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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Faculdade de Ciências de Educação

Curso de Licenciatura em Ensino de História

Os princípios da gestão democrática que norteiam o funcionamento da escola

Rafael Alberto Jorge: 41200196

Maxixe, Março de 2023


INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Faculdade de Ciências de Educação

Curso de Licenciatura em Ensino de História

Os princípios da gestão democrática que norteiam o funcionamento da escola

Trabalho de campo a ser submetido na


Coordenação do Curso de Licenciatura em
Ensino de História da UnISCED.
O Tutor: Mestre, Oweni Esmael M Elias

Rafael Alberto Jorge: 41200196

Maxixe, Março de 2023


Índice
1.0. Introdução............................................................................................................................4
1.1. Objectivos............................................................................................................................4
1.2. Objectivo geral.....................................................................................................................4
1.3. Objectivos específicos.........................................................................................................4
1.4. Metodologia.........................................................................................................................4
2.0. Conceito de escola...............................................................................................................5
2.1. Gestão escolar......................................................................................................................5
2.2. Gestão democrática escolar..................................................................................................6
2.3. Princípios que norteiam a gestão democrática escolar........................................................6
3.0. Conclusão...........................................................................................................................10
4.0. Referências Bibliográficas.................................................................................................11
1.0. Introdução
O presente trabalho visa analisar os princípios de uma gestão democrática escolar. Gestão
significa acto de gerir, gerência, administração, tomada de decisão, organização, direcção, ou
seja, tem a finalidade de impulsionar uma organização a atingir seus objectivos, a
desempenhar seu papel e sua função social.
O objectivo da gestão nada mais é do que a promoção de aprendizagens efectivas e
significativas aos sujeitos escolares, contribuindo para o desenvolvimento de competências
demandadas pela vida em sociedade.
A gestão escolar constitui uma dimensão e um enfoque de actuação que objectiva promover a
organização, a mobilização e a articulação de todas as condições materiais e humanas
necessárias para garantir o avanço dos processos sócio-educacionais dos estabelecimentos de
ensino, orientados para a promoção efectiva da aprendizagem pelos alunos, de modo a torná-
los capazes de enfrentar adequadamente os desafios da sociedade globalizada e da economia
centrada no conhecimento.
A gestão democrática é formada por diferentes acções: formação do conselho escolar;
elaboração do projecto político pedagógico de maneira colectiva e participativa; determinação
e fiscalização da verba da escola pela comunidade escolar; divulgação e transparência na
prestação de contas; avaliação institucional da escola, professores, dirigentes, estudantes e
equipe técnica.
1.1. Objectivos
1.2. Objectivo geral:
 Conhecer os princípios da gestão democrática que norteiam o funcionamento da escola.
1.3. Objectivos específicos:
 Definir o conceito de gestão escolar;
 Descrever a gestão democrática escolar;
 Identificar os princípios da gestão democrática que norteiam o funcionamento da
escola.
1.4. Metodologia
O presente trabalho baseou-se nas consultas bibliográficas, que segundo Lakatos e Marconi
(1992), “consiste na colocação do pesquisador em contacto directo com tudo aquilo que foi
escrito sobre determinado assunto, com objectivo de permitir ao cientista o reforço paralelo na
análise de suas pesquisas ou manipulação de suas informações

