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GESTÃO

EDUCACIONAL
DA EDUCAÇÃO
BÁSICA

Simone de Oliveira
Gestão dos processos
educacionais
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

 Definir a função social da educação.


 Caracterizar o papel da gestão educacional na garantia do direito à
educação no âmbito das políticas públicas.
 Comparar as políticas de enfrentamento às desigualdades e as políticas
para inclusão social no âmbito da gestão educacional.

Introdução
A educação possui um caráter formativo. Por isso, pode ser utilizada
como ferramenta ideológica, conforme os interesses emergentes. Assim,
é muito importante que haja uma reflexão constante sobre a função da
educação. Ela é um processo contínuo de formação, construído ao longo
dos anos por meio das práticas sociais e das relações com os objetos de
aprendizagem, constituindo relações cognitivas e sociais mais amplas.
Além disso, a educação é um direito inalienável do cidadão.
A partir desse contexto, é relevante investigar e caracterizar o papel
da gestão educacional no processo de construir, criar, regular e efetivar
políticas públicas que garantam o acesso e a permanência dos alunos
na escola. No entanto, para efetivar essas políticas, os gestores precisam
desenvolver um olhar sistêmico sobre a realidade. Ou seja, não basta
apenas incluir o aluno na escola; é necessário mantê-lo nela.
Neste capítulo, você vai estudar a função social da educação. Você
também vai verificar o papel da gestão educacional na garantia do direito
à educação. Além disso, você vai conhecer as políticas de inclusão social
e de enfrentamento às desigualdades no âmbito da gestão educacional.
2 Gestão dos processos educacionais

A função social da educação


Conforme Libâneo (2010), a educação, como prática sistematizada, é diferente
de outras práticas por conta de sua intencionalidade. Tal intencionalidade
envolve valores, ideologias e ações que dão à educação um caráter social.
Entender esse pressuposto e todas as possibilidades e limitações que decorrem
dele é importante para a organização de uma gestão educacional democrática.
Considere esta questão: qual é a função da educação nos novos tempos
que se inauguram? No decorrer da história, a educação assumiu diferen-
tes propósitos. Inclusive, algumas vezes, ela serviu especificamente para
responder às demandas do sistema político dominante. Como você sabe, a
educação possui um caráter formativo. Por isso, pode ser utilizada como
ferramenta ideológica. Então, é muito importante que haja uma reflexão
constante sobre a função da educação e da escola para a sociedade. Nesse
sentido, você também deve se questionar o seguinte: como a gestão dos
processos educacionais pode qualificar a educação como um todo, tendo
como premissa a humanização das relações?
A educação sempre refletiu o tempo histórico. Ela esteve a serviço das
necessidades de regimes sociais determinados e, se não fosse capaz disso,
teria sido eliminada como um corpo estranho inútil (PISTRAK, 2005). Nesse
contexto, a escola, enquanto instituição construída socialmente para realizar
a formação humana nas diferentes temporalidades da vida, se tornou dever
do Estado e direito do cidadão. Portanto, a sua necessidade é inquestionável.
No entanto, as pessoas se perguntam constantemente sobre a função da edu-
cação e sobre como a gestão educacional deve posicionar-se e estruturar-se
em relação a ela.
A percepção e a análise da gestão dos processos educacionais são im-
portantes para que a função da educação se concretize nos espaços e tempos
pedagógicos apropriados, mesmo que eles sejam diferentes para cada aluno.
Como prática social, a educação tem como lócus privilegiado a escola, enten-
dida como espaço de garantia de direitos. A escola deve ofertar uma educação
pública, gratuita, democrática, inclusiva e de qualidade para todos.
Em síntese, a função social da educação é ensinar, formar sujeitos críticos
e autocríticos com base em uma consciência epistemológica e responsável,
mediante os valores essenciais à vida. Nesse sentido, o processo de apropriação
e reapropriação do conhecimento, a organização coletiva do trabalho de sala
de aula e o relacionamento interpessoal são elementos fundamentais para que
a educação desempenhe a sua função e a concretize no cotidiano da escola
por meio dos processos de gestão.
Gestão dos processos educacionais 3

Faz parte da gestão educacional a compreensão da função da educação e


a estruturação da sua oferta. A ideia é que o conhecimento seja construído
com base nos fundamentos epistemológicos e na sua relação didática com
os fundamentos didático-pedagógicos, na busca constante de garantir uma
educação de qualidade para todos. Nesse contexto, o conhecimento organi-
zado historicamente funciona como o instrumental que permite a análise e a
compreensão da sociedade em que o sujeito está inserido e das formas como
ele pode intervir na sua realidade.

