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RESUMO – O presente trabalho pretende propor uma reflexão sobre o tema das adaptações
curriculares e sua relevância, dentro do contexto da Educação Inclusiva, com foco para a Educação
Especial. O intuito é de realçar a importância das adaptações curriculares como facilitadoras de uma
educação acolhedora das diversidades e necessidades especiais de cada aluno. Para tal, a
metodologia empregada é a da pesquisa bibliográfica, em que a partir da análise das ideias de vários
autores sobre o tema em questão, busca compreende-lo em seus aspectos principais. Mesmo sendo
garantida por lei, elas ainda são uma prática cerceada de grandes barreiras, sobretudo físicas,
metodológicas e atitudinais. Toda via, vivências empíricas corroboram sua possibilidade e
necessidade, uma vez os tempos atuais de mais inclusão requerem que a práticas pedagógicas
estejam condizente com as necessidades específicas e o jeito próprio de aprender de cada aluno.
PALAVRAS-CHAVE: Currículo. Educação inclusiva. Necessidades especiais. Adaptação curricular.
INTRODUÇÃO
Desta forma, este trabalho visa dar uma contribuição ao campo das
pesquisas em torno das adaptações curriculares, a partir de pesquisas bibliográficas
de vários autores que trabalham com a Educação Inclusiva. Não tanto para trazer
alguma novidade, mas sobretudo para aprofundar e realçar a relevância de se tratar
do assunto, uma vez se referir ao um desafio que exige atenção e comprometimento
de todos: seja de pesquisadores em torno do campo educacional, como também de
toda comunidade escolar.
1
Levando em consideração o processo de reformulação da terminologia referente ao tratamento de pessoas
com algum tipo de deficiência, neste trabalho vamos nos valer do uso, direto e indireto, da expressão “pessoa
com deficiência”, conforme proposto pala Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (ONU,
2006).
Para Mazzota, por educação especial podemos entender
Por tanto, pode-se dizer que a educação especial constitui numa ação de
atenção e inclusão de uma parte da população muitas vezes esquecida pelo sistema
educacional. Por apresentar características que as diferenciam da porção maior da
sociedade eram quase sempre relegadas ao segundo plano. E conforme (ver no pc
debaixo)
Desse modo, evidencia-se que as primeiras práticas científicas de atenção às
pessoas com deficiência tinha como finalidade sua segregação em instituições, para
cuidado médicos. Sendo a deficiência entendida em bases fundamentalmente
orgânica, com necessidade de classificação de algo a ser tratado. Neste sentido, a
pessoa com deficiência era reduzida à categoria de um paciente, incapaz, alvo de
caridade ou algum ação assistencialista e não de sujeito de direito, como o direito à
educação. (COSTA, 2014).
Tal visão vai ter também um impacto direto no campo educacional,
conduzindo a posturas e práticas segregacionistas e preconceituosas, para com
aquelas pessoas que fugiam dos padrões de “normalidade”.
Todavia, não obstante estar bem resguarda pelos vários marcos legais,
nacionais e internacionais, na prática a Educação Especial depara com grandes
desafios, que ainda a torna uma realidade quase utópica. Pois, conforme afirma
Ross (1998, p. 68), “o mero direito jurídico não produz o novo sujeito político, não
materializa formas organizativas, não expressa necessidades nem institucionaliza
bandeiras de luta e resistência”.
Faz-se necessário propostas efetivas que transformem a aceitação abstrata
da igualdade e inclusão social das pessoas deficientes em espaços regulares, como
os de ensino, em algo concreto. Para tal, as Diretrizes Nacionais para a Educação
Especial na Educação Básica (2001), propõe como estratégia fundamental a
construção dos currículos adaptados, em termos de Educação Especial.
2
Vale ressaltar que o conceito de Educação Inclusiva é mais amplo que o de Educação Especial, inclusive a
englobando no seu espectro de significações. Pois, a inclusão na educação vai além de atender somente alunos
com deficiência (como no caso da Educação Especial), abrangendo também o respeito às diferenças culturais,
sociais, raciais, religiosas e políticas dos alunos (LEITE et al., 2011). Contudo, como o foco deste trabalho é
propor uma discussão sobre as adaptações curriculares, as questões sobre estas duas modalidades
educacionais serão abordadas mais de forma panorâmica, sem muito discussão de aprofundamento.
Desta maneira, para sintonizarem-se com as condições reais e singulares dos
seus alunos, as escolas devem incluir nos seus projetos educativos as flexibilizações
e/ou adaptações curriculares3. Vale dizer, as ressignificações necessárias relativas
ao processo de ensino e aprendizagem, para responder adequadamente aos
desafios da construção da Educação Especial, como estando de portas abertas para
acolher os sujeitos com deficiência, com vista a aperfeiçoar a sua participação nas
atividades escolares.
Entretanto, esta ideia do currículo adaptado, para a construção de uma
educação que seja de fato acolhedora das diversidades e necessidades especiais
dos alunos com deficiência, necessita de um bom entendimento a seu respeito, sob
o risco de se cometer equívocos grosseiros. Por tanto, faz-se necessário uma
análise nos desdobramentos que o referido conceito implica.
3
Na pesquisa bibliográfica feita sobre o tema das adaptações curriculares, percebe-se entre alguns autores
uma discussão quanto a uma oposição entre as expressões “adaptação curricular” e “flexibilização” do
currículo. Para alguns, como no entendimento de Antun (2017), a primeira, na esteira das correntes
segregacionistas e integralistas, denota mais um tipo de remendo, uma ação pontual no currículo, sem de fato
haver uma valorização da diferença e inclusão da pessoa com deficiência. O que ocorreria somente com uma
abordagem mais flexível do currículo. Entretanto, neste trabalho, conforme também se oberva nos
documentos oficiais que orientam sobre o tema da adaptação curricular, há uma associação livre de ambas
terminologias, entendendo-as como sinônimos.
teóricos e referenciais técnicos e tecnológicos que a concretizam na sala de aula.
Relaciona princípios e operacionalização, teoria e prática, planejamento e ação. Não
é algo trivial dentro do processo de ensino-aprendizagem. É um programa efetivo
que influencia decisivamente a prática pedagógica. De tal modo que, sendo
construído a partir do projeto político pedagógico de uma escola, “pode ser visto
como um guia sugerido sobre o quê, quando e como ensinar; o que, como e quando
avaliar”. (BRASIL, 2003, p. 32).
O projeto pedagógico de uma escola, norteador de toda prática educacional
escolar, no que se refere a educação mais inclusiva, deve orientar a
operacionalização do currículo como um recurso para promover o desenvolvimento
e aprendizagem dos alunos, a partir de alguns aspectos capitais, dentre os quais se
desta: a identificação das necessidades educacionais especiais dos alunos, para
justificar a priorização de recursos e meios favoráveis à sua educação; e a adoção
de currículos abertos e propostas curriculares diversificadas, em lugar de uma
concepção uniforme e homogeneizadora de currículo.
Por tanto, fica bem evidente que, em tempos em que a linguagem nos meios
educacionais é de inclusão (LOPES, 2010), as adaptações curriculares são uma
prática relevante para a construção de uma educação que seja de fato mais
acolhedora das diversidades e necessidades especiais de cada aluno, para além de
suas condições sociais, econômicas e físico-cognitivas. Basicamente, elas são
responsabilidades assumidas, vale dizer, tentativas de respostas específicas, por
parte das escolas, e do sistema educacional como todo, frente aos desafios também
específicos, propostos pela heterogeneidade e diversidade dos alunos que batem à
sua porta.
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS