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FACULDADE METROPOLITANA DE ANÁPOLIS -

FAMA
CURSO SUPERIOR DE PSICOLOGIA

ELIELMA DOS SANTOS SILVA1;

HELENA BARBOZA FRAGA QUEIROZ2;

LAILA MIKAELLE OLIVEIRA SANTOS3;

LAÍS VELOSO DA SILVA4;

SAMANTHA SANTOS LIMA5.

AS PRINCIPAIS ESCOLAS PSICOLÓGICAS DOS


SÉCULOS XIX E XX

ANÁPOLIS - GO
2021
Elielma Dos Santos Silva1;

Helena Barboza Fraga Queiroz2;

Laila Mikaelle Oliveira Santos3;

Laís Veloso Da Silva4;

Samantha Santos Lima5.

AS PRINCIPAIS ESCOLAS PSICOLÓGICAS DOS


SÉCULOS XIX E XX

Resumo expandido apresentado à disciplina de


Projeto Integrador I do curso de Psicologia.

Profª. Drª. Heren Nepomuceno Costa Paixão.

ANÁPOLIS - GO
2021
AS PRINCIPAIS ESCOLAS PSICOLÓGICAS DOS SÉCULOS XIX E XX

Elielma dos Santos Silva1;

Helena Barboza Fraga Queiroz2;

Laila Mikaelle Oliveira Santos3;

Laís Veloso da Silva4;

Samantha Santos Lima5


Orientadora: Drª.Heren Nepomuceno Costa Paixão1

Resumo: A partir da metade do século XIX desenvolveram-se as primeiras escolas científicas de psicologia,
primeiramente com o marco histórico da criação de um laboratório de psicologia experimental no ano de 1875,
por Wihelm Wundt (1832-1920) que objetivava conhecer os aspectos mais simples da consciência através da
observação. Em seguida, diversas escolas de pensamento surgiram para contribuir com os estudos da mente
humana, uma delas sendo pelo estudo da estrutura quantitativa da consciência através da escola Estruturalismo,
cujo criador seria Edward Titchner (1867-1927), um seguidor de Wundt. O Associacionismo, surge com Edward
Thorndike (1874-1949), que elabora uma teoria mecanicista, que concentra os estudos no comportamento humano
e animal, que contribui logo após para a criação do Behaviorismo, uma escola de pensamento do século XX, que
afirma que o comportamento é altamente previsível, e observável dependendo de quais estímulos se utilizam.
Enquanto isso na Europa, duas correntes surgem frente a estas propostas, estudando o homem em sua totalidade.
Uma delas e a Gestalt, procurando compreender o homem como um todo, e a Psicanálise, com Sigmund Freud,
um revolucionário na área da medicina psiquiátrica e psicológica, buscando compreender as perturbações
psicológicas do indivíduo. Todos esses teóricos e estudiosos mudaram completamente a forma como entendemos
os processos psicológicos de cada ser humano.

Palavras-Chave: Behaviorismo. Escolas de psicologia. Laboratório de psicologia. Gestalt. Psicanálise.


1. INTRODUÇÃO

“Pensar o passado para compreender o presente e idealizar o futuro”. Uma citação feita por
Heródoto, um historiador grego do século V a.C. que é perfeitamente aplicável nos dias de
hoje. Há uma grande importância no estudo da história da Psicologia, que nos leva a formar
uma concepção dela enquanto uma ciência objetiva. Neste presente trabalho, as alunas indicam
as principais escolas psicológicas do século XIX e XX, apontam quais foram os teóricos mais
relevantes na construção desse conhecimento, e como desenvolveram seus pensamentos e
metodologias.
De acordo com Wundt, considerado o pai da psicologia moderna, às teorias de análise de
comportamento behavioristas, esta pesquisa aponta o surgimento dos principais laboratórios
de psicologia e a motivação do estudo do processo psíquico do sujeito.
A psicologia pode ser percebida por diferentes teorias e sistemas. No entanto, com o passar do
tempo, essa dispersão foi problematizada. Logo, a necessidade de fazer a psicologia como
ciência independente delineando diferentes trajetos para os estudos psicológicos e a
contextualização de suas teorias.

