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CURSO DE PEDAGOGIA

PROJETOS E PRÁTICA DE AÇÃO PEDAGÓGICA –


GESTÃO DA EDUCAÇÃO EM AMBIENTES ESCOLARES E NÃO ESCOLARES

POSTAGEM 2: ATIVIDADE 2
PROJETO DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA

GESTÂO EM EDUCAÇÂO ESCOLAR


COMO ADMINISTRAR UM AMBIENTE ESCOLAR?

CARINA DE SOUZA FARIAS


2147580

POLO – LAPA
2023
1. Tema: Gestão em educação escolar - Como administrar um ambiente escolar?

2. Situação – Problema
Discutir a administração ou gestão escolar nos leva à discussão acerca do conceito de
administração em geral e, também, a compreender a história da gestão, pois as
transformações econômicas e tecnológicas, bem como os princípios, funções e
maneira de gerir interferem nas práticas sociais e educacionais, visto como principais
desafios da gestão escolar. Engana-se que apenas as transformações nas
metodologias de ensino aprendizagem trouxeram desafios para a gestão escolar.
Mudanças no comportamento da sociedade, novas exigências e o bom funcionamento
da rotina administrativa exigem novas posturas quanto ao gerenciamento.

3. Justificativa e embasamento teórico.


A escola como um importante espaço de socialização na vida de crianças,
adolescentes, jovens e adultos tem o seu cotidiano marcado por várias práticas
formativas. Essas práticas envolvem a organização pedagógica, a merenda, a
avaliação, os processos de participação, entre outros, e traduzem concepções teóricas
e práticas explícitas ou não, ou seja, tudo que ocorre no espaço educativo é resultado
dessas concepções, visões de mundo. Compreender essas práticas e identificar as
concepções de gestão e organização que as norteiam é fundamental. Desse modo, se
quisermos tornar a escola um espaço formativo significativo para a formação dos
sujeitos devemos refletir, de maneira sistemática, sobre as diferentes práticas, as
concepções que as norteiam e, assim, vamos compreender a importância da
organização dos espaços e tempos pedagógicos, das dinâmicas de participação que
envolvam todos e cada um na gestão e construção de uma educação de qualidade.
Como o eixo de nossa análise é a administração escolar, falta uma concepção que
considere as particularidades da escola.
Assim, Benno Sander (1995), ao situar a trajetória da administração escolar,
destaca o caráter assumido por esta desde o enfoque essencialmente normativo
(que prioriza as normas e a orientação jurídica), passando pelas abordagens
tecnocráticas e comportamentalistas, até as abordagens contemporâneas que
possibilitam, em alguns casos, a centralidade da dimensão humana, favorecendo os
processos de participação dos diferentes atores no cotidiano escolar. Nesse sentido,
destaca a importância do enfoque cultural, centrado na dimensão humana, como
concepção que contribui para repensar a cultura escolar e, desse modo, para a
construção da gestão democrática das escolas.
Mesmo que ainda falte compreensão acerca desse tema e, consequentemente, não
seja utilizado devidamente diariamente no cotidiano escolar. Sua importância é
recurso de participação humana e de formação de massa crítica para o exercício da
democratização da escola e da cidadania na sociedade, com vistas a construção de
uma sociedade mais justa, humana e igualitária como fonte de humanização.
O ideal da democracia supõe cidadãos que observem a evolução das esferas
públicas, que se informam do que acontece no meio político, educacional e social,
bem como dos principais problemas em que possuem a consciência de escolher
entre as várias alternativas que são apresentadas pelas forças políticas e que se
interessam pela participação de todos.

Dourado coloca que


[...] convivemos com um leque amplo de
interpretações e formulações reveladoras de
distintas concepções acerca da natureza política e
social da gestão democrática e dos processos de
racionalização e participação, indo desde
posturas de controle social (qualidade total) até
perspectivas de participação efetiva, isto é
participação cidadã. (DOURADO, 1998, p. 79)

