1) A psicologia teve suas origens na filosofia grega há dois mil anos, preocupada com questões sobre a natureza humana como percepção e consciência.
2) No século 19, a psicologia emergiu como uma ciência independente com foco no estudo sistemático do comportamento e vida mental por meio de métodos experimentais.
3) As primeiras escolas da psicologia incluíram o estruturalismo de Wundt, focado na análise dos elementos da consciência, e o funcionalismo, que enfatizou a adap
1) A psicologia teve suas origens na filosofia grega há dois mil anos, preocupada com questões sobre a natureza humana como percepção e consciência.
2) No século 19, a psicologia emergiu como uma ciência independente com foco no estudo sistemático do comportamento e vida mental por meio de métodos experimentais.
3) As primeiras escolas da psicologia incluíram o estruturalismo de Wundt, focado na análise dos elementos da consciência, e o funcionalismo, que enfatizou a adap
1) A psicologia teve suas origens na filosofia grega há dois mil anos, preocupada com questões sobre a natureza humana como percepção e consciência.
2) No século 19, a psicologia emergiu como uma ciência independente com foco no estudo sistemático do comportamento e vida mental por meio de métodos experimentais.
3) As primeiras escolas da psicologia incluíram o estruturalismo de Wundt, focado na análise dos elementos da consciência, e o funcionalismo, que enfatizou a adap
Aula 2 Continuação da aula anterior Origens da Psicologia A psicologia teve suas raízes há dois mil anos, fundida com a filosofia grega e sua preocupação inicial era o "algo" além do material e sensorial. Suas questões iniciais eram relacionadas à natureza humana como a percepção, a consciência, e a loucura. A origem de seu nome deriva-se da mitologia grega (psyché=alma). A alma era concebida como parte imaterial do ser humano, compreendendo o pensamento, os sentimentos de amor e ódio, a irracionalidade, o desejo, a sensação e a percepção. A origem da Psicologia, ainda ligada aos estudos da Filosofia, pode ser localizada no quinto e quarto séculos A.C., principalmente com as ideias de filósofos gregos como Sócrates, Platão e Aristóteles, que levantaram hipóteses (e idéias) sobre o funcionamento da alma ou mente humana. Sócrates preocupava-se com os limites entre os homens e os animais, Razão X instintos. Platão acreditava que a alma era imortal e que a mente independia do corpo. Aristóteles dizia que alma e corpo não se separavam e se dedicou a estudar a psyqué evolutiva que seguia a linha vegetal-animal-homem. A psicologia da época foi influenciada pelo contexto histórico da Grécia onde predominava o império Romano e o desenvolvimento do cristianismo a psicologia estava relacionada ao conhecimento religioso. No renascimento (XVI) René Descartes cria métodos para sistematização do conhecimento científico. Descartes acreditava que o corpo e a mente estava separados, mas existia alguma interação entre eles e essa teoria oi chamada de dualismo interativo (FIGUEIREDO, 2002). Outro filósofo foi John Locke (1632-1704) que destacou o papel das impressões sensoriais sobre o desenvolvimento da nossa experiência. Descreveu o espírito da criança como uma folha de papel em branco (tabula rasa) na qual são registradas as experiências. Por sua vez, as ideias de Locke favoreceram o surgimento de uma psicologia para a qual os males dos seres humanos eram determinados pelo meio ambiente. Essas e outras reflexões sobre a mente humana foram reformuladas e complementadas por uma nova ciência, surgida muitos séculos depois, no século XIX, a Psicologia. A Psicologia Científica foi construída a partir de métodos e princípios teóricos que podiam ser aplicáveis ao estudo e tratamento de diversos aspectos da vida humana. Nesse momento, a Psicologia apareceu atrelada, principalmente, à Biologia. Embora tendo nascido dentro da Filosofia, desenvolveu-se para se constituir em uma ciência, com objeto de conhecimento e métodos próprios. Enquanto tal, de início passou a se relacionar intimamente com a Biologia, sob caráter interdisciplinar que se expandiu através de uma relação muito próxima também com as ciências sociais e exatas. Exemplo maior disso é que a Psicologia buscou apoio na Estatística e na Matemática. Mais recentemente cresceu a interação da Psicologia com outras ciências, principalmente com a Neurociência, a Linguística e a Informática, aumentando sua interdisciplinaridade e atuação em campos como a Psicobiologia, a Psicofarmacologia, a Inteligência Artificial e a Psiconeurolinguística. Outra característica bastante marcante da Psicologia é sua multiplicidade de enfoques, correntes teóricas, paradigmas e metodologias específicas, que apresentam, muitas vezes, grandes divergências entre si Somente no final do século XIX quando surgiram