A educação como direito social está garantida no art. 205 da Constituição Federal: “A
educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada
com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu
preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho” (BRASIL,
1988, documento on-line).

A educação formal como um direito de todos, efetivada no contexto da escola,


é garantida ainda na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBN),
Lei nº. 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que destaca como função social da
escola a formação do cidadão. Desse modo, deve-se estruturar a gestão dos
processos educacionais para garantir as finalidades registradas no artigo 22:
“A educação básica tem por finalidade desenvolver o educando, assegurar-lhe
a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe
meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores” (BRASIL, 1996,
documento on-line).
Como você pode notar, a escola precisa se organizar para oferecer uma
educação que responda às demandas sociais. É importante que a organização da
escola e a sua prática cotidiana estejam vinculadas a uma gestão democrática.
A ideia é viabilizar uma gestão que vá além dos aspectos burocráticos, que,
ao gerir os processos administrativos e pedagógicos, o faça contemplando a
participação de todos os sujeitos atuantes e partícipes da instituição. Deve-se
fundamentar na prática cotidiana a função social da educação e da própria
escola, que funciona como instrumento de transformação da sociedade.
Rodrigues (2001) adverte que não há uma educação universal, boa em
si e que não possua intencionalidades. A educação é uma forma irresistível,
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imposta sobre os outros para cumprir fins determinados de fora. Contudo,


se não é possível obter a libertação total do seu poder, o conhecimento dele
pode atenuar seus efeitos e canalizar oportunidades de formação de sujeitos
críticos. Se cada sociedade impõe um tipo de educação, é necessário conhecer
a sociedade e o seu contexto para desnudar o seu sistema de educação, espe-
cialmente quando é preciso reverter o processo em que se está inserido. Nesse
sentido, o processo de gestão educacional necessita compreender o contexto
histórico, social, político e econômico para estruturar a oferta de um ensino
universal de qualidade.
Para Libâneo (1994, p. 17), a educação deveria “[...] prover os indivíduos
dos conhecimentos e experiências culturais que os tornam aptos a atuar no
meio social e a transformá-lo em função de necessidades econômicas, sociais
e políticas da coletividade”. Assim, ela deve oportunizar situações e mediações
para que o sujeito construa as suas concepções e tenha clareza para intervir
política e intencionalmente nos processos sociais.
A partir disso, o processo de gestão educacional precisa pensar a organização
do ensino formal com base na escola e no objeto de aprendizagem manipulado
nesse âmbito, que é o conhecimento. Mas esse conhecimento não é qualquer
conhecimento: é o conhecimento sistematizado, construído nas relações sociais,
reconhecido como formal e essencial não apenas para a formação do aluno, mas
para o desenvolvimento da espécie humana e as suas intervenções no mundo.
Atualmente, ocorrem transformações significativas na função da educação.
Mas, independentemente das novas funções sociais que a escola assume, decor-
rentes da complexidade da sociedade atual, permanece a sua função precípua:
a socialização do saber sistematizado, relacionado ao conhecimento prévio e
às relações estabelecidas de forma sistêmica. Os elementos a seguir entram
em cena quando se fala da função social da educação:

 relações;
 conhecimento;
 atuação na sociedade;
 formação de valores;
 direitos e deveres;
 cidadania;
 sujeito crítico;
 sujeito criativo;
 sujeito autocrítico.
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Esses elementos mostram a função da escola como um processo sistêmico


