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FACULDADE FAVENI

CURSO: PSICOPEDAGOGIA E EDUCAÇÃO ESPECIAL

EDUCAÇÃO INCLUSIVA E FORMAÇÃO DOCENTE: DESAFIOS E


PERSPECTIVAS.

DANIELA DE LIMA SANTOS


AFOGADOS DA INGAZEIRA-PE

2021

CURSO: PSICOPEDAGOGIA E EDUCAÇÃO ESPECIAL

Autora1: Daniela de Lima Santos

Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o
mesmo foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja
parcial ou integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e
corretamente referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações
empíricas por mim realizadas para fins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e
administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação aos
direitos autorais.

RESUMO: A formação profissional dos docentes e o campo de estudo


cientifico da pedagogia, assume no Brasil uma importância essencial para o
funcionamento da educação pública, nesse sentido repensar a própria natureza
da formação docente, frente aos desafios e perspectivas que cercam esses
profissionais. A presente pesquisa busca discutir assuntos relacionados à
educação Inclusiva e os desafios enfrentada pelos docentes relacionados à
inclusão e a formação de professores, levando em consideração todo o
contexto sócio histórico no qual estão inseridos, se torna indispensável uma
vez que contribui para a construção da sua identidade pedagógica, estando em
questão uma formação que ajude os docentes a se tornarem profissionais
pensantes, de modo que aprimorem suas habilidades e competências
necessárias ao desenvolvimento do trabalho docente,
Palavras chaves: Inclusão; Formação docente; Desafios.

INTRODUÇÃO

1
Dany_moura201@oitlook.com
A referida pesquisa traz uma discussão sobre a educação inclusiva e
suas transformações e desafios ocorridos ao longo do tempo, tendo em vista
as dificuldades dos docentes em ministrarem suas aulas para esse público que
vem enfrentando uma luta histórica para terem seus direitos reconhecidos e
aceitos na sociedade. Compreende-se que a formação do docente é um
processo contínuo e indispensável a sua carreira, uma vez que ao falarmos em
inclusão estamos diante de algo novo, não só a preparação dos professores se
faz essencial, mas das escolas também, especialmente as de nível básico, ao
assumirem que as dificuldades de alguns alunos não são apenas deles, mas
resultam em grande parte, do modo como o ensino é ministrado e de como a
aprendizagem é concebida e avaliada.
. A formação docente não deve esta simplesmente associada à
transmissão de conteúdos nos cursos de formação ou mesmo esperar que
somente com as experiências do dia-a-dia o indivíduo se torne um bom
profissional. A formação passa pela experiência, pela inovação, pelo ensaio de
novos modos de trabalho pedagógico, que requer a participação dos
professores em processos reflexivos e não somente informativos. É necessário
que o professor esteja aberto as mudanças e experiências que lhe serão
proporcionadas frente à contemporaneidade.
Desta forma podemos questionar: Que tipo de profissional docente está
sendo formado? .
A partir desta indagação podemos perceber a importância do trabalho do
docente. Os professores acreditam estarem despreparados para lidar com as
diferenças na sala de aula diante das rápidas transformações que a sociedade
vem sofrendo e especialmente atender os alunos com deficiência que não
somente exige dos docentes uma preparação e formação adequada, mas
também da estrutura das escolas para receber esses alunos, o contexto pede
certa urgência na preparação dos docentes, compreende-se que muitas
atribuições são encaminhadas as instituições e aos docentes quando o assunto
é ensino/aprendizagem desta forma faz-se necessário atender às demandas
sociais do mundo moderno, que exige do professor/a, não apenas o
compartilhamento de informações, mas também a competência e
responsabilidade pala formação de novos cidadãos que estejam conscientes
das suas responsabilidades sociais, que respeitem e valorizem a diversidade
cultural da qual fazemos parte.
Tendo como objetivo refletir sobre a educação inclusiva e os desafios
que cercam esses profissionais, apresentando subsídios teóricos que
proporcione discussões que nos leve a identificar os empecilhos que afetam
seu trabalho e a percepção do mesmo enquanto sujeito social.
Para a elaboração desse trabalho deu-se inicio a pesquisa bibliográfica
qualitativa a fim de buscar discutir novas ideias e construir conhecimentos que
venham a contribuir significativamente para o pensamento critico reflexivo da
prática inclusiva.

