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FACULDADE VENDA NOVA DO IMIGRANTE - FAVENI

JAÍNE CAROLAINE DE LIMA SANTOS

A IMPORTÂNCIA DA FORMAÇÃO DOCENTE PARA OS DESAFIOS E


PERSPECTIVAS DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA

AFOGADOS DA INGAZEIRA
2023
FACULDADE VENDA NOVA DO IMIGRANTE - FAVENI

JAÍNE CAROLAINE DE LIMA SANTOS

A IMPORTÂNCIA DA FORMAÇÃO DOCENTE PARA OS DESAFIOS E


PERSPECTIVAS DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA

Trabalho de conclusão de curso


apresentado como requisito
parcial à obtenção do título
especialista em Educação
Especial e Inclusiva e
Neuropsicopedagogia Institucional
e Clínica

AFOGADOS DA INGAZEIRA - PE
2023
A IMPORTÂNCIA DA FORMAÇÃO DOCENTE PARA OS DESAFIOS E
PERSPECTIVAS DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA

Autor1, Jaíne Carolaine de Lima Santos

Declaro que sou autor (a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o
mesmo foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial
ou integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente
referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por
mim realizadas para fins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e
administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação aos
direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços).

RESUMO- A formação profissional dos docentes e o campo de estudo científico da


pedagogia assume, no Brasil, uma importância essencial para o funcionamento da
educação pública. Nesse sentido, repensar a natureza da formação docente frente aos
desafios e perspectivas que cercam esses profissionais torna-se primordial. A presente
pesquisa busca discutir assuntos relacionados a educação inclusiva e os desafios
enfrentados pelos docentes na prática da inclusão, assim como a formação de
professores, levando em consideração todo o contexto sócio histórico no qual estão
inseridos. Torna-se indispensável essa reflexão, uma vez que a prática inclusiva
contribui para a construção da identidade pedagógica, estando em questão uma
formação que ajude os docentes a tornarem-se profissionais pensantes, de modo que
aprimorem suas habilidades e competências necessárias ao desenvolvimento de um
trabalho eficiente e humanitário.

PALAVRAS-CHAVE: Educação. Formação profissional. Inclusão.

1
Jainecarol4ine@gmail.com
1 INTRODUÇÃO

A pesquisa traz uma discussão sobre a educação inclusiva e suas


transformações e desafios ao longo do tempo, tendo em vista as dificuldades dos
docentes em ministrarem aulas para um público que enfrenta uma luta histórica para ter
seus direitos reconhecidos e garantidos por a sociedade. Compreende-se que a
formação do docente é um processo contínuo e indispensável a sua carreira, uma vez
que ao falarmos em inclusão estamos diante de algo novo, e não só a preparação dos
professores se faz essencial, mas das escolas também, especialmente as de nível
básico, ao assumirem que as dificuldades de alguns alunos não são apenas deles, mas
resultam em grande parte, do modo como o ensino é ministrado e de como a
aprendizagem é concebida e avaliada.
A formação docente não deve está simplesmente associada à transmissão de
conteúdos nos cursos de formação ou mesmo esperar que somente com as
experiências do dia-a-dia o indivíduo se torne um bom profissional. A formação passa
pela experiência, pela inovação, pelo ensaio de novos modos de trabalho pedagógico,
que requer a participação dos professores em processos reflexivos e não somente
informativos. É necessário que o professor esteja aberto as mudanças e experiências
que lhe serão proporcionadas frente à contemporaneidade.
Desta forma é possível questionar: Que tipo de profissionais estão sendo
formados?
A partir desta indagação pode-se perceber a importância do trabalho docente. Os
professores acreditam estarem despreparados para lidar com as diferenças na sala de
aula, diante das rápidas transformações que a sociedade vem sofrendo, e
especialmente atender aos alunos com deficiência, que não somente exige dos
docentes uma preparação e formação adequada, mas também da estrutura das escolas
para recebê-los de forma eficiente. O contexto pede certa urgência na preparação dos
docentes e das escolas. Muitas atribuições são encaminhadas as instituições e aos
docentes quando o assunto é ensino/aprendizagem, desta forma faz-se necessário
atender às demandas sociais do mundo moderno, que exige do professor/a, não
apenas o compartilhamento de informações, mas também a competência e
responsabilidade pala formação de novos cidadãos que estejam conscientes das suas
responsabilidades sociais, que respeitem e valorizem a diversidade cultural da qual
fazemos parte.
Tendo como objetivo refletir sobre a educação inclusiva e os desafios que
cercam esses profissionais, apresentando subsídios teóricos que proporcione
discussões que nos leve a identificar os empecilhos que afetam o trabalho e a
percepção do mesmo enquanto sujeito social.
Para a elaboração desse trabalho deu-se início a pesquisa bibliográfica
qualitativa a fim de buscar discutir novas ideias e construir conhecimentos que venham
a contribuir significativamente para o pensamento crítico e reflexivo da prática inclusiva.