as primeiras escolas psicológicas é que a psicologia se tornou uma ciência independente, definido seu objeto de estudo, delimitado seu campo de estudo, métodos e formulado teorias das quais as mais importantes serão sintetizadas abaixo sendo (Estruturalismo, Funcionalismo, Behaviorismo, Gestalt, psicanálise). Os primeiros 80 anos da Psicologia como ciência, caracterizam-se como o período chamado de época das escolas (PENNA, 1978). A PSICOLOGIA CIENTÍFICA Na sua relação com o meio ambiente, o homem foi criando mecanismos para solucionar seus problemas de ordem prática, construindo ciências para dominar a natureza que o cercava. Desta maneira, as ciências da natureza e as ciências humanas foram tecidas na medida em que o homem desenvolveu os seus modos de produção. Como a vida humana e suas formas de produzir a sua existência não são estanques, a ciência precisa acompanhar e explicar os aspectos individuais e subjetivos do homem. A psicologia obtém o status de ciência a partir do momento que se liberta da filosofia, com à produção de novos conhecimentos que passam a definir o seu objecto de estudo: o comportamento, a vida psíquica, a consciência; o campo de estudo delimitado, diferenciando-o de outras áreas do conhecimento: filosofia, fisiologia; formular teorias enquanto um campo consistente de conhecimento na área (Bock 1999) O século XIX foi um século marcado pelo advento de muitas ciências e pelo recuo da Filosofia, enquanto teoria do conhecimento. Foi nesse contexto que surgiu a Psicologia Científica. Com a crise econômica e social causada pela emergência do modo de produção capitalista, o indivíduo também entrava em crise, questionando vários aspectos da sua existência. O conhecimento produzido pela Psicologia, até então, era predominantemente especulativo. Foi Charles Darwin (1809-1882), fundador da moderna doutrina genética e da hereditariedade, quem contribuiu com o método de observação e experiência. Com sua obra “A Origem das Espécies” (1859), Darwin influenciou de modo revolucionário quase todos os domínios da ciência. Outra contribuição veio do filósofo e físico Gustav Fechner (1801- 1887) que mostrou como os métodos científicos podiam ser aplicados ao estudo dos processos mentais. O principal trabalho de Fechner, “Elementos de Psicofísica”, foi publicado em 1860, mostrando como podiam ser utilizados procedimentos experimentais e matemáticos para estudar a mente humana. Cerca de vinte anos mais tarde, o psicólogo alemão Wilhelm Wundt fundou uma disciplina a que chamou de Psicologia (PENNA, 2004). As 5 principais escolas de pensamento da Psicologia Quando a psicologia surgiu pela primeira vez como uma ciência separada da biologia e filosofia, o debate sobre a forma de descrever e explicar a mente humana e comportamento começou, esses debates por sua vez, foram reunidos em um corpo sistematicamente ordenado e unificado de pressupostos, denominados de escolas ou teorias psicológicas. A Psicologia como ciência não foi caracterizada por uma única forma de explicação. Os estudiosos desta ciência dificilmente seguiam pressupostos específicos, discordavam em alguns pontos filosóficos fundamentais e abordavam a Psicologia de modos claramente distintos. Estas novas teorias, surgidas ou desenvolvidas no século XX, podem ser organizadas em grandes escolas ou movimentos, que passaremos a explicitá-lo (PENNA, 2004). O Estruturalismo Objeto de Estudo: Consciência Principais teóricos: Wilhelm Wundt, Edward Titchener Idéia Central: Estudo da consciência separada em seus elementos subjacentes. A primeira escola de pensamento, o estruturalismo, foi defendida pelo fundador do primeiro laboratório de psicologia no Instituto Experimental de Psicologia da Universidade de Leipzig (Lipsia) na Alemanha em 1879 e a publicação da sua obra intitulada de Principles of Physiological Psychology / Princípios de Psicologia Fisiológica em 1873. Quase imediatamente, outras teorias começaram a surgir e disputar o domínio na psicologia. Wundt (1832-1920) foi pioneiro na formulação de psicologia como ciência independente, ao criar uma instituição destinada à pesquisa e ao ensino de psicologia e na formação de profissionais de psicologia (que vinham de vários países para estudar com ele). Para Wundt a psicologia era uma ciência intermediaria entre as ciências da natureza e as ciências da cultura (sua psicologia social). Ele não estava interessado pelas diferenças individuais entre os sujeitos. Tanto para Wundt como para os seguidores do estruturalismo, as operações mentais resultam da organização de sensações elementares que se relacionam com a estrutura do sistema nervoso – concepção estruturalista. Wundt apresenta os processos mentais conscientes como objecto de estudo e a introspecção controlada como método. Procura identificar os elementos