que envolve vários âmbitos de formação e constituição do ser humano,
bem como suas relações com o mundo, com as pessoas e com o próprio
conhecimento. No entanto, para que esse processo se efetive, é necessário
ter como base e elemento norteador gestores educacionais com formação,
aptos a observar a realidade e a atuar nela com respeito e fundamentos
teórico-práticos, respondendo às demandas de uma sociedade em constante
transformação.
Libâneo (1994, p. 22) afirma que o gestor da educação deve exercer
a dimensão política de sua atuação no espaço escolar, assegurando aos alunos
o “[...] sólido domínio de conhecimentos e habilidades, o desenvolvimento de
suas capacidades intelectuais, de pensamento independente, crítico e criativo”.
Contudo, para que o ato de educar se potencialize, há a necessidade de com-
preender a sua dimensão e a sua função na sociedade, ou seja, se faz necessário
pensar e refletir sobre a práxis do educar, “[...] práxis, que, sendo reflexão e
ação verdadeiramente transformadora da realidade, é fonte de conhecimento
reflexivo e criação. Com efeito, enquanto a atividade animal, realizada sem
práxis, não implica criação, a transformação exercida pelos homens a implica”
(FREIRE, 1987, p. 106).
Nesse sentido, há intencionalidade no ato de construir coletivamente um
processo de gestão educacional que garanta a autonomia da escola no que se
refere à organização de ações e políticas. Paro (2007) menciona que é importante
entender a participação de todos na educação. E isso não simplesmente para
dar a impressão de cumprimento das prerrogativas do Estado. Todos devem
ser encarados efetivamente como agentes que contribuem para a construção
coletiva da educação.

O professor e pesquisador José Carlos Libâneo define a função da escola tendo em vista
que ela não possui o monopólio do saber. Ele enfatiza também o papel do docente e
as formas como o aluno percebe a escola nos dias atuais. Para saber mais, confira, no
link a seguir, uma entrevista com Libâneo.

https://qrgo.page.link/oQHCu
6 Gestão dos processos educacionais

O papel da gestão educacional


na garantia do direito à educação
A gestão dos processos educacionais deve ser analisada a partir da garantia
dos direitos constitucionais à educação e dos desafios frente às transformações
da atualidade. Nesse contexto, é fundamental a universalização do acesso à
educação como um direito inalienável, que, como você viu, é garantido na
Constituição Federal de 1988.
Anos depois da promulgação da Constituição, houve a contrarreforma
da educação, que se materializou no Brasil a partir da LDBN, de 1996. Essa
lei criou um modelo de gestão da educação, um modelo caracterizado como
gerencialista, que na sociedade brasileira se consolidou a partir da reforma
do Estado de 1995. A ideia era pôr fim ao modelo burocrático de gestão e
dar início a um modelo pautado na lógica do Estado de caráter público não
estatal. A contrarreforma do Estado ampliou sua eficiência e sua capacidade de
regulação; ela foi orientada pelos organismos internacionais e alterou também
a gestão dos sistemas de ensino (MACEDO, 2012).
A reforma, que modificou muitas características da educação nacional,
ainda apresentou novas formas de gestão do ensino a partir de uma pers-
pectiva democrática. Isso, de certo modo, possibilitou a inserção de projetos
educacionais oriundos da sociedade civil, ou seja, dos empresários, que cada
vez mais vão substituindo o papel do Estado no que se refere à garantia dos
direitos à educação, em todos os níveis. No entanto, apesar de investimentos
em projetos privados de educação no Brasil, não se pode esquecer de que o
direito à educação se liga às garantias de permanência na escola e de acesso
a uma educação de qualidade. Esses devem ser os princípios das definições
sobre a política pública educacional, compreendida como um direito humano
fundamental que precisa ser construído sob o parâmetro da igualdade.
A LDBN afirma o seguinte:

TÍTULO I
Da Educação
Art. 1º A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na
vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino
e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas
manifestações culturais.
§ 2º A educação escolar deverá vincular-se ao mundo do trabalho e à prática
social.
TÍTULO II
Dos Princípios e Fins da Educação Nacional
Gestão dos processos educacionais 7

Art. 2º A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de


liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno
desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e
sua qualificação para o trabalho (BRASIL, 2014, documento on-line).

