Você está na página 1de 15

1

Índice
Introdução...................................................................................................................................................2
Objectivo geral............................................................................................................................................3
 Estudar o Historial do surgimento da psicologia..................................................................................3
Objectivos específicos.................................................................................................................................3
 Descrever a história do surgimento da psicologia;...............................................................................3
Etimologia e conceito da Psicologia........................................................................................................4
Historial da psicologia.............................................................................................................................4
Evolução da Ciência Psicológica.............................................................................................................4
Fase filosófica......................................................................................................................................4
Fase pré-científica (psicologia empírica).............................................................................................5
Fase científica......................................................................................................................................5
O Pensamento Psicológico Antes e Depois do Século XVIII..................................................................5
Os primórdios da Psicologia Científica...............................................................................................5
A Psicologia no Império Romano............................................................................................................7
A Psicologia no Renascimento................................................................................................................8
Consequências para a Psicologia.............................................................................................................9
Psicologia do senso comum...................................................................................................................11
Psicologia científica...............................................................................................................................12
As Primeiras Abordagens Teóricas da Psicologia..................................................................................12
O Funcionalismo (Escola funcionalista)............................................................................................12
O Estruturalismo (Escola estruturalista)............................................................................................13
O Associacionismo............................................................................................................................13
Conclusão..................................................................................................................................................14
Referência bibliográfica............................................................................................................................15
2

Introdução
O presente trabalho é de carácter científico e surge no contexto da cadeira de Psicologia Geral, e
tem como tema História da Psicologia. Abordar-se-ão aspectos relativos ao tema não de uma
forma geral.
O presente trabalho, pretende ser um instrumento de ensino, prático utilitário para melhor
compreensão dos factos de Historial da promoção de saúde e as políticas nacionais de saúde. O
tema aqui abordado contém informações complementares sobre o tema em questão de uma
forma resumida, que irá ajudar-nos a compreender os conteúdos e esclarecer as dúvidas sobre o
mesmo.
A Psicologia existe há muito tempo, desde a época grega, de onde vêm as palavras “psyché” que
quer dizer alma e “logo” que significa estudo. No decorrer do séc. XVII, Descartes, filósofo
francês, apresentou a ideia de dualismo na qual admite que o corpo e a alma sejam duas
entidades que interagem para formar o que chamamos de “experiência humana”. Foi a partir
deste momento que a Psicologia foi separada da filosofia.
3

Objectivo geral
 Estudar o Historial do surgimento da psicologia
Objectivos específicos
 Descrever a história do surgimento da psicologia;
 Descrever a Psicologia antes e depois do século XVIII;
 Falar da psicologia do senso comum e da Psicologia científica;

0.2. Metodologia
Para alcançar os objectivos traçados neste trabalho recorreu-se ao método de observação
indirecta, o qual consistiu na consulta de diversas obras bibliográficas, artigos científicos e
correlacionou-se a informação que diz respeito ao tema em estudo, em seguida, usou-se o
método analítico que consistiu na análise de informação com respectiva compilação com base
nas obras que serão referenciadas no final do mesmo.
Recolhida e compilada a informação, o presente trabalho dentro da sua abordagem, apresenta
três fases: na primeira fase o historial do surgimento da psicologia, na segunda fase caracteriza a
psicologia antes e depois do século XVIII, na terceira fase, o trabalho explica a psicologia do
senso comum e a psicologia científica.
4

Etimologia e conceito da Psicologia


Segundo Chicote et al. (2007):
O termo Psicologia é de origem greco-latino, e etimologicamente pode traduzir-se no
seguinte: psiychè = alma; logia=logos=estudo ou ciência. Assim, a palavra Psicologia
significa estudo da alma ou ciência da alma, ciência que estuda as ideias, sentimentos, e
determinações cujo conjunto constitui o espírito humano. Esta definição permaneceu até
aos meados do séc. XIX devido ao seu desenvolvimento `condicionado´ com a Filosofia.
Como uma ciência autónoma com um objecto de estudo e métodos próprios de
investigação, ela é definida como ciência que estuda o comportamento do homem e dos
outros animais. (p.10)