2. REVISÃO DE LITERATURA E DISCUSSÃO

É reconhecida a extensa dispersão que a Psicologia teve, decorrente da utilização de


perspectivas epistemológicas, metodológicas e conceituais diversas. Esse processo expressou-
se por meio da produção de diferentes teorias e sistemas que marcaram a primeira metade do
século XX. No presente trabalho, será retomado o projeto de constituição da Psicologia como
ciência independente, buscando compreender como diferentes teorias e sistemas psicológicos
constituíram o espaço psicológico. Sendo possível focalizar a produção de teorias e sistemas
que marcaram a primeira metade do século XX. Assim o Estruturalismo, o Funcionalismo, o
Behaviorismo, a Gestalt e a Psicanálise – perspectivas tradicionalmente recuperadas em quase
todos os compêndios sobre a História da Psicologia - são ressaltados. Cada uma se caracterizou
pela sua definição de Psicologia, pelos seus conteúdos específicos e pelos métodos empregados
no desenvolvimento de atividades e pesquisas que visavam à produção do conhecimento
psicológico.

3. ESTRUTURALISMO

Ao fundar a Psicologia Estrutural, Edward Bradford Titchener (1867-1927), marcou a clara e


decisiva divisão entre a Psicologia estruturalista, de Wundt, e a funcionalista, com Franz
Brentano (1838-1917) na Europa e William James (1842-1910) na América (Figueiredo,2002).
Titchener defendeu a prioridade do estruturalismo por meio de um projeto que considerava
tarefa fundamental da Psicologia, isto é, a análise da consciência em seus elementos, na direção
de determinar sua estrutura.
Segundo Gondra (1997), o estruturalismo, ao se ocupar das estruturas mentais, pretendia
determinar os elementos constitutivos da consciência. Para tanto, a Psicologia deveria
decompor as experiências complexas em elementos mais simples, a fim de definir, com
precisão, a sua natureza. Tais elementos deveriam ser classificados, dando origem às leis de
associação que expressariam as relações regulares existentes entre eles. Essas relações
explicariam as conexões entre os processos da consciência e os processos paralelos do sistema
nervoso. Assim, “a explicação psicológica se limitava à descrição das relações funcionais entre
a experiência psicológica e o sistema nervoso, evitando as afirmações causais” (GONDRA,
1997, p.29).
Desta maneira Tichener evitou o reducionismo e se manteve dentro do paralelismo psicofísico,
como fica claro na definição que apresenta para a Psicologia: “na Psicologia tratamos o mundo
total da experiência humana; porém o fazemos somente desde seu aspecto dependente,
enquanto condicionado por um sistema nervoso” (Titchener, 1910, p.25). Diferentemente de
Wundt, que limitou a introspecção aos processos mentais mais simples, Titchener, de acordo
com Gondra (1997), acreditava que os processos mentais mais complexos também poderiam
ser estudados em laboratório, o que requeria uma observação realizada com pleno controle das
variáveis e susceptível a se repetir.
Apesar do estruturalismo ser considerado herdeiro direto da tradição científica inaugurada por
Wundt, a definição de Psicologia e a proposta metodológica desenvolvida por Tichener foram
consideradas artificialistas e estéreis, por partirem da decomposição dos elementos dos
processos conscientes. Ao centralizar a noção de sujeito nas funções do sistema nervoso,
afastava-se da experiência imediata, subordinando novamente a Psicologia ao campo das
Ciências Naturais. Assim, seguia o modelo da Fisiologia sensorial alemã, defendendo uma
atitude elementarista e atomista. Desse modo, tal proposta não alcançou muita projeção no
processo de desenvolvimento da Psicologia e desapareceu logo após a morte de Titchener,
apesar de sua significativa influência no campo da Antropologia e da Lingüística.

4. FUNCIONALISMO

Segundo Gondra (1997), a Universidade de Chicago centralizou a oposição ao Estruturalismo