Qual é o papel da gestão educacional na garantia do direito à educação,


considerando as duas maiores leis referentes à educação no Brasil? Para que
a gestão educacional garanta o direito à educação, algumas premissas ne-
cessitam ser levantadas e analisadas, de forma a contemplar o acesso a um
ensino de qualidade por meio da ampliação da jornada escolar e da garantia
da permanência bem-sucedida para crianças, jovens e adultos, em todas as
etapas e modalidades da educação básica. Isso tudo sem descuidar de um
dos papéis indispensáveis da escola: o de socializar o saber sistematizado,
utilizando também os saberes prévios dos estudantes.
A educação deve se voltar à formação de um sujeito crítico, aliando o saber
científico ao saber prévio dos alunos (saber popular). Toda a estrutura de
gestão do processo educacional e as suas políticas públicas devem formar um
sujeito que seja protagonista do seu destino, da sua educação e das suas ações
na sociedade. Ao formar o cidadão, a escola deve construir conhecimentos,
atitudes e valores que tornem o estudante solidário, crítico, ético e participativo.

O papel da gestão educacional é estruturar um sistema de ensino que se constitua em


fator de mudança social, responsável pela formação das novas gerações em termos
de acesso à educação e à cultura. Além disso, a gestão deve levar em conta a origem
social dos alunos, considerando a complexidade da instituição escolar.

A partir da reforma ocorrida no País com a aprovação da LDBN, além do


oferecimento de serviços educacionais, busca-se ainda ampliar o espaço da
democracia participativa ou direta, que permite a participação dos cidadãos
nos assuntos públicos. São três os fatores que se relacionam e que devem
pressionar a democratização e a pluralização das formas de representação
política: o primeiro é “[...] a descentralização da política; outro é o aumento
da diversidade social; o terceiro é a crescente preocupação com a defesa do
patrimônio público, e logo, a maior importância dos ‘direitos republicanos”
(BRESSER-PEREIRA, 1997, documento on-line). A ideia de democracia
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participativa e direta significa a implementação de novas formas de represen-


tação social. Nesse sentido, os cidadãos devem estar dispostos a pressionar
e contribuir para as transformações necessárias, o que implica considerar os
ajustes à nova “sociedade do conhecimento”.
É possível perceber as marcas do gerencialismo provocado pela contrarre-
forma do Estado por meio da LDBN, que traz a ideia de ajustar a gestão dos
sistemas de ensino e das escolas ao modelo gerencial. Com esse processo,
busca-se romper com o modelo burocrático de educação, presente desde os anos
1930, época em que foi criado o Ministério da Educação e da Cultura. Conforme
Azevedo (2004), a administração gerencial da educação foi estruturada para
introduzir elementos das teorias e técnicas da gerência empresarial e do culto
à excelência nas escolas públicas. Assim, enfatizam-se a questão da qualidade
e a necessidade de atender localmente às demandas do cidadão-cliente. Além
disso, procura-se estabelecer um planejamento institucional inspirado tanto no
neoliberalismo como nas práticas peculiares da gestão empresarial, segundo
os pressupostos da qualidade total.
Existe uma análise muito importante que precisa ser feita: tanto o modelo
de gestão burocrática quanto o de gerencialismo correspondem à inserção da
educação nos modelos do desenvolvimento econômico. Mesmo com base nessa
estrutura real, é evidente que as recentes mudanças na ação do Estado em
relação às políticas sociais, nas quais se incluem as políticas públicas educa-
cionais, visam a legitimar nacionalmente orientações oriundas de organismos
internacionais. Novamente, é possível questionar: qual é o papel do gestor
educacional para garantir o direito à educação no âmbito das políticas públicas?

