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UNIVERSIDADE CATOLICA DE MOCAMBIQUE

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA

Processo de Formação de Palavras por Composição: Distinção entre Aglutinação e


Justaposição, Caso da Escola Secundária Comunitária Santa Maria de Namuno, (2023 –
2024)

Felisberto John Amuri - Código no 708203554

Pemba, Setembro de 2023 0


UNIVERSIDADE CATOLICA DE MOCAMBIQUE

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA

Processo de Formação de Palavras por Composição: Distinção entre Aglutinação e


Justaposição, Caso da Escola Secundária Comunitária Santa Maria de Namuno, (2023 –
2024)

Felisberto John Amuri – Código no 708203554

Projecto de pesquisa a ser submetido no Centro de


Ensino à Distância de Pemba, Universidade
Católica de Moçambique, como requisito parcial
para a elaboração de monografia a fim de obtenção
do grau de Licenciatura em Ensino de Língua
Portuguesa.

Orientado por: dr. Manuel Miguel Raposo

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Pemba, Setembro de 2023
Índice

CAPITULO I: INTRODUÇÃO..............................................................................................................3
1. Tema....................................................................................................................................................4
1.1. Delimitação de tema.........................................................................................................................4
1.2. Problematização...............................................................................................................................4
1.3. Justificativa.......................................................................................................................................5
1.4. Objectivos.........................................................................................................................................6
1.4.1. Objectivo geral..............................................................................................................................6
1.4.2. Objectivos específicos...................................................................................................................6
1.5. Hipóteses..........................................................................................................................................6
1.6. Relevância da pesquisa.....................................................................................................................6
2. CAPITULO II: Revisão literária.........................................................................................................8
2.1. Palavra composta: sua formação......................................................................................................8
2.1.1. Derivação prefixal.........................................................................................................................9
2.1.2. Derivação sufixal.........................................................................................................................10
2.2. Composição da palavra..................................................................................................................11
2.2.1. Composição por justaposição e aglutinação................................................................................12
3. CAPITULO III: Metodologia............................................................................................................14
3.1. Tipos de Pesquisa...........................................................................................................................14
3.1.1. Quanto á natureza........................................................................................................................14
3.1.2. Quanto à abordagem....................................................................................................................14
3.1.3. Quanto aos objectivos.................................................................................................................14
3.2. Método de pesquisa........................................................................................................................14
3.3. Técnicas de colecta de dados.........................................................................................................15
3.3.1. Questionário................................................................................................................................15
3.3.2. Entrevista.....................................................................................................................................15
3.4. Universo e Amostra........................................................................................................................16
4. Cronograma.......................................................................................................................................16
5. Orçamento.........................................................................................................................................17
Bibliografia............................................................................................................................................18

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CAPITULO I: INTRODUÇÃO

A aprendizagem da linguagem escrita envolve processos de reflexão, análise e generalização, os quais


não se desenvolvem de forma espontânea, nem tão pouco pela mera repetição esvaziada de
significados. Quando afirmamos que o desenvolvimento da linguagem escrita exige da criança uma
relação com a língua materna diferente da qual ela estabelece quando aprende a falar, isso nos conduz
a outras categorias essenciais para compreender esse processo. Podemos dizer que a aquisição da
língua escrita tem uma tendência a promover uma relação não-quotidiana com a língua materna, isto
é, uma relação menos espontânea, uma relação direccionada ao para si.

A escrita constitui conhecimento importante ao ser humano, pois é instrumentos para a aprendizagem
dos mais variados campos da ciência. A necessidade de aprender a escrever correctamente faz parte
da cidadania, é direito de todo ser humano, quer seja para dar continuidade aos seus estudos, para
articular conteúdos culturais, para melhor se expressar, se divertir entre outras funções. Aprender a ler
não pode ser desligado da leitura em si mesma, mas é necessário não esquecer que sem estratégias
específicas de aprendizagem se incorre ao risco de tropeçar no caminho.