DESENVOLVIMENTO

Ao falarmos em educação especial é importante compreender que


estamos falando de algo novo embora as múltiplas deficiências sempre
estiveram presente na sociedade. O processo histórico da educação especial
nos desperta uma reflexão da origem da educação inclusiva e também o
conhecimento de quem são essas pessoas que enfrentam uma luta histórica
para terem seus diretos reconhecidos e aceitos nos diversos contextos sociais
dos quais participam.
Inicialmente precisamos tomar conhecimento do significado atribuído a
educação especial, conforme (MAZZOTA, 1996):

Educação Especial é definida como a modalidade de ensino que se


caracteriza por um conjunto de recursos e serviços educacionais
especiais organizados para apoiar, suplementar e, em alguns casos,
substituir os serviços educacionais comuns, de modo a garantir a
educação formal dos educandos que apresentem necessidades
educacionais muito diferentes da maioria das crianças e jovens. Tais
educandos, também denominados de ‘excepcionais’, são Educação
Especial justamente aqueles que hoje têm sido chamados de ‘alunos
com necessidades educacionais especiais’. Entende-se que tais
necessidades [...] decorrem da defrontação das condições individuais
do aluno com as condições gerais da educação formal que lhe é
oferecida. (MAZZOTA, 1996, p. 11)
Desta forma compreende-se que o termo educação especial pode ser
atribuído tanto ao local que esta ofertando esse atendimento e também se
atribui ao aluno que vai receber que vai frequentar esse ambiente de
aprendizagem, por tratar-se de uma forma de educação diferenciada na qual
terá seus objetivos voltados para o desenvolvimento das necessidades do
educando visando sua efetiva participação no processo de
ensino/aprendizagem.
Ao Falarmos em Educação Especial hoje é falar em Inclusão. Conforme
(HOUAISS, 2004). A palavra inclusão é definida no dicionário como a “[...]
relação entre dois termos, um dos quais faz parte ou da compreensão ou da
extensão do outro” as pessoas com necessidades especial foram conquistando
seu espaço ao longo do tempo com os movimentos sociais e hoje é
inquestionável a importância desses direitos.
De acordo com a declaração universal dos direitos humanos de 1948 traz
a fé e o respeito como direitos fundamentais para a dignidade da pessoa
humana, em seu artigo 26 diz que:

Toda pessoa tem direito à educação [...] A educação terá por


finalidade o pleno desenvolvimento da personalidade humana e o
fortalecimento do respeito aos direitos humanos e às liberdades
fundamentais; favorecerá a compreensão, a tolerância e a amizade
entre todas as nações e todos os grupos étnicos ou religiosos.
(DUDH, art, 26. 1848)

Desta forma fica concedida ao estado a oferta da educação como um


direito de todos os cidadãos, que esta assegurada por lei não apenas na
Declaração Universal dos Direitos Humanos, mas também na Constituição da
república Federativa do Brasil de 1988. O direito dos cidadãos à educação
ficou assegurado no Capítulo III, Da Educação, da Cultura e do Desporto,
Seção I, art. 205, que estabelece: “A educação, direito de todos e dever do
Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da
sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o
exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”
Conforme (FERREIRA, 2006), o marco da educação especial no Brasil
ocorreu no período imperial, em 1854, com D. Pedro II, observando o trabalho
de um jovem cego, criando assim, o Imperial Instituto dos Meninos Cegos. Em
1891, a escola passou a se chamar Instituto Imperial dos surdos-mudos, em
1957, foi denominada Instituto Nacional de Educação de Surdos, e assim
permaneceu ate 1930 quando as escolas já possuíam um olhar diferente para
a educação inclusiva.
Apenas em 1990 a inclusão de pessoas com necessidades educacionais
especiais tornou-se pauta para discussão, e surgiram os primeiros movimentos
para garantir sua efetivação. A educação é um direito de todos e dever do
estado oferta-la, de acordo com a Declaração de Salamanca, toda criança tem
o direito de estudar, aprender, compreender e conhecer o mundo que vive

Reconhecer e responder às necessidades diversas de seus alunos,


acomodando ambos os estilos e ritmos de aprendizagem e
assegurando uma educação de qualidade a todos através de um
currículo apropriado, arranjo organizacional, estratégias de ensino,
usa de recurso e parceria com comunidades [...] o estabelecimento de
tais escolas é um passo crucial no sentido de modificar atitudes
discriminatórias, de criar comunidades acolhedoras e de desenvolver
uma sociedade inclusiva (CEDIPOD, 2001, p. 4).