Historial da psicologia
De acordo com Okumo (s/d):
A Psicologia existe há muito tempo, desde a época grega. No decorrer do séc. XVII,
Descartes, filósofo francês, apresentou a ideia de dualismo na qual admite que o corpo e a
alma sejam duas entidades que interagem para formar o que chamamos de “experiência
humana”. Foi a partir deste momento que a Psicologia foi separada da filosofia. Como
disciplina independente, a Psicologia começa a usar o método de inquérito científico para
investigar e encontrar conclusões sobre os seres humanos, sobretudo no que diz respeito
aos seus ideais e comportamentos. ( p.11)

Evolução da Ciência Psicológica


Os Grandes Períodos de Evolução da Psicologia
Segundo Chicote et al., (2007, p.17) pode-se considerar três grandes períodos/fases da evolução
da psicologia:

Fase filosófica
É a fase relacionada com a Ética e a Filosofia. Compreendia o estudo da natureza dos reflexos da
mente e da alma. Era um saber especulativo, de carácter racional. Os filósofos explicavam os
fenómenos da natureza (formação de cosmos e origem do próprio Homem) de forma mitológica.
O saber psicológico estava envolto à vasta área do conhecimento filosófico, portanto,
classificado como especulativo, por não poder provar suas conclusões.
5

Fase pré-científica (psicologia empírica)


Dedicava-se ao estudo dos factos psíquicos que eram interpretados com base na experiência do
dia-a-dia, isto é, do quotidiano vivido. É nesta fase que se abre o caminho para a cientificidade
da psicologia. A interpretação e consequente conhecimento dos fenómenos psíquicos eram
fundamentados, em parte pelo saber filosófico, influenciado pela experiência quotidiana (social e
reflexão sistemática) dos cientistas.

Fase científica
Estudava os fenómenos e processos psíquicos, descrevia-os, explicava e estabelecia as relações
causa-efeito. Nesta fase a psicologia torna-se ciência autónoma: define o seu objecto de estudo,
métodos e técnicas próprias, leis e princípios que regem o estudo da psicologia, utiliza uma
linguagem rigorosa e determina os seus objectivos e finalidades.

O Pensamento Psicológico Antes e Depois do Século XVIII

Os primórdios da Psicologia Científica


É entre os filósofos gregos que surge a primeira tentativa de sistematizar uma psicologia,
homens como, Sócrates, Platão, Hipócrates e Aristóteles dedicavam-se a compreender o
espírito empreendedor do conquistador grego, ou seja, a Filosofia começou a especular o
Homem e a sua interioridade. (Chicote et al., 2007, p. 17)
Os filósofos pré-socráticos (assim chamados por antecederem Sócrates, filósofo grego)
preocupavam-se em definir a relação do homem com o mundo através da percepção.
Discutiam se o mundo existe porque o homem o vê ou se o homem vê um mundo que já
existe. Havia uma oposição entre os idealistas (a ideia forma o mundo) e os materialistas
(a matéria que forma o mundo já é dada para a percepção) (Bock et al., 1999)

Sócrates (496-399 a.C.): Com ele a Psicologia na antiguidade ganha consistência: segundo
Sócrates o que distingue o Homem do animal é a RAZÃO porque permite ao Homem de
sobrepor-se aos instintos, que seriam a base da irracionalidade, definindo a razão como essência
e peculiaridade do Homem, Sócrates abre um caminho que será explorado pela Psicologia: fruto
desta reflexão são por exemplo, as Teorias da consciência que de certa forma são resultado desta
sistematização na Filosofia. (Chicote, et al., 2007, p.18)
6

Platão (427-347 a.C.): Discípulo de Sócrates, procurou definir um «lugar» para a razão no nosso
corpo (cabeça), onde se encontra a ALMA do Homem. A medula será o elemento de ligação da
alma com o corpo – este elemento era necessário porque Platão concebia a alma separa do corpo
(dualismo). Quando alguém morria a matéria (corpo) desaparecia, mas a alma ficava livre para
ocupar outro corpo (reincarnação). (Chicote, et al., 2007, p.18)