Como você pode notar, as políticas públicas são criadas para garantir que os direitos
básicos sejam assegurados, estruturando a sua oferta em todo o País. Mas você sabe
exatamente o que são políticas públicas? O conceito de política pública remete a
questões coletivas, relacionadas a metas e ao encaminhamento de soluções para
resolver problemas sociais nas mais diversas áreas. Não existe uma única definição de
política pública. Peters (1986), por exemplo, descreve a política pública como a soma
das atividades dos governos, que agem diretamente ou por meio de delegação; tais
atividades influenciam a vida dos cidadãos.
Gestão dos processos educacionais 9

Para Santos (2012), o modelo de gerencialismo no processo de gestão


educacional está submetido à realidade do mercado, o que acaba por intervir
também no processo pedagógico. No que se refere à educação básica pública,
essa lógica do mercado tem se consubstanciado por meio de “[...] parcerias
público-privadas na gestão do trabalho pedagógico, controle, avaliação [...]
e subordinação da carreira docente aos critérios de ‘mérito’ do mercado”
(SANTOS, 2012, p. 21). Aliás, tal encaminhamento já estava previsto no do-
cumento da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL),
que afirma que é “[...] necessário deixar de encarar a educação, a capacitação
e a investigação como compartimentos estanques, e avançar em direção a um
enfoque sistêmico, que integre essas três dimensões entre si e todas elas com
o sistema produtivo” (OTTONE, 1993, p. 9).
Ainda na década de 1990, na Cepal, foram discutidas as atribuições da
gestão educacional. Tais atribuições se relacionam à capacidade do gestor
de medir o desempenho, alocar recursos com maior eficiência e avaliar os
resultados. Segundo Ottone (1993), é necessário pensar em políticas dirigidas
à profissionalização e ao desempenho dos educadores, que passem por uma
elevação das suas responsabilidades, incentivos, formação permanente e
avaliação do seu mérito; em políticas de compromisso financeiro da sociedade
com a educação, com a capacitação e com o esforço científico-tecnológico,
que incluam financiamento de diversas fontes, e também considerem a ideia
de uma revitalização dos bancos de desenvolvimento, que desempenharam
um papel importante na expansão latino-americana nas décadas passadas, e
que hoje poderiam retomar esse papel, voltando a sua ação para as tarefas
de formação de recursos humanos e para o desenvolvimento do potencial
científico e tecnológico (OTTONE, 1993).
Diante disso, tornam-se perceptíveis as ambiguidades e contradições do
papel do gestor educacional. Ele precisa alinhar o seu projeto de trabalho com
as políticas públicas, com as demandas do mercado atual e com a realidade
do contexto educacional; isso tudo com base nos objetos de aprendizagem de
cada nível. Ao mesmo tempo, o gestor ainda necessita estruturar a oferta do
ensino para promover o desenvolvimento do espírito humano e a competência
de resolver problemas, sendo criativo e flexível ao enfrentar os desafios colo-
cados pela reestruturação da sociedade e adequando-se à nova racionalidade
imposta pela pós-modernidade (MACEDO, 2012).
Atualmente, grandes transformações ocorrem no âmbito da política, da
economia e, consequentemente, da educação. A reestruturação produtiva da
10 Gestão dos processos educacionais

sociedade, principalmente no que se refere à nova organização do trabalho,


tem desafiado todos a refletirem a respeito de que tipo de educação se deseja
promover em uma sociedade imersa nos avanços tecnológicos. Esse contexto
também gera reflexões sobre o tipo de homem que se quer formar para atuar
na sociedade.
Em contradição com o processo de evolução tecnológica constante, ainda
há milhões de pessoas que vivem em condições sub-humanas, sem trabalho,
sem teto, sem saúde e sem educação. A política neoliberal, cada dia mais,
imprime na sociedade diferentes formas de exclusão, em especial no que se
refere ao direito à educação. A partir dessa política excludente ou, melhor, dessa
inclusão excludente, é necessário repensar o papel dos gestores educacionais.
Afinal, eles devem dar conta do direito à educação com qualidade para todos,
garantindo não somente o acesso, mas a permanência.
Nesse sentido, tomando o papel da gestão educacional como exemplo,
não se pode esquecer de que nela se concretizam a definição sobre a política
(no sentido das relações) e o planejamento que a sociedade estabelece para si
própria em relação à educação que pretende oferecer. O direito à educação,
sintetizado aqui como direito ao acesso e à permanência na escola pública,
gratuita e de qualidade, representa o elo final de uma complexa cadeia que se
estabelece para a concretude de uma política entendida como de ação.