A incapacidade de escrever numa sociedade em que tal capacidade é cada vez mais exigida, além de
limitar o acesso a informação, privando a pessoa de aquisição de novos conhecimentos, tira o direito
de participar de forma activa e autónoma da vida social já que a cultura escrita faz-se presente nos
diversos meios em que vive.

O presente trabalho aborda do processo de formação de palavras por composição: distinção entre
aglutinação e justaposição, caso da escola secundária comunitária Santa Maria de Namuno. Quanto à
estrutura, o trabalho está estruturado da seguinte forma: Capitulo I: Introdução é apresentada o tema e
sua delimitação, problematização, justificativa, objectivos, hipóteses, Capitulo II: são apresentadas as
metodologias que serão usadas no campo da pesquisa e ainda o trabalho contem a cronograma e
orçamento.

O presente projecto de pesquisa tem como objectivo geral identificar as razões que dificultam os
alunos a formarem as palavras por composição de aglutinação e justaposição de forma correcta; que
será subsidiada com objectivos específicos como descrever os factores que levam dos alunos a ter
dificuldades na formação das palavras por composição de aglutinação e justaposição; Propor as
possíveis medidas de superação das dificuldades apresentadas por alunos e Analisar as razões que

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levam os alunos a ter dificuldades de formação de palavras por composição de aglutinação e
justaposição na escola secundaria comunitária Santa Maria de Namuno.

Quanto a metodologia será usada uma pesquisa descritiva quanto aos seus objectos, será usada a
pesquisa qualitativa quanto a sua abordagem e quanto a natureza a pesquisa será básica. Portanto, os
instrumentos de colecta de dados serão aplicados a entrevista e questionário.

Espera-se que com essa pesquisa surja possíveis soluções imediatas e rigorosas para que os alunos
consigam ultrapassar as suas dificuldades.

1. Tema

Prodanov (2013, p. 45) define o tema como o assunto que desejamos provar ou desenvolver. Nesse
contexto para o presente projecto de pesquisa pretende se desenvolver “Processo de Formação de
Palavras por Composição: Distinção entre Aglutinação e Justaposição, Caso da Escola
Secundária Comunitária Santa Maria de Namuno, (2023 – 2024)”.

1.1. Delimitação de tema

Do tema é feita a delimitação que deve ser dotada de um sujeito e um objecto. Nessa pesquisa o tema
é delimitado da seguinte forma:

 Delimitação temporal: 2023 – 2023


 Delimitação espacial: Província de Cabo Delgado, Namuno
 Caso específico: Escola Secundária Comunitária Santa Maria de Namuno.

1.2. Problematização

Formação das palavras de forma correcta é habilidade quase ligada ao nível de leitura, porem
complexa por agregar as dimensões psicomotoras, fonética e morfológica na sua realização. No
ensino secundário é onde se pressupõe o domínio dessa, uma vez que o aluno já teve o contacto com
essa matéria nos níveis anterior, exemplo de ensino primário.

No ensino secundário, uma das habilidades que se espera do aluno é domínio da escrita, através do
desenvolvimento, aplicação e formações frásicas de forma correcta. Entretanto, muitas vezes é

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acompanhada situações em que os alunos cometem erros gravíssimos e de forma recorrentes
sobretudo formações de palavras por composição aglutinação e justaposição. Como por exemplo,
couve flor, em vez de couve-flor com (-) hífen no meio das duas palavras, é basicamente erros
apresentados por vários alunos na escola em estudo.

Neste contexto, essas dificuldades são muito recorrente aos alunos da Escola Secundária Comunitária
Santa Maria de Namuno, escola na qual o pesquisador tem mantido o contacto directo onde assume o
papel de encarregado de educação. Tendo em conta a esse argumento o pesquisar pretende fazer
estudo objectivando conhecer a origem da causa e trazendo possíveis soluções. Portanto, a pesquisa
parte com a seguinte questão de partida.

Que razões levam os alunos da escola secundária comunitária Santa Maria de Namuno a ter
dificuldades de formação de palavras por composição: aglutinação e justaposição?

