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INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS – INCISOH

OS DESAFIOS DA PRÁTICA DOCENTE NA CONTEMPORANEIDADE

Elyara Batista da Silva1


Priscylla djane Pimenta Faria
Lillian G.de Melo

RESUMO

O presente estudo discute os desafios da prática docente na contemporaneidade as


competências que se fazem necessárias para que desempenhe um trabalho eficaz para
desempenhar a arte de ensinar. Para isso, realizou-se um estudo de cunho bibliográfico.
No decorrer do estudo foi possível perceber que o trabalho do professor consiste na
construção de práticas docentes que conduzam os alunos à aprendizagem, o trabalho do
professor tem como matéria-prima o conhecimento e o desenvolvimento de
competências a partir de uma reflexão quanto à mudanças no sentido à
profissionalização docente e as práticas vigentes os aspectos externos formação
contínua, intervenção sociais dos sujeitos envolvidos com a escola e de natureza interna
relação professor-professor, professor-aluno, professor-comunidade, implicam em um
conjunto de elementos do “ser professor”. Ao final do trabalho concluiu-se que os
desafios estão relacionados a desvalorização profissional,ao baixo salário, a falta de
plano de carreira, de matérias didáticos,infraestrutura precária e o desafio é fazer com
que o aluno aprenda, crie sua própria identidade. O professor precisa ser mediador e
capaz de ensinar a partir da vivência, da realidade do aluno. Dessa maneira, é preciso
superar os desafios das dificuldades e pautar-se em perfil que entrelaça a humanização;
o conhecimento de conteúdos, o uso de tecnologias e propiciar um ambiente em que o
conhecimento seja construído a partir de uma prática interativa entre alunos e
professores.

PALAVRAS- CHAVE: Prática docente; Professor formador; Desafios da profissão


docente.

ABSTRACT

The present study discusses the challenges of teaching practice in contemporary times
the skills that are necessary for it to perform effective work to play the art of teaching.
For this, a bibliographic study was carried out. In the course of the study it was possible
to perceive that the work of the teacher consists in the construction of teaching practices
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¹Graduanda do Curso de Pedagogia pelo Instituto de Ciências Sociais e Humanas – INCISOH
²Graduanda do Curso de Pedagogia pelo Instituto de Ciências Sociais e Humanas – INCISOH
³Professora Orientadora, mestre em Linguística e Língua Portuguesa pela PUC-Minas.

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that lead the students to learning, the work of the teacher has as raw material the
knowledge and the development of competences from a reflection on the changes in the
Meaning teacher professionalization and current practices external aspects continuous
training, social intervention of the subjects involved with the school and internal nature
teacher-teacher, teacher-student, teacher-community, imply a set of elements of "being a
teacher" . At the end of the work it was concluded that the challenges are related to
professional devaluation, low salary, lack of career plan, didactic material, poor
infrastructure and the challenge is to make the student learn, create their own identity.
The teacher needs to be a mediator and able to teach from the experience, from the
reality of the student. In this way, it is necessary to overcome the challenges of the
difficulties and to be based on a profile that interweaves humanization; The knowledge
of contents, the use of technologies and provide an environment in which knowledge is
constructed from an interactive practice between students and teachers.

Keywords: Teaching practice; Teacher training; Challenges of the teaching profession.

INTRODUÇÃO

A proposta desta pesquisa é discutir os desafios da prática docente na


contemporaneidade as competências que se fazem necessárias para que desempenhe
um trabalho significativo mesmo não obtendo suporte e nem valorização para
desempenhar a sua arte de ensinar.
O professor, na realidade atual, exige certa ousadia aliada a diferentes saberes.
Na era do conhecimento e numa época de mudanças, a questão da formação de
professores vem assumindo posição de urgência (PERRENOUD, 2001) nos espaços
escolares. Nessa perspectiva, busca-se a melhoria das práticas pedagógicas
desenvolvidas pelos professores em sua rotina de trabalho onde busca o sistema de
ensino um profissional que seja capaz de instigar o educando a pensar, a ser
participativo na sua própria conduta de aprender.
Vivemos em meio às transformações tecnológicas e sociais, levar o
conhecimento aos alunos nos dias de hoje não se configura em uma tarefa fácil, desse
modo, este projeto de pesquisa traz considerações significativas para rever o exercício
docente onde entrelaçam a educação arcaica e nova educação.
Um dos maiores desafios do século atual está em aprender a viver juntos neste
mundo globalizado, respeitando o educando como um ser que ao possui um
conhecimento de mundo cultural, social e político e baseando-se no principio de que o
saber do outro é tão importante quanto o de si mesmo a educação emerge como o

