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Faculdade de Minas

COORDENAÇÃO PEDAGOGICO NA ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL E A


ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO ESCOLAR

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Faculdade de Minas

SUMÁRIO

1 – INTRODUÇAO ........................................................................................................................ 4

1.2 - Coordenação pedagógica, orientação educacional e gestão escolar ...................................... 5

1.3 - O Papel do Pedagogo e a Legislação Brasileira .................................................................... 11

2 - O Papel do Pedagogo e a Organização do Trabalho na Escola ............................................ 15

3 - O coordenador pedagógico e suas múltiplas funções na escola ........................................... 24

4 - O papel e a importância do orientador educacional ............................................................... 28

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................ 32

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FACULESTE

A história do Instituto Faculeste, inicia com a realização do sonho de um


grupo de empresários, em atender a crescente demanda de alunos para cursos de
Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a Faculeste, como entidade
oferecendo serviços educacionais em nível superior.

A Faculeste tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de


conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua.
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos
que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino,
de publicação ou outras normas de comunicação.

A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma


confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica,
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido.

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Faculdade de Minas

1 – INTRODUÇAO
O trabalho do coordenador pedagógico e do orientador educacional, que se faz
presente na educação evoluiu no decorrer da educação no Brasil, tendo seu inicio
durante o ensino dos jesuítas e teve seu ápice na revolução industrial, onde o
trabalho foi fragmentado justificado pela importância do melhor desenvolvimento na
produção. Hoje, essas funções são assumidas por pedagogos e exigem
conhecimento, pesquisas e análises, para que sejam desenvolvidas de forma
democrática e eficaz e auxilie a escola no desenvolvimento de sua função social.

Para isso, os pedagogos que desenvolvem essas funções precisam adotar critérios
da gestão democrática para obter a participação de todos os envolvidos no
processo educacional, além de trabalhar em consonância com a administração da
escola, ou seja, devem trabalhar em parcerias com o diretor e o secretário escolar.

Uma escola eficaz, que consegue desenvolver sua função social necessita do bem
desenvolvimento do trabalho do coordenador pedagógico e do orientador
educacional, cada um desenvolvendo suas funções, porém, com um olhar
participativo, buscando o apoio de todos os participantes e, com o apoio da gestão,
fazer da escola um local de compromisso e envolvimento, buscando em todos os
segmentos, o melhor desenvolvimento das funções e das práticas, sempre
objetivando o melhor desempenho dos estudantes.

O presente artigo teve como objetivos analisar a trajetória de formação dos


profissionais da educação e contribuir para a reflexão e incorporação de uma prática
pedagógica em que a teoria não explique somente a realidade, mas, juntamente
com a prática, promova a formação necessária para o desenvolvimento do trabalho
em educação (gestores, professores, orientadores, coordenadores), uma vez que
essas funções foram fragmentadas durante a revolução industrial na divisão do
trabalho dos operários e, na educação, não foi diferente.

A função do coordenador pedagógico no espaço escolar é imprescindível, uma vez


que ele possibilita a promoção da integração dos profissionais da educação que
proporcionam o ensino e a aprendizagem de forma saudável e integradora. É um
educador que favorece a relações interpessoais, atuando, principalmente ente a
gestão e os educadores.

O orientador educacional, por ser membro da gestão, desenvolve suas funções


paralelamente com o diretor e o coordenador pedagógico. Esse profissional é
responsável direto pelo desenvolvimento pessoal e individual dos estudantes,
proporcionando suporte para que a formação cidadã aconteça, oportunizando a
reflexão sobre os valores morais e éticos, além de trabalhar na busca da resolução
dos conflitos existentes na instituição escolar em que atua.
Para isso, analisou-se o referencial teórico composto por Silva (2002), Rangel
(2002), Raphael (2003), Santos (2004), Saviani (2002) e Urbanetz e Silva (2008).
De posse desse referencial teórico, elaborou-se o desenvolvimento do trabalho,
sempre relacionando a teoria com a prática, no trabalho do Pedagogo e suas

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funções em relação à coordenação pedagógica e orientação educacional em
realizar a integração do trabalho escolar explorando a importância do trabalho
integrado entre coordenação pedagógica, orientação educacional e gestão escolar.

As considerações finais abordam uma síntese do objetivo inicial e apontam algumas


sugestões de ações que podem contribuir para a melhoria da ação dos profissionais
coordenadores pedagógicos e orientadores educacionais na instituição escolar.

1.2 - Coordenação pedagógica, orientação educacional e gestão


escolar
Inicialmente os educadores eram considerados profissionais missionários, pois a
docência em sua maioria era exercida por religiosos como os Jesuítas, que tinham
como finalidade a catequização, utilizando-se de manuais elaborados que
continham duas vertentes fundamentais. Segundo Urbanets e Silva (2008, p. 38)
essas vertentes eram “[...] um corpo de saberes e técnicas, entendidos como um
saber pedagógico, e um conjunto de normas e valores, posteriormente incorporados
pelo Estado e pelas instituições escolares”.

Nesse sentido os professores foram caracterizados historicamente por ser um


profissional missionário, ditos como detentores do saber, tendo como função a
formação moral, social, espiritual, além de transmitir e produzir o saber. Neste
período quem coordenava e controlava o sistema educacional era o clero.
Somente no final do século XVII foi promulgada no Brasil a profissão docente,
surgindo cursos específicos para sua formação. Nesse período os profissionais
docentes passam a ser reconhecidos como profissionais do Estado. (URBANETZ e
SILVA, 2008).

Com o desenvolvimento da sociedade, a instituição escolar, bem como a formação


docente acompanhou o desenvolvimento do setor produtivo e, com a evolução da
sociedade e o surgimento do capitalismo houve a necessidade de
remodelação da instituição educacional, pois esta deveria formar mão de obra
qualificada para ingressar no mercado de trabalho. Neste sentido foram criados, em
1970, os cursos de qualificação profissional, e a “Pedagogia tecnicista”.

Segundo Menezes e Santos (2001), além de apresentar características autoritárias,


a pedagogia tecnicista pode ser considerada não-dialógica, pois é função do
estudante assimilar passivamente os conteúdos transmitidos pelo docente. Essa
pedagogia difere da progressista que privilegia a formação de cidadãos críticos,
participativos e conscientes como sujeitos da sociedade em que vivem.

Dessa forma, a Pedagogia Tecnicista privilegiava em excesso a tecnologia


educacional transformando docentes e estudantes em simples executores e
receptores de projetos e programas educacionais elaborados e caracterizados pelo
autoritarismo sem nenhuma observação do contexto social para o qual se
destinavam.

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Com a criação da escola surge a função de inspetor de ensino, agora chamada de
“supervisor escolar”, que inicialmente tinha como função a inspeção da prática
docente. Esses profissionais eram representantes governamentais e se
encarregavam de fiscalizar os procedimentos administrativos e pedagógicos, como
ressalta Urbanetz e Silva (2008, p.42):

Inicialmente, a supervisão apareceu como uma força disciplinadora “dentro de uma


linha de inspecionar, reprimir, checar e monitorar”. Essas funções foram
paulatinamente se modificando, passando por controle comportamental em busca
da liderança no processo educativo até a superação da simples tarefa de
fiscalização para, então, se tornar supervisor escolar.

Segundo Néreci (apud URBANETZ e SILVA, 2008) a supervisão escolar passou por
três importantes fazes, sendo essas a “fiscalizadora”, que se confunde com
inspeção escolar, sendo sua atuação preocupada com o cumprimento de prazos e
leis. A seguinte fase foi a “construtiva”, que se preocupava com o trabalho de
orientação dos professores, corrigindo supostas falhas e orientando-os sobre os
procedimentos a serem seguidos. A terceira e atual fase é a “criativa”, em que
houve a separação da supervisão escolar da inspeção escolar, buscando a direção
do aperfeiçoamento das pessoas envolvidas no processo de ensino-aprendizagem.

Com referência a orientação educacional, podemos dizer que sua trajetória não foi
diferente, surgindo da necessidade de se especializar o trabalho docente e de
organizar o trabalho escolar, iniciando-se aos moldes da especialização do mundo
do trabalho, tendo como principio uma orientação educacional tecnicista
(URBANETZ e SILVA, 2008). Ainda segundo as autoras (2008, p. 43):

[...] Com o aparecimento da ideia de orientação vocacional, corrobou-se dentro da


instituição escolar a visão tecnicista de encontrar o homem certo para o lugar certo.
Sua linha mestre, o “aconselhamento, visando direcionar as crianças e jovens ao
mundo do trabalho ao mundo do trabalho de maneira adequada e conformada”.