1.3. Justificativa

A escola do tema baseou-se na vivência que o pesquisador tem tido com escola em várias ocasiões, na
qual detectou existência de dificuldade de formação de palavras por composição por parte dos alunos
e que de forma científica procura encontre soluções para superação o mais urgente possível desse
caso. Isso porque, a escrita correcta das palavras não é só necessária, como também é obrigatória em
respeito as regras gramaticais, evitando desta formam a ambiguidade e ruídos na comunicação através
da língua portuguesa. Tendo em conta as dificuldades ortográficas da utilização de hífen (-) para
formação de palavras em estudo, torna-se crucial potenciar estratégias tendente a superar essas
dificuldades apresentadas por alunos.

A escolha do tempo de estudo deveu-se pelo facto de 2022 foi ano em que o pesquisador começou a
ter o contacto directo com essa escola razão pela qual o seu estudo devia obviamente partir desse ano
e 2023 por ser o ano em curso e coincide com ano que o pesquisador começa e escrever o seu
trabalho de culminação de curso, vulgo monografia. Portanto as razões são óbvias dessa escolha.

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1.4. Objectivos
1.4.1. Objectivo geral

 Analisar as razões que levam os alunos a ter dificuldades de formação de palavras por
composição de aglutinação e justaposição na escola secundaria comunitária Santa Maria de
Namuno.

1.4.2. Objectivos específicos

 Identificar as razões que dificultam os alunos a formarem as palavras por composição de


aglutinação e justaposição de forma correcta;
 Descrever os factores que levam dos alunos a ter dificuldades na formação das palavras por
composição de aglutinação e justaposição;
 Propor as possíveis medidas de superação das dificuldades apresentadas por alunos.

1.5. Hipóteses

Na óptica de Gil (1999), hipótese é uma suposta resposta ao problema a ser investigado. Para esta
pesquisa tendo em conta ao problema levantado temos as seguintes hipóteses:

Hipótese primária Hipótese secundária

 Os alunos não participam as aulas nos  Os professores não explicam


tempos da disciplina de Português; correctamente dando exemplos claros
sobre formação de palavras por
composição.

1.6. Relevância da pesquisa

No âmbito social, esse estudo tem uma grande relevância, visto que a partir dele a escola poderá
despertar a consciência de um problema existente na escola que se calhar não seja do seu

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conhecimento, portanto, a partir dessa pesquisa poderá o cenário mudar tendo em conta as soluções
que ele irá trazer.

Esta pesquisa tem uma grande relevância a nível científico, porque proporciona a ampliação do
conhecimento teórico já existente em as formações de palavras gramaticalmente aceite, ou seja, trás
algumas sugestões sobre como a escola, os professores e a comunidade educativa no geral devem
olhar esse assunto com um propósito de melhorar tendo em conta ao problema levantado.

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2. CAPITULO II: Revisão literária
2.1. Palavra composta: sua formação

Nas mais reconhecidas obras gramaticais da nossa língua, encontramos diferenciadas formas de se
definir o significado de um processo de formação de palavras por meio da composição. A maioria dos
autores apresenta pontos de vista 19 semelhantes. Um estudo detalhado desses autores revela estes
aspectos a respeito do significado de palavras compostas: (Gomes, 2005).

No processo de composição, é necessário que as palavras tenham um vínculo permanente; desse


modo o significado novo da palavra composta é recorrente, como sugere o processo. Um exemplo é a
palavra empresa-laranja. Cada uma dessas duas palavras – empresa e laranja -, quando atua
isoladamente, tem seu significado próprio e mantém a respectiva acentuação. Porém, quando se
juntam, não ocorre alteração do acento. Diferentemente de planalto, quando se juntam os dois
vocábulos plano e alto, não há mais dois elementos separáveis, agora estão numa só estrutura e,
logicamente, com a concomitância de perda fonológica e alteração da acentuação dos dois vocábulos.

A formação de uma palavra composta corresponde à expressão de uma ideia única.