básicos da consciência – as sensações. Segundo ele ao sabermos o modo como se combinam as sensações identificaremos a estrutura da actividade consciente. Daí esta concepção ser vulgarmente designada por associacionismo. Apesar de Wundt representar o ponto de partida da Psicologia científica, a sua concepção não rompe com a tradição introspectiva, muito próxima da Filosofia. Wundt acreditava que os processos superiores da vida mental (como o pensamento, por exemplo) só poderiam ser entendidos por meio de uma análise dos fenômenos culturais, por meio dos produtos socioculturais. Na investigação da psicologia social não utilizava o método experimental, mas os métodos comparativos da antropologia e da filosofia. Pensadores importantes associados com o estruturalismo incluem também o Edward Titchener (DAVIDOFF, 1980) Titchener (1867-1927) Foi um dos mais famosos alunos de Wundt, principal divulgador de sua obra nos Estado Unidos. Titchener redefine a psicologia, colocando-a apenas no campo das ciências experimentais, e lança-se na busca de justificativas fisiológicas para os fenômenos da vida mental. Ele não nega a existência da mente, mas essa depende e se explica em termos do sistema nervoso. Titchener defende o paralelismo psicofísico, em que atos mentais ocorrem lado a lado a processo psicofisiológicos. Um processo não causa o outro, mas o fisiológico explica o mental. O psicólogo não descreve a experiencia em termos psicológicos, mas explica em termos emprestados de uma ciência natural. Com isso, a psicologia deixa de ser tao independente como pretendia Wundt. Titchener deixa de lado toda a psicologia do social de Wundt, pois essa não podia se enquadrar nos termos de uma ciência positiva (Figueiredo e Santi, 2004) O Funcionalismo Principais teóricos: William James, Edward Titchener, John Dewey Objeto de Estudo: consciência Ideia Central: estudar os processos, operações e atos mentais como formas de interação adaptativa, no sentido de descobrir sua função. Funcionalismo surge nos Estados Unidos em oposição à psicologia Titcheneriana, e redefine a psicologia como sendo uma ciência biológica interessada em estudar os processos, operações e atos psíquicos como formas de interação adaptativa, uma reação às teorias da escola estruturalista de pensamento e foi fortemente influenciado pela obra de William James, o principal percursor da Psicologia funcional e é considerado ainda hoje por muitos como o maior psicólogo americano, ele afirma que “ a psicologia ee a ciência da vida mental, tanto dos seus fenómenos como das suas condições” (James, 1890). Os pesquisadores associados à fundação do funcionalismo não tinham a ambição de criar uma nova escola de Psicologia. Eles protestavam contra as limitações da Psicologia de Wundt e do estruturalismo de Titchener, mas não desejavam substitui- los. Os funcionalistas estudavam a mente não do ponto de vista da sua composição (uma estrutura de elementos mentais), mas como um aglomerado de funções ou processos que levam a consequências práticas no mundo real. De facto, os funcionalistas adoptaram muitas das descobertas feitas nos laboratórios dos estruturalistas. Não faziam objecções à introspecção nem se opunham ao estudo experimental da consciência. A sua oposição voltava-se para as definições anteriores de Psicologia que eram desprovidas das considerações acerca das funções utilitárias e práticas da mente. Diferentemente algumas outras escolas do pensamento bem conhecidas na psicologia, o funcionalismo não está associado com um único teórico dominante. Destacando pensadores funcionalistas como John Dewey (1859-1952), James Rowland Angell (1869-1949), e Harvey Carr (1873-1954). Em vez de focar sobre os próprios processos mentais, os pensadores funcionalistas eram mais interessados no papel que estes processos faziam, para eles as operações e processos mentais seriam instrumentos da adaptação e se expressariam claramente nos comportamentos adaptados, e era através da observação desses comportamentos que a mente poderia ser estudada. Uma das maiores contribuições de James foi a sua Teoria da Emoções. Supunha-se que a experiência subjectiva de um estado emocional precede a expressão ou a acção corporal física. Por exemplo: se vemos um urso assustamo-nos e fugimos, logo o medo surge antes da reacção corporal de fuga. James inverte esta noção, afirmando que o despertar de uma resposta física precede o surgimento da emoção, especialmente nas emoções que designou de “mais rudes” como o medo, a raiva, a angústia e o amor. De acordo com James, no exemplo anterior, vemos o urso, fugimos, e então temos medo. Para validar a sua teoria, James recorreu à observação introspectiva de que, se as mudanças corporais como o aumento dos batimentos cardíacos, a aceleração da respiração e a tensão muscular