O trabalho do orientador utilizando-se dessa concepção, não dava conta de todas


as relações e de todos os problemas vivenciados no espaço escolar. Portanto a
partir de 1980, houve várias discussões acadêmicas em todos os setores sociais,
com o objetivo de remodelar e articular o trabalho pedagógico, buscando a
democratização do sistema de ensino, deixando a postura técnica especializada ao
compromisso político, atingindo a sua maturidade, deixando o conteudismo em
busca de um conteúdo articulado e interdisciplinar. Urbanetz e Silva (1998, p. 45)
afirmam:

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No movimento histórico por que passaram os especialistas da educação, desde a
formação generalista (talvez uma tentativa de esvaziamento histórico, político e
teórico), chegou-se a um trabalho articulado e à formação do pedagógico unitário.

A coordenação pedagógica e a orientação educacional são, na atualidade, dois


segmentos da escola que se responsabilizam pela articulação das ações
pedagógicas, na busca pela construção e execução do planejamento escolar, do
cumprimento da grade curricular, buscando a adequação da aprendizagem às
demandas sociais da comunidade local. Essa articulação precisa ser de forma
coletiva e, é aí que o coordenador pedagógico e o orientador educacional,
entendidos aqui como pedagogos, precisam integrar seu trabalho na busca de
unidade escolar, para que todos os envolvidos na comunidade escolar se
desenvolvam e possam participar do desenvolvimento geral da instituição e de sua
clientela, sempre associando a teoria com a prática.

Entre as funções do coordenador pedagógico destaca-se a articulação. Para isso


existe a exigência da oferta aos professores das condições para o exercício de um
trabalho de forma coletiva, além de possibilitar o trabalho interdisciplinar promover
adaptação dos conteúdos à matriz de referências curriculares, buscando a
conciliação e possibilitando os melhores resultados possíveis para os estudantes.
Para que isso ocorra, a comunicação é sua principal ferramenta na articulação das
relações entre professores, alunos e pais.

Além dessas funções, o coordenador pedagógico anda é o articulador entre os


professores e sua formação continuada, pois ele deve oferecer condições e
viabilizar o trabalho dos professores na busca pela formação em suas respectivas
áreas de atuação, visando oferecer ao estudante uma educação de qualidade.

Ao orientador educacional compete, segundo Urbanetz e Silva (2008); a orientação


aos estudantes em seu desenvolvimento pessoal, proporcionando a formação de
seus valores, atitudes, emoções e sentimentos; orientar, ouvir e dialogar com
alunos, professores, gestores e responsáveis e com a comunidade, buscando uma
formação de qualidade; participa da organização e do desenvolvimento do Projeto
Político Pedagógico e de outras propostas pedagógicas da instituição; ajudar o
professor a compreender o comportamento dos alunos assumir uma postura
adequada em relação a eles; auxiliar o professor a administrar as dificuldades de
aprendizagem dos estudantes; mediar conflitos entre alunos, professores e outros
membros da escola; conhecer a legislação que rege a educação do país, além de
circular pela escola e conviver com os estudantes.

Para isso, esses profissionais precisam ter claro como deve ser sua atuação e quais
seus papéis na escola. Sobre o papel do pedagogo, Urbanetz e Silva (2008)
afirmam que eles precisam desenvolver competências como: assumir o processo de
ensino enquanto mediação pedagógica, superar o discurso pedagógico do falar para
o entender, conhecer e utilizar estratégias de ensinar a pensar no sentido de
formação humana, buscar a compreensão crítica dos conteúdos como saberes

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históricos, promover a interação humana entre todos os envolvidos no processo
educativo de forma coletiva, investir permanentemente na atualização científica,
pedagógica e cultural dos membros da escola na sua formação, incluir a perspectiva
afetiva no exercício profissional, considerar a ética no trabalho escolar, estar atento
às novas tecnologias de comunicação e informação buscando seu emprego em
função de melhorias na prática pedagógica.

Dessa forma, muitos são os atributos do coordenador pedagógico e do orientador


educacional. Além desses atributos, eles ainda precisam entender que cada
realidade apresenta características próprias, onde cada caso é um caso diferente e,
nessas condições, eles precisam atuar tomando decisões e planejar ações
eficientes e eficazes. Saviani (2002, p. 14) afirma que “se entende a supervisão e a
orientação como a ação de velar sobre alguma coisa ou sobre alguém a fim de
assegurar a regularidade de seu funcionamento ou de seu comportamento”.

O Pedagogo (coordenador pedagógico e orientador educacional) atual precisa ser


um observador da realidade escolar ressignificando seu trabalho através da
pesquisa do cotidiano da comunidade onde sua escola está inserida para que possa
realizar um trabalho de qualidade. Medina (2002, p. 51) afirma que:

[...] é indispensável a ação de um profissional que, além de possuir competência


teórica, técnica humana, política, disponha de tempo necessário para tornar
possível a relação entre vivencias dos alunos fora da escola e o trabalho do ensinar
e aprender na escola. Esse profissional é o pedagogo, que define sua função
pedagógica quando contribui para a melhoria do processo de ensinar e aprender por
meio de ações que articulam as demandas dos professores com os conteúdos e as
disciplinas.

Dessa forma, o coordenador pedagógico e o orientador educacional, no contexto


atual, precisam juntos verificar, analisar e buscar novas propostas de ressignificação
do papel da escola, objetivando, através das ações pedagógicas, reflexos positivos
na qualidade de ensino ofertada pela instituição de forma coletiva e democrática.
Ferreira (apud RANGEL, 2002, p. 09) alerta que:

O trabalho dos profissionais da educação – em especial da supervisão educacional


– é traduzir o novo processo pedagógico em curso na sociedade mundial, elucidar a
quem ele serve, explicitar suas contradições e, com base nas condições concretas
dadas, promover necessárias articulações para construir alternativas que ponham a
educação a serviço do desenvolvimento de relações verdadeiramente democráticas.

Para que o coordenador pedagógico e o orientador educacional desenvolvam o


trabalho da forma descrita por Ferreira, é necessário que esses profissionais
pesquisem constantemente, não apenas conteúdos específicos de sua área, mas
em conjunto, e divulgue os resultados de sua pesquisa junto aos professores,

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expondo suas posições e pontos de vistas, colhendo do grupo outras informações e
sugestões que possam auxiliar no desenvolvimento das ações pedagógica junto aos
professores e alunos, visando a integração entre todos os segmentos escolares.
Segundo Orsolon (2003, p. 20):

O coordenador pode ser um dos agentes de mudança das práticas dos professores
mediante articulações externas que realiza entre estes, num movimento de
interações permeadas por valores, convicções, atitudes, e por meio de suas
articulações internas, que sua ação desencadeia nos professores, ao mobilizar suas
dimensões políticas, humano-interacionais e técnicas, reveladas em sua prática.

Para isso, precisam desenvolver suas funções em ajudar a reelaborar e colocar em


prática o Projeto Político Pedagógico (PPP) da escola, orientando nas questões
pedagógicas e atuando na formação continuada dos profissionais. Dessa forma, o
coordenador pedagógico e o orientador educacional fazem a transposição dos
referenciais teóricos para as ações práticas escolares.

Devem eles ainda refletir sobre a didática e metodologia de sala de aula, estudando
e usando os conhecimentos teóricos com o objetivo de fundamentar o fazer docente
na prática. Para isso, esses profissionais precisam apresentar as seguintes
características: auxiliador, orientador, dinâmico, acessível, eficiente, capaz,
produtivo, apoiador, inovador, integrador, cooperativo, facilitador, criativo,
interessado, colaborador, seguro, incentivador, atencioso, atualizado, com
conhecimento e amigo (SANTOS 2004). Além dessas características, Medina (2002,
p. 102) afirma que o trabalho do coordenador pedagógico e do orientador
educacional:

[...] é uma atuação de grupo que acontece com os professores e demais setores da
escola, especialmente o de Orientação Educacional (SOE). Por ser grupal, o
trabalho exige o exercício constante do pensar, do descobrir e do saber o modo de
avançar nas ações e também o de recuar. Esse trabalho requer estudo, dedicação e
se constrói no fazer diário da escola (por isso, nunca se sabe como fazê-lo, „não tem
receita‟), o que permite olhá-lo de diversas maneiras (lados). Em suma, caracteriza-
se como um trabalho administrativo-burocrático que transcende o conhecimento
puro e simples da sala de aula (só o conhecimento docente não é suficiente para
ser supervisor).