Assim, compreender e defender a democracia são priorizar o diálogo, a tomada de


decisões, a participação e a coletividade. Nas escolas a gestão democrática está
sendo introduzida de forma gradativa, pois com o advento da Constituição Federal
de 1988, houve a promulgação de princípios democráticos voltados para a
educação democrática, inclusiva e de qualidade. Nos campos da educação, com a
abolição das ações autoritárias e com o surgimento de uma nova constituição,
houve a inclusão do princípio da gestão democrática na Constituição, no art. 206 da
Constituição Federal. Esse princípio é justificado porque a educação escolar é um
direito de todos os cidadãos (BRASIL, 1988). Desse modo, a educação escolar é
entendida constitucionalmente como função do Estado e, sobretudo, como dever do
Estado.
Para que haja a participação efetiva dos membros da comunidade escolar, é
imprescindível que o gestor, juntamente com o conselho escolar, propicie um
ambiente que estimule trabalhos conjuntos, considerando com igualdade em todos
os setores, coordenando os esforços de funcionários, professores, pessoal técnico-
pedagógico, alunos e pais envolvidos no processo educacional, sendo por meio
dessa prática que se percebe a autonomia da escola.

Luck, ao abordar a autonomia no contexto da educação, ressalta que ela

[...] consiste na ampliação do espaço de decisão,


voltada para o fortalecimento da escola como
organização social comprometida reciprocamente
com a sociedade, tendo como objetivo a melhoria
da qualidade do ensino. É a característica de um
processo de gestão participativa que se expressa,
quando assume com competência a
responsabilidade social de promover a formação
de jovens adequada às demandas de uma
sociedade democrática em desenvolvimento.
(LUCK, 2006, p.30)

Para tanto, na atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação encontra-se


encaminhamentos voltados às redes e sistemas de ensino, bem como unidades
escolares, para que a autonomia se constitua e se efetive em suas instâncias como
a organização dos aspectos administrativos, financeiros e pedagógicos, a exemplo
do calendário escolar, a forma que as turmas serão distribuídas, como os alunos
serão avaliados, bem como os que podem ser ter um avanço de classe conforme o
seu grau de conhecimento e diante de uma avaliação feita pela escola. Os
municípios, por sua vez, podem destinar seus recursos àquilo que definem como
sendo primordiais: transporte, material didático, equipamentos, outros.
Para que a qualidade na educação seja efetivada dentro dos ambientes escolares,
os professores precisam estar engajados no planejamento participativo e
democrático, pois quando há a união e engajamento de todos, os alunos começam
a interessar-se mais, pois, consequentemente, observam essa união. Esse
planejamento requer estar baseado no Projeto Político Pedagógico de cada escola,
o qual necessita ser construído, também, com a participação de todos. O Projeto
Político Pedagógico tem por finalidade concretizar prioridades, objetivos e metas
que a escola quer alcançar.
Quanto à participação da família, essa é de extrema importância. Em uma
sociedade em que as crianças convivem pouco tempo com os pais devido ao
trabalho dos mesmos, se faz necessário uma diversidade de atividades que
despertem seu interesse pela vida escolar dos filhos, devendo ser usadas
metodologias que utilizem suas experiências e conhecimentos cotidianos, centradas
em temáticas que preocupem os interessados, como por exemplo, o grau de
aprendizagem e desenvolvimento dos alunos no primeiro ano do ensino
fundamental.
Como em qualquer estabelecimento de ensino, as instituições de Educação Infantil
precisam preservar a gestão democrática e participativa, pois, conforme Santos

[...] entende-se, nesta perspectiva, a democracia como


forma de aperfeiçoamento da convivência humana,
construída histórica e culturalmente, que deve reconhecer
e lidar com as diferenças, ser inclusivo das minorias e das
múltiplas identidades, implicar na ruptura com as tradições
e buscar a instituição de novas determinações. (SANTOS,
2002, p.02)

O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil – RCNEI (1998),


também, salienta que a gestão democrática se constitui a partir de mecanismos de
participação coletiva e a elaboração e o acompanhamento do Projeto Político
Pedagógico pelos professores, demais profissionais da instituição, famílias,
comunidade e, sempre que possível, da criança, já que a organização das
instituições de Educação infantil deve orientar-se por esses fundamentos e
compromissos com as múltiplas identidades e culturas na comunidade escolar.
Segundo Ferreira (1988, 112), gestor significa “[...] aquele que gere ou administra
algo”. Partindo desta orientação, destaca-se a importância das instituições
articularem seu projeto educativo com família e comunidade orientadas pela ação
desenvolvida por seus gestores os quais precisam estar mobilizados com a
comunidade pelos princípios e mecanismos de democratização.
Educar na infância significa, portanto,

[...] propiciar situações de cuidados, brincadeiras e


aprendizagens orientadas de forma integrada e que
possam contribuir para o desenvolvimento das
capacidades infantis de relação interpessoal, de ser e estar
com os outros em uma atitude básica de aceitação,
respeito e confiança, e o acesso, pelas crianças, aos
conhecimentos mais amplos da realidade social e cultural.
(BRASIL, 1998, p. 23)

Dessa forma, a educação escolar poderá contribuir no desenvolvimento das


capacidades de apropriação e conhecimento das potencialidades corporais,
afetivas, emocionais, estéticas e éticas, na perspectiva de contribuir para a
formação de crianças felizes e saudáveis.