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grande trunfo, que propõe possibilitar o desenvolvimento contínuo de pessoas para


desenvolver sua ações sociais e viver em sociedade.
Um dos grandes desafios a ser enfrentado é acabar com a ideia de um modelo
único de ensino na educação e na prática docente nada está pronto e acabado. A
formação da Prática docente, nos tempos atuais tem sido amplamente discutida e o novo
modelo de Educação exige-se um no novo perfil de educador que deverá ser voltado
especialmente para a reelaboração dos conhecimentos e valores já que ensinar não é só
transmitir algo mais sim instigar valores sociais e científicos ,mesmo que estes
educadores vivam em uma sobrecarga onde são obrigados a ministrarem aulas em mais
de uma escola para conseguirem se manter economicamente tendo de ensinar de forma
humanizada e os mesmo são tratados de forma robótica.
Em meio a tantas dificuldades da profissão docente compete ao educador
promover e favorecer aprendizado aos alunos, atuar como um facilitador da
aprendizagem fazendo com que os alunos se tornem sujeitos pensantes. Nas mãos dos
educadores se encontram uma responsabilidade muito grande, pois ele é um espelho
para os alunos, deve ajudá-los a superar as ignorâncias e esta se dará partindo de uma
prática docente voltada para o aprendizado significativo.
Por tanto, deverão ocorrer ações como a reflexão crítica, a curiosidade científica,
a criatividade a investigação, o amor a profissão ao diálogo, a formação continuada
tendo o professor a ciência da desvalorização deste exercício no âmbito Político
Econômico, da falta de material e infraestrutura nas redes de ensino, a decadência de um
plano de carreira e mesmo assim ser capaz de desenvolver os conteúdos de modo
contextualizado, globalizado e diversificado o suficiente para envolver os alunos num
projeto de ensino aprendizagem capaz de despertar interesse e motivação.
A presente pesquisa pautou-se em um estudo bibliográfico e qualitativo.
Utilizou-se os estudos de Nóvoa ( 1995), Aranha (1989), Perrenoud (2000) e algumas
reportagens disponíveis em mídias virtuais. A seguir realiza-se uma discussão acerca da
historia da educação Brasil, seguida de uma abordagem sobre os desafios do professor
na atualidade. Ao abordar o corpus adotado nesta pesquisa, discutem-se duas
reportagens sobre o tema, seguido das entrevistas realizadas. Por fim, ha as
considerações finais do presente estudo.

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História da Educação no Brasil

No período de 1534 em meados á 1549 a educação estava em poder dos Jesuítas


os religiosos desempenhavam o papel de professor como atividade secundária. Os
saberes eram organizados por teóricos e os valores praticados sofriam a influência de
crenças e atitudes morais religiosas a educação era voltada para a doutrina e não para o
desenvolvimento da aprendizagem educacional. ARANHA, Maria Lúcia de Arruda.
História da educação. São Paulo: Moderna, 1989.
Em 1760 à 1808, os religiosos ( jesuítas) foram expulsos pelo Marquês de
Pombal e foram substituídos por professores laicos recrutados pelo Estado.Ao final
deste século para ensinar era preciso uma licença a autorização do Estado que era
concedida após uma análise das condições do candidato, tais como: habilitações, idade,
comportamento moral. Essa Licença significa o inicio da profissionalização docente e
estabelece um perfil de competências para o papel de professor, ainda muito vago do
que a educação atual propõe.
O profissionalismo docente licenciado pelo estado surgi para viabilizar ao
cidadão um aprendizado de qualidade, o Estado propõe processos educativos mais
rigorosos, mas não consegue promover mudanças significativas nas atribuições das
Escolas quanto as suas normas e saberes, desta maneira não é capaz de alavancar a
educação do País, tendo somente uma educação mecanizada,para uma classe elitizada
com docentes conteudistas e políticos a favor do estado que não visava a formação do
ser como cidadão pensante.
Segundo Nóvoa (1995):
Os professores são funcionários, mas de um tipo particular, pois a sua ação
está impregnada de uma forte intencionalidade política, devido aos projetos e
às finalidades sociais de que são portadores. No momento em que a escola se
impõe como instrumento privilegiado da estratificação social, os professores
passam a ocupar um lugar-charneira nos percursos de ascensão social,
personificando as esperanças de mobilidade de diversas camadas da
população:agentes culturais, os professores são também,inevitavelmente,
agentes políticos. (NÓVOA, 1995, p.17)