Os atos pedagógicos e os atos administrativos de uma escola estão estreitamente


ligados, uma vez que o diretor está exercendo funções administrativas em virtude
das ações pedagógicas, pois o objetivo principal da escola é o ensino e a
aprendizagem. Raphael (2003, p. 20) afirma que:

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É necessário ponderar que, para atender às necessidades da escola, o supervisor
não pode abandonar, em momento algum, sua intenção pedagógica, que está
ligada ao instrumental para a construção do conhecimento, essência da escola. Este
pedagógico, entretanto, está diretamente associado, pode-se até dizer dependente
de uma organização do ensino, algo de caráter tipicamente administrativo. Para
cumprir o caráter pedagógico de sua função, creio que o supervisor necessita de um
vasto conhecimento da Administração Escolar, no sentido de dominar critérios de
organização da instituição escolar, para garantir seu bom funcionamento
pedagógico.

Mediante esse contexto, o diretor e o secretário escolar também precisam conhecer


os princípios da coordenação pedagógica e orientação educacional, uma vez que os
atos administrativos refletem nos atos pedagógicos e vice-versa. Raphael (2003),
ainda afirma que as ações pedagógicas e as ações administrativas devem funcionar
de forma harmônica, pois é o funcionamento de cada uma dessas ações é que
garantem o funcionamento orgânico do sistema. Desse enfoque de organização do
sistema é que emana a possibilidade de uma escola funcionar de forma
democrática, organizada, com competência pedagógica, adequada aos fins a que
se propõe e à clientela que dela necessita.

Essa é a concepção de instituição escolar que se faz necessária para atender as


demandas atuais de educação. Uma instituição que seja capaz de desenvolver a
criatividade, estabelecendo relações entre teoria e prática.

Dessa forma, o coordenador pedagógico e orientador educacional que pensar a


escola, como instituição social e espaço para aquisição de conhecimento, que
precisa ser repensada de forma dialética, certamente proporcionará um novo
espaço, diferentemente do espaço escolar que, de acordo com a história da
educação, teve ocupação e características do controle e do refúgio burocrático.
(MEDINA, 2002).

O pedagogo que trabalha dando enfoque a esta visão de instituição escolar, de


forma democrática participativa e coletiva, será capaz de, junto com os demais
profissionais da escola, transformar a realidade educacional de sua comunidade
escolar. Para isso, ele precisa sempre pensar no fator primordial no
desenvolvimento de suas funções: priorizar as ações educativas tanto com relação
ao desenvolvimento do trabalho docente como a aprendizagem do aluno, fazendo
as articulações necessárias, uma vez que estes (docentes e alunos) são seus
objetos de trabalho e é para eles que suas ações devem estar voltadas. Dessa
forma, tanto o coordenador pedagógico quanto o orientador educacional precisam
promover debates e reflexões sobre o processo de ensino e aprendizagem com os
demais profissionais da instituição e estar em constante formação. Clementi (2001,
p. 65) contribui afirmando que:

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A valorização da presença do coordenador na escola passa pela necessidade de
reconhecê-lo como educador em formação, uma vez que o processo educativo é
dinâmico e necessita constantemente de debates amplos sobre seu fazer, para que
possa, junto com seus pares, desenvolver novas reflexões.

É importante destacar que, segundo Urbanetz e Silva (2008), por mais que a figura
do pedagogo tenha surgido de um decreto, foi a realidade que acabou por criar esse
profissional. Diante disso está a necessidade de articulação permanente do trabalho
dele com a realidade, pois a mesma vai se transformando pela ação humana e essa
transformação aparece também nas atividades profissionais.

Diante disso, fica claro que o pedagogo exerce hoje papel fundamental e
indescritível em todo processo de ensino e aprendizagem e também articula a
participação de todos os segmentos na construção e reconstrução do PPP e do
currículo da instituição, auxiliando no cumprimento da gestão democrática e no
desenvolvimento do papel social da mesma, de forma eficaz e efetiva.

1.3 - O Papel do Pedagogo e a Legislação Brasileira


Ao longo da história educacional brasileira, o pedagogo apresentasse como um
profissional com características indefinidas. Com formação no curso de Pedagogia,
que não apresenta uma identidade clara a respeito da atuação dos futuros
profissionais, atravessa diversas mudanças, desde formação geral a habilitações
específicas.

As questões referentes ao campo de estudo da Pedagogia, da estrutura do


conhecimento pedagógico, da identidade profissional do pedagogo, do sistema de
formação de pedagogos e professores, frequentam o debate em todo o país há
quase vinte anos nas várias organizações científicas e profissionais de educadores
(LIBÂNEO, 2007, p. 25).

Buscando suprir as necessidades educacionais vivenciadas em cada momento


histórico, o pedagogo, tornou-se um profissional mencionado nas leis de diretrizes e
bases da educação nacional, ora como especialista, ora como generalista.

Retomando a Lei n.º 4.024, de 20 de dezembro de 1961 (Lei de Diretrizes e Bases


da Educação Nacional – LDB), verifica-se a orientação educacional em destaque,
quando estabelece normas para a formação do Orientador Educacional,
diferenciando o ensino médio e o ensino primário e “apresenta implicitamente a
Orientação Vocacional em vários artigos” [...] (GRINSPUN, 2006, p. 141). Isso pode
ser detectado claramente no artigo 38, quando trata da organização do Ensino

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Médio, estabelece como norma no item V a “Instituição da orientação educativa e
vocacional em cooperação com a família” (LDB n.º 4.024/61).

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A referida lei enfatiza a formação do orientador em seus artigos, conforme abaixo:

Art. 62. A formação do orientador de educação será feita em cursos especiais que
atendam as condições do grau do tipo de ensino e do meio social a que se
destinam.

Art. 63. Nas faculdades de filosofia será criado, para a formação de orientadores de
educação do ensino médio, curso especial a que terão acesso os licenciados em
pedagogia, filosofia, psicologia ou ciências sociais, bem como os diplomados em
Educação Física pelas Escolas Superiores de Educação Física e os inspetores
federais de ensino, todos com estágio mínimo de três anos no magistério.

Art. 64. Os orientadores de educação em curso especial a que terão acesso os


diplomados em escolas normais de grau colegial e em institutos de educação, com
estágio mínimo de três anos no magistério (LDB n.º 4.024/61).

Neste caso, mesmo com a lei garantindo a inclusão da orientação educacional, o


pedagogo concorre com outros profissionais com formação em curso especial para
atender à função.

A Lei n.º 5.540, de 28 de novembro de 1968, que reforma o Ensino Superior,


apregoa, no seu artigo 30, que “o preparo de especialistas destinadas ao trabalho
de planejamento, supervisão, administração, inspeção e orientação no âmbito de
escolas e sistemas escolares, far-se-á em nível superior”.

No ano seguinte, a marca da Reforma Universitária fez-se sentir no curso de


pedagogia através do parecer CFE n. 252/69. Já no enunciado de seu título, esse
parecer não deixa dúvida quanto ao profissional, ou melhor, aos profissionais a que
se refere ao ser apresentado como o instrumento legal que fixa os mínimos de
currículo e duração para o curso de graduação em pedagogia, visando à formação
de professores para o ensino normal e de especialista para as atividades de
orientação, administração, supervisão e inspeção no âmbito de escolas e sistemas
escolares (SILVA, 2006, p. 25-26).

Logo após a promulgação da lei anterior, o orientador educacional ganha força por
meio da homologação da Lei n.º 5.564, de 21 de dezembro de 1968, que provê o
exercício da profissão de orientador educacional. Reza em seu artigo 1º, que a
orientação educacional seja realizada de forma que integre os elementos que
exercem influência na formação do indivíduo, preparando-o para o exercício das
questões básicas.

Segundo Grinspun (2006, p. 154), “o profissional da Orientação Educacional é o


único – em termos das especializações – que tem características de profissão
regulamentada pela Lei 5564/68 [...]”.

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Faculade de Mnas

Afirmando, a Lei n.º 5.692, de 11 de agosto de 1971, que fixa as diretrizes e bases
para o Ensino de 1º e 2º graus, no artigo 10., institui a obrigatoriedade da
“Orientação Educacional, incluindo aconselhamento vocacional, em cooperação
com os professores, a família e a comunidade”.

Na Lei 5692/71, a Orientação Educacional assume um papel fundamental, sendo a


área da Orientação Vocacional mais privilegiada para atender aos objetivos de
ensino da própria Lei emanados (GRINSPUN, 2006, p. 146).

O artigo 33, da mesma lei, define a formação dos especialistas:

A formação de administradores, planejadores, orientadores, inspetores,


supervisores e demais especialistas da educação será feito em curso superior de
graduação, com duração plena ou curta, ou de pós graduação (art. 33, cap. V, LDB
5.692/71).

Contrapondo à lei anterior, a “promulgação da LDB 9.394/96 na década de noventa,


gerou impactos substanciais nos cursos de Pedagogia que, por sua vez, se
articularam numa ampla movimentação” (SANTOS, 2008, p. 13).

Homologada em 20 de dezembro de 1996, a atual legislação integra as habilitações


dos especialistas, a partir da formação:

Art. 64. A formação de profissionais de educação para administração,


planejamento, inspeção, supervisão e orientação educacional para a educação
básica, será feita em cursos de graduação em pedagogia ou em nível de pós –
graduação, a critério da instituição de ensino, garantida, nesta formação, a base
comum nacional (LDB nº 9.394/96).

Grinspun (2006, p. 11), analisa o seguinte:

Aparentemente fácil a integração, torna-se muito difícil na prática esta efetivação


uma vez que os saberes / fazeres desses profissionais foram esculpidos
historicamente, em forma que se direcionassem para os alunos, no caso da
Orientação e para os professores, no caso da Supervisão.

A nova LDB, não especifica claramente a Orientação Educacional. Porém, gera


interpretações a respeito em alguns de seus artigos.

Conforme Grinspun (2006, p. 152),

“a lei 9394/96 traz muitos pontos novos, tendo a flexibilização e a autonomia como
aspectos principais. É uma Lei que une os diversos níveis de ensino e suas
diferentes modalidades. No que tange à Orientação Educacional, [...] não se dará
por uma obrigatoriedade explícita, mas pela própria exigência de seus artigos” [...].

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Neste sentido, o pedagogo passa a ser um gestor que contribuirá para o


cumprimento do estabelecido na Lei n.º 9.394/96, em seu artigo 14, quando define
que:

Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino


público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os
seguintes princípios:

I I - participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto


pedagógico da escola;

II – participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou


equivalentes.

De acordo com a atual LDB, a organização da escola concretiza-se pela gestão


democrática, instituindo a participação de seus membros na tomada de decisões e
realização das ações, que são sustentadas pelo projeto pedagógico construído pelo
conjunto de profissionais, com a participação da comunidade escolar e local
representadas através das instâncias colegiadas.

2 - O Papel do Pedagogo e a Organização do Trabalho na Escola


Devido às mudanças ocorridas no processo ensino – aprendizagem e o aumento
compulsivo da demanda, determinado pela legislação vigente e a imposição social,
nas últimas décadas a escola pública tem assumido diversos papéis, tais como:
encaminhamento e acompanhamento assistencialistas e judiciários; envolvimento
em projetos sociais e comunitários, dentre outros. Soma-se a isso, a preocupação
em manter sua população com “frequência regular” e “aproveitamento acadêmico
satisfatório” para todos os educandos, buscando evitar e corrigir a evasão e
repetência, bem como a defasagem acadêmica que se acumula ao longo do
processo ensino - aprendizagem.

Apesar dessa diversidade que a escola vem assumindo ao longo dos anos, muito
pouco diferenciou-se em sua estrutura física, material, humana e organizacional.

Com a democratização do acesso à escola pública, estas passam a apresentar


condições cada vez piores de funcionamento [...]. A rede pública passa, então, a
atender uma população totalmente diversa daquela à qual estava habituada a servir,
só que, agora sob precárias condições de funcionamento [...] (PARO, 2006, p. 86).

O fato apresentado vem causando uma desorganização cada vez maior, dos papéis
funcionais, fazendo com que os profissionais se desvinculem de sua função para
assumir outras atribuições determinadas por ordem superior ou ocasionadas no
próprio cotidiano escolar, tornando-os confusos quanto a especificidade do trabalho
a ser desempenhado por eles, gerando consequentemente a indisciplina
organizacional.

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Faculade de Mnas

A organização do trabalho pedagógico na escola pública constitui-se em sua maioria


de maneira burocrática, mas ao se concretizar, os papéis tomam formas indefinidas,
com caminhos dispersos.

O Projeto Político-Pedagógico e o Regimento Escolar legalizam o trabalho na


escola, servindo-se como ponto de apoio à organização prática. Porém, seus
resultados não são observáveis. No cotidiano escolar, os profissionais gastam a
maior parte do tempo buscando resolver situações de conflitos que surgem
repentinamente, levando-os ao desgaste físico e emocional e em consequência à
desmotivação profissional. Tal situação acaba deixando em segundo plano o objeto
maior, o qual é a preocupação com a efetivação do ensino - aprendizagem.

Daí a tendência a secundarizar a escola, esvaziando-a de sua função específica,


que se liga à socialização do saber elaborado, convertendo-a numa agência de
assistência social, destinada a atenuar as contradições da sociedade capitalista
(SAVIANI, 2005, p. 99).

Neste contexto, encontram-se os pedagogos que atuam nas escolas preenchendo


as demandas em equipes pedagógicas. São egressos das diferentes habilitações do
Curso de Pedagogia, que vem sofrendo alterações com o tempo, buscando
adequar-se a demanda existente tanto no âmbito legislativo quanto no âmbito social.
Ora são supervisores escolares, ora são coordenadores pedagógicos, ora são
orientadores educacionais e atualmente denominados professores pedagogos,
desempenhando diversas funções, vinculadas ou não ao seu papel.

Huberman (1986, p. 8), afirma que “Na verdade, os pedagogos não trabalham com
uma disciplina científica aplicada, mas com uma situação de múltiplos
determinismos” (apud NÓVOA, 2006, p. 73).

O Pedagogo ocupa um espaço amplo na unidade de ensino, tornando-se um ponto


de apoio às demais funções da escola. Embora, não reconhecido em sua
especificidade, acaba muitas vezes, sendo influenciado pela prática do imediatismo,
socorrendo quotidianamente os conflitos e problemas emergenciais. Suas tarefas
são confundidas, tornando-se apenas um instrumento de resolução imediata de
conflitos, substituto em carências e faltas funcionais e cumpridor de atividades
corriqueiras do dia - a - dia escolar. Perpassa a impressão de que não há um
planejamento prévio ou organizacional referente à sua função. As tarefas são
voltadas ao imediatismo, sem a preocupação com os resultados em longo prazo.
Encontra-se à disponibilidade, desenvolvendo-se “ao sabor das circunstâncias, as
ações são improvisadas, os resultados não são avaliados” (LIBÂNEO, 2004, p.149).

A diversidade de funções que são atribuídas ao pedagogo, através das ocorrências


disciplinares, infracionais e administrativas, toma conta da maior parte do tempo o
qual poderia ser estendido para a organização e acompanhamento do trabalho
pedagógico.

16
Faculade de Mnas

Para Pimenta (1995, p.177),

[...] a situação precária da instituição escolar hoje coloca um conjunto de problemas


cotidianos desde turnos numerosos, quadro de professores que não comporta
substituição (quando falta um ou mais professores, não há como substituí-los),
manutenção do prédio em condições deficitárias, falta de material didático,
distribuição da merenda, problemas administrativos de toda ordem, até questões de
violência. Tal quadro exige dos especialistas, quando estes existem na escola, que
se incumbam da solução dos problemas imediatos.

Isso faz com que perca de vista no interior da escola, a característica principal deste
profissional que é planejar, decidir, coordenar, executar ações, acompanhar e
controlar, avaliar as questões didáticas e pedagógicas de forma articulada com os
demais profissionais, buscando a efetivação no processo ensino - aprendizagem.

Atualmente, o pedagogo, é o profissional proclamado a apagar os “incêndios na


escola”. Descaracterizado, muitas vezes, de seu papel, perpassa múltiplas funções,
sendo caracterizado como, porteiro, segurança, substituto de professor, secretário,
bibliotecário, auxiliar de diretor, dentre outras.

