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Textos retirados do livro Atendimento educacional especializado: contribuições para a prática
pedagógica / organizadora Ana Cláudia Pavão Siluk. – 1. ed., 1. reimpr. – Santa Maria : UFSM,
CE, Laboratório de Pesquisa e Documentação, 2014.
dimento às necessidades educacionais dos alunos. Já a Resolução CNE/CP nº.
01/2002, que estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação
de Professores da Educação Básica (BRASIL, 2002) define que as instituições
de ensino superior devem prever formação docente voltada para a atenção à
diversidade e que contemple conhecimentos sobre as especificidades dos
alunos com necessidades educacionais especiais.
Uma série de outras legislações foi ao longo da última década
contornando a educação especial, em função da educação inclusiva e em
consequência afetando a formação dos professores para atuação nessa
perspectiva inclusiva, quais sejam: Decreto n° 6.253, de 13 de novembro de
2007. Dispõe sobre o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação
Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (BRASIL, 2007), o
Decreto n° 186, de 09 de julho de 2008. Aprova o texto da Convenção sobre os
Direitos das Pessoas com Deficiência (BRASIL, 2008), o Decreto n° 6.571, de
17 de setembro de 2008. Dispõe sobre o atendimento educacional especializado
(BRASIL, 2008a). Com o lançamento da Política Nacional de Educação Especial
na perspectiva da Educação Inclusiva. (BRASIL, 2008b), seguiram-se uma série
de Decretos e normativas (BRASIL, 2009, 2009a).
Todas essas documentações legais geram grande impacto na sociedade.
As Diretrizes Operacionais para o Atendimento Educacional Especializado na
Educação Básica (BRASIL, 2009), por exemplo, coloca ainda mais em evidência
a formação do professor, pois passa constituir-se em desafios a serem
vivenciados pelos professores: atender a alunos com necessidade educacionais
especiais na sala comum e no ensino regular. Mas, é justamente diante desses
desafios que o desenvolvimento do profissional docente torna-se uma questão
central da contemporaneidade, pois esses desafios emergem do contexto da
sociedade do conhecimento2 e, portanto, necessitam ser visibilizados.
Entende-se nesta abordagem por desenvolvimento do profissional
docente como um projeto desenvolvido ao longo da carreira, envolvendo
aspectos da formação pessoal/profissional/organizacional. Desse modo, abarca
2Sociedade do conhecimento é aqui tratada como a era em que o homem vive em constante
aprendizagem. O conhecimento (flexível, aberto, dinâmico e abrangente) passou a ser o
principal capital de seu trabalho, qualificando- o de forma polivalente para que possa atuar
em diferentes contextos (KUMAR, 1998, LÉVY, 1999, DERTOUZOS, 2000).
as dimensões: pessoal, como o professor se desenvolve, quais são suas
estratégias, suas formações; da profissão, como ele ao se desenvolver, auxilia
na constituição da profissão professor; da instituição, como, em decorrência dos
dois processos anteriores, o professor renova a instituição da qual ele faz parte,
seja a escola ou universidade, com as funções a que lhes são inerentes e outras
atribuídas; e por fim, da inovação escolar, ou seja, do ensino, que diz respeito à
responsabilidade do professor buscar inovações para atender às demandas
sociais.
A tecnologização e informatização da sociedade colocam o conhecimento
e a informação em posição privilegiada como fonte de poder e de valor e provoca
profundas alterações na organização do trabalho e nas modalidades de
aprendizagem. Desta forma, a educação também é afetada por esse processo e
precisa adaptar-se às exigências advindas dessa nova sociedade. Novas
estruturas de produção e distribuição do conhecimento concorrem para alterar
as estruturas das universidades que, na medida em que são chamadas a intervir
no incremento do sistema produtivo, ganham uma posição estratégica no quadro
econômico. No pensar de Miranda (2006):
vivemos em grande paradoxo. A escola tende a ignorar a sociedade
cada vez mais informatizada que vive, ignorando também, assim a
necessidade de se discutirem as transformações impostas por tal
informatização, como se, ao ignorar, se estivesse ausentando da
responsabilidade de formação dos alunos para essa tal sociedade
(p.141).
4 Este estudo utilizará a sigla CVA para denominar comunidades virtuais de aprendizagem e, a
sigla CV para determinar comunidades virtuais como agregações culturais que se formam por
um número suficiente de pessoas que se encontram no ciberespaço (PALLOFF e PRATT,
2002).
troca de informações e a social, que se refere ao sistema de relações entre os
participantes que estão ligados por algum interesse comum.
Acredita-se hoje, que o processo de construção do conhecimento é
melhor desenvolvido quando se conecta, junta, relaciona e acessa o objeto da
aprendizagem de todos os pontos de vista, por todos os caminhos, integrando-
os da forma mais rica possível. Esta ideia leva a afirmar que as redes
acadêmicas não podem ser negligenciadas no que diz respeito ao
desenvolvimento do profissional docente do ensino superior, uma vez que elas
possibilitam esse tipo de construção de conhecimento não linear. Por outro lado,
não se pode considerá-las tão importante enquanto espaços de aprendizagem
que leve a negar outros espaços já consagrados no fazer pedagógico. Por isso,
o professor deverá ter uma busca contínua de conhecimento, incluindo o domínio
dessa tecnologia, de modo a descobrir suas possibilidades como um espaço a
mais de aprendizagem, efetivando assim, a prática docente, “tudo justificável:
elevar a competência dos mestres, investir recursos em sua qualificação, sua
valorização, nas condições de trabalho para dar conta dessa tarefa elementar e
fundamental da escola” (ARROYO, 2010, p.38).
Esse artigo tem por objetivo discutir a partir da revisão bibliográfica, o
desenvolvimento e formação profissional do docente para atuação na educação
inclusiva, por meio ead nas redes acadêmicas virtuais.