e, as críticas de John Dewey (1859-1952) ao atomismo de Titchener estimularam o movimento
funcionalista. Essa atitude provocou a organização de uma Psicologia das funções mentais por
James R. Angell (1869- 1949), trabalhada em laboratórios por Harvey A. Carr (1873-1954).
Tal movimento não pretendia ser uma teoria sistemática, mas, sim, uma atitude ou modo de
enfocar os fenômenos psicológicos.
Apesar de ser considerado oposição sistemática à Psicologia Titcheneriana, o Funcionalismo
continuou a situar os estudos psicológicos no campo das Ciências Naturais, próximos à
Biologia e à teoria evolucionista de Darwin, com ênfase nas variações individuais e na
observação naturalista. Segundo Gondra (1997, p.21), o funcionalismo definia a Psicologia
como “ciência dos processos e operações mentais”, interessando-se não mais pelos conteúdos
&– sensações, percepções, emoções, vontade e pensamento &–, mas pelos atos de sentir,
perceber, emocionar-se, querer e pensar.
Ainda de acordo com Gondra, o interesse pela função implicava, também, uma esfera
utilitariamente prática, representada pela questão “Para que serve? ”. Desse modo, os
funcionalistas assumiram a dimensão pragmática da Psicologia, ocupando-se em estabelecer
as contribuições práticas da mente no processo de adaptação ao meio ambiente. Por enfatizar
o prático, o útil e o funcional, encontrou solo fértil no espírito pragmático americano, que,
acolhendo a idéia evolucionista e a atitude funcionalista dela derivada, legitimou o próprio
projeto da Psicologia funcionalista.
Desse modo, a posição Wundtiana – a Psicologia como ciência intermediária – era
gradativamente abandonada e, cada vez mais, subordinada ao campo das Ciências Naturais
pelo pragmatismo funcionalista americano.
Precursor desse projeto, William James desenvolveu o preceito básico do funcionalismo
americano: “o objetivo da Psicologia não é a descoberta dos elementos da experiência, mas o
estudo das pessoas vivas em sua adaptação ao ambiente” (Schultz e Schultz, 1981, p.152). Tal
definição evidencia tanto sua orientação naturalista como a importância que concedia ao estudo
da consciência no seu ambiente natural. Nessa direção,
James define a Psicologia como a descrição e explicação dos estados de consciência enquanto
estados de consciência. Por estados de consciência entende James as sensações, os desejos, as
emoções, os conhecimentos, os raciocínios, etc. Sua explicação compreende o estudo e a
determinação científica de suas causas, condições e consequências imediatas (Penna, 1991,
p.141).
Assim, assumindo como objetivo da Psicologia a descrição e a explicação dos estados de
consciência, James elaborou a concepção de fluxo de consciência, defendendo a
impossibilidade de dividi-la em fases ou em elementos temporariamente distintos. Apontava
para a dimensão processual contínua de mutação seletiva e cumulativa como característica da
consciência, o que o afastava do elementarismo associacionista.

5. ASSOCIACIONISMO

A escola Associacionista acreditava que a aprendizagem ocorre por um processo de associação


das ideias, das mais simples às mais complexas, de modo que a aprendizagem de um conteúdo
complexo, requer primeiro o aprendizado de ideias mais simples, associadas àquele conteúdo.
A Lei do Efeito dizia que todo comportamento de um organismo vivo tende a se repetir se for
recompensado e a cessar se for castigado. No levantamento do quadro em que se praticava a
psicologia no final do século XIX, vale que se ponham em destaque, em primeiro lugar, a
preocupação com a medida dos processos sensoriais, efetuada por Weber e Fechner; em
segundo lugar, o entusiasmo que foi acolhido o método experimental, na verdade decorrente
do processo de conceituação da psicologia como ciência natural; em terceiro lugar, a
desqualificação da consciência, apenas definida como um epifenômeno e, em decorrência, a
negação de toda a subjetividade que, já no século XX, se consagra com o behaviorismo. Bem
avaliado, este último aspecto apenas consagra o fechamento de um silogismo histórico, cuja
premissa maior foi enunciada por Descartes, quando afirmou que os animais seriam autômatos;
a premissa menor, com Darwin, afirmando que o homem é um animal e, logo, emitindo-se a
conclusão com Watson, ao declarar que, em decorrência lógica, o homem é um autômato,
criando-se, a partir daí a ciência do comportamento. (PENNA, em 'Introdução à Psicologia
Fenomenológica).