não ocorressem, não haveria emoção. Psicologia da Gestalt Principais teóricos: Wertheimer, Kurt Koffka, Wolfgang Kohler, Piaget Objeto de estudo: Percepção Ideia Central: O todo da experiência pessoal é muito maior do que simplesmente a soma dos seus elementos constituintes. A Gestalt, ou Psicologia da forma, nasceu por oposição à Psicologia do século XIX, que tinha por objecto os estados da consciência. A Gestalt é uma escola de psicologia baseada na ideia de que nós experimentamos coisas como totalidades unificadas. Esta abordagem à psicologia começou na Alemanha e na Áustria durante o final do século XIX, em resposta à abordagem molecular do estruturalismo. Em vez de quebrar pensamentos e comportamento em seus elementos menores, os psicólogos da Gestalt acreditavam que você deve olhar para o todo da experiência. De acordo com os pensadores da forma, o todo é maior do que a soma das suas partes. Os gestaltistas reagem contra a concepção atomista e associacionista do estruturalismo, invertendo o processo explicativo, postulando que qualquer fenómeno psicológico é uma totalidade organizada, não redutível à soma dos elementos que a compõem, a percepção dos objectos é diferente da percepção do somatório dos elementos que o constituem. O gestaltismo considera o contexto em que ocorrem os fenómenos psicológicos (campo) fundamentais para a compreensão dos mesmos, e enfatiza os processos de organização mental, considerando a percepção como um todo, e parte deste todo para explicar as partes; enquanto os associacionistas partiam das partes para explicar o todo. A Gestalt criticou o estruturalismo por descobrir que a percepção dos objetos é subjetiva e depende do contexto. Duas pessoas podem olhar o mesmo objeto e ver coisas diferentes, a grande descoberta da Gestalt é que a mente percebe o mundo de uma forma organizada, que não pode ser dividida em seus elementos constituintes. A gestalte rege-se de princípios da organização perceptual que são: Proximidade- quanto mais próximos os itens estiveram uns dos outros, maior será a tendência que seja percebida como um todo; Similaridade- quanto mais semelhantes forem os itens entre si, maior a tendência que seja percebida como unidade; Simetria- os itens que formam unidades simétricas tendem a ser agrupados de forma conjunta; Fechamento- os itens são percebidos como formando uma unidade completa, ainda que sejam interrompidos por lacunas; Continuação- Itens com interrupções mínimas são percebidos como unidades. Tal como os outros movimentos que se opuseram a concepções mais antigas, a Gestalt teve um efeito revigorante e estimulante sobre a Psicologia como um todo. O ponto de vista gestaltista influenciou as áreas da percepção e da aprendizagem e continua a estimular interesse. Behaviorismo Principais teóricos: John B. Watson, Ivan Pavlov, B. F. Skinner Objeto de Estudo: Comportamento Ideia Central: Estuda os papéis das forças ambientais na produção do comportamento. Segundo Bock (1999), o Behaviorismo dedicou-se ao estudo do comportamento na relação que este mantém com o meio onde ocorre. Como o conceito de meio e de comportamento são bastante amplos, os psicólogos, defensores da teoria, chegaram aos conceitos de estímulo e resposta (S – R, que são abreviaturas dos termos latinos Stimŭlus e Rēspōnsiō. Estímulo e resposta seriam, desta maneira as unidades básicas da descrição e o ponto de partida para uma ciência do comportamento. Alguns teóricos que se destacaram no Behaviorismo foram: Ivan P. Pavlov (1849-1936): fez notáveis experimentos de aprendizagem com animais; Edward Thorndike: elaborou as “leis da aprendizagem”, que derivaram da interpretação do comportamento; Marshall Hall (1790-1857): fez um trabalho pioneiro sobre a base neurológica do comportamento-reflexo; Pierre Flourens (1794-1867): propôs que conclusões tiradas da experimentação animal deveriam igualmente ser aplicadas ao homem; John B. Watson (1878-1958): baseou a Psicologia na Química e na Física e descreveu a aprendizagem como processo de construção de reflexos condicionados; B. F. Skinner (1904-1990): considerado o mais importante dos behavioristas, construiu uma teoria baseada na análise experimental do comportamento. Behaviorismo tornou-se uma escola de pensamento dominante durante os anos 1950. Foi baseado na obra de pensadores como: John B. Watson, Ivan Pavlov e B.F. Skinner Behaviorismo sugere que todo o comportamento pode ser explicado por causas ambientais e não por forças internas. Behaviorismo é focado em comportamento observável. Teorias da aprendizagem, incluindo o condicionamento clássico e condicionamento operante foram o foco de um grande esforço de investigação. John B. Watson (1878-1958) O primeiro a empregar o termo behaviorismo foi o americano Watson num artigo de 1913, intitulado “Psicologia