Vasconcellos (2002, p. 86-87), descreve essas funções como definição negativa do


papel:

[...] não é (ou não deveria ser): não é fiscal de professor, não é dedo duro (que
entrega os professores para a direção ou mantenedora), não é pombo correio (que
leva recado da direção para os professores e dos professores para a direção), não é
coringa/tarefeiro/quebra galho/salva-vidas (ajudante de direção, auxiliar de
secretaria, enfermeiro, assistente social, etc.), não é tapa buraco (que fica
„toureando‟ os alunos em sala de aula no caso de falta de professor), não é
burocrata (que fica às voltas com relatórios e mais relatórios, gráficos, estatísticas
sem sentido, mandando um monte de papéis para os professores preencherem –
escola de „papel‟), não é de gabinete (que está longe da prática e dos desafios
efetivos dos educadores), não é diário (que tem dicas e soluções para todos os
problemas, uma espécie de fonte inesgotável de técnicas, receitas), não é
generalista (que entende quase nada de quase tudo).

Relatos de professores confirmam a ineficiência dessas ações executadas pelo


pedagogo, chegando a ser nomeado “pedabobo”.

Nóvoa (2006, p. 72), quando discorre da identidade profissional dos especialistas,


descreve o seguinte: Pedagogo? É uma boa tentativa, mas que oscila entre o
ridículo (o „pedagogo ou pedabobo‟ do Nelson Mendes) e o pomposo (por vezes a
designação parece estar reservada para os „grandes pedagogos‟).

17
Faculade de Mnas

É preciso definir papéis na escola, a partir de referencial teórico consistente,


situando a importância da função de cada um, de forma articulada coletivamente.

Neste aspecto, a presença do pedagogo é fundamental. É ele que irá articular a


organização das práticas pedagógicas e consequentemente a efetivação das
propostas. É esse profissional o articulador do processo ensino - aprendizagem, de
forma a garantir a consistência das ações pedagógicas e administrativas.

O pedagogo é aquele que domina sistemática e intencionalmente as formas de


organização do processo de formação cultural que se dá no interior das escolas. [...]
Daí a necessidade de um espaço organizado de forma sistemática com o objetivo
de possibilitar o acesso à cultura erudita (SAVIANI, 1985, p. 28).

Pimenta (1985, p. 34), reforça a importância do pedagogo no trabalho coletivo da


escola:

A prática na escola é uma prática coletiva. – os pedagogos são profissionais


necessários na escola: seja nas tarefas de administração (entendida como
organização racional do processo de ensino e garantia de perpetuação desse
processo no sistema de ensino, de forma a consolidar um projeto pedagógico –
político de emancipação das camadas populares), seja nas tarefas que ajudem o(s)
professor(es) no ato de ensinar, pelo conhecimento não apenas dos processos
específicos de aprendizagem, mas também da articulação entre os diversos
conteúdos e na busca de um projeto – político coerente.

Portanto, o pedagogo deverá articular coletivamente as ações na escola, de forma,


que todos os envolvidos no processo ensino - aprendizagem, possam ter
conhecimento de todas as funções que são exercidas na escola e também
competência para direcionar as ações assumindo com responsabilidade a sua área
ou função específica. Dessa forma, o pedagogo não será o multi - tarefeiro,
cumpridor de tarefas alheias à sua função, mas desenvolverá um trabalho de
“assessoria ao processo ensino - aprendizagem, desenvolvido na relação professor
- aluno" (PIMENTA, 1985, p. 35).

A delimitação de papéis na escola não significa a fragmentação de funções, mas a


tomada de consciência de que as tarefas são distintas, em prol de uma luta comum,
a partir da direção coletiva, onde os resultados emergirão através da prática de cada
um, que consequentemente retornará ao coletivo de forma positiva ou negativa,
dependendo do comprometimento do grupo no desenvolvimento das ações.

É importante reiterar que, quando se busca uma nova organização do trabalho


pedagógico, está se considerando que as relações de trabalho, no interior da
escola, deverão estar calcadas nas atitudes de solidariedade, de reciprocidade e de
participação coletiva, em contraposição à organização regida pelos princípios da
divisão do trabalho, da fragmentação e do controle hierárquico. [...] propiciando a
construção de novas formas de relações de trabalho, com espaços abertos à

18
reflexão coletiva que favoreçam o diálogo, a comunicação horizontal entre os
diferentes segmentos envolvidos com o processo educativo [...] (VEIGA, 2005, p.31)

Assim, a luta pela participação coletiva e pela superação dos condicionantes deve
compor um só processo, de modo que avanços em um dos campos levem a
avanços no outro, de forma contínua e interdependente (PARO, 2006, p. 27).

Por isso, a prática administrativa e pedagógica deve orientar-se por propósitos


definidos intencionalmente de forma sistemática, garantindo a concretização das
ações pelo coletivo escolar.

No dia–a–dia enfrentam-se situações que exigem planejamento, porém nem sempre


formalizado. No momento em que a realidade se torna mais complexa, somos
obrigados a uma maior sistematização de pensamento e de ação para poder
compreendê-la e transformá-la (DALMÁS, 1994, p. 23).

Daí, a importância da existência do Projeto Político-Pedagógico, elaborado


coletivamente e sistematizado, de forma a garantir a efetivação do processo ensino
– aprendizagem, levando em consideração, que a concretização desse processo se
faz pela apropriação do conhecimento historicamente produzido, à classe que
frequenta a escola pública, [...] que precisa da escola para ter acesso ao saber
erudito, ao saber sistematizado e, em consequência, para expressar de forma
elaborada os conteúdos da cultura popular que correspondem aos seus interesses
(SAVIANI, 2005, p. 80).

O Projeto Político-Pedagógico é o norte para a definição do papel do pedagogo na


escola, que conduzirá as ações por meio da organização coletiva, partindo dos
princípios da democratização e apoiando-se em referencial teórico que possa
garantir uma proposta sólida, com objetivos bem definidos.

Para Veiga (1998, p. 9):

O projeto pedagógico exige profunda reflexão sobre as finalidades da escola, assim


como a explicitação de seu papel social e a clara definição de caminhos, formas
operacionais e ações a serem empreendidas por todos os envolvidos com o
processo educativo.

As ações devem ser planejadas e sistematizadas pelo coletivo escolar, que


delimitará o papel e atribuições de seus membros de forma a garantir a reflexão –
ação – reflexão, que consistirá na avaliação do processo, possibilitando a (re)
tomada de decisões. “Entretanto, a prática, para deixar de ser um simples ativismo,
necessita da reflexão, da teoria, dando-lhe um significado e corrigindo possíveis
desvios” (MACCARIELLO, 2006, p. 41).

19
Conforme Dalmás (1994, p. 23):

Pelo pensamento (reflexão), o homem desenvolve níveis cada vez mais


aprimorados de discernimento, compreensão e julgamento da realidade, o que lhe
favorece uma conduta comprometida com novas situações [...]. Pelo planejamento,
o homem organiza e disciplina a ação, tornando-a mais responsável, partindo
sempre para ações mais complexas, produtivas e eficazes [...]

O Projeto Político-Pedagógico não é apenas mais um documento a ser elaborado


pelo pedagogo para o cumprimento legal de ordens superiores, mas permeia as
ações da escola, sendo pensada, articulada e concretizada coletivamente, onde
todos são responsáveis pelo sucesso ou fracasso escolar.

Em muitas escolas, o Projeto Político-Pedagógico ainda é um documento com fins


legais apenas. É elaborado para cumprimento de exigência da SEED (Secretaria de
Estado da Educação) ou NRE (Núcleos Regionais de Ensino). Às vezes até flui da
reflexão coletiva, mas cumprindo a exigência documental, é engavetado e
esquecido. Até mesmo, alguns Núcleos Regionais de Educação camuflam a
identidade do documento, quando exigem das escolas que desconsiderem a
sistematização de aspectos negativos levantados pela comunidade escolar.

É preciso ter claro que:

Para a escola, um projeto ilumina princípios filosóficos, define políticas, racionaliza e


organiza ações, otimiza recursos humanos, materiais e financeiros, facilita a
continuidade administrativa, mobiliza os diferentes setores na busca de objetivos
comuns e, por ser de domínio público, permite constante acompanhamento e
avaliação (NEVES, 2005, p. 112-113).

Tomado consciência coletiva da necessidade do Projeto Político-Pedagógico para a


conquista da autonomia da escola, serão menos desprendidos os esforços para a
(re) elaboração e realização das ações, que terá o pedagogo como condutor do
processo pedagógico, articulando as ações de forma coletiva e compartilhada,
porém com papéis definidos em suas especificidades.

De acordo com Bussmann (2005, p. 50), “Os especialistas, na condição primeira de


professores, estão no processo, fazem parte dele e devem estar atentos à totalidade
do mesmo, tanto quanto aos aspectos específicos de sua atuação”.