Por exemplo, a palavra homem-aranha é composta de dois radicais e se organiza com
a combinação de homem e aranha, designando um homem possuidor de poderes como
de uma aranha, ou seja, capaz de fazer movimentos ou trajectos semelhantes aos que
esse aracnídeo é capaz de executar. Outros exemplos são as palavras amor-perfeito e
montanha-russa, que combinam uma palavra simples com outra também simples, para
com a junção, produzirem uma palavra composta, designando um único e novo
referente. (Gomes, 2005).

O português, assim, como outras línguas latinas, possui vários instrumentos geradores de
neologismos. Todavia, destacam-se dois como principais, a saber, a composição e a derivação, A
derivação ocorre por meio de adição de sufixos ou prefixos a um radical no intuito de formar um
neologismo. A composição é um processo que se dá por meio da união de dois ou mais radicais. A
recomposição, por sua vez, utiliza o radical como se esse fosse prefixo.

No entanto, Câmara Jr. (1976), inclui os prefixos na categoria da composição, dizendo que esses
elementos são de natureza lexical e assumem um valor significativo que cria um novo sentido para as
palavras, introduzindo no conjunto uma ideia subsidiária, o que justifica a prefixação no processo de
composição; os prefixos são preposições que mantêm traços próprios de natureza morfológica e
semântica. Ao contrário do sufixo, assume o valor morfológico.

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Para Câmara, a composição é uma forma mais frouxa, do ponto de vista formal, pois se configura
como o uso estereotipado de dois nomes, cada um conservando a sua identidade mórfica na sua
flexão característica.

Para Bechara (2009, p 340), nas palavras compostas com radicais livres, do tipo guarda-chuva,
persiste, como é fácil de se observar, a individualidade de seus componentes. Essa individualidade se
traduz: a) na escrita, pela mera justaposição de um radical a outro, normalmente separados por hífen:
b) na pronúncia, pelo fato de ter cada radical seu acento tónico, sendo o último o mais forte que é o
que nos orienta na classificação da oposição do acento nas palavras compostas (por isso que couve-
flor é oxítona, enquanto guarda-chuva é paroxítona). Em tais casos dizemos que as palavras são
compostas por justaposição.

Ele também esclarece que a outra fonte de revitalização lexical são empréstimos e calcos linguísticos,
isto é, palavras e elementos gramaticais (prefixos, preposições, ordem de palavras) tomados
(empréstimos), traduzidos (calcos linguísticos), ou advindos de outra comunidade linguística dentro
da mesma língua histórica (regionalismos (tchê, bagual, guri), nomenclaturas (Dr.,Sr.Av.), técnicas e
gírias (tri-legal, mora) ou de outras línguas estrangeiras - inclusive grego e latim -, que são
incorporados ao léxico da língua comum e exemplar.

2.1.1. Derivação prefixal

Derivação prefixal é o processo pelo qual se formam palavras pela anteposição do afixo a palavras
primitivas para lhe acrescentar uma nova informação. Tem por característica comum ser elemento
preso e servir para formar inúmeras palavras.

Para Cunha e Cintra (2001), por terem se originado de advérbios e preposições, os prefixos são mais
independentes do que os sufixos, não são necessariamente formas presas. Há formações em que
entram prefixos que são meras partículas, sem existência independente na língua, como des – em
desfazer – ou re – em recompor. Há outras de que participam elementos formativos que costumam
actuar também como palavras independentes, é o caso de contra – em contrabando – e entre – em
entreabrir.

A existência de prefixos que podem actuar como formas livres na língua, como entre, sobre e contra,
constitui, segundo os autores, um argumento para alguns teóricos excluírem a prefixação do processo

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de derivação e incluí-la na processo de composição. Contudo, Cunha e Cintra (2001) mantêm a
prefixação entre os processos de derivação apoiados no fato de que essa possibilidade de ocorrência
independente na língua é restrita a alguns prefixos apenas, além de nem sempre ser fácil estabelecer a
separação entre prefixos que são formas livres e os que são presas, como em entrelinha e contradizer.

Houaiss (2010) também concorda que vários prefixos são variantes de preposições (com, sem, entre),
e muitos adjectivos e morfemas de significação numeral se antepõem à base léxica com um
comportamento gramatical análogo ao do prefixo (aeroespacial, bimotor, pentacampeão). Por isso,
existem bons argumentos a favor de incluir a prefixação como um instrumento de composição, como
também é defensável tratá-la como um processo intermediário entre a composição e a sufixação.

