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Dificuldades na Implementação de Currículos a Todos Níveis

Estudantes: Jerónimo Silvestre – 706230050

Lúcia Lurdes da Conceição Promoja - 706230426

Nelsa Maria Renato - 706160060

Paulo Rafael Sabia - 706230528

Docente: PhD Bianca Gerente

UCM – Universidade Católica de Moçambique

Resumo: O professor enquanto construtor do currículo é parte integrante e activa do processo curricular, estando
em permanente interacção com os seus pares, alunos, assuntos e meio social. A autonomia das escolas e dos
professores preconizada pelo currículo visa a interdisciplinaridade. Este estudo teve como principal objectivo
identificar e descrever as dificuldades que os professores levantam no âmbito da implementação do currículo, ou
seja, as dificuldades que enfrentam na sua implementação. Para a materialização desta pesquisa foi necessário a
aplicação da revisão bibliografia, buscas na internet e consultas bibliográficas. Verificou-se que os professores têm
dificuldades de implementar o currículo devido aos seguintes factores: resistência ao modelo tradicional
professores pode estar acostumados a um modelo de ensino linear; falta de recursos e falta de estrutura. Observa-
se na prática docente um esforço de adaptação do currículo ao contexto e aos seus alunos, mas sem que estes
tenham uma participação activa, observando-se no entanto alguma inovação e interdisciplinaridade.

Palavras-chave: Currículo, Dificuldade, Implementação, Professor

Introdução

Este trabalho nos traz uma reflexão sobre as dificuldades que os professores enfrentam no seu dia-a-dia
focalizando a implementação do currículo. Neste sentido verificaremos as dificuldades enfrentadas
pelos professores são resistência, os professores podem estar acostumados a um modelo de ensino
linear; falta de recursos, os professores podem não ter recursos tecnológicos para desenvolver o
currículo; faltas de estrutura, as escolas podem ter salas de aula superlotadas, falta de material e falta
de estrutura física.

É de suma importância para o crescimento e desenvolvimento dos docentes em sua vida profissional,
despertando estudos sobre o quotidiano destes profissionais que possuem um papel fundamental no
desenvolvimento intelectual, moral e afectivo das nossas crianças e dos nossos jovens, preparando-os
para a vida em sociedade.

FERREIRA, (2004), ao longo do tempo a profissão docente tem passado por inúmeras mudanças que
envolvem o âmbito histórico, social, cultural, político e económico, tendo que se adequar as novas
realidades e exigências que lhes são impostas, não aceitando passivamente a desvalorização de sua
profissão mas lutando constantemente por reconhecimento.

Currículo
De acordo com Silva (1996, p. 23), o currículo é um dos locais privilegiados onde se entrecruzam saber e
poder, representação e domínio, discurso e regulação. É também no currículo que se condensam
relações de poder que são cruciais para o processo de formação de subjectividades sociais. Em suma,

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currículo, poder e identidades sociais estão mutuamente implicados. O currículo corporifica relações
sociais.

Dificuldades que os professores enfrentam na implementação de currículo


A maior das vezes os professores tem dificuldade de implementar o currículo, devido a sobrecarga dos
conteúdos, a resistência do modelo antigo ou seja o modelo tradicional, dificuldade de integração de
áreas de conhecimento e por outra professores se sentem inseguro com relação à abordagem dos
conteúdos baseados nessa proposta uma vez que para se adoptar a ideia do ensino, torna-se necessário
o uso da problematização e interdisciplinaridade o que exige uma maior disponibilidade do professor
com relação à preparação de suas aulas, dentre outros factores.

Segundo Libâneo (2002) a Interdisciplinaridade é uma necessidade na produção e construção do


conhecimento por causa do carácter de totalidade da realidade social. No objecto de conhecimento
estão implicados vários ângulos de análise. Ao mesmo tempo o conhecimento é social, isto é, supõe
trocas entre especialistas das diversas áreas do conhecimento, produzindo um progresso no
conhecimento. Seria um requisito, um caminho, para a construção colectiva do conhecimento.

