções – Organização das informações transmitidas pelas sensações que permite


conhecer a realidade.

Imaginação – Capacidade que, a partir de experiências e de imagens do nosso passado,


permite-nos a construção de novas imagens (criatividade).

Pensamento – É o produto mental que surge mediante actividades racionais do intelecto


ou por abstracções da imaginação, ou seja, é a capacidade de compreender, formar
conceitos e organizá-lo.

Linguagem – Considera-se a linguagem como o conjunto da língua (hábitos


linguísticos que permitem a comunicação) e da fala. É pela linguagem escrita ou oral,
pela utilização da palavra com sentido, que adquirimos e desenvolvemos conhecimentos
ou ainda pela linguagem mímica ou gestual.

Memória – Coincide com a recordação consciente de eventos únicos do passado, sendo


que essa capacidade implica em dois factores a formação da imagem do evento e uma
crença de que a imagem refere-se a algo que ocorreu no passado.

Emoções – Reacção intensa acompanhada de manifestações fisiológicas e psicológicas,


ou seja, é um estado mental subjectivo associado a uma ampla variedade de
sentimentos, comportamentos e pensamentos.

Sentimentos – são informações que os seres biológicos são capazes de sentir nas
situações que vivenciam. Por outro lado, é a emoção filtrada através dos centros
cognitivos do cérebro, especificamente o lobo frontal, produzindo uma mudança
fisiológica em acréscimo à mudança psicofisiológica. É uma consequência da emoção
com características mais duráveis.

Vontade – Capacidade de proceder a uma escolha livre, consciente.


Atenção – Acréscimo de actividade intelectual que corresponde à concentração
voluntária ou involuntária sobre um determinado objecto ou conjunto de objectos.

Habilidades – são mecanismos do cérebro ou mentais que estão relacionados com


processos de aprendizagem e de memorização de informações. Habilidade está
intimamente relacionado com aptidão para cumprir uma tarefa específica com um
determinado nível de destreza.

Aptidão – Teste cujo objectivo é o de verificar a capacidade de realização de tarefas ou,


simplesmente verificar capacidades como a (inteligência).

Atitudes – É uma tendência para responder a um objecto social (situação, pessoa,


acontecimento) de modo favorável ou desfavorável, ou seja, é uma predisposição, uma
tendência relativamente estável para uma pessoa se comportar de determinada maneira,
uma tomada de posição intencional face a algum propósito.

Temperamento - Conjunto de características biológicas e psicológicas de um indivíduo


que contribuem para moldar o seu carácter e a sua personalidade.

Carácter – Sinal identificador da natureza de um indivíduo, ou seja, manifestação de


características observáveis nos seres vivos que resultaram da sua interacção com o meio
ambiente.

Desenvolvimento Psíquico na Ontogénese

O desenvolvimento humano se estabelece através da interacção do indivíduo com o


ambiente físico e social. Se caracteriza pelo desenvolvimento mental e pelo crescimento
orgânico. O desenvolvimento mental se constrói continuamente e se constitui pelo
aparecimento gradativo de estruturas mentais. As estruturas mentais são formas de
organização da actividade mental que vão se aperfeiçoando e se solidificando, até o
momento em que todas elas, estando plenamente desenvolvidas, caracterizarão um
estado de equilíbrio superior em relação à inteligência, à vida afectiva e às relações
sociais.

Cada fase do desenvolvimento humano: pré-natal, infância, adolescência, maturidade e


senescência; apresentam características que as identificam e permitem o seu
reconhecimento. No entanto, o desenvolvimento humano é influenciado por diversos
factores: Hereditariedade, Crescimento Orgânico, Maturação Neurofisiológica e Meio
Ambiente.

Características Psicológicas da Criança

Pré-natal (Zigoto, 0 a 9 meses):

 União do óvulo e espermatozóide;


 Mudanças embrionárias com crescimento do organismo;
 Possibilidade de riscos externos;
 Após 7 meses tem oportunidade de sobreviver se nascer prematuramente
(ganhos aumentam com a idade).

Neonatal e/ou 1a Infância (Nascimento até aos 15 meses):

 Neonato é receptivo, inicia no 1o dia de vida a aprendizagem;