2.1.2. Derivação sufixal

O sufixo é um termo que empresta uma ideia acessória ao radical ao qual se unem os sufixos não
possuem uma independência significativa fora do radical, por isso, são chamados de formas presas.
Possuem uma função morfossintática, pois, em geral, alteram a categoria gramatical do radical a que
se juntam – substantivo / adjectivo, como no caso de real / realidade, bem como podem não realizar
modificação alguma na categoria do radical ao qual se unirão, como se percebe em relação a feio /
feioso.

Cunha e Cintra (2001) esclarecem que, através da derivação sufixal, podemos formar novos verbos,
substantivos, adjectivos e até advérbios em -mente. Afirmam, ainda, que os sufixos serão classificam
em: a) nominais – quando o resultado da junção do radical+sufixo, der origem a um substantivo ou a
um adjectivo, como em pont-eira; b) verbais – quando o resultado da união de um radical+sufixo, for
um verbo, como em amanh-ecer; e c) Adverbiais – quando o resultado gerado pela união de um
radical+sufixo, der um advérbio, com em bondosa-mente.

Bechara (2009) informa que, ao lado do valor sistémico, associam-se aos sufixos valores ilocutórios
intimamente ligados aos valores semânticos das bases a que se agregam e dos quais não se dissociam.
Os valores aumentativos estão muitas vezes associados a algo pejorativo; grotesco (peotastro); os
diminutivos estão vinculados à afectividade (amorzinho, paizinho).

Houaiss (2010) destaca que, pela possibilidade de conferir uma nova classe à palavra derivada, a
sufixação configura-se como um processo de extraordinária versatilidade na língua. Enquanto a

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prefixação colabora ordinariamente para a ampliação do léxico, a sufixação, além dessa função, tem
um papel importante na construção sintáctica dos sintagmas, das orações e até mesmo do texto.

2.2. Composição da palavra

Consiste na formação de nova palavra que possuirá um único significado e que se abandone a junção
feita com um composto já existente. Nessa categoria, incluem-se os compostos eruditos. Cunha e
Cintra afirmam que são utilizados em nomenclaturas científicas, literárias ou técnicas e se originam,
predominantemente, do grego e do latim. No caso dos compostos eruditos, associam-se duas palavras,
uma servindo de determinante para a outra. Na língua portuguesa, vemos esse fenómeno dar origem a
palavras como, por exemplo, ambidestro / bípede, advindos de radicais latinos.

Para Câmara Jr. (1976), do ponto de vista formal, o tipo mais comum de composição é a junção de
duas palavras independentes, em que cada uma conserva a sua individualidade mórfica, como, por
exemplo, quadro-negro, salvo-conduto, secretária-eletrônica, cama-elástica.

Entretanto Cunha e Cintra (2001) classificam a composição em três diferentes níveis:

a) Quanto a sua forma, os elementos de uma palavra composta podem estar justapostos,
conservando cada um sua integridade, com em passatempo ou em beija-flor; ou aglutinados,
são os casos em que se subordinam a somente a um único acento tónico e sofrem perda de sua
integridade fonética, é o caso de planalto e aguardente.
b) Quanto ao sentido, diferencia-se em uma palavra composta o elemento determinado, que
possui a ideia geral do elemento determinante, que encerra noção particular. Percebemos isso
em guarda-florestal, onde a palavra guarda exerce o papel de determinado, e a palavra
florestal o papel de determinante.
c) Quanto à classe gramatical dos seus elementos, uma palavra composta pode ser formada de
diferentes combinações entre substantivos com substantivos, como também com adjectivos,
verbos, numerais, pronomes e advérbios, bem como adjectivos combinados com outros
adjectivos; de verbos combinando com outros verbos, de advérbios combinando com verbos
ou com outros advérbios e, ainda, combinações por vezes curiosas, como Maria-vai-com-as-
outras e tomara-que-caia.