Nesse aspecto, o pedagogo é um pesquisador e estudioso no ambiente escolar.


Deverá permanecer atento as questões didático – pedagógicas, levando sempre em
consideração em sua análise o Projeto Político-Pedagógico da escola. Para tanto,
deverá ter clareza da sua característica principal, que é planejar, decidir, coordenar,
acompanhar, controlar, avaliar e executar ações de forma articulada e planejada
com os demais segmentos da escola. Inclui aqui, os demais profissionais dos

20
diversos setores e as instâncias colegiadas, que deverão ser fortalecidas nas
escolas, tornando-se representatividade dos diversos segmentos.

É preciso que o pedagogo seja capaz de desenvolver com habilidade e segurança


sua competência profissional. Buscar o respeito de todos os demais profissionais da
escola com autoridade em sua função, sem cair no autoritarismo, visando melhores
resultados frente aos problemas educacionais, e consequentemente definir o papel
de cada um no ambiente escolar, integrando-se diferentes funções com objetivos
comuns.

Ao intervir na realidade escolar, é importante ter clareza às seguintes questões:

1) O que está posto?

2) O que será realizado?

3) O que se almeja?

A partir das questões levantadas, é necessário que o pedagogo faça inicialmente


um estudo prático e teórico de seu papel na escola, de forma que possa identificar e
caracterizar sua função específica dentre os demais profissionais, “buscando
elementos que permitam compreender as positividades e os limites do trabalho
pedagógico, e ampliar suas possibilidades de intervenção” (KUENZER, 2002, p. 47).

Inicialmente, a intervenção poderá ocorrer através de grupos de estudos entre os


pedagogos, organizados de forma ordinária, no período de trabalho, de preferência
semanalmente, onde serão discutidos temas pertinentes à organização da prática
pedagógica, buscando a partir daí, intervir no cotidiano escolar de forma coletiva e
organizada, partindo então, da própria prática.

Dessa forma, as ações poderão ser planejadas com antecedência após reflexão
conjunta referente às necessidades existentes.

Para Pinheiro (1998, p. 88):

A sistematização de momentos de discussão coletiva sobre a ação pedagógica –


principalmente nos horários de coordenação – permite, de um lado, a identificação,
a análise e a busca de soluções conjuntas para dificuldades na relação educativa
que perpassam a prática docente; de outro, a troca e o enriquecimento de
procedimentos didático – metodológicos.

À medida que o trabalho se desenvolve e o serviço do pedagogo se organiza,


poderão ser incluídos neste momento de estudos representantes dos demais

21
setores da escola, de forma que possa garantir a discussão e estudo coletivo das
reais necessidades da escola, buscando, a partir daí, concretizar os resultados na
prática pedagógica.

22
Conforme Saviani (2006, p. 60), “[...] é necessário abalar as certezas, desautorizar o
senso comum”, buscando na teoria a concretização sólida das ações.

Construir a identidade do pedagogo no âmbito escolar, significa a transposição do


senso comum através da construção histórica do conhecimento científico,
confrontando teoria e prática, de forma que possa identificar e organizar
sistematicamente a área profissional, levando em consideração a função social da
escola.

O movimento de superação do senso comum, relativo à consciência verbal –


espontânea e fragmentada, [...] para a consciência histórica – crítica – organizada e
integrada, requer a compreensão [...] a partir da unidade teoria e prática [...]. A
consciência verbal, própria do senso comum, contudo, se constitui na matéria-prima
para a elaboração da consciência histórica - crítica (MACCARIELLO, 2006, p. 38-
41).

Tomando como referência a tendência histórico – crítica, para a organização do


trabalho propõe-se como eixos sustentadores os cinco passos propostos por
SAVIANI (2006), confirmados e exemplificados por GASPARIN (2005), conforme
proposta de intervenção, utilizada na escola que possibilitou a referência para este
trabalho de pesquisa:

1° - Prática inicial do conteúdo;

2° - Problematização;

3º - Instrumentalização;

4º - Catarse;

5º - Prática social final do conteúdo.

Apoiando-se no processo teórico – metodológico que tem como suporte o


materialismo histórico, com a finalidade de transformação social na “Prática inicial
do conteúdo”, há o questionamento quanto a prática da situação atual. Exemplo:
Quem é o pedagogo? O que ele faz? Qual é o seu papel diante dos diferentes
setores da escola? Como ele é visto na escola pelo diretor, pelos professores, pelos
funcionários, pelos alunos, pelos pais, pelos demais colegas? É a visão do senso
comum.

Tomando o diálogo como integração dos conteúdos, a problematização é a


explicitação dos principais problemas levantados na prática. Cabe aqui a
sistematização das questões levantadas na “Prática social inicial”. Contrapondo-se
em seguida com o conhecimento teórico, na “Instrumentalização” estabelece-se
uma comparação entre os conhecimentos cotidianos e os conhecimentos científicos,
aprofundando-se do conhecimento socialmente produzido e sistematizado para
enfrentar e responder aos problemas levantados.

23
A partir da “Instrumentalização”, a nova forma de entender a prática ocorre por meio
de síntese, marcando a posição em relação ao conteúdo e à forma de construção e
reconstrução social, denominando-se neste momento “Catarse”. É a fase da
conscientização.

A “Catarse” contribuirá para a “Prática social final do conteúdo”, que representa a


transposição do teórico para o prático dos objetivos de estudo e dos conceitos
adquiridos, evidenciando o propósito da ação. É o retorno à prática social, com
propósitos de transformação da realidade, a partir de um novo conhecimento
elaborado. Neste momento, estabelece-se a proposta de intervenção, tendo maior
clareza e compreensão da situação levantada na “prática inicial”.

A partir dos estudos realizados, o pedagogo deverá direcionar as suas ações, por
meio de planejamento prévio, levando em consideração a política educacional da
SEED (Secretaria de Estado da Educação), incluindo as determinações pertinentes
à sua função.

Para que as ações tenham sucesso, o pedagogo deverá lutar continuamente por
melhores condições de trabalho, com determinações de atendimentos condizentes
ao número de pessoal relacionado ao número de turmas, atividades burocráticas e
pedagógicas, dentre outras. Diante do atual quadro, o pedagogo encontra-se
limitado na realização de suas funções, mesmo que estas sejam organizadas
previamente, com a colaboração dos demais profissionais.

3 - O coordenador pedagógico e suas múltiplas funções na escola


O coordenador pedagógico atua na organização e planejamento das atividades
cotidianas da escola. Para isso torna-se imprescindível o planejamento das ações,
pois a escola funciona num ritmo frenético, fazendo com que muitas vezes o
coordenador tenha que “agir na urgência e decidir na incerteza” (PERRENOUD,
2001).

Para o bom desenvolvimento do trabalho pedagógico Placco (2003) destaca quatro


conceitos criados por Matus (1991) que devem ser considerados no
desenvolvimento das atividades de trabalho do coordenador pedagógico: a
Importância, a Rotina, a Urgência e a Pausa. Gonçalves (1995, apud PLACCO,
2003) faz um detalhamento desses conceitos caracterizando-os por atividades. As
atividades de Importância visam atender metas a curto e longo prazo, como as
demarcadas no PPP escolar, atuando sempre no sentido de mudanças.

As atividades de Rotina não podem ser confundidas com mesmice. Está atrelada a
manutenção do funcionamento da escola. Atividades de Urgência atendem aos
problemas situações não previstos no processo, mas que necessitam de
permanente atenção. Já as atividades de Pausa não podem ser vistas como uma
parada completa ou sem sentido das ações do coordenador. Caracterizam-se por
um momento de rever as necessidades individuais (descanso, férias, ações
descomprometidas com resultados, atenção para fatos vinculados à função social

24
institucional e os elementos das relações interpessoais). O desempenho dessas
atividades deve ser dosado. Cada uma tem sua importância. Deste modo, é preciso
identificar, reconhecer e priorizar cada uma conforme as demandas do cotidiano
escolar.

O principal objetivo da função de coordenador é segundo Vieira (2003, p. 83)


“garantir um processo de ensino-aprendizagem saudável e bem sucedido”. Nesse
sentido, ele atua em muitas tarefas no cotidiano escolar, dentre elas destaca-se
desde as burocráticas, o atendimento aos alunos e os pais, até o cuidado e
planejamento do processo educativo.