como os behavioristas a veem”, onde defendia a ideia de que a Psicologia era como um ramo objetivo e experimental das ciências naturais, tendo como finalidade prever e controlar o comportamento de qualquer indivíduo. Para ele, o objeto de estudo da Psicologia deveria ser o comportamento que pudesse ser observável, mensurável e que pudesse ser reproduzido em diferentes condições e com diferentes sujeitos. Para ele, estas características eram importantes para que a Psicologia alcançasse o status de ciência. Behavior significa comportamento que foi o objeto de estudo dessa escola. Ao contrário do funcionalismo, os processos mentais foram considerados não-científicos por John Watson responsável pelo desenvolvimento da abordagem behaviorista. Os cientistas dessa escola desprezaram os eventos mentais que não poderiam ser diretamente observável e por isso desprezaram os métodos como introspecção e associação livre. Para Watson se a mente existia, ela era irrelevante para compreensão do comportamento. Watson descartou problema mente-corpo considerando-o fora dos interesses dos cientistas. Concordava com Descartes sobre dualismo, mas sentia que a mente era um subproduto do sistema nervoso. Os estudos de Watson tiveram como base o conceito de condicionamento clássico, desenvolvidos por Ivan Pavlov (1849-1936), quando de sua pesquisa realizada com cães. Burrhus Frederic Skinner (1904-1990) Skinner foi um importante estudioso do comportamento, nasceu em 20 de março de 1904, em Susquehanna na Pensilvânia – EUA. Graduou-se em Psicologia em 1930 e terminou seu doutorado em 1931. Lecionou nas Universidades de Harvard, Indiana e Minnesota. Entre outros trabalhos publicou os seguintes livros: Behavior of Organisms (O comportamento dos organismos); Verbal Behavior (Comportamento Verbal); e Science and Human Behavior (Ciência e Comportamento Humano). Morreu em 1990, vítima de leucemia. Skinner centralizou seu trabalho nos comportamentos observáveis das pessoas e dos animais por não considerar como científicas as explicações mentais subjetivas e intervenientes, por isso, propôs formas distintas de entendimento e compreensão da personalidade. Para ele, o comportamento, embora muito complexo, podia ser investigado como qualquer fenômeno observável. Isso o levou a uma posição extrema, afirmando que apenas o comportamento pode ser estudado, podendo ser totalmente descrito, visto que este é mensurável, observável e perceptível através de instrumentos de medida. Dentro desta visão, as mudanças no comportamento resultam de uma resposta individual a eventos ou estímulos que ocorrem no meio. Quando um padrão particular Estímulo-Resposta (S-R) é reforçado (recompensado) o indivíduo é condicionado a reagir. Exemplificando: se uma pessoa é elogiada por realizar uma gentileza, é provável que este comportamento aconteça outras vezes e em situações diferentes. O estudo dos comportamentos observáveis levou os estudiosos behavioristas à distinção de duas classes de comportamento: o comportamento respondente e o comportamento operante. O comportamento respondente é aquele que acontece como resposta a um estímulo específico. As respostas estão diretamente ligadas ao sistema nervoso autônomo, sendo, desta maneira, involuntárias ou automáticas. Podemos citar como exemplo o comportamento de salivação ao comer ou a dilatação das pupilas dos olhos em resposta a alterações na iluminação do ambiente. O comportamento operante, por sua vez, é o de reação do indivíduo ao meio externo para que possa receber um novo estímulo, que reforce a sua ação. Através dos comportamentos operantes, o indivíduo opera, ou atua no meio. São operantes todos os comportamentos do repertório humano como andar, falar, conversar, comer e estudar. O condicionamento respondente ou condicionamento clássico foi pesquisado inicialmente por Ivan P. Pavlov e trata-se de um tipo de aprendizagem em que o organismo aprende a responder a um estímulo neutro que antes não produzia essa resposta. Esse condicionamento explica o comportamento involuntário e as reações emocionais condicionadas como por exemplo, a taquicardia provocada por um susto ou a sensação prazerosa que sentimos quando encontramos alguém que gostamos. Pavlov mostrou que um estímulo incondicionado provoca uma resposta incondicionada; um estímulo condicionado, uma resposta condicionada; e um estímulo incondicionado associado a um estímulo neutro passa a ser condicionado. Esta conclusão foi obtida através da experiência que realizou com cães. Estudando a secreção salivar nos cães, constatou que os animais salivavam sempre que o alimento lhes era colocado na boca. A salivação era uma resposta incondicionada para um estímulo incondicionado, a comida. Ao repetir a experiência com os mesmos cães observou que os cães salivavam também ao ver