A educação brasileira passou por fortes transformações, abalando toda


sua estrutura, a partir da reformulação da Lei de Diretrizes e Bases da
Educação (LDB N° 9394/96), que consequentemente faz alterações nos modos
de pensar e educar uma sociedade, sendo necessária uma atenção maior por
parte das politicas educacional e das instituições de ensino.
Conforme a (LDB N° 9394/96) no seu art. 59 estará apto para lecionar
na educação inclusiva os professores que possui especialização adequada em
nível médio ou superior, para atendimento especializado, bem como
professores de ensino regular capacitados para interação desses estudantes
para as classes comuns.
São muitos os desafios encontrados pelo o caminho quando o assunto é
educação inclusiva, a formação docente chama mais atenção diante o descaso
com esses profissionais, fazendo com que os mesmo se sintam despreparados
e incapazes de receber esses alunos em suas salas.

Deseja-se um profissional capaz de pensar, planejar e executar o seu


trabalho e não apenas um sujeito habilidoso para executar o que os
outros concebem. Toda via mesmo admitindo-se que a formação do
professor deve incluir conhecimentos mais amplos de sociologia,
psicologia, organização escolar etc. É impossível um curso abarcar
toda essa gama de conhecimento (LIBÂNEO, 2011, p. 62)

Esse profissional que tanto é desejado não será encontrado nas salas de
aula, pois não é possível um curso abarcar todos esses conhecimentos,
dominar todas as teorias. Compreende-se que a educação é um processo que
se repete, se reproduz ao longo do tempo, buscando adequasse-se as
transformações ocorridas no contexto social, possuindo o objetivo de adaptar o
individuo as suas práticas pedagógicas, nesse sentido se perpetua uma
problemática é algo que percorre todo o campo social, que é o de delimitar o
espaço educativo.
A educação é compreendida como uma exigência do meio social, nas
palavras de (LIBÂNEO 2011) “esse contexto pode ser a família, a escola, a
igreja, á fábrica e outros segmentos sociais” a educação está presente em
todos os lugares, e abrange culturas diferentes.
Os Docentes ao longo dos anos vêm enfrentando dilemas quanto à sua
atuação e identidade profissional no desenvolvimento da sua prática, entrando
em confronto com a real finalidade da sua formação., antes de tudo o professor
é alguém que sabe alguma coisa, e sua responsabilidade é transferir esse
saber a outros, é através do saber da sua prática que vai sendo moldada sua
identidade.
Conforme (ALVES 2003) a formação docente é um dos problemas
encontrado que contribui para o fracasso escolar da educação brasileira, há
anos que vem se debatendo a má formação profissional dos professores, a
demanda de exigências sociais em cima desses docentes é extensa e
complexa uma vez que os cursos de Licenciatura não fornecem a base teórica
necessária. De acordo com (MIZUKAMI, 1986)

O objetivo da educação, portanto, não consistirá na transmissão de


verdades, informações, demonstrações, modelos etc., e sim em que o
aluno aprenda, por si próprio, a conquistar essas verdades, mesmo
que tenha de realizar todos os tateios pressupostos por qualquer
atividade real. Autonomia intelectual será assegurada pelo
desenvolvimento da personalidade e pela aquisição de instrumental
lógico-racional. A educação deverá visar que cada aluno chegue a
essa autonomia (MIZUKAMI, 1986, p.71).

A proposta de uma educação onde todos sejam reconhecidos e


merecedores se faz necessário, o preparo de professores capazes de romper
um sistema ideológico, sem alunos não existe professores da mesma forma
que sem professores não existe escola, a educação inclusiva garante a todos o
direito a educação, para que esses direitos sejam postos em prática requer a
preparação dos docentes e mudanças no processo da sua formação.