2 DESENVOLVIMENTO

Ao falarmos em educação especial é importante compreender que estamos falando


de algo novo, embora as múltiplas deficiências sempre estiveram presentes na
sociedade. O processo histórico da educação especial nos desperta uma reflexão da
origem da educação inclusiva e também o conhecimento de quem são essas pessoas
que enfrentam uma luta histórica para ter seus diretos reconhecidos e aceitos nos
diversos contextos sociais dos quais participam.
Inicialmente precisamos tomar conhecimento do significado atribuído a educação
especial, conforme (MAZZOTA, 1996):

Educação Especial é definida como a modalidade de ensino que se caracteriza


por um conjunto de recursos e serviços educacionais especiais organizados
para apoiar, suplementar e, em alguns casos, substituir os serviços
educacionais comuns, de modo a garantir a educação formal dos educandos
que apresentem necessidades educacionais muito diferentes da maioria das
crianças e jovens. Tais educandos, também denominados de ‘excepcionais’,
são Educação Especial justamente aqueles que hoje têm sido chamados de
‘alunos com necessidades educacionais especiais’. Entende-se que tais
necessidades [...] decorrem da defrontação das condições individuais do aluno
com as condições gerais da educação formal que lhe é oferecida. (MAZZOTA,
1996, p. 11)
Desta forma compreende-se que o termo educação especial pode ser atribuído
tanto ao local que está ofertando esse atendimento e também se atribui ao aluno que
vai receber e que vai frequentar esse ambiente de aprendizagem, por tratar-se de uma
forma de educação diferenciada na qual terá seus objetivos voltados para o
desenvolvimento das necessidades do educando visando sua efetiva participação no
processo de ensino/ aprendizagem.
Ao Falarmos em Educação Especial estamos automaticamente falando em
Inclusão. Conforme (HOUAISS, 2004). A palavra inclusão é definida no dicionário como
a “[...] relação entre dois termos, um dos quais faz parte ou da compreensão ou da
extensão do outro” as pessoas com necessidades especiais foram conquistando seu
espaço ao longo do tempo com os movimentos sociais e hoje é inquestionável a
importância desses direitos.
De acordo com a Declaração Universal dos Direitos Humanos, em seu artigo 26:

Toda pessoa tem direito à educação [...] A educação terá por finalidade o pleno
desenvolvimento da personalidade humana e o fortalecimento do respeito aos
direitos humanos e às liberdades fundamentais; favorecerá a compreensão, a
tolerância e a amizade entre todas as nações e todos os grupos étnicos ou
religiosos. (DUDH, art, 26. 1848)

Desta forma fica concedido ao Estado a oferta da educação como um direito de


todos os cidadãos, que está assegurada por lei não apenas na Declaração Universal
dos Direitos Humanos, mas também na Constituição da República Federativa do Brasil
de 1988. O direito dos cidadãos à educação ficou assegurado no Capítulo III, Da
Educação, da Cultura e do Desporto, Seção I, art. 205, que estabelece: “A educação,
direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a
colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo
para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”
Conforme (FERREIRA, 2006), o marco da educação especial no Brasil ocorreu
no período imperial, em 1854, com D. Pedro II, observando o trabalho de um jovem
cego, criando assim, o Imperial Instituto dos Meninos Cegos. Em 1891, a escola passou
a se chamar Instituto Imperial dos surdos-mudos, em 1957, foi denominada Instituto
Nacional de Educação de Surdos, e assim permaneceu até 1930 quando as escolas já
possuíam um olhar diferente para a educação inclusiva.
Apenas em 1990 a inclusão de pessoas com necessidades educacionais
especiais tornou-se pauta para discussão, e surgiram os primeiros movimentos para
garantir sua efetivação. A educação é um direito de todos e é dever do estado oferta-la,
de acordo com a Declaração de Salamanca, toda criança tem o direito de estudar,
aprender, compreender e conhecer o mundo que vive

Reconhecer e responder às necessidades diversas de seus alunos,


acomodando ambos os estilos e ritmos de aprendizagem e assegurando uma
educação de qualidade a todos através de um currículo apropriado, arranjo
organizacional, estratégias de ensino, usa de recurso e parceria com
comunidades [...] o estabelecimento de tais escolas é um passo crucial no
sentido de modificar atitudes discriminatórias, de criar comunidades
acolhedoras e de desenvolver uma sociedade inclusiva (CEDIPOD, 2001, p. 4).

A educação brasileira passou por fortes transformações, abalando toda sua


estrutura, a partir da reformulação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB N°
9394/96), que consequentemente faz alterações nos modos de pensar e educar uma
sociedade, sendo necessária uma atenção maior por parte das políticas educacionais e
das instituições de ensino.
Conforme a (LDB N° 9394/96) no seu art. 59 estará apto para lecionar na
educação inclusiva os professores que possui especialização adequada em nível médio
ou superior, para atendimento especializado, bem como professores de ensino regular
capacitados para interação desses estudantes para as classes comuns.
São muitos os desafios encontrados pelo o caminho quando o assunto é educação
inclusiva, a formação docente chama mais atenção diante o descaso com esses
profissionais, fazendo com que os mesmos se sintam despreparados e incapazes de
receber esses alunos em suas salas.
Deseja-se um profissional capaz de pensar, planejar e executar o seu trabalho e
não apenas um sujeito habilidoso para executar o que os outros concebem.
Toda via mesmo admitindo-se que a formação do professor deve incluir
conhecimentos mais amplos de sociologia, psicologia, organização escolar etc.
É impossível um curso abarcar toda essa gama de conhecimento (LIBÂNEO,
2011, p. 62)