Ainda na leque das dificuldades é pertinente destacar a falta de actualização dos novos modelos de
ensino, Day, (2001), sustenta que para um ensino baseado em currículo actual, é necessário que os
professores se conscientizem da importância da actualização, e busquem partir de situações
relacionadas com o quotidiano de seus alunos promovendo uma interacção entre essas situações e o
conteúdo a ser abordado observando as necessidades apresentadas por eles com o intuito de sanar
estas dificuldades e formar cidadãos críticos alfabetizados cientificamente capazes de tomar decisões
próprias a respeito de temas sociais.

É preciso que o professor saiba ensinar a aprender a aprender, ajudando o aluno a adquirir estratégias
de aprendizagem considerando o papel dos conteúdos no processo de ensino aprendizagem, pois
segundo (Terrazzan, 1998, p.18):

Quanto mais rica, em elementos e relações, for a estrutura cognitiva de uma


pessoa, mais possibilidades tem de atribuir significado a materiais e situações
novas e, portanto, mais possibilidade tem de aprender significativamente novos
conteúdos. Atribuição de significados mediante o concurso do conhecimento
prévio. Para isso, a actividade mental do aluno aparece como mediadora entre
as distintas formas que pode adoptar a intervenção pedagógica e os resultados
da aprendizagem”.

Resistência ao modelo tradicional


A resistência ao modelo tradicional de ensino pode ser devido ao facto de que ele não leva em conta os
conhecimentos prévios dos alunos. O modelo tradicional de ensino é centrado na transferência de
conhecimento, onde o professor é visto como o portador de conhecimentos que devem ser repassados
aos alunos. Os alunos são receptores passivos de conhecimento e devem decorá-los para serem
conferidos pelo professor.

Para Evidal (2002, p.41), por apresentar um processo de actualização da informação de forma complexa,
devido às implicações burocráticas, custo elevado na actualização de acervo bibliográfico e dos livros
didácticos, adaptação do ambiente escolar, treinamento de professores, e seu deslocamento do
ambiente de actuação profissional, a educação tradicional apresenta pouca eficiência e dificuldades em
dar resposta rápida às novas exigências da sociedade contemporânea.

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Segundo Moraes (2005, p.137), no ensino tradicional “a maioria das decisões são tomadas no topo da
instituição”, com (...) “as regras de controlo e as propostas curriculares feitas por pessoas distantes da
instituição escolar”. De maneira geral, o modelo tradicional caracteriza-se por ser presencial, ou seja,
professores e alunos encontram-se fisicamente presentes, limitados pelo espaço e pelo tempo.

Proposta Ribeiro tendo em conta a formação dos professores


Segundo Ribeiro (1992), o currículo tem uma finalidade essencial. O currículo é composto por elementos
que integram a curricularização. Os componentes curriculares são disciplinas ou actividades teóricas
e/ou práticas realizadas ao longo de um curso.

Bibliografia
DAY, C. (2001). Desenvolvimento profissional dos professores: os desafios da aprendizagem permanente.
Porto: Porto Editora

EVIDAL, Elisabete. (2002). Ensino a distância x Ensino tradicional. Porto Editora

FERREIRA. JR. (2014). A Ditadura Militar e a Proletarização dos Professores. Educação e Sociedade,
Campinas

FREIRE, P. (1983). Pedagogia do Oprimido. (12ª ed). Rio de Janeiro: Paz e Terra

LIBÂNEO CARLOS, José. (2002). Didática Velhos e novos temas. Edição do Autor

MORAES, Maria Cândida. (2005). Paradigma Educacional Emergente. (1ª ed). Lisboa: Edições Sílabo

MOREIRA, Antonio Flávio Barbosa; SILVA, Tomaz Tadeu. (1997). Currículo, cultura e sociedade. (2ª ed).
São Paulo: Cortez

RIBEIRO, Gonçalves, F. (1992). O papel da Investigação na Educação – A Influência do Contexto. Revista


Portuguesa de Educação. Universidade do Minho

SILVA, T. T. da (2009). Documentos de Identidade: uma introdução às teorias do currículo. (2ª ed). Belo
Horizonte: Autêntica.

TERRAZZAN, E. A. (1998). Articulação entre a formação inicial e formação permanente de professores:


Implementações Possíveis. Acta do IX ENDIPE

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