6. BEHAVIORISMO

Nasceu nos Estados Unidos frente a duas posições culturais: o estruturalismo e


funcionalismo. Teve as suas raízes nesse segundo movimento, mas constituiu-se num corte na
história da Psicologia com seu projeto de estudar o comportamento.
A inauguração do termo behaviorismo, segundo Bock, Furtado e Teixeira (2008) se deu através
de John B. Watson, nos Estados Unidos, em 1913, através da publicação do artigo intitulado
Psicologia: como os behavioristas a veem.
Watson propôs que a psicologia fosse uma ciência empírica e que levasse a generalizações
amplas sobre o comportamento humano. Sua teoria partia do principio de que o
comportamento era modelado pelo paradigma pavloviano de estímulo e resposta. Conceito
desenvolvido por Ivan Pavlov, que propôs o modelo de reflexo condicionado que o inspirou
em seus estudos sobre o comportamento.
Segundo Freire (2004), Watson baseou-se na psicologia animal para a elaboração de sua teoria,
já que o estudo com animais permitia experiências não viáveis com seres humanos, tais como
lesões nos órgãos sensoriais. Ademais, não haveria a herança de características mentais como
inteligência, habilidades, instintos, talentos ou dons especiais. Os diversos comportamentos
seriam explicados a partir da influência do ambiente. Watson negou tendências inatas. A sua
posição neste interim pode ser vista no texto abaixo:
‘’Deem-me uma dúzia de crianças sadias, de boa constituição e a liberdade
de poder criá-las a minha maneira. Tenho a certeza de que, se escolher uma
delas ao acaso e puder educá-la convenientemente, poderei transformá-la
em qualquer tipo de especialista que eu queira: médico, advogado, artista,
grande comerciante e até mesmo em mendigo e ladrão, independente de
seus talentos, propensões, tendências, aptidões, vocações e da raça de seus
ascendentes”. (WATSON apud FREIRE, 2004).

Já o behaviorismo radical foi desenvolvido não como um campo de pesquisa experimental,


mas sim uma proposta de filosofia sobre o comportamento humano. Skinner desenvolveu os
princípios do condicionamento operante e a sistematização do modelo de seleção por
consequências para explicar o comportamento. De acordo com Baum (1999), o behaviorismo
radical baseia-se no pragmatismo. Estabelece como objetivo de uma ciência do comportamento
descrevê-lo em termos que o tornem familiar, na melhor tradição pragmática. Reforçamento
refere-se a toda consequência que seguindo a uma resposta altera a probabilidade futura de
ocorrência da mesma. Os reforços podem ser positivos ou negativos. O reforço positivo refere-
se a todo evento que aumenta a probabilidade futura da resposta que o produz, enquanto o
reforço negativo refere-se a todo evento que aumenta a probabilidade futura da resposta que o
remove ou atenua (BOCK, FURTADO e TEIXEIRA,2008).
Ainda segundo Bock, Furtado e Teixeira (2008) a punição implica na apresentação de um
estímulo aversivo ou remoção de um reforço seguindo a um comportamento visando a
diminuição de sua ocorrência. Ademais, discriminação e generalização são importantes
conceitos do Behaviorismo Radical.
Constata-se que o behaviorismo surge como uma resposta a demandas da Psicologia que se
pretendia, e ainda se pretende, científica. Mostrou-se bastante estruturado em termos de
método e pressupostos e deixou inegáveis contribuições à Psicologia.

7. GESTALT

O movimento Gestáltico surge na Alemanha, por volta de 1910 – 1912, contrapondo – se ao


Estruturalismo e ao Behaviorismo. O ponto de partida da Gestalt foi o estudo da percepção.
Assim, a análise deve começar pelo todo, como é percebido e procurar determinar quais são as
suas partes, quais as unidades que o compõem e quais as suas relações. Sendo que as Gestalten,
percebidas em primeiro lugar, podem ser decompostas em partes. Mas as partes são sempre
partes da Gestalt formadora.
Max Wertheimer (1880 – 1943), alemão, elaborou os primeiros conceitos da psicologia
gestáltica. Conceitos que foram, posteriormente, ampliados por Kurt koffka (1886 – 1941) e
Wolfgang kohler (1887 – 1967).

Wertheimer não acreditava apenas na teoria da Gestalt quanto aos acontecimentos conscientes, mas
acreditava igualmente na teoria da Gestalt funcionando em sua base fisiológica. Os processos fisiológicos
centrais não poderiam ser vistos como soma de elementos, mas como processos de todo. É por isso que
Köhler o enxerga como um precursor do isomorfismo. Mais tarde, quando Köhler vai construir as
Gestalten físicas, baseado em seu maior conhecimento da área, Wertheimer e Koffka simplesmente
reconhecem-no como mais um ponto da evolução da teoria comum aos três (KOHLER, 1920/1938a.)