No século XIX, os professores vivenciaram um período de indefinição


profissional não se posicionavam perante a sociedade nem como parte da elite nem
parte da massa popular o “povo” pois aos olhos do Estado o professor se pauta em um
ser de conduta moral e ética impecável sempre comedido em suas atitudes e opiniões
que não poderiam ser diferentes do Estado.

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Fixa-se neste período uma imagem intermédia dos professores, que são vistos
como indivíduos entre várias situações: não são burgueses, mas também não
são povo; não devem ser intelectuais, mas têm de possuir um bom acervo de
conhecimentos; não são notáveis locais, mas têm influência importante nas
comunidades; devem manter relações com todos os grupos sociais, mas sem
privilegiar nenhum deles; não podem ter uma vida miserável, mas devem
evitar toda ostentação; não exercem seu trabalho com independência, mas é
útil que usufruam de alguma autonomia; etc. (NÓVOA, 1995, p.18).

Já no século XX, um conjunto de movimentos sociais se mobilizou em prol de uma


educação voltada para a transformação social. O texto constitucional de 1988,
atendendo aos anseios da sociedade civil, assegurou a educação como um direito social,
como um direito de todos e como um dever do Estado e da família (BRASIL, 2010).
Aliado a isso, também se discutia sobre a necessidade da formação do professor em
múltiplas dimensões pessoal, histórica, política e social. Segundo Nóvoa (1995), surgem
os problemas qualitativos.
Ensinar hoje é diferente do que era há vinte anos. Fundamentalmente, porque
não tem a mesma dificuldade trabalhar com um grupo de crianças
homogeneizadas pela seleção ou enquadrar a cem por cento as crianças de
um país, com os cem por cento de problemas sociais que essas crianças
levam consigo. Daí o desencanto que atinge muitos professores, que não
souberam redefinir o seu papel perante esta nova situação. (NÓVOA, 1995,
p.96)

Diante de tantas mudanças no percurso da educação que luta e busca não só o


ensino de conteúdos mas sim de valores sociais, para se formar um cidadão crítico, o
sistema de ensino tem que ter professores com um perfil humanístico,
inovadores,capazes,questionadores para mediar esse novo conceito de ensino-
aprendizagem

A formação e Atuação Docente No Século XXI: Desafios e Possibilidades

A formação do novo modelo docente, no século XXI, nos traz uma série de
quesitos para o exercício desta profissão, mas em meio uma sociedade e um sistema que
não valoriza o profissional que se dedica a ensinar, questiona-se o porque ser professor
nos dias atuais qual o perfil que este educador tem que possuir para desenvolver com
competência e sabedoria a sua profissão.
Philippe Perrenoud (2000) elenca as novas competências que são necessárias ao
professor, numa altura, em que a escolaridade obrigatória e a diversidade sociocultural
são uma realidade nas escolas e ressalta a necessidade de lucidez profissional para gerir