Do ponto de vista de Bechara (2009), a individualidade das palavras compostas em radicais livres, do

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tipo criado-mudo, se traduz: a) na escrita, pela sua mera justaposição de um radical a outro,
normalmente separados por hífen; b) na pronúncia, pelo fato de cada radical ter seu acento tónico,
sendo o último o mais forte, o que nos orienta na classificação de posições do acento nas palavras
compostas. Por essa razão, guarda-sol, é classificada como oxítona e sempre-viva, como paroxítona.
Segundo o autor, não há, em princípio, restrições para a criação de nenhuma palavra composta. Uma
criação é sempre possível.

Para Câmara Jr.(1976), do ponto de vista formal, o tipo mais comum de composição é a justaposição
de duas palavras independentes, em que cada uma delas conserva sua individualidade mórfica, como
encontramos em obra-prima e salvo-conduto. Ocorre, então, uma associação significativa e formal
entre duas palavras e daí resulta uma nova, em que se combinam as significações das constituintes.
Do ponto de vista morfológico, o composto pode ser um em que há subordinação de um elemento
como determinante a outro como determinado (carro-pipa), ou uma sequência de elementos
coordenados (anglo-americano).

Segundo o autor, o que caracteriza o processo de composição não é apenas a junção de duas formas
independentes, ou a existência de pauta acentual, mas a distinção reside, sobretudo, no campo
morfossemântico. Em guarda-chuva, há uma unidade significativa em que um dos elementos não
pode ser suprimido.

2.2.1. Composição por justaposição e aglutinação

A composição por aglutinação, temos apenas um vocábulo formal e um vocábulo fonológico, como
em aguardente, visto que há uma integração plena dos dois vocábulos, água e ardente. Na composição
por justaposição, encontramos a situação contrária. São dois vocábulos fonológicos que se combinam
num único vocábulo formal ou mórfico. Assim:

1. Os beija-flores cantam.
2. Elas beijam flores.

Em (01), existem dois vocábulos fonológicos com as mesmas pautas acentuais que em (02).
Entretanto, há diferença: o composto justaposto de (01) apresenta dois vocábulos fonológicos
organizando um só vocábulo mórfico ou formal; já em (02), existem dois vocábulos fonológicos e
dois vocábulos mórficos ou formais.

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Entendemos que a conceituação de Leonard Bloomfield para formas livres endossada pelo lingüista
estruturalista Joaquim Mattoso Câmara Jr. é problemática porque se a palavra é “a unidade a que se
chega quando não é possível nova divisão em duas ou mais formas livres.”, assim, ao observarmos a
estrutura formal ou mórfica dos nomes compostos, percebemos que a proposta estruturalista não
assegura uma análise rigorosa. Por exemplo, em mata-mosquito, pelo modelo estruturalista, é
possível realizar uma divisão em que surgem duas formas ou bases livres. (Basilio, 2004)

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3. CAPITULO III: Metodologia

Nesta secção são apresentados a respectiva hierarquia dos procedimentos metodológicos que serão
usados durante a pesquisa começando com o tipo de pesquisa, e conclui-se com as técnicas de colecta
de dado sendo a entrevista e o questionário também o universo e a respectiva amostra.

3.1. Tipos de Pesquisa


3.1.1. Quanto á natureza

Para a produção deste trabalho usar-se-á a pesquisa de natureza básica, visto que o proponente
pretende demonstrar novos conhecimentos e úteis para uma melhoria na ciência linguística, a
pesquisa visa trazer soluções dos problemas enfrentados pelos alunos no caso da formação das
palavras por composição de aglutinação e justaposição.

3.1.2. Quanto à abordagem

Será usada a pesquisa qualitativa por que objectiva com o aprofundamento da compreensão de um
grupo social, de uma organização. A pesquisa qualitativa preocupa-se, portanto, com aspectos da
realidade que não podem ser quantificados, centrando-se na compreensão e explicação da dinâmica
das relações sociais.