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2.0. Conceito de escola
Segundo Libâneo (1985), escola é abordada como sendo um ambiente de ensino e
aprendizado, visto que o conhecimento é difundido para o encontro das camadas populares,
pois se trata de um meio de socialização e é na instituição de ensino que existe a contribuição
para a democratização.
Ainda para Libâneo (1985), o conceito de escola é definido em um local onde se encontra o
conhecimento para buscar ensinamentos e bons envolvimentos entre os indivíduos. Esse
ambiente criado especificamente para o aprendizado dos alunos, pois é na escola que se faz
um cidadão e nessa instituição de ensino que se caracteriza a colaboração para a
democratização, ajudando a cumprir a sua função e consequentemente leva o cidadão a ser um
aprendente, com o intuito de construir conhecimentos. A instituição escolar deve ser um
ambiente de transformação de relações sociais, não de reprodução da sociedade.
2.1. Gestão escolar
Na visão de Ferreira (2000), “gestão” significa ato de gerir, gerência, administração, tomada
de decisão, organização, direcção, ou seja, tem a finalidade de impulsionar uma organização a
atingir seus objectivos, a desempenhar seu papel e sua função social.
Para Luck (2010), a gestão é caracterizada como a actividade na qual são realizados os
procedimentos para atingir os objectivos da organização, envolvendo e interagindo os
aspectos gerenciais e técnico-administrativos. A direcção é um atributo da gestão, pela qual é
afunilado o trabalho colectivo das pessoas que trabalham grupalmente, orientadas e integradas
aos objectivos. A direcção em acção toma as decisões na organização, e coordena os trabalhos
para serem trabalhados da melhor forma possível.
Ainda na visão de Luck (2000), a gestão escolar constitui uma dimensão e um enfoque de
actuação que objectiva promover a organização, a mobilização e a articulação de todas as
condições materiais e humanas necessárias para garantir o avanço dos processos sócio-
educacionais dos estabelecimentos de ensino, orientados para a promoção efectiva da
aprendizagem pelos alunos, de modo a torná-los capazes de enfrentar adequadamente os
desafios da sociedade globalizada e da economia centrada no conhecimento.
Cabem à gestão escolar, o direccionamento e a mobilização da cultura da instituição, bem
como a busca de alternativas em todas as frentes e poderes inter-relacionados.
A gestão escolar contempla, pelo menos, três áreas, as quais funcionam de modo integrado e
sistémico: gestão pedagógica, gestão de pessoas e gestão administrativa, (Ferreira, 2000).

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Segundo Silva et al. (2013), o objectivo da gestão nada mais é do que a promoção de
aprendizagens efetivas e significativas aos sujeitos escolares, contribuindo para o
desenvolvimento de competências demandadas pela vida em sociedade. Diante destes
desafios, ganham importância os estudos sobre a gestão da escola e a actuação dos
profissionais que a promovem. Subsidiar a ampliação das compreensões sobre a gestão,
investigar processos e propor alternativas é, portanto, uma tarefa aberta a contribuições.
2.2. Gestão democrática escolar
A gestão democrática escolar possui uma função essencial no ambiente escolar, visto que
presume a participação da comunidade no processo das tomadas de decisões, concebe a sua
relevância como um recurso de formação para a cidadania, assim como da necessidade de
construir uma sociedade mais justa, mais humana e mais igualitária. Esta, por sua vez,
assenta-se na oferta de um ensino de qualidade a todos os alunos, de modo que todos tenham
igual oportunidade de acesso e progresso educacional efetivo, em que se promova a
democracia. Neste sentido, Luck (2009) traz uma atribuição importante para o contexto
escolar, visto que, segundo a autora, a gestão democrática é proposta como condição de
aproximação entre escola, pais e comunidade na promoção de uma educação de qualidade;
estabelecimento de um ambiente escolar aberto e participativo, em que os alunos
experimentem os princípios da cidadania, seguindo o exemplo dos adultos. Por outro lado, a
gestão democrática assenta-se na promoção de uma educação com qualidade para todos os
alunos, em uma escola dinâmica, que oferte um ensino contextualizado em seu tempo e em
sua realidade, com perspectiva de futuro, (Luck, 2009).
Para Silva et al. (2013), A gestão escolar democrática é caracterizada pelo reconhecimento da
necessidade de descentralização, autonomia e participação dos envolvidos nos processos
educativos, desde a sala de aula até a gestão dos sistemas educacionais. Portanto, constitui
uma organização complexa que envolve múltiplos atores, múltiplas funções e atribuições.
Princípios de gestão democrática que norteiam o funcionamento escolar.
2.3. Princípios que norteiam a gestão democrática escolar
Para Libâneo (2001), a gestão democrática é formada por diferentes acções: formação do
conselho escolar; elaboração do projecto político pedagógico de maneira colectiva e
participativa; determinação e fiscalização da verba da escola pela comunidade escolar;
divulgação e transparência na prestação de contas; avaliação institucional da escola,
professores, dirigentes, estudantes e equipe técnica. Assim, a gestão democrática vai além do
processo de tomada de decisões, ela identifica os problemas, acompanha e controla as acções