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a sua própria formação e a tomada de decisões. Este autor contribuiu para a construção
do perfil ideal do professor, do século XXI, na medida em que propõe competências
novas ao professor, para a solução dos problemas que se apresentam na Escola, inserida
em realidades complexas, em contextos multidimensionais e multiculturais, de um
mundo globalizado
O universo do Ensino é um universo onde o Educador deverá assumir os
“papéis”, desde, o saber-saber, o saber-fazer e o saber-ser, isto é, atingir o equilíbrio
entre estas três competências. Como assinala PERRENOUD (2001), neste novo século,
a meta principal das escolas não é o ensino dos conteúdos disciplinares, mas o
desenvolvimento das competências.
Ser professor é uma tarefa difícil, que exige deste profissional ser um modelo de
virtudes, capaz de mudar os comportamentos e atitudes. Perrenoud comenta: o Professor
aberto a negociações não abandona nem o seu status, nem as suas responsabilidades de
adulto e mestre, “É por isso que o ensino eficaz é um trabalho de alto risco, que exige
que as pessoas se envolvam sem abusar de seu poder”(PERRENOUD, 2000,p. 151).
O Professor precisa de conhecimento de abordagens didáticas, psicanalíticas e
psicossociológicas para seduzir, atrair e envolver os alunos no projeto de aprendizagem
com muita consciência, autonomia e clareza. Um bom, professor, como fomos
referindo, terá de ter sempre uma visão sobre a Educação e o seu papel contributivo para
um mundo melhor. Assim, deve criar, “perante os seus alunos, as janelas para esse
mundo e abri-las numa sequência que, para eles, seja lógica e inteligível” (CARDOSO,
2013, p.344) .
Cabe ao professor direcionar os alunos para as janelas que são importantes para
o seu crescimento cognitivo, emocional, social e político transformando-as em fonte de
conhecimento e informação, e descartando as janelas que não promovem a evolução do
ser como pessoa.
A competência do professor é percecionar que a vida em equipa é feita de
pequenos conflitos que a fazem avançar, se resolvidos com humor e respeito mútuo. O
bom funcionamento de uma escola faz parte do currículo real e contribui para formar os
alunos de maneira deliberada ou involuntária (PERRENOUD, 2000).
É preciso que no âmbito escolar se crie situações que facilitem verdadeiras
aprendizagens, tomadas de consciência, construção de valores de uma identidade moral
para se obter uma educação para o exercício da cidadania. Fornecer uma Educação que
desenvolva a tolerância o respeito na diferença de gênero, exige do professor a ser

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tolerante e compreensivo, para conseguir a adesão dos alunos, apesar de ter consciência
da existência, dos preconceitos da sociedade e da família, presentes no aluno e, por
vezes, no próprio professor o que não é permissível.
[…] fontes de informação (UNESCO – OIE, 1975: 26UNESCO, Na 35ª
Conferência Internacional de Educação, realizada sob os auspícios da
UNESCO, os professores já não devem ser meros
transmissores/comunicadores de conhecimento, não podendo dedicar-se
unicamente a reconstruir o conhecimento do aluno, mas a sua principal tarefa
consiste em ajudar os jovens a elaborar os seus conhecimentos, a partir das
mais diversificadas Conference Internacional d’Education (35º)
Recomendación Nº 69,pontos 32 e 33, Recomendacion Final,ED/MD/38,
Paris,1975, p. 26).

Atribui-se ao professor as responsabilidades mais vastas, intervindo, por


exemplo, nas atividades extra-escolares, na orientação dos alunos e na organização das
atividades de tempos livres.
Pede-se ao professor que represente uma série de diferentes papéis, para os quais
muitas vezes,não estão preparados. Para isso, terão que ser definitivamente
abandonados os velhos paradigmas e para que possamos no futuro ter uma Escola que
melhor sirva os interesses do desenvolvimento da humanidade segundo os princípios e
valores fundamentais.
A Educação vive um tempo de grandes incertezas e de muitas perplexidades.
Sentimos a necessidade da mudança, mas nem sempre conseguimos definir-
lhe o rumo. Há um excesso de discursos, redundantes e repetitivos, que se
traduz numa pobreza de práticas. E, num tempo assim, talvez valha a pena
regressar a uma pergunta que deixamos de fazer há muitos anos: O que é um
bom professor? (NÓVOA, 2009, p.11)