 Diferenças individuais marcam todos os aspectos da aparência e do
comportamento.
 Quantidade e qualidade do cuidado materno são estimulantes para o crescimento
e desenvolvimento do sistema comportamental;
 Grande crescimento psicomotor e cognitivo durante 12 a 15 meses.
 A criança entre os 15o e 30o mês, já está pronta para a exploração autónoma de
muitos aspectos do ambiente: pessoas, objectos, situações e relacionamentos;
 Surgem muitos novos significados e descobre novas maneiras para a
representação da realidade;
 Pode ser período de muitas frustrações, se suas explorações forem cortadas com
muita frequência e pressões indevidas sobre controles comportamentais forem
usados;
 Mostra forte preferência pela mãe, salvo se alguma outra pessoa souber como
satisfazer melhor sua gama de necessidades fisiológica, emocionais e sociais;
 Sua autopercepção aumenta, descobre sua mente e quer impô-la, demonstrando
resistência activa;
 Demonstra poder directivo e traços de personalidade nas estratégias de
ajustamento;
 É importante o molde de experiências formativas.
 É marcada por muitos desenvolvimentos e pela aquisição de novas habilidades e
perícias;
 Algumas tarefas precisam ser executadas com perfeito domínio;
 Ingestão de sólidos;
 Controlo físico;
 Entendimento da comunicação;
 Controlo esfincteriano.

Segunda Infância (2 a 6 anos):

 Crescimento fisiológico se desacelera e adquire prática em aplicar suas


habilidades sensório-motoras;
 Actividade lúdica se diversifica, usa a linguagem para identificar objectos e
actividades e também para o simbolismo;
 Através da fantasia cria e resolve muitos problemas;
 Surgem emoções autocentradas, como: vergonha, respeito, remorso, culpa e
hostilidade;
 Explosões de temperamento: medo, ciúme, inveja;
 Até 10 anos os temores aumentam, situações associadas a ruído, falta de
segurança, animais, fantasmas dão origem a sustos e lágrimas;
 Progresso no desenvolvimento da fala;
 Aumenta a compreensão e o vocabulário;
 Grande aumento da curiosidade;
 Com o surgimento da autopercepção ela quer ser ela mesma e ao mesmo tempo
precisa da atenção, afeição e aprovação dos familiares.

Término da 2aInfância (6 a 10-12 anos):

 Marca o final da meninice e antecipa as mudanças da adolescência que estão por


vir;
 O que aprende neste período depende de seu interesse;
 A pré-adolescência é uma época de companheirismo entre os de sua idade,
maturidade e status;
 Tipificação sexual é avançada por um grupo homogéneo e pela companhia do
pai ou da mãe (conforme o sexo);
 Associação intima com os membros do mesmo sexo fortalece a identidade
sexual da criança;
 Período de preparação para enfrentar as tarefas de crescimento puberal e
adolescente;
 Informações relacionadas ao sexo e instrução moral contribuem para o
ajustamento para um estilo de vida e uma adolescência sadia.

Desenvolvimento puberal (12 a 15-16 anos):

 1a fase da adolescência: torna-se evidente a maturação sexual;


 Ocorrem alterações na voz, mama, testículos, pénis, pêlos, menstruação
ejaculação;
 Maturação sexual em seus aspectos fisiológicos;
 Aumento da autopercepção social, emocional e sexual começam mudanças nos
sentimentos eatitudes, marcados por incertezas e ambiguidade;
 Frequentemente ocorrem agitações emocionais e perturbações psicossomáticas;
 Conflitos e dificuldades pessoais intensos resultam em fuga da situação real,
pode ocorrer compensação por meio de fantasia, sexo, álcool, fumo e outras
drogas;
 Auto-regulação e reorganização interna de metas e aspirações que surgem na
puberdade muitas vezes continuam nos anos da adolescência.

Adolescência (16 a 18-22 anos):

 Período de conflitos;
 Psicologicamente gera ansiedade pelas mudanças;
 Necessidade de socialização;
 Desenvolvimento de independência (autonomia);
 Auto-imagem;
 Comportamento sexual;
 Diferenças sexuais;
 Mudanças de valores;
 Relações sexuais entre adolescentes;
 Diferentes atitudes e comportamentos sexuais;
 Riscos de gravidez;
 Drogas;
 Gangs e turmas;
 Aceitação e rejeição social;
 Ajustamento tardio;
 Busca desenfreada de identidade.

Estágios de desenvolvimento humano segundo Jean Piaget

Este autor divide os períodos do desenvolvimento de acordo com o aparecimento de


novas qualidades do pensamento.

Período sensório-motor (0 a 2 anos)

 O bebé de 0 a 2 meses conhece o mundo através dos sentidos (paladar, visão,


tacto, audição e olfacto) e do movimento;
 Do 2o ao 24o mês, o bebé passa por mais cinco fases que vão do comportamento
reflexivo, denominado relações circulares primárias, á de sinais de um sistema
de representação interno chamado invenção de novos métodos através de
combinação mental.

Período pré-operatório (2 a 7 anos)

 Dos 2 aos 4 anos, aumenta a representação verbal, mas a fala é egocêntrica;


 Aos três anos focaliza a atenção sobre um aspecto porém, as vez não consegue
argumentar;
 Dos 4 aos 7 anos, a comunicação verbal torna-se mais social e menos
egocêntrica;
 Não tem noção clara da realidade nem é capaz de ser coerente ou perceber
contradições, ainda não consegue discernir o certo do errado.
 Não entende regras complexas, mas é capaz de obedecer aos mais velhos,
seguindo regras simples como “pode” e “não pode”.