alimento, ao ver a pessoa que frequentemente trazia o alimento, e até mesmo, ao ouvir os passos da pessoa. A estas reações, Pavlov chamou reflexos inatos. Mais tarde, ele passou a acionar uma campainha (estímulo neutro) no momento em que apresentava a carne ao cão e este salivava. Depois de muitas repetições, o cão passou a salivar (resposta condicionada) ao ouvir o toque da campainha (estímulo condicionado). Assim, um comportamento inato transformou-se em um condicionamento. Este tipo de condicionamento faz parte do cotidiano das pessoas, em situações bastante simples e corriqueiras, como: salivar quando se espreme um limão; voltar a atenção quando o nosso nome é chamado; sentir o coração acelerado quando se vê alguém especial. A escola comportamental da psicologia teve uma influência significativa sobre o curso de psicologia, e muitas das ideias e técnicas que surgiram a partir desta escola de pensamento ainda são amplamente usadas hoje. Treinamento comportamental, sistemas de fichas, terapia de aversão e outras técnicas são frequentemente utilizadas em programas de modificação de psicoterapia e de comportamento. O Behaviorismo se baseia fundamentalmente na previsibilidade das reações aos estímulos e reforços. Seus objetivos educacionais buscam resultados definidos antecipadamente, para que seja possível, diante de uma criança ou adolescente, projetar a modelagem de um adulto. Psicanálise Principais teóricos: Sigmund Freud Objeto de estudo: Inconsciente Ideia Central: tentar trazer os conteúdos do inconsciente para o conhecimento consciente, para que os conflitos possam ser revelados. A psicanálise é uma escola de psicologia fundada por Sigmund Freud. Esta escola de pensamento enfatizou a influência da mente inconsciente no comportamento. Freud acreditava que a mente humana era composta por três elementos: o id, ego e superego. O id consiste em instintos mais primitivos, enquanto o ego é o componente da personalidade acusado de lidar com a realidade. O superego é a parte da personalidade que mantém todos os ideais e valores que internalizamos de nossos pais e cultura. Freud acreditava que a interação desses três elementos foi o que levou a todos os comportamentos humanos complexos. A escola de pensamento de Freud foi enormemente influente, mas também gerou um debate considerável. Esta controvérsia existia não só em seu tempo, mas também nas discussões modernas das teorias de Freud. Outros grandes pensadores psicanalíticos incluem: Anna Freud Carl Jung Erik Erikson Freud Foi o responsável pelo desenvolvimento to método da psicanálise. Ele descobriu tinham poucas razões médicas (ele era formado em medicina) para suas patologias e logo passou a acreditar que as condições eram causadas por fatores psicológicos. Em 1900 Freud Escreve "a interpretação de sonhos" sendo este considerado o marco da psicanálise. A análise de seus sonhos, atos falhos e lapsos foi o caminho que levou a descoberta do inconsciente, desde o descobrimento do sentido dos sonhos até o complexo de Édipo e Electra, enquanto muitos estruturalistas e funcionalistas se detinham na experiência consciente, Freud deduziu que grande parte do comportamento humano é determinada por processos mentais inconscientes. E embora a ideia de Freud de que os processos mentais ocorrem abaixo do nível do conhecimento consciente seja atualmente aceita pela ciência psicológica, os processos inconscientes estudados pelos cientistas contemporâneo compartilham apenas uma semelhança fugaz com conflitos sexuais inconscientes que permeavam a teorização freudiana. Na teoria da sexualidade infantil Freud relata que medida que o bebê se transforma em criança, esta em adolescente, e este em adulto, ocorrem mudanças marcantes no que é desejado e em como esses desejos são satisfeitos. Tais modificações são elementos básicos na descrição de Freud das fases de desenvolvimento. Quando uma pessoa não progride normalmente de uma fase para outra mas permanece envolvida numa fase particular, prefere satisfazer suas necessidades de forma mais infantil. Freud a denomina fixação. A teoria da sexualidade infantil desenvolvida por Freud provocou intensa reação, até mesmo na sociedade científica de sua época. Entretanto, hoje se compreende que ela não poderia ser negada no século XIX e nem em nossos dias, pois é passível de ser observada no comportamento infantil, causando incômodo entre os adultos. Esse incômodo pode ser percebido por meio das formas de controlo e vigilância exercidas sobre a criança e através das práticas exercidas pelo meio sociais, no sentido de evidenciar a ameaça que a exploração da sexualidade representa. Por exemplo, quando um adulto percebe a criança tocando os seus órgãos genitais, interrompe-a imediatamente por meio de ameaças, punições ou ainda “brincadeiras”, como: “Não