Entretanto, a teoria da Gestalt não é exclusivamente psicológica, como demonstraram


Wertheimer, Kohler e Koffka, ela corresponde também a uma Gestalt física, formada da
corrente elétrica gestáltica dentro de um condutor, e uma Gestalt sociológica, formada de
muitos seres humanos, como o dançar de pares ao som de um samba realizado por um grupo
de músicos.
Desta forma, Koffka alarga o que se pode entender por Gestalt, ao pensar em Gestalten não
apenas na experiência, mas também nas ações dos indivíduos: o cantar, escrever, andar são
Gestalten, tanto quanto a consciência de ouvir ou de olhar. “O ato motor é um dos processos-
de-todo organizado; os muitos movimentos individuais podem ser compreendidos somente
como partes do processo que os abraça...” (ASH, 1995; KOFFKA, 1915/1938).
Atualmente, a Gestalt se tornou uma referência de prática clínica e teórica. Além de,
acrescentar uma melhor percepção do sujeito, já que os seres humanos estão sempre em
transformação, mas em um todo são sempre os mesmos.

8. PSICANÁLISE

Inicialmente a psicanálise mantinha certa distância das outras escolas e seu foco era a
investigação de pessoas que portavam perturbações mentais. Conhecida com uma escola
revolucionária e criativa, inicialmente se dá por meio da hipnose, porém por se tratar de um
método sugestivo, o fundador da psicanálise Sigmund Freud (1856- 1939) abandona a técnica
e a substitui pela conversação com o paciente.
“Em suma, ao empregar o método da associação livre, Freud rompe com o determinismo lógico
da racionalidade científica de sua época, abrindo as portas da subjetividade e da implicação do
próprio sujeito no possível desvelamento de suas causas psíquicas. ” (TAVARES4;
HASHIMOTO; 2013, p. 171)
Com um pouco mais de esforço, o paciente passava a reviver lembranças com a ajuda da
interpretação do psicanalista. Por livre e espontânea vontade de falar sobre sonhos, desejos,
lembranças, Freud conseguia identificar e compreender recalques e repressões como de
natureza sexual, cuja realização sendo suprimida se manifesta através de sintomas neuróticos.
Desta forma pela associação livre, o próprio paciente busca trazer a luz do consciente a raiz de
seus sintomas que uma vez identificadas, desconstrói a base sustentadora de suas neuroses.

A teoria psicanalítica vê no Desejo o determinante da vida de cada um, quer o sujeito


queira ou não. Cabe ressaltar que o mecanismo da formação dos sonhos se dá numa
oposição entre o eu (consciente) e o recalcado (inconsciente), batalha que acompanhará
o neurótico durante toda sua vida. (Inconsciente p.35, ALMEIDA;2008)

A infância também é objeto de estudo de Freud, que destaca a sua importância na construção
de caráter do sujeito. Segundo Almeida (2008), Freud enfatiza que há a presença do desejo
sexual na infância, contrariando muitos estudiosos da época e atraindo diversas críticas. A
presença do desejo sexual na infância, o que lhe causou severas críticas. “Tinha fim, a partir
da teoria freudiana, a visão inocente e dessexualizada da relação familiar. O contato da criança
com os pais, principalmente com a mãe, marca sexualmente a criança. ” (ALMEIDA1; 2008,
p.37)
Atualmente, a psicanálise compõe o quadro de uma psicologia clínica. Como mostra Freud,
em sua obra (A história do movimento psicanalítico 1914/1961, p.44-5), que o exame mais
profundo de pessoas neuróticas, ou até mesmo os sintomas neuróticos de pessoas normais
levaram à suposição de “condições psicológicas que haveriam de ultrapassar a área do
conhecimento na qual tinham sido descobertas”. Segundo Padovan3 (2016; p. 107), isso
significava que estes sinais psicológicos poderiam superar até mesmo as suas aplicações
médicas.
9. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Analisando as principais teorias, é possível reconhecer que trouxeram contribuições


significativas para a construção da psicologia enquanto ciência.
No estruturalismo, a Psicologia estava voltada para a análise da estrutura da consciência.
Com o funcionalismo, centrou o interesse no fluxo da consciência e em suas funções
adaptativas. Já com o behaviorismo, focou no comportamento observável, entre as condições
de estímulo e a resposta do organismo. Na psicologia da forma (Gestalt), retornou ao estudo
da experiência consciente, dirigido à descrição e à compreensão dos fenômenos da experiência
imediata, buscando identificar as leis gerais constituintes dos campos perceptivos. E na
Psicanálise, abriu-se a possibilidade de voltar-se para o estudo do inconsciente via
hermenêutica.

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