No link a seguir, confira uma roda de conversa intitulada “A gestão educacional voltada
para resultados”.

https://qrgo.page.link/aePCG

Políticas de inclusão social


e de enfrentamento às desigualdades
Por que são necessárias políticas de enfrentamento às desigualdades e de
inclusão social? Em primeiro lugar, se o Brasil precisa estruturar políticas
de enfrentamento às desigualdades e de inclusão social, é porque algo não
está correto na realidade do País. O fato de necessitar de políticas públicas
Gestão dos processos educacionais 11

para viabilizar o mínimo dos direitos humanos, que já estão assegurados na


Constituição de 1988, evidencia um grave contexto de desigualdade social.
Como você sabe, essa dura realidade não surgiu recentemente. Ela é mar-
cante na estrutura social brasileira ao longo dos anos, configurando-se como
um fenômeno complexo que tem impactos diversos e que causa, inclusive, a
precariedade do acesso à educação. Dessa forma, o direito social à educação,
garantido pela Constituição Federal de 1988, fica prejudicado, gerando exclusão
e vulnerabilidade, além de condições ínfimas de mobilidade social.
Além de a Constituição de 1988 e a LDBN garantirem o direito ao acesso e
à permanência na escola, existe ainda no Brasil o Plano Nacional de Educação
(PNE), cuja edição atual corresponde ao período de 2014 a 2024. O PNE tem
o intuito de construir um diagnóstico da situação educacional no País e, a
partir dele, determinar princípios, diretrizes, estratégias de ação e metas para
guiar as políticas públicas educacionais e combater os problemas do sistema
de educação brasileiro em todas as esferas de governo.
Esse documento possui 254 estratégias e 20 metas a serem cumpridas
ao longo de 10 anos. A sua proposta é garantir o direito à educação básica
de qualidade, a universalização do ensino obrigatório, a redução das desi-
gualdades, a valorização da diversidade, a valorização dos profissionais da
educação e o aumento das oportunidades educacionais. São diretrizes que
mobilizam todas as esferas administrativas e, por isso, estados e municípios
também foram obrigados a elaborar o seu próprio plano estadual ou municipal
de educação, seguindo os princípios do Plano Nacional, mas adaptando-os
à sua realidade.
Nesse contexto, você pode notar que os gestores educacionais têm papel
imprescindível na efetivação das políticas de enfrentamento às desigualdades
e de inclusão social. Mas, para efetivar essas políticas, os gestores precisam
também desenvolver um olhar sistêmico sobre a realidade. Não basta apenas
incluir o aluno na escola; é necessário mantê-lo nela e dar a ele autonomia e
independência por meio dos estudos. O cidadão formado pela escola deve ter
a oportunidade de construir a sua vida profissional e de levar uma vida digna.
Muitos cidadãos brasileiros só possuem a educação como oportunidade
de evoluir das suas condições miseráveis de vida. Essa dura realidade precisa
ser colocada em análise na elaboração de políticas de inclusão. Diante disso,
justifica-se a busca de alternativas para a redução das desigualdades histori-
camente construídas no Brasil. Essa busca passa pelas políticas públicas, que
propõem o acesso ao ensino básico ou superior pelas camadas populares a fim
de promover a democratização e a amplitude de oportunidades de mobilidade
na estrutura social.
12 Gestão dos processos educacionais

Com isso, a educação acaba por assumir um papel preventivo e paliativo


em relação à exclusão — preventivo no sentido de promover a exigência de
equidade. A ideia é que o acesso ao ensino de qualidade evite a reprodução
do ciclo de exclusão social. Hoje, as camadas com situação socioeconômica
precária estão excluídas da economia formal, tendo poucas oportunidades de
superar a sua situação e reproduzindo o ciclo que as exclui. Nesse sentido,
a inclusão social por meio da educação possibilitaria a redução das discrimi-
nações relacionadas às diferenças de renda e socioculturais, diferenças que
podem se converter em causas de exclusão.
A gestão dos processos educacionais deve ser analisada a partir da função
social da educação, no que concerne tanto à formação quanto à humanização.
Assim, é necessário caracterizar o papel da gestão na garantia do direito cons-
titucional à educação e comparar as políticas que combatem as desigualdades
e reafirmam a inclusão social, tendo sempre como fio condutor os desafios da
gestão frente ao paradigma atual e às demandas educacionais, econômicas,
sociais e do mercado de trabalho.