3.1.3. Quanto aos objectivos

Tomando em conta o tema e o problema apresentado nesta pesquisa será usada a pesquisa descritiva.
O pesquisador ira descrever os factos que acontecem na escola secundária comunitária Santa Maria
de Namuno para percepção do mesmo e quiçá traçar soluções para a sua superação.

3.2. Método de pesquisa

Define “método como o conjunto das actividades sistemáticas e racionais que com maior segurança e
economia, permite alcançar o objectivo conhecimentos válidos e verdadeiros. Para o estudo
efectuado, o proponente usou o método Indutivo. Para Marconi & Lakatos, (2005, p.83).

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Esta parte, de premissas leva a conclusões que são muito amplas em virtude das premissas que se
basearam. O método indutivo conduz apenas a conclusões prováveis. Para Marconi & Lakatos,
(2005).

Método dedutivo: esse argumento é feito do maior para o menor, ou seja, de uma premissa geral em
direcção a outra, particular ou singular. As conclusões encontradas nesse método já estavam nas
premissas analisadas anteriormente e, portanto, ele não produz conhecimentos novos.

Método indutivo esse raciocínio vai do menor ao maior ou de uma premissa singular ou particular
para outra, geral. Diferente do método dedutivo, onde a conclusão está implícita nas premissas, aqui,
sua conclusão vai além desses enunciados. Assim, o método indutivo é mais amplo sendo muito
utilizado nas ciências.

3.3. Técnicas de colecta de dados

Será fundamental em fontes bibliográficas; ou seja, os dados são obtidos a partir de fontes escritas,
portanto, de uma modalidade específica de documentos, que são obras escritas, impressas em
editoras, comercializadas em livrarias e classificadas em bibliotecas.

3.3.1. Questionário

No que toca ao questionário, será usado um questionário misto (perguntas abertas e fechadas),
dirigido a professores da escola secundária comunitária Santa Maria de Namuno para ouvir as suas
opiniões em relação a problemas da pesquisa.

A vantagem da escolha desta técnica é por simples facto de possibilitar atingir maior número de
sujeitos, neste caso os professores, a direcção da escola e os delegados das classes. Outra vantagem
sobre a opção desta técnica é o facto de proporcionar a obtenção de respostas rápidas e precisas em
razão da liberdade.

3.3.2. Entrevista

Usar-se-á a entrevista semi estruturada para os alunos da escola secundária comunitária Santa
Mariade Namuno, importa mencionar que a pesquisa será envolvida todos alunos de forma aleatória
sem escolher a classe ou ciclo. Tratando-se de uma conversa feita de forma oral ou escrita entre duas

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ou mais pessoas, esta técnica será usada de modo à colectar dados através de questões e conversas aos
entrevistados.

A entrevista permitirá colher dados dos intervenientes dessa causa sobre os problemas de integração
dos estagiários, sendo que a vantagem desta técnica permite que o entrevistado debruce de forma
livre.

3.4. Universo e Amostra

Como universo da pesquisa serão envolvidos toda comunidade educativa da escola secundária
comunitária Santa Maria de Namuno estima-se 3800 de universo. Será usada como amostra num total
de 17 elementos dos quais 7 Professor da língua portuguesa da escola secundária comunitária Santa
Maria de Namuno 10alunos da mesma instituição de ensino, que nos facilitarão explicar sobre a
questão em causa.

Tabela 1: Amostra da pesquisa

Elementos da Amostra Número de elementos Técnica de colecta de dados


seleccionados
Professor da língua portuguesa da 7 Entrevista
E.S. C. S. M. Namuno
Alunos da E.S. C. S. M. Namuno 10 Questionário

Fonte: Autor (2023)

4. Cronograma

É preciso delimitar o tempo para a realização de cada uma das partes propostas de um projecto. No
entanto, o autor desenvolverá suas actividades de acordo com o cronograma que se segue:

No de
ordem Actividades Out. Nov. Dez. Jan. Fev. Mar.
1 Escolha do tema
2 Colecta de dados
3 Análise e interpretação dos
dados

16
4 Compilação de dados
5 Elaboração do Trabalho
Final
6 Entrega do trabalho

Fonte: Autor (2023)