Hipócrates e a Teoria dos Humores (496-361 a.C.): Uma análise mais acurada das diferenças
individuais, estreitamente ligadas a uma reflexão mais sistemática na relação mente-corpo, foi
feita com Hipócrates de Cosmes. (Chicote, et al., 2007,p. 18)
Segundo Chicote, et al.,( 2007):
Hipócrates defende que existem 4 humores no corpo humano: o sangue, a fleuma, a bílis
amarela e a bílis preta. Segundo a prevalência de cada um destes elementos sobre o
outro a pessoa desenvolverá um certo temperamento que poderá ser respectivamente:
sanguíneo, fleumático, colérico e melancólico e também vários tipos de predisposições à
doença. O Homem é «são» quando estes humores estão «reciprocamente bem temperados
por propriedade e quantidade» e a mistura é completa. Contrariamente a isto o Homem é
doente quando existe excesso ou defeito destes elementos. (p.19)
Mais importantes ainda foram os seus estudos neurológicos. Numa das suas obras afirma
que o cérebro é o órgão mais potente do corpo e que os órgãos de sentido actuam em base
à sua capacidade de discernimento. Ainda nesta obra Hipócrates descreve os delírios e
alucinações e afirma a dependência de anomalias das faculdades intelectuais dos traumas
cranianos. Com estas afirmações, Hipócrates põe em relevo uma concepção que se
afirmou no pensamento grego, isto é, que o Homem é parte da natureza e pode ser
estudado com os métodos da ciência natural. Esta concepção encontrou a sua expressão
mais forte em Aristóteles. (Chicote, et al., 2007,p. 19)

Aristóteles (384-322 a.C): discípulo de Platão, foi um dos mais importantes pensadores
da história da Filosofia. Sua contribuição foi inovadora ao postular que alma e corpo não
podem ser dissociados. Para Aristóteles, a psyché seria o princípio activo da vida. Tudo
aquilo que cresce, se reproduz e se alimenta possui a sua psyché ou alma. Desta forma, os
vegetais, os animais e o homem teriam alma. Os vegetais teriam a alma vegetativa, que se
7

define pela função de alimentação e reprodução. Os animais teriam essa alma e a alma
sensitiva, que tem a função de percepção e movimento. E o homem teria os dois níveis
anteriores e a alma racional, que tem a função pensante. Esse filósofo chegou a estudar as
diferenças entre a razão, a percepção e as sensações. (Bock, 1999)
Segundo Chicote, et al.,( 2007), 2300 anos antes do advento da Psicologia Científica, os gregos
já haviam formulado duas “Teorias”: Platónica – que postulava a imortalidade da alma e a
concebia separada do corpo, e a Aristotélica – que afirmava a mortalidade da alma e a sua
relação de pertencimento ao corpo.

A Psicologia no Império Romano


Segundo Chicote, et al.,( 2007)
O império romano nasce às véspera da era cristã, domina parte da Grécia, Europa e do
Oriente Médio Característica deste período é o advento do cristianismo. Força religiosa
que passa à força política dominante que não obstante as invasões barbarias de 400 d.C.,
que levam à degradação territorial e económica, o cristianismo sobrevive e até se
fortalece, tornando-se a religião principal da Idade Média, período que então se iniciara:
Falar da psicologia neste período é relacionada ao conhecimento religioso, o qual
dominando o poder económico e político monopolizava também o saber e,
consequentemente o estudo do psiquismo. (p.19)
Segundo Bock (1999), dois grandes filósofos representam esse período: Santo Agostinho (354-
430) e São Tomás de Aquino (1225-1274).
Santo Agostinho (354-430 d.C.) Inspirado em Platão faz cisão entre corpo e alma, a diferença
para ele é que a alma, não é somente a sede da razão mas também a prova de uma manifestação
divina no Homem. A alma era imortal por ser o elemento que liga o Homem à Deus e sendo a
alma também a sede do pensamento a Igreja passa a se preocupar também com a sua
compreensão. Santo Agostinho postula a famosa epístola: ”conhece-te, aceita-te, supera-te”
(Chicote, et al., 2007, p. 19)