4. Público Alvo:
O projeto é direcionado para gestores, professores e funcionários de instituição de
ensino.

5. Objetivos.

5.1 Objetivo Geral

A administração escolar é o planejamento, organização e aplicação dos recursos


essenciais para o funcionamento da instituição. Assim, sua principal função é
garantir o alinhamento dos diversos setores de modo que tenham as condições
necessárias para alcançar os objetivos gerais da escola. A forma de administrar a
gestão educacional é fundamental para garantir a saúde financeira da instituição de
ensino. Para tanto, é preciso estabelecer estratégias para captar e distribuir
recursos financeiros de maneira correta a todos os setores da instituição.

5.2 Objetivo especifico.

 Melhorar as práticas educacionais


 Aprimorar as metodologias de ensino
 Elaborar e implementar projetos pedagógicos
 Definir metas para otimizar a relação de ensino/aprendizagem.
6. Percurso Metodológico.
No percurso metodológico do projeto de gestão educacional a ser desenvolvido nas
escolas tem de considerar, os diferentes segmentos sociais que a compõem, bem
como buscar a explicitação de sua identidade social, articulando-se com a realidade.
Precisa prever ações com vistas à melhoria dos processos educativos, propiciando
condições políticas e culturais para sistematizar e socializar os saberes produzidos
pelos homens. Isso quer dizer que o projeto de uma unidade escolar, na perspectiva
de uma educação de qualidade e democrática, deve envolver os diferentes sujeitos
que constroem o cotidiano da escola: funcionários, estudantes, professores, pais,
equipe de direção e comunidade.
Assim, a escola, no desempenho de sua função social de formadora de sujeitos
históricos, constitui-se em um espaço de sociabilidade, possibilitando a construção e
a socialização do conhecimento vivo, que se caracteriza enquanto processo em
construção permanente e espaço de inserção dos indivíduos nas relações sociais.

É importante não perder de vista que o projeto da escola deve se articular e


contribuir com o projeto pedagógico do sistema ou rede. Assim, quanto mais a
construção deste for participativa maiores serão as possibilidades do projeto da
escola contribuir com o conjunto das instituições educativas que compõem a rede, a
possibilidade da construção de práticas de gestão na escola, voltadas para a
transformação social com a participação cidadã, reside nessa contradição em seu
interior. Desse modo, a gestão escolar é vista por alguns estudiosos como a
mediação entre os recursos humanos, materiais, financeiros e pedagógicos,
existentes na instituição escolar, e a busca dos seus objetivos, não mais o simples
ensino, mas a formação para a cidadania.

O ideal é que o plano de ação seja flexível e permita ajustes de prazo para você
realizar mudanças sempre que necessário. Assim, é mais fácil garantir o sucesso de
todas as metas estabelecidas no planejamento estratégico, mesmo quando algum
problema for detectado.
Sendo assim, o projeto leva em conta a importância de fazer pesquisas internas e
relatórios semanais, bimestrais e semestrais, para melhorias no âmbito escolar,
onde a organização e desenvolvimento educacional no ambiente escolar são o
objetivo.

7. Recursos

 Criar equipes pequenas para cada tarefa, para organizar o ambiente, com
representantes que possam estabelecer uma ponte entre a equipe
pedagógica e a gestão, para que seja feito relatórios a base de pesquisas
pedagógicas.