mexa, se não vai cair”. Para Freud, essas são maneiras de negar a existência da sexualidade infantil, que já é negada pela nossa amnésia, ou seja, por nos lembrarmos pouco do que aconteceu em nossas vidas antes do período escolar. Quando recusamos o reconhecimento da sexualidade da criança estamos negando o reconhecimento dos nossos próprios impulsos sexuais infantis, ou seja, mantendo o tabu lançado sobre eles em nossa infância (Cesarotto e Leite 1984). Com a teoria da sexualidade infantil, Freud dedicou-se a reconstruir a história da sexualidade humana descrita em Etapas do desenvolvimento psicossexual: Fase oral (0- 2 anos) Ao nascer, a região oral (cavidade oral, lábios, língua e mais tarde os dentes) é a região corporal mais neurologicamente desenvolvida, além de representar a satisfação das necessidades. O desejo básico do bebê é dirigido apenas para receber alimento e atenuar as tensões de fome e sede. Ao ser alimentada, a criança também é confortada, acalentada, acariciada, e desse modo, no início, ela associa prazer e redução de tensão ao processo de alimentação. A boca é a primeira área do corpo que o bebê pode controlar; a maior parte da energia libidinal é aí focalizada. À medida que a criança cresce outras áreas tornam-se importantes regiões de gratificação, mas alguma energia é permanentemente dirigida para a gratificação oral. Fase anal (2-3 anos) As crianças estão em pleno desenvolvimento motor, sendo a organização psicomotora a base das novas conquistas. É o período em que começa a andar, falar e a aprender a controlar os esfíncteres, que são os músculos da saída do ânus e uretra, através do treino de pinico (aprender a fazer o xixi e o cocô no lugar e na hora apropriados). O controlo da expulsão das fezes e da urina é socialmente necessário, além de despertar um interesse natural pela autodescoberta, pois a obtenção do controle esfincteriano é ligada à percepção de que esse controle é uma nova fonte de prazer. A região anal, em virtude de tudo isto, é investida de energia, e erotizada. O controlo da evacuação é o conflito central desse período. Fase fálica (de 3 a 5 anos) . Essa fase é marcada pela percepção das diferenças sexuais, ou ainda, como o próprio nome sugere, a criança se dá conta do pênis ou da falta de um, já que, como a maior parte do órgão genital feminino é interna, a criança percebe como se as mulheres houvessem sido castradas. Sobre a teoria do complexo de castração: tanto menino, quanto menina, passam por esse complexo de diferentes maneiras, o menino teme perder o pênis, ser castrado, em função da superioridade que a sociedade atribui ao homem. A menina, que ainda não tem consciência da vulva (parte externa do órgão genital feminino), experimenta o sentimento de ter sido castrada, o que justificaria, na visão freudiana, a postura de fragilidade, incapacidade e desvalor atribuído à mulher. Assim, a sexualidade feminina se organizaria em torno da inveja que a mulher tem do pênis, da busca do que não possui. Esse complexo dá origem a outro, o complexo de Édipo, termo emprestado da tragédia grega “Édipo Rei”, de Sófocles. Com a erotização dos genitais, há um acúmulo de tensão que deve ser descarregado através de uma sensação prazerosa, obtida pelo contato com um objeto sexual ou objeto de amor (Rappaport,1981) Fase de latência (5 a 12 anos) Nessa fase não há nenhuma reorganização de libido, a energia de vida, como aconteceu nas fases anteriores. As características de personalidade, desenvolvidas até então, não se alteram até a adolescência. A resolução do complexo de Édipo faz com que a energia seja deslocada de seus objetivos sexuais. É canalizada para os objetivos escolares e sociais. Fase genital (de 12 anos em diante) Com a chegada da puberdade os interesses sexuais são novamente despertados e o indivíduo, que já se desenvolveu física, intelectual e socialmente, está pronto para o exercício pleno da sua sexualidade. De acordo com Rappaport (1981), alcançar a fase genital constitui, para a Psicanálise, atingir o pleno desenvolvimento adulto com a possibilidade de amar e trabalhar. Para Freud, a heterossexualidade adulta é a marca registrada da maturidade, pois permitirá ao indivíduo tanto a procriação quanto o exercício genital mais amplo. Segundo a teoria freudiana, o ego deveria ser a estrutura mais fortalecida da personalidade, tendo em vista suas atribuições. Caso isto não aconteça, o ego poderá ficar exposto a tensões tão elevadas que psicopatologias como a neurose ou psicose podem se desenvolver. Neurose – engloba sintomas, que podem se expressar através de distúrbios do comportamento, das ideias ou dos sentimentos, sendo uma expressão simbólica de um conflito psíquico e que têm origem na infância. Psicose – termo usado pela Psicanálise para referir-se a uma perturbação intensa