São Tomás de Aquino (1225-1274) Vive num período que preanuncia a ruptura da
Igreja católica, o advento do protestantismo – época que prepara a transição para o
capitalismo, com a revolução francesa e a revolução industrial na Inglaterra. Perante esta
crise social e económica a Igreja devia encontrar novas justificações em relação ao
8

conhecimento como a relação com Deus e o Homem. São Tomas de Aquino foi buscar
em Aristóteles a distinção entre essência e existência – como Aristóteles, ele considera
que o Homem, na sua essência, busca a perfeição através da sua existência mas
introduzindo o ponto de vista religioso, ao contrario de Aristóteles, afirma que somente
Deus seria capaz de reunir a essência e a existência, em termos de igualdade. Portanto, a
busca da perfeição do Homem seria a busca de Deus. S. Tomás encontra argumentos
racionais para justificar os dogmas da Igreja e continua garantindo para ela o monopólio
do estudo do psiquismo.( Chicote et al., 2007, p. 20)

A Psicologia no Renascimento
De acordo com Chicote et al., (2007):
Foi no período do Renascimento, aproximadamente entre os séculos XV e XVI
(anos 1400 e 1500) que, segundo alguns historiadores, os seres humanos
retomaram o prazer de pensar e produzir o conhecimento através das ideias. Neste
período as artes, de uma forma geral, tomaram um impulso significativo. Neste
período Michelangelo Buonarrote esculpiu a estátua de David e pintou o tecto da
Capela Sistina, na Itália; Thomas Morus escreveu A Utopia (utopia é um termo
que deriva do grego onde u =não + topos = lugar e quer dizer em nenhum lugar);
Tomaso Campanella escreveu A Cidade do Sol; Francis Bacon escreveu A Nova
Atlântica; Voltaire escreve Micrômegas, Nicholas Maquiavel escreve O Príncipe,
caracterizando um pensamento não descritivo da realidade, mas criador de uma
realidade ideal, do dever ser.(p.20)
Já no fim do período do Renascimento, René Descartes (1596-1659), um dos
filósofos que mais contribuiu para o avanço da ciência postula a separação entre a
mente (alma, espírito) e corpo, afirmando que o Homem possui uma substância
material e uma substância pensante e que o corpo, desprovido do espírito era
somente uma máquina – dualismo corpo e mente que torna possível o estudo do
corpo humano morto, o que era impensável nos séculos anteriores (o corpo era
considerado sagrado pela Igreja, por ser a sede da alma) e dessa forma possibilita
o avanço da anatomia e da fisiologia que inicia a contribuir muito para o
progresso da Psicologia.(idem).
9

No século XIX, o papel da ciência torna-se necessário devido ao crescimento na ordem


económica:
FEUDALISMO, que se caracterizava basicamente por produção em massa para subsistência;
pela relação senhor feudal–servo; sociedade estável; hierarquia–base de verdade; centralização
do poder. (Chicote et al., 2007, p.21)
CAPITALISMO, que põe o mundo em movimento com a necessidade de abastecer os mercados
e produzir mais: criou novas necessidades; questiona as hierarquias para derrubar a nobreza e o
clero dos seus lugares há séculos estabelecidos; superou-se o antropocentrismo (o Homem –
centro do universo), passando a ser visto um ser livre, capaz de construir o futuro;(Chicote et al.,
2007, p.21)
O Capitalismo traz como consequência a formação de uma nova classe, a BURGUESIA. No
século XVII e XVIII (anos 1600 e 1700) a burguesia assumiu uma característica própria de
pensamento, tendendo para um processo que tivesse imediata utilização prática; disputa-se o
poder e surge como nova classe social e económica, defende a emancipação do Homem; com tal,
era preciso quebrar a ideia do universo estável, para poder transformá-lo, era preciso questionar a
NATUREZA para viabilizar a sua exploração em busca de matérias-primas. (idem)
De acordo com Chicote et al. (2007, p.21 ) a possibilidade de realizar trabalhos de pesquisa mais
aprofundados, que exigiam algum tipo de suporte financeiro (só possível com a classe dos
burgueses) fez com que surgissem novos contornos nas diversas áreas do saber. São exemplos
disso:
Na Sociologia Augusto Comte desenvolveu sua explicação de sociedade, criando o Positivismo,
vindo logo após outros pensadores;
Na Economia, Karl Marx procurou explicar a relações sociais através das questões económicas,
resultando no Materialismo-Dialético;
Charles Darwin revolucionou a Antropologia, ferindo os dogmas sacralizados pela religião, com
a Teoria da Hereditariedade das Espécies ou Teoria da Evolução (selecção natural). A ciência
passou a assumir uma posição quase que religiosa diante das explicações dos fenómenos sociais,
biológicos, antropológicos, físicos e naturais.