O autor supracitado acima enfatiza que é impossível definir o “bom professor”,


mas é possível, talvez, esboçar alguns apontamentos simples, sugerindo disposições que
caracterizam o trabalho docente nas sociedades contemporâneas. Durante muito tempo,
procuraram-se os atributos ou as características que definiam o “bom professor”. Esta
abordagem conduziu, já na segunda metade do século XX, à consolidação de uma
trilogia que teve grande sucesso: saber (conhecimentos), saber-fazer (capacidades),
saber-ser (atitudes).
A partir dessa trilogia pode-se dizer que Os educadores tendem a se
posicionarem como mediadores no processo de ensino e aprendizagem, estando
dispostos a adquirir novos conhecimentos que poderão ser desenvolvidos a partir de
pesquisas no intuito de desenvolver habilidades para a construção coletiva e autônoma
de modo que as decisões sejam tomadas com responsabilidade, neste contexto temos

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que considerar a importância de um educador crítico e que saiba avaliar suas práticas
com frequência .
O conhecimento - O trabalho do professor consiste na construção de práticas
docentes que conduzam os alunos à aprendizagem para isso á de se ter a compreensão
do conhecimento. A cultura profissional - Ser professor é compreender os sentidos da
instituição escolar, integrar-se numa profissão, aprender com os colegas mais
experientes. É na escola e no diálogo com os outros professores que se aprende a
profissão.
O tato pedagógico. - Nele cabe essa capacidade de relação e de comunicação
sem a qual não se cumpre o ato de educar é ter a serenidade de quem é capaz de se dar
ao respeito, conquistando os alunos para o trabalho escolar.O trabalho em equipe - O
exercício profissional organiza-se, em torno de “comunidades de prática”, no interior de
cada escola, mas também no contexto de movimentos pedagógicos que nos ligam a
dinâmicas que vão para além das fronteiras organizacionais.
O compromisso social - Hoje, a escola obriga-nos a ir além da escola.
Comunicar com o público, intervir no espaço público da educação, faz parte do ethos
profissional docente. António Nóvoa enuncia as cinco disposições, que, evoca e reforça
a interdisciplinaridade e a transdisciplinaridade que a profissão docente abarca, como
também, o compromisso social com que o professor/ educador, dos dias de hoje se
depara, face à e diversificada sociedade em que vivemos.
Uma reforma educacional não acontece em largos passos mais sim através da
continuidade dos mesmos, Morin (apud GENTILE, 2003) diz:
Não adianta um ministro querer revolucionar a escola se os espíritos não
estiverem preparados. A reforma vai começar por uma minoria que sente
necessidade de mudar. É preciso começar por experiências pilotos, em uma
sala de aula, uma escola ou uma universidade em que novas técnicas e
metodologias sejam utilizadas e onde os saberes necessários para uma
educação do futuro componham o currículo. (MORINapud GENTILE, 2003,
p. 22)

A Mudança no âmbito educacional de ensino/aprendizagem, não se diz em


grande quantidade de pessoas a principio e sim, da qualidade de entendimento de causa
de um pequeno grupo que acreditam em uma nova educação em uma novo modelo de
ensinar, em docentes capazes de mediar o aprendizado integral.
Através de “ professores/agentes da educação” conscientes e embasados em
teorias e práticas, com ações e resultados positivos desenvolverão nos outros
consciência uma consciência que a prática docente precisar ser revista e desta maneira,

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conseguirão uma revolução em massa para a nova concepção de ensino levando e


modificando os grandes grupos e por fim toda a educação e desta maneira conseguir
transformar a educação arcaica de um ensino conteudista de currículos fora do
contexto em uma educação plena, em que se exige do educador não só sua
intelectualidade mas a sua sensibilidade em ensinar além das páginas de um livro.Nesse
sentido, Perrenoud (2000) complementa dizendo:
As mudanças exigidas passarão por uma espécie de revolução cultural, que
será vivida primeira pelos professores, mas também pelos alunos e seus pais.
Quando as práticas forem mudadas em larga escala, a mudança exigirá ainda
anos para dar frutos visíveis, pois será preciso esperar mais de uma geração
de estudantes que tenha passado por todos os ciclos. (PERRENOUD, 2000,
p. 185)