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na fiscalização e avaliação dos resultados. Dessa forma, com a democratização da gestão é
ampliada a participação das pessoas.
Segundo Dalberio (2008), na gestão escolar democrática, apresentam-se quatro importantes
elementos constitutivos: a participação, a autonomia, a transparência e a pluralidade, cada
qual com sua relevância e sinergeticamente colaborando ao entendimento da articulação e
manifestação de um ensino democrático.
1. Participação
De acordo Dalberio (2008), a participação é definida como “ (...) a presença e a intervenção
activa de todos (...), cabendo salientar que não se refere somente à escuta, mas ao
questionamento, à interferência e ao poder de voto.
Os estudantes devem ser entendidos como o conjunto de agentes centrais do processo
educativo, o escopo da gestão democrática, visto que formar cidadãos críticos e autónomos
não se dá espontaneamente, mas estimulado pela democracia. Entre as possibilidades políticas
e pedagógicas para a participação discente merecem destaque os grémios estudantis, os
conselhos escolares, os conselhos de classe abertos, os contratos pedagógicos de sala de aula,
as assembleias-gerais e o PPP, todos sendo espaços para os processos decisórios, as
discussões e deliberações sobre assuntos que constroem o quotidiano da escola, (Araújo,
2009).
2. Autonomia
No que se refere à autonomia, a escola poderia delinear seu próprio caminho com a ajuda dos
professores, estudantes, funcionários, pais e comunidades, sendo, dessa forma, possível
pensar no êxito da instituição. A autonomia escolar é evidenciada nas leis e normalizações do
sistema de ensino de modo vago, sendo enunciada a autonomia na condição de valor, sem ser
estabelecido os métodos concretos à sua conquista. Providências de (re)estruturação
burocrática permitiriam que os sectores superiores hierarquicamente possam funcionar de
acordo com as necessidades institucionais, o que não é uma realidade. Neste sentido, o
regimento escolar, que é a manifestação jurídica da unidade de ensino, exemplifica a
autonomia reduzida, posto que, na maior parte das vezes, assume uma unidade ditada pelas
gestões centralizadas e condicionadas pelas entidades normativas, a despeito das
peculiaridades pedagógicas de cada estabelecimento, em sua inter-relação com a comunidade
em que se insere, (Mendonça, 2001).
Para Barroso (2016) a autonomia escolar não se confunde com ‘independência’, visto que se
trata de uma conceituação relacional. Considera-se a autonomia como uma relatividade,

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mantendo-se mais autonomia para certas situações, e menos para outras. A autonomia escolar
não se restringe à questão jurídico-administrativa, mas como confluência de anseios, em que
se faz necessária a gestão, a articulação e a negociação. Entende-se, assim, a autonomia como
um espaço de harmonização entre o estado, os gestores, os docentes, os estudantes e as
famílias.
Libâneo (2021) esclarece que em uma instituição de ensino, a autonomia equivale ao poder
decisório sobre os objectivos e a estrutura organizacional, com certa independência de poder
centralizado, administrando seus próprios recursos económicos.
3. Transparência
Quanto à transparência, Araújo (2009), define-a (...) como um meio eficiente de dar
credibilidade ao espaço público, ou seja, a lisura que permite aos cidadãos participarem do
controle da coisa pública (...).Dessa maneira, isso reflecte a construção de um modo de vida
democrático nas instituições de ensino. A transparência apresenta-se como uma forma eficaz
de dar crédito ao ambiente público, isto é, a boa-fé que possibilita à população participar da
coisa pública. Desse modo, pode-se entender a transparência como um componente
constitutivo à administração, um distintivo na interface do público com o privado, uma
ferramenta reveladora de métodos adoptados pelos administradores públicos.
Cury (2015) salienta que a transparência traz consigo o pressuposto de existir um ambiente
público e aberto, no qual não se manifesta a premissa de mercado imediatista. É fato que a
transparência escolar dependerá da comunidade estar inserida na rotina escolar, envolver-se
nos âmbitos públicos, passar pela socialização das informações, o que pode gerar um clima de
confiança e de clareza de propósitos entre os sujeitos da escola.
4. Pluralismo
Para Araújo, (2009), o pluralismo é entendido como o respeito ao outro, às suas opiniões, às
formas distintas de entendimento. Em suma, deve-se reconhecer a presença de identidades e
interesses distintos, convivendo na escola e sustentando, mediante o debate, a dinâmica
democrática. Diante disso, se esclarece a gestão como um espaço aberto para a participação, a
discussão, a solidariedade e as diversidades, em que a democracia é efectivada e concretizada
integralmente
Com efeito, quando se concebe a escola como um ambiente público, em que se expressa a
diversidade, seja de opiniões, seja de papéis, uma questão essencial define-se: o pluralismo.
Este é entendido como a acção de respeitar o outro, suas opiniões, seu distinto modo de
pensamento, reconhecendo a existência de identidades e interesses diferentes que confluem na