Consequências para a Psicologia


Na metade do século XIX temas e problemas até então estudados pelos filósofos passam a ser
estudados pela fisiologia, neurofisiologia em particular a formulação de teorias sobre o SNC,
10

demonstrando que o pensamento, as percepções e os sentimentos humanos eram produtos deste


sistema. (Chicote et al. 2007, p.21)
O capitalismo trouxe uma “maquina” – criação fantástica que determinou a forma de ver o
mundo (o mundo visto como uma máquina), o mundo como um relógio, todo o universo como se
fosse uma máquina para se conhecer o psiquismo humano passa a ser necessário compreender o
mecanismo e o funcionamento da máquina de pensar do Homem: o cérebro(idem)
Assim a psicologia começa a trilhar os caminhos da fisiologia, da neuroanatomia e da
neurofisiologia. Resultado disso, em 1846, a Neurologia descobre que a doença mental é fruto da
acção directa ou indirecta de diversos factores sobre as células cerebrais;
Neuroanatomia descobre que a actividade motora nem sempre está ligada à consciência para não
estar necessariamente na dependência dos centros cerebrais superiores.
Por volta de 1860, tem-se a formulação de uma importante lei no campo da Psicofísica. É
a Lei de Fechner-Weber, que estabelece a relação entre estímulo e sensação, permitindo
a sua mensuração. Segundo Fechner e Weber, a diferença que sentimos ao aumentarmos
a intensidade de iluminação de uma lâmpada de 100 para 110 watts será a mesma sentida
quando aumentamos a intensidade de iluminação de 1000 para 1100 watts, isto é, a
percepção aumenta em progressão aritmética, enquanto o estímulo varia em progressão
geométrica. Essa lei teve muita importância na história da Psicologia porque
instaurou a possibilidade de medida do fenómeno psicológico, o que até então era
considerado impossível. Dessa forma, os fenómenos psicológicos foram adquirindo
status de científicos, porque, para a concepção de ciência da época, o que não era
mensurável não era passível de estudo científico. (Bock, et al., 1999)
Outra contribuição muito importante nesses primórdios da Psicologia científica é a de Wilhelm
Wundt (1832-1926). Wundt cria na Universidade de Leipzig, na Alemanha, o primeiro
laboratório para realizar experimentos na área de Psicofisiologia. Por esse fato e por sua extensa
produção teórica na área, ele é considerado o pai da Psicologia moderna ou científica. (Bock,
et al., 1999)
Em resultados de seus estudos Wundt desenvolve a concepção de:
Paralelismo psicofísico: aos fenómenos mentais correspondem fenómenos orgânicos, por
exemplo, estimulação física: picada de agulha na pele teria uma correspondência na mente deste
indivíduo. (Chicote et al.,2007, p.20)
11

Método: para explorar a mente ou a consciência do indivíduo, Wundt, cria um método que
denomina introspeccionismo – o experimentador pergunta ao sujeito, especialmente treinado
para a auto-observação, os caminhos percorridos no seu interior por uma sensorial (a picada de
agulha por exemplo). (Chicote et al.,200, p.20)

