A Psicologia enquanto ciência e

profissão
1º Período Nutrição
Profe.: Fábio Rodrigues Carvalho
A Evolução da Ciência Psicologia
Psicologia e História

Toda produção humana está enraizada na história.

A compreensão profunda da psicologia exige a compreensão de sua história.

A história da psicologia no Ocidente remonta a cerca de dois milênios.

Psicologia entre os Gregos: Os Primórdios

Período áureo na Antiguidade, particularmente entre 700 a.C. e a dominação

romana.
Os gregos, povo mais evoluído (na perspectiva ocidental), desenvolveram
filosofia e arte.
Surgimento da primeira tentativa de sistematizar a Psicologia entre os
filósofos gregos.
Etimologia do termo "psicologia": "psyché" (alma) + "logos" (razão),
significando "estudo da alma".
Conceito de alma como parte imaterial do ser humano, abrangendo
pensamento, sentimentos, irracionalidade, desejo, sensação e percepção.
Os filósofos pré-socráticos exploraram a relação entre o humano e o mundo
através da percepção.

Debate entre idealistas (a ideia forma o mundo) e materialistas (a matéria

pré-existe à percepção do ser humano).

Filósofos como Sócrates, Platão e Aristóteles iniciaram a sistematização de

uma psicologia.
Sócrates (469-399 a.C.) enfatizou a importância da razão na distinção entre
humanos e animais, destacando-a como essência humana. Sua ênfase na razão
como forma de superar os instintos influenciou as teorias da consciência na
Psicologia.
Platão (427-347 a.C.), discípulo de Sócrates, concebeu a alma como separada do
corpo e localizada na cabeça, ligada à medula.
Acreditava na imortalidade da alma e na possibilidade de reencarnação.
Aristóteles (384-322 a.C.), discípulo de Platão, defendeu a interconexão entre alma
e corpo.
Propôs três tipos de alma: vegetativa (em plantas), sensitiva (em animais) e racional
(em humanos). Sua obra "Da Alma" é considerada o primeiro tratado em Psicologia.
Psicologia no Império Romano e na Idade Média

O Império Romano e o cristianismo dominaram a cena.

Santo Agostinho viu a alma como prova da manifestação divina no humano.

Influenciado por Platão. Separação entre alma e corpo.

São Tomás de Aquino, influenciado por Aristóteles, justificou a relação entre

Deus e o ser humano, buscando argumentos racionais como forma de
justificar os dogmas da igreja. a busca de perfeição (essência) pelo humano
seria a busca de Deus.
A Psicologia no Renascimento

O Renascimento, iniciado pouco mais de 200 anos após a morte de São

Tomás de Aquino, é marcado por transformações radicais na Europa.

O período é caracterizado pela descoberta de novas terras, como a América, e

avanços nas artes, ciências e economia.

Grandes artistas e cientistas, como Leonardo da Vinci, Michelangelo e

Copérnico, contribuem para o florescimento do conhecimento humano.

René Descartes (1596-1659) postula o dualismo mente-corpo, separando a

mente como substância pensante do corpo material.

Esse dualismo permitiu o estudo do corpo humano sem a sacralidade

anteriormente atribuída pela religião, impulsionando avanços na anatomia e
fisiologia, que beneficiariam a psicologia.
Origem da Psicologia Científica
No século 19, o avanço científico se torna crucial devido ao crescimento do
capitalismo e da industrialização.
A nova ordem econômica demanda respostas práticas, impulsionando o
desenvolvimento científico.
Surge a necessidade de uma ciência independente da fé e da autoridade
religiosa, desafiando os dogmas da Igreja.
Hegel e Darwin contribuem para a visão de mundo científica, enquanto
Auguste Comte propõe maior rigor científico nas ciências humanas.
A partir de meados do século 19, temas psicológicos começam a ser
estudados pela fisiologia e neurofisiologia.
Wilhelm Wundt estabelece o primeiro laboratório de psicofisiologia em
Leipzig, Alemanha, e desenvolve o método introspectivo, marcando o início da
psicologia moderna.

Wundt introduz o conceito de paralelismo psicofísico, que relaciona

fenômenos mentais a fenômenos orgânicos. Ele propõe que estímulos físicos
têm correspondência na mente do indivíduo.

Para explorar a mente, Wundt cria o método da introspecção. Na

introspecção, o experimentador questiona o sujeito sobre os processos
mentais desencadeados por estímulos sensoriais.
A Psicologia Científica: Berço e Desenvolvimento

Origens na Alemanha: Final do século 19, com pioneiros como Wundt, Weber
e Fechner em Leipzig.

Libertação da Filosofia: Distanciamento das abordagens filosóficas para se

tornar uma ciência independente.

Novos padrões de produção de conhecimento: Definição do objeto de estudo,

métodos de pesquisa e formulação de teorias.

Expansão nos Estados Unidos: Rápido crescimento devido ao avanço

econômico, levando ao surgimento de escolas psicológicas.
As Escolas Iniciais da Psicologia
Funcionalismo (William James):
● Primeira sistematização americana em Psicologia.
● Foco na adaptação do comportamento humano ao ambiente.
● Centralidade da consciência para compreender as ações humanas.
Estruturalismo (Edward Titchner):
● Estudo dos estados elementares da consciência.
● Método introspectivo para investigação experimental.
Associacionismo (Edward L. Thorndike):
● Ênfase na utilidade prática do conhecimento psicológico.
● Teoria da aprendizagem baseada na associação de ideias.
● Formulação da Lei do Efeito: comportamentos recompensados tendem a
se repetir.
Atividades em grupo

1. Quais as diferenças entre a Psicologia como um ramo da Filosofia e a

Psicologia científica?

2. Como a produção do conhecimento está relacionada com as condições

materiais do momento histórico em que ela se dá? Exemplifique.

3. Respondam por que falamos em Ciências Psicológicas e não em uma

Psicologia.
Referências:
Capítulo 2 – A evolução da ciência Psicológica. Bock, A.M.B. Psicologias: uma
introdução ao estudo da Psicologia. Rio de Janeiro: Saraiva, 2009.