do indivíduo na sua relação com a realidade. É a mais grave das doenças mentais (NYE,1999). Métodos de tratamento Hipnose- foi o primeiro método utilizado de acesso ao inconsciente do paciente, pois se trata de um estado de consciência modificado, transitório e artificial, provocado pela sugestão do hipnotizador. O método catártico- adotado por Freud na sequência do método hipnótico consiste na revivência da situação traumática liberando o afeto esquecido e desta forma restituindo ao sujeito a sua condição anterior ao trauma. Além do método de associação Livre onde o paciente deve falar tudo que vem a mente sem discriminação. Com o constante desenvolvimento desta ciência, vem surgindo varias outras abordagens psicológicas como é o caso da: Psicologia humanista O termo “Psicologia Humanista” foi utilizado pela primeira vez em 1930 por Gordon Allport, que, juntamente com Henry Murray, são considerados os precursores da abordagem humanista, desenvolvida como uma resposta à psicanálise e behaviorismo. Psicologia humanista, por sua vez foca na livre vontade individual, crescimento pessoal e o conceito de auto-realização. Enquanto as escolas iniciais de pensamento foram centradas principalmente sobre o comportamento humano anormal, psicologia humanista diferia consideravelmente em sua ênfase em ajudar as pessoas a alcançar e realizar o seu potencial. Para o Humanismo, os interesses e valores humanos são primordialmente importantes, pois se acredita nas responsabilidades do indivíduo e na sua capacidade de realizar um confronto mais decisivo com sua realidade. Desta maneira, o indivíduo é o único que tem potencialidade de saber a totalidade da dinâmica de seu comportamento e das suas percepções da realidade e de descobrir os comportamentos mais adequados para si próprio. Os principais defensores deste movimento foram: Carl Rogers (1902 – 1987) e Abraham Maslow (1908 – 1970) Carl Rogers, considerado um dos mais influentes pensadores dos EUA, desenvolveu uma teoria conhecida como Abordagem Centrada na Pessoa, através da qual defendia que as pessoas se definem por suas experiências e vivem num mundo particular denominado de campo fenomenal ou experiencial, que contém tudo que passa no organismo em qualquer momento, e que está potencialmente disponível à consciência. Nesse mundo estariam os eventos, percepções, sensações e impactos, dos quais a pessoa não está consciente, mas poderiam ser acessados caso focalizasse sua atenção. É um mundo particular e pessoal que pode ou não estar de acordo com a realidade objetiva. A Psicologia humanista continua a ser bastante popular hoje em dia e tem tido uma influência significativa sobre outras áreas da psicologia, incluindo a psicologia positiva. Este ramo particular da psicologia é centrado em ajudar as pessoas a viverem uma vida mais feliz, mais gratificante. Psicologia cognitiva A psicologia cognitiva é a escola de psicologia que estuda os processos mentais, incluindo como as pessoas pensam, percebem, lembram e aprendem. Como parte do maior campo da ciência cognitiva, este ramo da psicologia está relacionada a outras disciplinas, incluindo neurociência, filosofia e linguística. Psicologia cognitiva começou a surgir na década de 1950, em parte como resposta ao behaviorismo. Os críticos do behaviorismo observaram que ele não conseguiu explicar o comportamento como os processos internos afetados. Este período é muitas vezes referido como a “revolução cognitiva”, com uma riqueza de pesquisas sobre temas como processamento de informação, língua, memoria e percepção. Uma das teorias mais influentes desta escola de pensamento foram os estágios de desenvolvimento cognitivo da teoria proposta por Jean Piaget. (Allyn e Bacon, 2002) Ver biografia e obra de Jean Piaget. Referências bibliográficas: AGUIAR, Maria Aparecida Ferreira. 2005 Psicologia aplicada à administração: uma abordagem multidisciplinar. São Paulo: Saraiva,. BOCK, Ana M. B., FURTADO, Odair. 1999, Psicologias: uma introdução ao estudo da psicologia. São Paulo: Saraiva. Castro, Raquel Almeida de, FIGUEIREDO, Luís Cláudio. 2002 A invenção do psicológico: quatro séculos de subjetivação. 6. ed. São Paulo FREEDMAN, Anne. 1972. Uma sociedade planejada, uma análise das proposições de Skinner. São Paulo: EPU/EDUSP NYE, Robert D. 1999, Três psicologias: ideias de Freud, Skinner e Rogers. São Paulo: Pioneira Thomson Learning Ltda. PENNA, A.1978. Introdução à história da Psicologia contemporânea. Rio de Janeiro: Zahar PENNA, António G.2004 Introdução à psicologia do século XX. Rio de Janeiro: Imago, CESAROTTO, Oscar; LEITE, Marcio P. de S. O que é psicanálise. São Paulo: Brasiliense, 1984. (Coleção Primeiros Passos). DAVIDOFF, L. 1980. Introdução à Psicologia. 3.ed. São Paulo: McgrawHill
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