Psicologia do senso comum


Existe um modo de vida que pode ser entendido como a vida por excelência: é a vida do
quotidiano. É no quotidiano que tudo fluí, que as coisas acontecem, que nos sentimos vivos, que
sentimos a realidade.(Chicote et al., 2007, p.7)
Conhecer é incorporar um conceito novo, ou original, sobre um fato ou fenómeno qualquer. O
conhecimento não nasce do vazio e sim das experiências que acumulamos em nossa vida
quotidiana, através de experiências, dos relacionamentos interpessoais, das leituras de livros e
artigos diversos. (idem)
Sem o conhecimento intuitivo, espontâneo, de tentativa e erros, a nossa vida quotidiana
não teria o devido sentido, de vida. A esta experiência acumulada no quotidiano
chamamos de senso comum, ou seja, é o conhecimento intuitivo, espontâneo, de
tentativas e erros que facilitam a nossa vida no dia-a-dia. (imaginemos ter que pensar
sempre que atirando algo da janela cai; que o carro em velocidade se aproxima). Esta
experiência torna-se hábito e passa de geração em geração e assim o senso comum vai
construindo suas «teorias» médicas, físicas, psicológicas (poder de persuasão de um
vendedor, um amigo que escuta bem, etc.). O conhecimento intuitivo não é suficiente
para as exigências do desenvolvimento humano. (Chicote et al., 2007, p.7)
Usamos o termo psicologia, no nosso cotidiano, com vários sentidos. Por exemplo, quando
falamos do poder de persuasão do vendedor, dizemos que ele usa de “psicologia” para vender
seu produto; quando nos referimos à jovem estudante que usa seu poder de sedução para atrair o
rapaz, falamos que ela usa de “psicologia”; e quando procuramos aquele amigo, que está sempre
disposto a ouvir nossos problemas, dizemos que ele tem “psicologia” para entender as pessoas.
(Bock, 1990)
12

Psicologia científica
Segundo Bock et al. (1999), o berço da Psicologia moderna foi a Alemanha do final do século
XIX. Wundt, Weber e Fechner trabalharam juntos na Universidade de Leipzig. Seguiram para
aquele país muitos estudiosos dessa nova ciência, como o inglês Edward B. Titchner e o
americano William James.
De acordo com Chicote (2007, p.22-23) seus status de ciência é obtido a medida que se “liberta”
da filosofia, que marcou a sua história até aqui e atrai novos estudiosos e pesquisadores, que sob
novos padrões de produção de conhecimento, passam a:
 Definir seu objecto de estudo (comportamento, a vida psíquica, a consciência)
 Delimitar seu campo de estudo, diferenciando-o de outras áreas de conhecimento como a
Filosofia, Fisiologia
 Formular métodos de estudo deste objecto
 Formular teorias enquanto um corpo consistente de conhecimento na área.
A Psicologia científica nasce na Alemanha mas se desenvolve, cresce rapidamente nos Estados
Unidos como resultado de grande avanço económico colocado na vanguarda do sistema
capitalista. É ali que surgem as primeiras abordagens ou escolas em psicologia, as quais deram
origem inúmeras teorias que existem actualmente. Essas abordagens são O Funcionalismo (por
William James, 1842-1910); O Estruturalismo (por Edward Titchner, 1867-1927), O
Associacionismo (por Edward Thorndike, 1874-1949). (Chicote, 2007, p. 23)

As Primeiras Abordagens Teóricas da Psicologia


As primeiras abordagens ou escolas em psicologia, as quais deram origem às enumeras teorias
que existem actualmente são consideradas como tendo sido as seguintes:

O Funcionalismo (Escola funcionalista)


Primeira sistematização genuinamente americana de conhecimentos em Psicologia numa
sociedade que exigia o pragmatismo para o seu desenvolvimento económico acaba por
exigir dos cientistas americanos o mesmo espírito. Portanto, para a escola funcionalista
de William James (1842-1910), importa responder “o que fazem os homens e “por que o
fazem”. Para responder a isto, James elege a consciência como o centro de suas
13

preocupações e bisca a compreensão do seu funcionamento, na medida em que o Homem


usa para adaptar-se à realidade. (Chicote et al., 2007, p.23)

O Estruturalismo (Escola estruturalista)


