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ABSTRACT: Thinking about teaching requires deep reflection ... since it is a complex
process that presupposes an understanding of reality, facing its multiple relationships
in the organizational set of Higher Education Institutions and in the dialogic
assimilation of teaching. This article, therefore, talks about the challenges of teaching
work in higher education to today's students - due to their changing behaviors,
priorities and the importance they give to formal learning; talks about the
understanding about the profile of the teacher of higher education and about the
teaching practices necessary so that the actions of teaching and learning are truly
carried out in order to enable the construction of knowledge in the environment of the
higher education institution nowadays; and, in view of the great evolution of
technology, assert as to the benefits and importance of its use in the teaching-
learning process. Thus, it becomes axiomatic the need of the educators' awareness
about the important association of the technological ones in the construction of the
autonomy of the student.
1 INTRODUÇÃO
1
Aluno do Curso de Pós Graduação do Instituto de Educação Santo Agostinho- ITESAG, 2023.
2
Professor tutor do Curso de Pós Graduação do Instituto de Educação Santo Agostinho- ITESAG,
2023.
Ao longo dos anos, muito se discute a respeito da formação de professores,
sobre os saberes e práticas necessários para o exercício da profissão, bem como
sobre as mais diversas formas de se mensurar a capacidade e eficiência do
docente. Refletir sobre os atuais desafios da docência - no ensino superior; rever e
repensar sobre a prática docente e a produção do conhecimento se faz necessário
para que o professor, no desempenho de sua profissão, possa entendê-los
claramente para uma melhor atuação.
A ação reflexiva pode ser compreendida como elemento para se pensar a
formação e a transformação propiciadora do desenvolvimento de educadores
reflexivos frente à nova realidade, direcionados a atuarem no mercado de trabalho.
É grande o desafio das Instituições de Ensino Superior diante do papel social na
formação profissional, mediante os novos paradigmas sociais e políticos, numa
perspectiva voltada para a produção do conhecimento científico.
Ester artigo - a despeito da dialética reinante quanto a melhor prática de
educar; se por meio de concepções tradicionais (tidas como inadequadas para a
“era do conhecimento”) ou por outras, mais contemporâneos - foi elaborado com
base em uma revisão bibliográfica e pretende discutir acerca da contribuição da
tecnologia na construção da autonomia do discente, sob uma perspectiva crítica do
atual contexto educacional, entendendo a ação reflexiva como elemento para
transformação, através da conscientização ao docente.
A tecnologia, aqui, será apresentada como recurso que traz contribuições
para os saberes e práticas pedagógicas dos professores universitários, auxiliando na
construção da autonomia dos alunos, visto que o ensino superior procura, como
prioridade, facilitar a capacitação do aluno em investigar, processar, assimilar,
interpretar e refletir sobre as informações que recebe.
Assim sendo, não se pode duvidar da conscientização quanto à necessidade
da adoção de métodos inovadores, para o processo de aprendizagem, que venham
a atuar como facilitadores ao acesso da informação e ao desenvolvimento da
pesquisa, para que o discente possa desenvolver suas habilidades e atuar com
maior eficiência diante de um mercado altamente competitivo.
.
2 CONCEITUANDO A DOCÊNCIA
Ainda em pleno século XXI, na “era do conhecimento” e partindo-se do
conceito de docência, é evidente que essa reflexão continua sendo necessária;
lembrando que, em qualquer nível educacional, o processo de aprendizagem é o
objetivo principal.
Masetto (2008) define a docência no ensino superior como sendo o domínio
de conhecimentos específicos em uma determinada área a serem mediados por um
professor para os seus alunos. Freire (1996, p. 22-23), por sua vez, afirma que “Não
há docência sem discência, as duas se explicam e seus sujeitos apesar de
diferenças que os conotam, não se reduzem à condição de objeto um do outro.
Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender.” Nesse
mesmo Cunha (2013) contribui afirmando que refletir a respeito do conceito de
formação de professores exige que se recorra à pesquisa, à prática de formação e
ao próprio significado do papel do professor na sociedade.
Consequentemente, infere-se que, o trabalho docente caracteriza-se como
processos e práticas de produção cultural, organização, apropriação de
conhecimentos e divulgação do que se desenvolvem em espaços educativos
escolares, sob determinadas condições históricas. Nesta perspectiva, o docente
define-se como um sujeito em ação e interação com o outro (professor/aluno),
produtor de saberes científicos para a realidade.