Enquanto isso, resta ao professor manter-se atualizado sobre as novas


metodologias de ensino para desenvolver práticas pedagógicas adequadas e eficientes,
refletindo sobre a sua prática pedagógica para garantir o “resgate da autoridade pelo
conhecimento” (YVES DE LA TAILLE apud POLATO, 2008, p.43).
O educador na contemporaneidade precisa está atento as mudanças
tecnológicas e metodológicas, estar aberto aos novos conhecimentos, inovar e criar
novas estratégias de aprendizagem. Colocar-se na posição de eterno aprendiz que
desenvolva aprimoramento, a competência de aprender a apreender com a reflexão a
auto-avaliação, a pesquisa a autonomia sem autoritarismo o “jequitibá em si” nada
pronto e acabado.
O educador desempenha um processo de transformação social, a sua identidade
ultrapassa o profissional, constituindo fundamentalmente a sua atenção profissional na
prática social de forma transformadora e idealizadora pautando o resultado de suas
ações em o saber concreto de mediar saberes para se formar cidadãos capazes de exercer
a cidadania e que toda a realidade é passível de mudança.

Os dizeres das mídias acerca da prática docente na contemporaneidade

Com o intuito de compreender o que dizem as mídias acerca da profissão


docente na atualidade, foram selecionadas as duas reportagens. A mídia “O perfil do
professor” de Anderson Moço e Ana Rita Martins discute atualmente que e são vários os
estudos e pesquisas para saber qual o perfil do novo professor para atender a nova e
versátil clientela."Para promover a aprendizagem dos alunos, é fundamental
desenvolver-se continuamente: olhar para a própria trajetória profissional, perceber

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falhas, saber o que ainda falta aprender e assumir o desafio de ser melhor a cada dia",
resume Ângela Maria Martins, doutora em Educação pela Universidade Estadual de
Campinas (Unicamp) e pesquisadora da Fundação Carlos Chagas (FCC)
Com tantas mudanças,tecnológicas,sociais e a descentralização do professor,
requer um novo meio de ensinar ou melhor de mediar o conhecimento, mas para ser um
mediador tem que se ser um pesquisador propício as mudanças do século, o magistério
curso que á tempos atrás era o requisito máximo para ministrar aula não é suficiente
hoje no perfil de um educador, hoje se propõe uma auto reflexão, uma afetividade, uma
busca constante de conhecimentos, habilidades e atitudes.Na contemporaneidade tem se
a ciência de que construção do conhecimento é a partir da interação com o outro e negar
essa premissa é permiti-se viver nas sombras do individualismo, negando as novas
didáticas de ensino que tem como fundamentalismo a interação para a construção do
saber.
A mídia “O perfil do Educador Contemporâneo”, de Lívia Chamusca discute
sobre a educação que vem sofrendo mudanças significativas desde o tempo dos Jesuítas
e se estende até hoje de acordo com a sociedade e o contexto de cada época, como
intuito de melhora-la uma de suas aliadas são as instituições de ensino e logo o
professor que tem elo direto com a escola e com o aluno. O ser professor tinha uma
concepção de ensinar transmissiva onde ele detinha o conhecimento e o aluno era uma
tabula rasa uma educação bancária depositada na cabeça do aluno “memorização”.
Com o passar do tempo, através de pensadores e pesquisas que premiavam uma
educação libertadora, faze-se então a necessidade de um professor articulador, capaz de
ensinar a partir da vivência, da realidade do que aluno traz em sua bagagem, dai então a
questão do perfil docente que é de suma importância para se obter uma educação
significativa,renovadora.
O conhecimento é um processo continuo e inacabado a todo o momento se
aprende algo, a todo o momento muda-se algo, a todo o momento constrói-se um
conhecimento novo então, como esse ser pode estagnar-se no tempo não é plausível,
pois ele tem a função de instigar, incentivar o aluno, a desenvolver a autonomia,o
respeito,a sociabilidade, a criticidade,a afetividade,a pesquisa,a ética e a construir o seu
próprio conhecimento através da interação da comunicação e fazer com que ele
compreenda o que está sendo ensinado e internalize desta maneira este mediador esta
educando o aluno para desenvolver as práticas sociais, a ser cidadão e ser capaz de
exercer a cidadania tendo ciência que é capaz de mudar a realidade o qual está inserido.