Para o bom desempenho do trabalho do coordenador pedagógico, é necessário que


os demais membros da equipe pedagógica trabalhem e pensem juntamente com o
mesmo, estabelecendo assim uma verdadeira equipe atuante no cotidiano escolar.
Segundo Orsolon (2001, p. 19), “o coordenador é apenas um dos atores que
compõem o coletivo da escola. Para coordenar, direcionando suas ações para a
transformação, precisa estar consciente de que seu trabalho não se dá
isoladamente [...]”. Ou seja, o coordenador não pode querer resolver tudo sozinho. É
necessário compartilhar as angústias, para administrar os conflitos e chegar a
soluções juntamente com o grupo, a fim de promover a qualidade do processo
educacional da escola.

Na pesquisa de campo contou-se com a colaboração de uma


supervisora/coordenadora pedagógica que atua no período vespertino, formada em
Pedagogia com habilitação em supervisão escolar.

Dentre as atribuições do coordenador pedagógico no cotidiano escolar, a


coordenadora destacou que desenvolve um trabalho junto aos professores, mas “o
trabalho do supervisor não se resume a olhar os diários dos mesmos e nem ficar na
sala vigiando os conteúdos que estão passando. O supervisor também atua
juntamente com os demais membros da equipe pedagógica no desenvolvimento de
projetos”. Nesse sentido, podemos confirmar que a atuação do coordenador
pedagógico vai além de lidar com os professores e este profissional juntamente com
os outros membros da equipe pedagógica atua no planejamento, elaboração e
execução de projetos. Nesse sentido Placco (2003, p. 48) destaca que “[...] o
trabalho do coordenador pedagógico-educacional visa ao melhor planejamento
possível das atividades escolares”.

Com relação à atuação do coordenador diante dos confrontos ocorridos fora da


escola, mas que interferem no cotidiano escolar, a coordenadora respondeu que
atua nesse sentido na “participação e no desenvolvimento de Projetos. Ex.:
Educação Sexual, Leitura, Dificuldades de aprendizagem”. Mas destaca que “há um
problema de “resistência” de muitos pais quando se trata de alguns conteúdos,
como: educação sexual. Muitos dizem que é uma forma de incentivo, já outros
acham bom trabalhar essa temática como prevenção a futuros problemas”.

25
Faculdade de Minas

No trabalho diário do coordenador é necessário lidar com a diversidade, tanto de


grupos dentro da escola (professores, alunos, equipe de apoio, equipe técnica)
quanto de opiniões, culturas, ideologias, etc., dos grupos externos a escola (pais e
comunidade). Conforme Souza (2003) Quando se tem mais de um elemento,
material ou humano se faz necessário um coordenador. Para lidar com a
diversidade de grupos sociais em seu contexto, a escola “[...] precisa compreender
as especificidades da educação, sobretudo no que concerne à sua função social de
promover o desenvolvimento e a transformação dos alunos, rumo ao aprimoramento
do exercício da cidadania, no que se refere ao gozo de seus direitos e deveres”
(SOUZA, 2003, p. 102).

Além disso, Souza (2003) destaca que um dos grandes desafios do coordenador em
lidar com os problemas que ocorrem fora da escola mais que interferem na rotina e
desenvolvimento da mesma é a criação de meios de comunicação com os pais. É
difícil convencê-los da importância da participação deles na vida escolar de seus
filhos, explicitar e dicotomizar as responsabilidades da família e a função que a
escola tem com relação à educação de seus filhos.

Lidar com os pais há algum tempo deixou de ser tarefa somente do orientador
educacional. Devido às mudanças socioeconômicas e culturais, a escola teve que
rever sua organização (gestão, docentes, equipe pedagógica). A partir daí ela viu-se
despreparada para receber os diferentes alunos com suas demandas e
necessidade. Nesse sentido, Orsolon (2003, p. 178) diz que “A família não ficou
imune às mudanças sociais mais amplas e tem delegado para a escola, cada vez
mais, funções educativas que historicamente vinha exercendo, tais como a
formação de valores morais, a criação e o fortalecimento de vínculos, a colocação
de limites, entre outras”.

A coordenadora pedagógica realiza o acompanhamento do professor em seu


planejamento e no processo avaliativo dos alunos da seguinte forma: vendo as
provas antes dos professores aplicá-las e quando necessário intervindo. O
acompanhamento do planejamento é realizado por meio de um formulário mensal,
sendo que alguns professores utilizam caderno e a supervisora solicita para tirar
cópia. O planejamento geralmente ocorre no horário da Educação Física ou às
vezes os professores o fazem em suas casas. A supervisora destaca que: “cobrar é
necessário, mas é essencial “oferecer ajuda”, por meio de vídeos, materiais,
oficinas”. Ela ressalta ainda que, “atualmente tem muitos alunos em recuperação”.

O coordenador poderá auxiliar os professores com relação ao processo de


avaliação por meio de discussões grupais, apresentação e mediação de ações
inovadoras e também pela promoção de grupos de estudos. Todos esses fatores
são parte da atuação que o coordenador pedagógico pode ter para que todos os
atores do processo educativo venham a compreender a avaliação da aprendizagem
“[...] como uma expressão-síntese do que é possível desenvolver num dado
contexto formativo” (BATISTA; SEIFFERT, 2003, p. 163).

26
Faculdade de Minas

Avaliação não está relacionada apenas a avaliação do aluno naquilo que ele ainda
não sabe, mas a avaliação usada como mecanismo para identificar as
potencialidades do aluno e a partir dela propor novas formas de ensino. Neste
contexto insere-se a avaliação da instituição escolar que também precisa mensurar
os esforços empreendidos por ela para que o ensino seja promovido de forma
qualitativa. Portanto, não se trata aqui de apresentar o resultado da avaliação como
algo definitivo, mas sim como um processo que indica os caminhos para atingir a
qualidade.

Segundo Luckesi (1995, apud BATISTA; SEIFFERT, 2003, p. 161) “O ato de avaliar
por sua constituição mesma, não se destina a julgamento “definitivo” sobre uma
coisa, pessoa ou situação, pois que não é um seletivo. A avaliação se destina ao
diagnóstico e, por isso mesmo, à inclusão, destina-se à melhoria do ciclo de vida”.

Refletir sobre o ato de avaliar pode levar o docente a compreender a avaliação


como integrante de seu trabalho pedagógico, e fazer as relações entre objetivos e
metas traçadas, os conteúdos desenvolvidos e a sua metodologia de ensino, pois
avaliar precisa ser uma prática refletida no cotidiano escolar.

Quanto à formação continuada e de qualificação dos docentes a coordenadora


informou que “a Secretaria Municipal da Educação (SEMED) oferece vários cursos e
as vagas são distribuídas para as escolas”. Ela realiza o trabalho encaminhando os
professores para essas formações. “Atualmente a escola conta com uma professora
intérprete de LIBRAS, formada por um curso oferecido pela prefeitura e tem o Pró-
letramento que também conta com a participação de alguns professores”. Além dos
cursos de formação continuada oferecidos pelos órgãos municipais e estaduais,
investir na qualificação do docente na própria escola é imprescindível, pois o
coordenador pedagógico é quem convive com o docente e passa a conhecer suas
necessidades de mudanças na prática pedagógica, na forma de avaliar, dentre
outras.

Desencadear o processo de formação continuada na própria escola, com o


coordenador pedagógico assumindo as funções de formador, além de possibilitar ao
professor a percepção de que a proposta transformadora faz parte do projeto da
escola, propiciará condições para que ele faça de sua prática objeto de reflexão e
pesquisa, habituando-se a problematizar seu cotidiano, a interrogá-lo e a
transformá-lo, transformando a própria escola e a si próprio (ORSOLON, 2003, p.
23).

A partir das respostas da coordenadora pedagógica e do aporte teórico adquirido,


percebe-se que o coordenador tem um papel muito importante no cotidiano escolar.
Papel esse que deve ser constantemente revisto devido às mudanças e
transformações sociais, pois se exige cada vez mais desse profissional. É
importante destacar que família e escola têm que assumir juntos a educação, cada
um desempenhando sua função. Não podem confundir os papéis, nem culpabilizar

27
esta ou aquela pelas falhas do processo educativo. Conclui-se então que “a ação do
coordenador, tal qual a do professor, traz subjacente um saber fazer, saber ser e um
saber agir que envolvem respectivamente, as dimensões técnica, humano-
interacional e política desse profissional e se concretizam em sua atuação”
(PLACCO, 1994, apud ORSOLON, 2003, p. 19) (grifo nosso).