Atualmente a docência pode ser definida como ação educativa que se
constitui no processo de ensino-aprendizagem, na pesquisa, na gestão de contextos
educativos e na perspectiva da gestão democrática. Todavia, esse conceito de
docência contrapõe-se à prática, tão somente, do “professor aulista/conteudista”
que, no Brasil, tem sido prática corrente desde a chegada da Família Real
portuguesa, com a criação, em 1820, das primeiras escolas Régias Superiores cujos
cursos, segundo Masetto (2008), teve como fundamento o modelo da educação
europeia.
O professor era o centro deste processo, o papel dele era de transmitir o
conhecimento. A avaliação era simples, o professor dizia se aluno sabia ou não, se
estava apto para exercer a profissão, se estivesse, o aluno receberia seu diploma,
se não estivesse apto, não o receberia. Nesta época, a questão de sair bem nas
provas significava repetir o que o professor havia ensinado, se o aluno saísse mal
nas provas e, como consequência, fosse reprovado, o professor atribuía este fato ao
aluno, porque ele não tinha estudado, ou não tinha frequentado as aulas, ou ainda
porque não apresentava capacidade para prosseguir com o curso.
O aluno, neste contexto educacional, era um mero agente passivo que
recebia do professor os conhecimentos por meio de aulas expositivas, palestras e
monólogos. Em momento algum ele podia se manifestar quanto à postura do
professor, não havia a comunicação e a afetividade entre professor e aluno; estas
aptidões não tinham prioridade no processo de ensino-aprendizagem.
Para ensinar bastava se valer do domínio de conteúdos a ser transmitido; é
aquela história, “quem sabe, automaticamente, sabe ensinar.” (MASETTO, 2008,
p.11). Contrapondo-se a esta idéia de transmissão de conhecimento, Ferreira (2006,
p. 209) afirma que, “[...] conhecimento não é doença para ser transmitido [...] é sim
um conteúdo precioso a ser construído e lapidado infinitamente”.
Entre os educadores contemporâneos, há aqueles que refletem sobre o
ensino superior brasileiro, seus paradigmas e suas práticas pedagógicas existentes.
Aqui não se pode entender que o ensino superior de cento e sessenta e dois anos
atrás não contribuiu para o crescimento intelectual do país, o que se afirma é que os
tempos são outros e que a exigência da sociedade hoje é de ter indivíduos com
formação completa e não fragmentada.
O professor do ensino superior tem à sua frente, numa sala de aula, olhares
atentos a cada um de seus gestos e atitudes e por isso Nóvoa (2007) afirma que o
primeiro desafio do docente no ensino superior é colocar em prática a ideia de uma
melhor organização da profissão docente.
Nesse sentido, ao estudarmos e levantarmos questões a cerca do perfil,
desafios e trajetórias de formação do professor do ensino superior, concluímos que
esta temática apresenta-se como um amplo campo de estudos, que possibilitam a
criação de novos conhecimentos e informações que podem subsidiar as decisões e
políticas voltadas a formação de professores atuantes no ensino superior, a fim de
melhorar a qualidade do ensino nesta esfera.
Dessa forma, poderão primar pela prática, tanto da inclusão das tecnologias
de ensino, de modo que promovam aulas eficazes, quanto das ações que o levem, a
saber, pensar, aprender a aprender, avaliar-se e avaliar o outro para que as
instituições de ensino superior consigam cumprir sua função social.
E aqui voltamos a um desafio já comentado que é a necessidade de reflexão
das práticas na formação do docente, no que tange ao fato dele não se fazer
prisioneiro de modelos tradicionais que são, “por vezes, excessivamente teóricos,
outras vezes excessivamente metodológicos; mas, sim, se sentir desafiado
diariamente a romper com as barreiras impostas por modelos muito formais.
Outro desafio, difícil para o professor, é o de assumir que não aprendeu como
se faz na prática quando ele próprio era aluno do ensino superior pois, assumir isso,
o coloca num lugar pouco confortável que é o de pedir ajuda ou mesmo o de ser
avaliado ou julgado pelos outros colegas professores ou mesmo pelas instituições
de ensino, tendo sua credibilidade de profissional questionada.
Desafios também são os vários atributos de “bom docente” esperados pela
sociedade: o professor precisa ser interessado, comprometido, competente e
atualizado. Precisa atuar como facilitador, mediador e orientador entre o
conhecimento e o aluno. Deve munir-se de variações metodológicas, técnicas e de
recursos e tecnologias, visando a aprendizagem e o acompanhamento do processo
percorrido pelo aluno e a avaliação do seu progresso.
Deve trabalhar em conjunto com os alunos, desafiando-os e sendo atento e
parceiro, para tomar a frente quando for necessário, e precisa se ocupar em
conhecer a individualidade de cada um deles e do grupo, utilizando-se de interação
e motivação. Por fim, o professor deve ser um transformador no meio universitário,
deve fazer a diferença.
REFERÊNCIAS