[...] até o Século XVIII, as noções a respeito da


Deficiência eram basicamente ligadas ao misticismo e ocultismo, não
havendo base científica para o desenvolvimento de noções realísticas
(MAZZOTA, 1996, p. 16).

Nesse período a educação era voltada para as doutrinas religiosa que


começava o seu processo de aceitação dessas pessoas na sociedade, porém
uma visão ideológica do discurso capitalista excluía essas pessoas por não
atenderem ao mercado de trabalho.
Em 1993, surge uma nova lei para a educação a Declaração de
Salamanca que reconhece “a necessidade e a urgência da educação para as
crianças, jovem e adulta com necessidades educacionais especiais dentro do
sistema regular de ensino” essa nova lei tornou-se o suporte para a educação
de pessoas com necessidades educacionais especiais (NEEsp).
Dessa forma cabe a nos realizarmos uma reflexão e repensar nossas
concepções sobre a educação para todos, já que as leis garantem que todos
os cidadãos sejam matriculados em escolas regulares de ensino, o que nos
leva a outra reflexão sobre as instituições de ensino e seu desprepara para
atender a demanda da sociedade.

CONCLUSÃO

Ao iniciar a pesquisa para esse trabalho, a princípio a impressão que se


tinha era que a formação docente estava enfraquecida, devida as rápidas
transformações ocorridas na contemporaneidade e as profundas alterações na
estrutura científica do conhecimento pedagógico que afetava indiretamente a
escola e seus profissionais no exercício da sua função, consequentemente se
tornaram profissionais desmotivados, e com sentimentos de incapacidade para
receber alunos com deficiência em suas salas de aulas, porém observa-se que
a luta para erguer a escola, seus profissionais, quebrar paradigmas do
preconceito é um processo histórico e complexo. Inclusão faz com quer as
instituições de ensino repensem sobre sua estrutura e funcionamento, e tirem
seus projetos do papel, que busquem auxilio das politicas publicas e saio do
comodismo e enfrentem essa luta com a sociedade menos favorecida, a escola
é da sociedade com ou sem necessidades educacionais especializadas, mas o
dever de lutar por condições melhores é de todos nos. Se faz necessário que
as escolas passem por um processo de adaptação para ofertar uma educação
de qualidade para todos e que os docentes recebam formações
complementares a educação especial estando ou não atuando com esse
publico, desta forma se encontram mais seguros ao lecionar suas aulas para
isso se faz necessário o investimento do governo em seus profissionais e nas
instituições fazendo adequações necessárias as múltiplas deficiências.
REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO

ALVES, W. F. Paradigmas da formação docente e a Educação Física


escolar. 2003. 126 p.

BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Câmara


de Educação Básica. Parecer n. 14.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial.


Programa Nacional de Apoio à Educação de Deficientes Visuais. Formação de
professor.

Declaração de Salamanca, CEDIPOD. Disponível em:


http://www.cedipod.org.br, 2001.

FERREIRA, W. B. Inclusão x exclusão no Brasil: reflexões sobre a formação


docente dez anos após Salamanca. In: RODRIGUES, D. (org.) Inclusão e
educação: doze olhares sobre a educação inclusiva. São Paulo, 2006

LIBÂNEO, José Carlos. Adeus professor, adeus professora? Novas


exigências educacionais e profissão docente. Ed-São Paulo/ Cortez 2011

MAZZOTA, Marcos J.Silveira. Trabalho docente e formação de professores


de Educação Especial. São Paulo: EPU, 1993

MIZUKAMI, M.G.N. Ensino: as abordagens do processo. São Paulo: EPU,


198

HOUAISS, A. e VILLAR, M. de S. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa.


Elaborado educação: doze olhares sobre a educação inclusiva. São Paulo,
2006

http://portal.mec.gov.br/i acessado dia 04/04/2020 ás 15:30 horas

http://portal.mec.gov.br/conselho-nacional-de-educacao/base-nacional-comum-
curricular-bncc acessado dia 15/09/2018 ás 21h:20.

http://www.camara.leg.br/1970-1979/lei-5692-11-agosto-1971-357752
acessado dia 09/04/2020 ás 9:00 horas
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11:00 horas.

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