As reformas desencadeadas nas últimas décadas do século XX integram o modelo


econômico de financeirização, que propôs a redefinição do papel do Estado e da
política social, intimamente atrelada à reconfiguração das relações de trabalho. Além
disso, a reorganização do sistema ideológico, político e cultural se refletiu no sistema
educacional (PERRUDE, 2013).

Para a oferta de políticas de inclusão social e de enfrentamento às desi-


gualdades, é necessário um planejamento estratégico que conduza as ações
no campo educacional, apontando para a flexibilização e a cooperação entre
União, estados e municípios. Além disso, são fundamentais a criação de canais
de participação e a formação de parcerias e alianças em torno de compromissos
efetivos da sociedade civil com a gestão de um ensino de qualidade.
De acordo com Oliveira (2011), o conjunto de reformas implantado na
educação brasileira nos últimos anos resultou na reestruturação da educação
escolar, especialmente na educação básica, cuja estrutura foi redefinida.
Oliveira (2011, p. 327) salienta que as reformas “[...] determinaram novas
formas de financiamento, gestão e avaliação da educação básica, confor-
Gestão dos processos educacionais 13

mando uma nova regulação assentada na descentralização, em maiores


flexibilidades e autonomia local”. Com isso, foram criados programas
sociais e educativos que buscaram atender aos públicos focalizados. Esses
programas caracterizaram-se, nas palavras de Oliveira (2011, p. 327),
“[...] como política de governo de um Estado cujas bases institucionais de
controle social não estavam definidas”.
É interessante ressaltar que a criação de diversos programas sociais está
ligada ao sistema de ensino. É o caso do Programa de Erradicação do Trabalho
Infantil (PETI), na área da assistência social; do Bolsa Escola, na área da
educação; do Bolsa Alimentação, na área da saúde; e do Auxílio Gás. Esses
programas buscaram ampliar o acesso e o tempo de permanência das crianças,
principalmente as mais carentes, no espaço escolar. Além disso, representaram
uma nova geração de programas para o campo social. O Programa Nacional
de Renda Mínima, vinculado à educação — Bolsa Escola — teve por objetivo
o combate à pobreza e à exclusão social, tendo a educação como ferramenta
principal. O programa consistiu na garantia de uma renda mensal mínima, paga
preferencialmente à mãe, a fim de que seus filhos estudassem e não precisassem
trabalhar para ajudar no sustento da família.
O PETI, que visava ao combate à pobreza, era atrelado ao controle da fre-
quência escolar e à ampliação da jornada escolar. Ele estava em consonância
com as reformas e as estratégias de focalização de uma população vulnerável,
com o objetivo de “[...] erradicar o trabalho infantil nas atividades perigosas,
insalubres, penosas ou degradantes nas zonas urbana e rural” (BRASIL, 2000,
documento on-line). A estruturação do PETI previa uma série de ações, tais
como possibilitar o acesso, a permanência e o bom desempenho de crianças e
adolescentes na escola.
Além disso, o PETI propunha a implantação de atividades complementares
à escola, com a Jornada Ampliada, e concedia uma complementação mensal de
renda, a Bolsa Criança Cidadã. Para receber o benefício, as famílias deveriam
retirar todos os filhos menores de 16 anos de atividades laborais e mantê-los
na escola nas atividades da Jornada Ampliada, nas atividades socioeducativas e
nos programas e projetos de qualificação profissional e de geração de trabalho
e renda. Essas ações pretendiam desenvolver potencialidades das crianças e
adolescentes com vistas à melhoria do seu desempenho escolar. Além disso,
o PETI buscava realizar atividades que proporcionassem o enriquecimento
do universo informacional, cultural, esportivo, artístico e lúdico das crianças
e adolescentes.
No Quadro 1, a seguir, veja alguns exemplos de políticas e programas
de inclusão social e enfrentamento às desigualdades.
14 Gestão dos processos educacionais