Período operatório-concreto (7 a 11 anos)

 A criança defende o seu ponto de vista mas tem dificuldades em entender


diferentes pontos de vista e chegar a uma conclusão;
 Consegue se concentrar nas actividades e compreender regras sociais e de jogos;
 É capaz de realizar tarefas múltiplas e de classificação, ordenar objectos em
sequência, lógica e compreender o princípio de conversão. É capaz de resolver
problemas concretos.

Período operatório formal (11 a 15 anos)

 Nesta fase o pensamento é mais abstracto, incorpora os princípios da lógica


formal, manipula ideias e constrói teorias, discute assuntos polémicos, entende
propósitos e contras, e consegue chegar a uma conclusão.
 Ao atingir esta fase, o indivíduo adquire a sua forma final de equilíbrio ou seja,
ele consegue alcançar o padrão intelectual que persistirá durante a idade adulta,
isso não quer dizer que ocorra uma estagnação das funções cognitivas, a partir
do desenvolvimento adquirido na adolescência, mas sim, seu desenvolvimento
posterior consistirá numa ampliação de conhecimento tanto em extensão como
em profundidade, mas não na aquisição de novos modos de funcionamento
mental. Neste estágio, ou indivíduo pode pensar em termos abstractos e a lidar
com situações hipotéticas. No aspecto afectivo, o adolescente vive conflitos.

Exercícios

Lê com atenção as questões que seguem e responde com clareza.

1. Usamos o termo psicologia, no nosso quotidiano, com vários sentidos. Por exemplo,
quando falamos do poder de persuasão do vendedor, dizemos que ele usa de
“psicologia” para vender seu produto; quando nos referimos à jovem estudante que usa
seu poder de sedução para atrair o rapaz, falamos que ela usa de “psicologia”.

a) Do seu ponto de vista, indique a distinção e a convergência da Psicologia do Senso


Comum e Psicologia Científica.

b) Psicologia é uma ciência que estuda o comportamento e os processos psíquicos.


Comenta.
2. Aristóteles (384-322 a.C), discípulo de Platão, afirmou que tudo aquilo que cresce, se
reproduz e se alimenta possui a sua psyché ou alma. Desta forma, os vegetais, os
animais e o homem teriam alma.

a) O que pretendia dizer com essas palavras o Aristóteles?

3. Atenção consiste na reacção intensa acompanhada de manifestações fisiológicas e


psicológicas, ou seja, é um estado mental subjectivo associado a uma ampla variedade
de sentimentos, comportamentos e pensamentos. Comenta.

Trabalhos de pesquisas

1o Grupo – A Pedagogia como Ciência: Analisar e descrever o surgimento da


Pedagogia como ciência.

2o Grupo – Breve Resenha Histórica da Pedagogia: Descrever a história da


Pedagogia.

3o Grupo – Objecto de Estudo da Pedagogia: Identificar e descrever o objecto de


estudo da Pedagogia.

4o Grupo – Ramos de Estudo da Pedagogia e seus Objectivos: Identificar e descrever


os ramos e objectivos da Pedagogia.

5o Grupo – O Papel da Pedagogia e Métodos de estudo da Pedagogia: Descrever a


importância do estudo da Pedagogia e identificar os métodos de estudo da Pedagogia.

6o Grupo – Educação como Fenómeno e Processo Social: Descrever caracterizando a


Educação como fenómeno e processo social.

7o Grupo – Tipos de Educação (Formal, Não-formal e Informal):Comparar os tipos


da Educação; Distinguir e relacionar os vários tipos de Educação de acordo com as suas
características.

8o Grupo– Influência dos Agentes de Socialização: família, grupo de coetâneos,


comunidade, escola, grupos sociais (organizações religiosas, juvenis, desportivas,
culturais), meios de comunicação de massas e sociedade no desenvolvimento do
aluno: Explicar o papel dos agentes de socialização; Distinguir e relacionar os factores
que influenciam o desenvolvimento do aluno.

9o Grupo - A Educação como um Processo Formador Multifacético de Valores,


Atitudes e Convicções Morais e Patrióticos: Caracterizar a educação como um
processo formador multifacético de valores, atitudes e convicções morais e patrióticas.

Referência Bibliográfica
BOCK, Ana Mercês Bahia. Psicologias: Uma Introdução ao Estudo da Psicologia. 13a
Ed. Editora Saraiva. São Paulo, 2001.

LEONTIEV.Desenvolvimento Psíquico. col horizonte universitário, horizonte. 1978.

MESQUITA, Raúl & DUARTE, Fernanda.Dicionário de Psicologia. 1a Ed. Plátano


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