5. Orçamento

Designação Quantidade Preçounitário Preço total Total

Resma papel A4 1 170,00Mt 170,00Mt


Esferográfica 1 10,00Mt 10,00Mt
Régua 1 10,00Mt 10,00Mt
Bloco de notas 1 50,00Mt 50,00Mt 300,00Mt
Impressão 15 2.5,00Mt 35,00Mt
Encadernação 1 25,00Mt 25,00Mt

Fonte: Autor (2023)

17
Bibliografia

BECHARA. E. (2009). Moderna gramática portuguesa. (37ª ed). rev. ampl. Rio de Janeiro: Nova
Fronteira

BELLO, J. L. P. (2009). Metodologia Científica: manual para elaboração de monografias. UVA,


Rio de Janeiro

CADORE, L. A. (1998). Curso prático de português, literatura, gramática, redacção. São Paulo:
Ática

CAMARA. J. (1976). M. Historia e estrutura da língua portuguesa. (2ª ed). Rio de Janeiro: Padrão

CUNHA, C.; CINTRA, L. L. (2001). Nova gramática do português contemporâneo. (2ª ed). Rio de
Janeiro: Nova Fronteira

DEMO, P. (2000). Metodologia do Conhecimento Científico. São Paulo: Atlas, 2000.

LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. de A. (2007). Fundamentos de metodologia científica. (6ª ed).


São Paulo: Atlas

GOMES. L. (2005). Dicionário escolar da língua portuguesa. São Paulo: Melhoramentos

MONTEIRO, J. L. (1991). Morfologia portuguesa. Campinas: Pontes

PEREIRA, H. B.; PELACHIN, M. M. (2004). Português: na trama do texto. São Paulo: FTD

PRODANOV, C. C. (2013). Metodologia do Trabalho Científico: métodos e técnica da pesquisa e do


trabalho académico. (2ª ed). – Novo Hamburgo: Feevale

18
Anexos

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APÊNDICE I: QUESTIONÁRIO DIRIGIDO AOS PROFESSOR DA LÍNGUA PORTUGUESA
DA E.S. C. S. M. NAMUNO

Caro professor, o presente questionário dirigido a te aborda assuntos referentes a " Processo de
Formação de Palavras por Composição: Distinção entre Aglutinação e Justaposição". Pedimos a
sua colaboração e esperamos que respondas com clareza as questões que lhe são colocadas.

1. Senhor professor, em todas classes que lecciona os seus alunos conseguem ler e escrever
correctamente? Se sim, percentagem de quanto mais a menos nas classes que lecciona

2. Nossa pesquisa centra-se na formação de palavras por composição. O que são palavras formadas
por composição? E como as palavras são formadas por aglutinação e justaposição?

3. Como avalia assimilação dos teus alunos diante desse conteúdo? Para ser mais claro se alunos se
dão bem ou não a matéria de formação de palavras por composição

4. É natural que alguns alunos apresentem dificuldades na formação de palavras por composição,
nesse caso o que o senhor professor tem feito para que esses alunos ultrapassem suas dificuldades?

5. Só para terminar, como avaliar a participação dos alunos nas suas aulas.

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APÊNDICE II: QUESTIONÁRIO DIRIGIDO AOS ALUNOS DA E.S. C. S. M. NAMUNO

Caro aluno, o presente questionário dirigido a te aborda assuntos referentes a " Processo de
Formação de Palavras por Composição: Distinção entre Aglutinação e Justaposição". Pedimos a
sua colaboração e esperamos que respondas com clareza as questões que lhe são colocadas.

1. Que classe frequenta? 8ª [ ], 9ª [ ], 10ª [ ], 11ª [ ] ou 12ª [ ]

2. Nas aulas da disciplina da língua portuguesa, já ouviu a falar de palavras formadas por composição
de aglutinação e justaposição? Sim [ ], Não [ ]

3. Se sim pode diferenciar o que são palavras formadas por aglutinação e justaposição

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4. Os professores da língua portuguesa explicam correctamente os conteúdos e dão exemplos claros?

Sim [ ], Não [ ]

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