4 - O papel e a importância do orientador educacional

Com as mudanças econômicas e consequentemente sociais e culturais, a escola se


transformou e com isso foram criadas e ampliadas algumas funções importantes ao
bom funcionamento do espaço escolar a fim de responder as necessidades
educativas. A partir das necessidades do desenvolvimento integral do aluno: física,
intelectual, social, emocional, moral, vocacional e profissional, percebeu-se a
necessidade de um profissional que atendesse e orientasse os alunos, entendendo,
que a escola não mais atua apenas na transmissão do saber científico, mas também
no desenvolvimento social e cultural de seus educandos. Mediante essa interação
que está além do ensino-aprendizagem surge o papel do orientador educacional
que tem como objetivo orientar o aluno no conhecimento pessoal e do ambiente
sociocultural onde está inserido, a fim de que este tome decisões acertadas e
reflexivas mediante ao seu desenvolvimento pessoal e social (GIACAGLIA;
PENTEADO, 2006).

O orientador educacional no exercício de seu papel possui atribuições que estão


regulamentadas pelo decreto n° 72846 de 26 de Setembro de 1973. Tais atribuições
são divididas em: privativas e participativas. As atribuições privativas correspondem
ao planejamento e coordenação de ações na escola e comunidade, como também,
na implementação e funcionamento de serviços de orientação educacional. As
atribuições participativas caracterizam-se pela participação nas atividades escolares
e na identificação das características inerentes a essas atividades. Além dessas
atribuições, o papel do orientador é harmonizar situações conflitantes ocorridas no
espaço escolar, através de leitura da realidade do cotidiano vivido na escola, como
também estabelecer diálogo e promover ações preventivas, a fim de evitar
problemas. O orientador não pode ser confundido com o psicólogo da escola, sua
função é totalmente pedagógica o que não lhe dá o direito fazer terapias com os
alunos e nem emitir diagnósticos de distúrbios de personalidades ou de
comportamentos. Ou ainda, não se pode confundir com a função do coordenador
pedagógico, onde possui tarefas parecidas, mas com objetivos diferentes.

A pesquisa realizada na escola, contou com a participação de duas orientadoras,


sendo que uma trabalha no período matutino e outra no vespertino (ambas com
formação em Pedagogia e habilitação em Orientação Educacional). Chamaremos
de colaboradora A, a profissional que atua pela manhã e colaboradora B, a que atua
à tarde. A coleta de dados ocorreu mediante a observação e entrevistas.

Ao questionar à orientadora sobre sua função para que o aluno obtenha um


rendimento escolar proveitoso, a colaboradora A esclarece que, “acompanha o
rendimento escolar do aluno mediante observações e conversas. Conta com a ajuda

28
dos pais e dos professores”. Com relação a isso, o orientador precisa estabelecer
laços com o professor e com a família. Ambos são fundamentais para o bom
aproveitamento do aluno na escola. O papel do professor é diagnosticar em sua
turma as dificuldades dos alunos e estabelecer parcerias com o orientador e a
família, a fim de que possa adotar medidas que corroborarão na aprendizagem do
seu aluno.

O papel da família, no entanto, é estimular o aluno no processo de aprendizagem.


Então é preciso que a escola tenha clareza do papel que cada um tem no processo
de ensino-aprendizagem afim de que não ocorra a inversão de papéis, o que é
muito comum. A escola atribui muitas vezes à família a função de realizar atividades
escolares que são de cunho pedagógico e a família atribui à escola a
responsabilidade de educar os alunos, no sentido explícito de instituir limites que
são pertinentes à própria orientação familiar. O orientador tem como função
estabelecer a ponte entre a escola e a família, buscando a melhor formação para o
aluno, como diz Giacaglia e Penteado (2006, p. 63):

De acordo com a legislação vigente, a orientação educacional será exercida em


cooperação com a família, cabendo ao orientador educacional participar no
processo de integração escola-família-comunidade. Como elemento de ligação
entre a escola e a família, esse profissional deve manter uma comunicação
constante com a mesma, respeitando os seus valores e procurando obter sua
colaboração, já que ambos têm por objetivo o bem-estar, o desenvolvimento e a
formação do educando.

Ainda em relação ao aproveitamento do aluno, a colaboradora B esclarece que para


intervenção com relação às dificuldades de aprendizagem busca estratégias para
descobrir e solucionar o problema. (ex.: problemas de visão, familiar...). “Problemas
de faltas ou de comportamento são acompanhados por meio do diálogo com os
alunos”. Destaca ainda que “todos esses fatores podem comprometer o
aproveitamento dos alunos”.

A parceria com as famílias é fundamental, as orientadoras revelam que buscam a


participação das mesmas, entretanto revelam as dificuldades enfrentadas por falta
de condições de equipamentos necessários para contatar os pais, ou ainda a falta
da participação dos responsáveis como diz a colaboradora B. Quando perguntada
se entra em contato com a família responde que sim. “Nos casos de faltas (3-4
faltas) ou excesso das mesmas. A escola só tem telefone fixo, porém, nem todos os
pais têm telefone fixo, logo, quando necessário, ligo a cobrar do meu telefone móvel
para os pais”. Com relação a visitas a casa dos alunos diz que é necessário quando
os pais não comparecem na escola, mas a instituição não possui veículo próprio.
Quando é um caso muito urgente faz isso em seu carro. Citou um exemplo de ter
que levar várias vezes, alunos passando mal ou feridos para hospital ou para suas
residências. Ainda destaca a falta de materiais para primeiros socorros e falta
psicólogo. “O sistema não oferece suporte e condições para a realização efetiva
desse contato do orientador com a família”. A colaboradora A diz: “busco entrar em
contato com os pais dos alunos, principalmente dos que considero indisciplinados”.

29
Entretanto queixa-se que alguns pais não participam das reuniões, não vão à escola
quando solicitados.

Com relação ao espaço pertinente para o atendimento, a escola possui uma sala de
orientação que é dividida com a supervisão escolar, impossibilitando um
atendimento sigiloso entre orientadora, aluno e pais. Com relação ao mobiliário, na
sala existe um armário onde a orientadora divide gavetas com a supervisora, a
mesa da orientadora possui uma cadeira para o aluno que ali chegar e a mesa da
supervisora também. Existe ainda um computador que é dividido com a supervisora
e uma estante onde guardam algumas coisas referentes à escola. Conforme
Giacaglia e Penteado (2006, p. 45), “quanto às instalações, é essencial que o SOE
disponha de local próprio, de uso exclusivo, onde não sejam desenvolvidas outras
atividades”.

Os registros dos alunos ficam no computador da secretaria da escola na pasta do


aluno. Como diz a colaboradora B ”Infelizmente não tem lugar adequado para
agrupar os dados dos alunos” e ainda a colaboradora A “O professor manda o aluno
para conversas, que fica registrado no caderno para alunos. As questões mais

sérias ficam guardadas no computador na pasta do aluno”. Com relação a isso,


Giacaglia e Penteado (2006, p. 12), dizem que:

[...] o sigilo das informações constantes dos prontuários dos alunos deve ser
igualmente preservado. Assim, questionários preenchidos com dados mais íntimos
sobre o aluno e seus familiares; resultados de entrevistas e de testes e opiniões de
professores sobre determinado aluno devem ser mantidos fora do alcance de
pessoas que, propositada ou casualmente, possam chegar a eles. Por esse motivo,
tais dados devem ser arquivados no SOE em local seguro, com chave, ao qual
apenas o orientador educacional tenha acesso.

Portanto, as condições estruturais interferem na forma como estão guardados os


dados dos alunos. Com relação a projetos, as orientadoras não elaboraram nenhum
neste ano, porém são executados na escola projetos como “Ação Solidária
(Faculdade São Lucas), Meio Ambiente (Iaripuna) e Mais Educação (projeto do
Governo Federal que funciona em horário contrário as aulas), que desenvolvem a
aprendizagem” (fala da colaboradora B), “Recreio dirigido e projeto leitura, além dos
projetos do governo.” (fala da colaboradora A).

As orientadoras fazem o possível para exercer suas atribuições na escola,


entretanto é perceptível que a falta de condições estruturais e de recursos
constituem se em dificuldade para que esse trabalho seja efetuado adequadamente,
pois falta uma sala exclusiva para orientação, faltam telefones móveis de uso da

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escola para contatar os pais, entre outros. Portanto, o que podemos constatar sobre
o cotidiano escolar revela as múltiplas facetas do trabalho educativo na escola e as
tentativas da equipe gestora para fazer com que tudo funcione, apesar das
limitações colocadas pelas circunstâncias.

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