Embora Inaugurada por Wundt, somente o seu seguidor Edward Titchner (1867-1927)
usa o termo estruturalismo pela primeira vez para diferenciá-lo do funcionalismo. O
estruturalismo define como objecto de estudo da psicologia “os estados elementares da
consciência, mas vistos como estruturas do SNC. O método de observação de Titchner,
assim como o de Wundt, é o introspeccionismo, e os conhecimentos psicológicos
produzidos são eminentemente experimentais, isto é, produzidos a partir do laboratório.
O Associacionismo Edward Thorndike (1874-1949), é considerado o primeiro fundador
de uma teoria de aprendizagem na Psicologia de aprendizagem, na preocupação da
aplicação prática da psicologia e não só especulação filosófica. (Chicote et al., 2007,
p.23)

O Associacionismo
Origina-se da concepção de que a aprendizagem se dá por processo de associação das
ideias mais simples às mais complexas. Assim para aprender algo complexo precisamos
de aprender as ideias simples associadas aquele conteúdo. Thorndike formula a “lei de
efeito” que seria de grande importância na psicologia comportamentalista. De acordo
com essa lei “todo o comportamento de um organismo vivente tende a se repetir, se nós o
recompensarmos (efeito) o organismo assim que repetir/emitir o comportamento. Por
outro lado o comportamento tenderá a não acontecer, se o organismo for castigado
(efeito) após a sua ocorrência. (exemplo: se apertarmos o botão da rádio formos Módulo
de Psicologia Geral 24 premiados pela música, em outras oportunidades apertaremos o
mesmo botão, bem como generalizaremos essa aprendizagem para outros aparelhos,
como leitores de discos, gravadores. (Chicote et al., 2007, p.23-24)
14

Conclusão
Findo o trabalho, constatou-se que a Psicologia começou por ser um ramo da Filosofia, acabando
por se tornar uma disciplina científica autónoma no final do século XIX. As origens históricas da
Psicologia remontam a Grécia antiga.
O nascimento da psicologia, na 2ª metade do século XIX, foi acompanhado de um acalorado
debate acerca da viabilidade ou não da nova ciência. No século XVIII, Kant (1724-1804) já
negava a viabilidade de uma psicologia científica devido à impossibilidade de aplicar a
matemática aos fenómenos da vida interior. Mas quem forjou uma fundamentação elaborada e
sistemática contra as pretensões de cientificidade da psicologia foi Augusto Comte (1798-1857),
fundador do positivismo. No fundamental, a argumentação deste filósofo resume-se nisto: não há
lugar para uma ciência dos fenómenos psíquicos porque estes não são passíveis de um estudo
objectivo.
Só durante o século XIX surgiram os contributos definitivos para a distinção entre psicologia
científica e psicologia filosófica. Autores como Weber e Fechner aplicaram pela primeira vez
procedimentos experimentais para estudar a relação entre estímulos físicos (por exemplo, luzes
ou sons de diversas intensidades) e as sensações que os estímulos provocam nos sujeitos, criando
a Parafisica.
Em 1879, Wundt funda em Leipzig o primeiro laboratório de psicologia, onde desenvolve a
primeira abordagem sistemática em Psicologia, o Estruturalismo. Entretanto, desenvolvem-se
outras abordagens: o Gestaltismo de Wertheimer, o Behaviorismo de Watson, a Psicanálise de
Freud e o Funcionalismo de James. Todas estas correntes históricas contribuíram para o
desenvolvimento da psicologia moderna.
15

Referência bibliográfica
Chicote, L. L., Abacar, M., Huó, S. (2007), Psicologia Geral. Módulos para Cursos de
Bacharelato Semi-Presencial Universidade Pedagógica - Nampula Departamento de Ciências
Pedagógicas.
Bock, B. M. A., Furtado, O., Teixeira, T. L. M.(1999).Psicologias. Uma introdução ao estudo
das Psicologias. 13ª ed. Editora: Saraiva. São Paulo.
Okumu, A. (s/d), Introdução a Psicologia Geral. Universidade Virtual Africana African Virtual
University

Você também pode gostar