Quadro 1. Políticas e programas sociais

Políticas e
programas Descrição
nacionais

A educação é um direito humano que deve ser garantido a


todos. É isso que diz o artigo 26 da Declaração Universal dos
Direitos Humanos, de 1948. O art. 10 da Lei nº. 7.210, de 11
Educação no de julho de 1984, conhecida como Lei de Execuções Penais,
sistema prisional garante esse direito. Em 2010, tal direito foi ressaltado pelas
Diretrizes Nacionais para a Oferta de Educação para Jovens e
Adultos em Situação de Privação de Liberdade nos Estabele-
cimentos Penais.

O Sistema de Cotas é definido na Lei nº. 12.711, de 29 de


Sistema agosto de 2012, conhecida também como Lei de Cotas. Essa
de Cotas lei foi criada a fim de diminuir as disparidades econômicas, so-
ciais e educacionais entre pessoas de diferentes etnias raciais.

Em 2018, foi aprovado um projeto de lei que atribui às escolas


Lei de Combate a responsabilidade de prevenir e combater diversas formas de
ao Bullying violência em seus meios, o que inclui o bullying. Essa medida é
complementar à Lei de Combate ao Bullying, de 2015.

Essas são políticas de caráter emergencial que visam a um


Fome Zero e
leve aumento de renda no curto prazo ou em situações
Bolsa Família
precárias de miserabilidade.

O programa foi criado em 2003, com planos nacionais e


Luz Para Todos
estaduais e parcerias com as iniciativas pública e privada.

Benefício É um dos recursos mais significativos para idosos, pessoas


de Prestação com deficiência e em situação de vulnerabilidade social. Está
Continuada (BPC) previsto na Constituição de 1988.

A educação, como você viu, é um fator preponderante no conjunto das


políticas públicas. Ela é requerida pelo processo de reestruturação do Estado,
sendo considerada condição estratégica de redução da desigualdade econômica
e social dos países, em especial os periféricos. Essa ideia justifica-se pela
capacidade da educação de desenvolver valores que asseguram a estabilidade
do sistema. Por isso, ela é uma variável determinante para o desenvolvimento
social e o combate à pobreza (PERRUDE, 2013).
Gestão dos processos educacionais 15

Czernisz e Noma (2010) argumentam que, na transição para o século XXI,


houve o incremento da defesa da educação e a disseminação do discurso que es-
tabelece a vinculação entre educação, desenvolvimento, estabilidade econômica
e política. A análise crítica permite entender que, para além do que é propalado,
a desigualdade é uma questão de regulação social e implica a necessidade de
realizar a gestão do trabalho e dos pobres sob a lógica do capital e do mercado.
A equidade, nesse contexto, passou a significar, de acordo com as análises
de Silva e Alves (2009, p. 5.853), “[...] o equilíbrio dos extremos, das tensões
entre cidadania e competitividade, igualdade e desempenho, integração e
descentralização”. Busca-se, nesse sentido, “manter a desigualdade dentro dos
limites aceitáveis socialmente (ética ou ideologicamente) para que a estabilidade
política e a administração da acumulação do capital pelo governo não sejam
comprometidas”. A equidade vem substituir de maneira sorrateira o conceito de
igualdade, que se distingue de uma concepção de direitos universais plenos, na
medida em que propõe ações diferenciadas a parcelas da população vulneráveis
ao modelo econômico vigente (PERRUDE, 2013).

Acesse o link a seguir para aprender mais sobre as políticas públicas. Como você viu,
em um país onde as ações do poder público são centralizadas, pouco transparentes
e muitas vezes interpretadas como paliativas, a formulação das políticas públicas é
fundamental para a garantia de direitos.

https://qrgo.page.link/SZdw7

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Leituras recomendadas
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