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Para atender a essa nova educação na contemporaneidade, precisa-se de


Educadores com o perfil de se auto avaliarem, enxergar suas falhas, aprimorar os
acertos, fazer uso de didáticas inovadoras, tecnológicas e lúdicas, pesquisador, criativo,
flexível, reflexivo, persuasivo, pró ativo, humilde, humano, autônomo, capaz de
trabalhar em grupo aceitar e propor novas ideias, dominar os conteúdos, ter domínio de
classe (sem autoritarismo), pesquisador enfim só a graduação em teorias de conteúdos
não é suficiente para se ter um educador capaz de atender as necessidades de formar um
cidadão nos dias de hoje é preciso ter humanização que são todas as habilidades citadas
acimas. A humanização; o conhecimento de conteúdos e de novas tecnologias se
entrelaça entre se e cabe ao novo Educador fazer uso dessas 3 potências para se propor
um ensino de aprendizagem eficaz.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo do presente artigo foi discutir os desafios da prática docente na


contemporaneidade, a fim de compreender as competências que se fazem necessárias
para que desempenhe um trabalho eficaz para desempenhar a arte de ensinar. Destaca-
se a necessidade de traçar novas perspectivas, que seja possível adotar posturas ma
afetivas e compreensivas em relação aos desafios postos no trabalho docente, propor um
sistema educacional que seja educativo, voltado ao cultivo dos valores universais, com
vistas à educação para a cidadania plena.
Os desafios destacam-se o conhecer e fazer uso das novas tecnologias,
infraestrutura precária, preparação profissional nos aspectos intelectual, emocional,
comunicacional e ético, remuneração baixa, condições de trabalho inadequadas.
Partindo da hipótese inicial da presente pesquisa, pôde-se constatar que ao docente não
basta conhecer e dominar o conteúdo disciplinar, mas deve se familiarizar com todo o
contexto em que ele está inserido, numa visão globalizada e contextualizada. Esta visão
de mundo é necessária no trabalho de sala de aula para compreender o respeito à
diversidade sociocultural presente na heterogeneidade das classes atuais, melhorando
assim sua atuação profissional na medida em que atua de maneira mais adequada com a
realidade existente.
Diante disso é necessário que os professores estejam preparados para interagir
com as novas tecnologias no ambiente de trabalho, estimular o uso de informações, ser
facilitador para a consolidação da aprendizagem do educando. É fundamental a
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compreensão e o comprometimento quanto o desenvolvimento das habilidades e


competências nas práticas de ensino, para obter o conhecimento de suas possibilidades
e limitações que permeiam os saberes no atual estágio da sociedade.
O professor tem que readaptar-se quando se fizer necessário ser ponderado e
trabalhar com eficácia com as ferramentas que possui, propiciando um ensino de
qualidade ,ensinando e aprendendo mesmo com tantos paradigmas na educação
contemporânea.
Diante da amplitude do estudo do tema com referências e posicionamento de
vários autores e das reportagens midiáticas é necessário um estudo mais aprofundado
com pesquisas de campos para saber com presteza a diversidade de desafios vivenciados
pelos docentes em suas práticas.

REFERÊNCIAS
CARDOSO, Prof. Jorge Rio. (2013). O professor do futuro. Prefácio Prof. Roberto
Carneiro. Col. Clube do Livro SIC, 26. Guerra e Paz Editores, Lisbo

MORIN, Edgar.Fala Mestre! A escola mata a curiosidade. Revista Nova Escola.


Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/894/edgar-morin-a-escola-mata-a-
curiosidade. Acesso em: 20 de fev. de 2017.

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Professor. São Paulo: Porto Editora,1995.p. 13-34.

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PERRENOUD, P. A ambiguidade dos saberes e da relação com o saber na profissão


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CHAMUSCA, Lívia. O Perfil do Educador Contemporâneo Disponível em:


http://www.recantodasletras.com.br/artigos/2776032. Acesso em:10 de mar. de 2017.

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