 Incluir a colaboração de professores e funcionários e toda equipe


pedagógica no seu planejamento.
 Identificar as reais necessidades da sua instituição. Para definir metas e
objetivos claros, é preciso ter um diagnóstico sobre o quadro apresentado
pela escola.
 Auxiliar em dificuldades pedagógicas, visando o bom relacionamento
comunidade, professores, pais e escola.
 Um bom planejamento financeiro e suporte que inclui; considerações sobre
entradas e saídas de caixa, folha de pagamento, mensalidades (quando se
tratar de escola particulares) etc.
 Criar um plano de ação para colocar tudo em prática. Isso pode ser feito por
meio de uma planilha, que deve conter todas as ações definidas no projeto
de gestão escolar, os responsáveis por cada uma delas e o prazo limite para
cada implementação.
 Formulação de relatórios para que seja feita a avaliação final com base em
todos os procedimentos recolhidos no processo de elaboração do projeto de
gestão.

8. Cronograma

O Projeto será elaborado no decorrer do ano letivo, com relatórios bimestrais e


semestrais.

No início do ano Letivo:

 Reunião pedagógica com os professores.


 Com informações sobre quadro de funcionários e alunos, metodologias de
ensino, calendário, horários, recursos, eventos etc.
 Com isso tem mais chance de fazer uma boa gestão e oferecer a melhor
experiência para ao alunos e professores.
 Nesse sentido, se você deseja otimizar as funções desempenhadas por cada
segmento da sua instituição, o melhor
 Caminho é investir em um planejamento estratégico no início do ano letivo.

Durante o Bimestre e Semestres escolares:

 No decorrer do bimestre ocorrerá reuniões pedagógicas entre Gestão e


Professores.
 Será organizado Reuniões Semestrais Pais e Mestres, juntamente com a
equipe pedagógica.
 Onde será analisado o desempenho pedagógico, alunos e professores, e
será colocado em pauta discussões referentes o semestre atual.
 Preparativos para possíveis eventos no decorrer do ano letivo como;

 Festa Junina
 Reuniões de Pais.
 Competições escolares
 Passeios pedagógicos
 Projetos esportivos
 Oficinas educativas, etc.
Será elaborado o Plano de Gestão Escolar documento em que se registra todas as
informações e ações da escola durante o semestre já executado, formulação e
organização de um novo plano de ação com análise na pesquisa pedagógica
realizada no semestre anterior, buscando sempre de melhorias para o inicio do
semestre seguinte.

Semestre Final

Análise dos relatórios resumidamente, pelos objetivos, indicadores, metas, entregas,


áreas envolvidas e fundamentação para projetos futuros.

9. Avaliação e Produto final.

Após acompanhar os resultados do projeto é fundamental ter uma equipe


responsável para monitorar o andamento de cada ação e fazer mudanças no
planejamento estratégico, quando for necessário. É preciso oferecer condições para
que os o quadro pedagógico e alunos se desenvolvam, por isso, a avaliação deve
levar em conta aspectos como equipamentos tecnológicos, espaços inovadores em
sala de aula, áreas verdes, área de convivência e uma arquitetura que favoreça a
colaboração e desenvolvimento de projetos.
Através do produto final é possível olhar para trás, ver os projetos que foram feitos,
conferir se os objetivos foram alcançados, descobrir o que funcionou e o que ainda
pode melhorar, sempre levantando possibilidades de expandir o conhecimento na
administração escolar, considerando os núcleos interno e externo que levaram ao
sucesso e fracassos no âmbito escolar que houveram no decorrer desse ano letivo.

10. Referencias

SANDER, Benno. Gestão da educação na América Latina: construção e


reconstrução do conhecimento. Campinas, SP: Autores Associados,1995.

DOURADO, Luíz Fernandes. Gestão em Educação Escolar. Universidade Federal


do Mato Grosso/Rede e-Tec Brasil, Cuiabá: 2012.

DOURADO, L. F. A escolha de dirigentes escolares: política e gestão da educação


no Brasil. In: FERREIRA, N. S. C. (Org.). Gestão democrática da Educação:
atuais tendências, novos desafios. São Paulo: Cortez, 1998.

Ministério da Educação. Documento Referência da Conferência Nacional da


Educação Básica. Brasília. Brasília: MEC, 2010. Disponível em: . Acesso em
setembro de 2013.
Resolução CNE/CEB n° 05/2009. Diretrizes Curriculares Nacionais para a
Educação Infantil. 2009. Disponível em: . Acesso em 30 ago 2013.

Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei nº 9.394, de 20 de


dezembro de 1996. Brasília/DF, 1996.

BRUNO, Lúcia. Estudos sobre poder político, ideologia, trabalho e


educação. 2004. Tese (Livre-Docência) apresentada à faculdade de Educação. São
Paulo: Universidade de São Paulo.

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