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escola e preservam a democracia, mediante o debate e a reflexão. Conforme Touraine (2007),
a democracia não é definida pela participação, ou pela harmonia, mas por ter respeitada as
diversidades e a liberdade individual. Isso posto, a democracia só existe quando se respeita e
reconhece a diversidade de crenças, julgamentos e fins.

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3.0. Conclusão
Terminado o trabalho, compreendi que a gestão escolar constitui uma dimensão e um enfoque
de actuação que objectiva promover a organização, a mobilização e a articulação de todas as
condições materiais e humanas necessárias para garantir o avanço dos processos sócio-
educacionais dos estabelecimentos de ensino, orientados para a promoção efectiva da
aprendizagem pelos alunos, de modo a torná-los capazes de enfrentar adequadamente os
desafios da sociedade globalizada e da economia centrada no conhecimento. Cabe à gestão
escolar, o direccionamento e a mobilização da cultura da instituição, bem como a busca de
alternativas em todas as frentes e poderes inter-relacionados.
A gestão escolar contempla, pelo menos, três áreas, as quais funcionam de modo integrado e
sistémico: gestão pedagógica, gestão de pessoas e gestão administrativa.
A gestão democrática escolar possui uma função essencial no ambiente escolar, visto que
presume a participação da comunidade no processo das tomadas de decisões, concebe a sua
relevância como um recurso de formação para a cidadania, assim como da necessidade de
construir uma sociedade mais justa, mais humana e mais igualitária.
Uma gestão escolar democrática é caracterizada pelo reconhecimento da necessidade de
descentralização, autonomia e participação dos envolvidos nos processos educativos, desde a
sala de aula até a gestão dos sistemas educacionais. Por outro lado, na gestão escolar
democrática, apresentam-se quatro importantes elementos constitutivos: a participação, a
autonomia, a transparência e a pluralidade, cada qual com sua relevância e sinergeticamente
colaborando ao entendimento da articulação e manifestação de um ensino democrático.

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4.0. Referências Bibliográficas
Araújo, A. C. (2009). A gestão democrática e os canais de participação dos estudantes.
Retratos da Escola. Brasília: DF;
Barroso, J. (2016). O reforço da autonomia das escolas e a flexibilização da gestão escolar
em Portugal. In: Ferreira, N. S. C. (Org.). Gestão democrática da educação: Actuais
tendências, novos desafios. São Paulo: Cortez;
Cury, C. R. J. (2015). O conselho nacional de educação e a gestão democrática. In: Oliveira,
D. A. (Org.). Gestão democrática da educação: desafios contemporâneos. Rio de Janeiro:
Vozes;
Ferreira, N. S. C. (Org.) (2000). Gestão democrática da educação: Actuais tendências, novos
desafios. 5.ed. São Paulo: Cortez;
Lakatos, E. M., & Marconi, M. A. (1992). Metodologia do trabalho científico. (4 ed.). São
Paulo: Atlas;
Luck, H. (Org.). (2000) Gestão Escolar e Formação de Gestores. In: Revista em aberto, v.
17. Brasília;
. (2010). A gestão participativa na escola. 8. Ed. Petrópolis, RJ: Vozes;
Libâneo, J. C. (1985). Democratização da escola pública - A pedagogia crítico-social dos
Conteúdos. 13. Ed. São Paulo: Editora Loyola;
. (2021). Organização e Gestão da Escola: teoria e prática. São Paulo: Heccus;
Mendonça, E. F. (2001). Estado patrimonial e gestão democrática do ensino público no
Brasil. Educação & Sociedade, ano XXII, n. 75;
Silva et al. (2013). Gestão e organização escolar. Colecção cadernos pedagógicos da EaD.
Volume 17. Rio Grande: Editora da Furg;
Touraine, A. (2007). O que é a democracia? Rio de Janeiro: Vozes.

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