Esse profissional que tanto é desejado não será encontrado nas salas de aula, pois
não é possível um curso abarcar todos esses conhecimentos, dominar todas as teorias.
Compreende-se que a educação é um processo que se repete, se reproduz ao longo do
tempo, buscando adequasse-se as transformações ocorridas no contexto social,
possuindo o objetivo de adaptar o indivíduo as suas práticas pedagógicas, nesse
sentido se perpetua uma problemática é algo que percorre todo o campo social, que é o
de delimitar o espaço educativo.
A educação é compreendida como uma exigência do meio social, nas palavras de
(LIBÂNEO 2011) “esse contexto pode ser a família, a escola, a igreja, a fábrica e outros
segmentos sociais” a educação está presente em todos os lugares, e abrange culturas
diferentes.
Os Docentes ao longo dos anos vêm enfrentando dilemas quanto à sua atuação e
identidade profissional no desenvolvimento da sua prática, entrando em confronto com
a real finalidade da sua formação., antes de tudo o professor é alguém que sabe
alguma coisa, e sua responsabilidade é transferir esse saber a outros, é através do
saber da sua prática que vai sendo moldada sua identidade.
Conforme (ALVES 2003) a formação docente é um dos problemas encontrado que
contribui para o fracasso escolar da educação brasileira, há anos que vem se
debatendo a má formação profissional dos professores, a demanda de exigências
sociais em cima desses docentes é extensa e complexa uma vez que os cursos de
Licenciatura não fornecem a base teórica necessária. De acordo com (MIZUKAMI,
1986)

O objetivo da educação, portanto, não consistirá na transmissão de verdades,


informações, demonstrações, modelos etc., e sim em que o aluno aprenda, por
si próprio, a conquistar essas verdades, mesmo que tenha de realizar todos os
tateios pressupostos por qualquer atividade real. Autonomia intelectual será
assegurada pelo desenvolvimento da personalidade e pela aquisição de
instrumental lógico-racional. A educação deverá visar que cada aluno chegue a
essa autonomia (MIZUKAMI, 1986, p.71).
A proposta de uma educação onde todos sejam reconhecidos e merecedores se
faz necessário, o preparo de professores capazes de romper um sistema ideológico,
sem alunos não existe professores da mesma forma que sem professores não existe
escola, a educação inclusiva garante a todos o direito a educação, para que esses
direitos sejam postos em prática requer a preparação dos docentes e mudanças no
processo da sua formação.

[...] até o Século XVIII, as noções a respeito da deficiência eram basicamente


ligadas ao misticismo e ocultismo, não havendo base científica para o
desenvolvimento de noções realísticas (MAZZOTA, 1996, p. 16).

Nesse período a educação era voltada para as doutrinas religiosa que começava
o seu processo de aceitação dessas pessoas na sociedade, porém uma visão
ideológica do discurso capitalista excluía essas pessoas por não atenderem ao
mercado de trabalho.
Em 1993, surge uma nova lei para a educação a Declaração de Salamanca que
reconhece “a necessidade e a urgência da educação para as crianças, jovem e adulta
com necessidades educacionais especiais dentro do sistema regular de ensino” essa
nova lei tornou-se o suporte para a educação de pessoas com Necessidades
Educacionais Especiais (NEEsp).
Dessa forma, cabe a nós realizarmos uma reflexão e repensar nossas
concepções sobre a educação para todos, já que as leis garantem que todos os
cidadãos sejam matriculados em escolas regulares de ensino, o que nos leva a outra
reflexão sobre as instituições de ensino e seu desprepara para atender a demanda da
sociedade.
3 CONCLUSÃO

Ao iniciar a pesquisa para esse trabalho, a princípio, a impressão que se tinha era
que a formação docente estava enfraquecida, devido as rápidas transformações
ocorridas na contemporaneidade e as profundas alterações na estrutura científica do
conhecimento pedagógico que afetava indiretamente a escola e seus profissionais no
exercício da sua função, consequentemente se tornaram profissionais desmotivados, e
com sentimentos de incapacidade para receber alunos com deficiência em suas salas
de aula, porém observa-se que a luta para erguer a escola, seus profissionais e quebrar
paradigmas do preconceito é um processo histórico e complexo. Inclusão faz com que
as instituições de ensino repensem sobre sua estrutura e funcionamento, e tirem seus
projetos do papel, que busquem auxilio das políticas públicas e saiam do comodismo,
para enfrentar essa luta junto a sociedade menos favorecida, a escola é da sociedade
com ou sem necessidades educacionais especiais, e o dever de lutar por condições
melhores é de todos nós. Se faz necessário que as escolas passem por um processo
de adaptação para ofertar uma educação de qualidade para todos e que os docentes
recebam formações complementares, independente do público, para estarem mais
seguros ao lecionar suas aulas. Faz-se necessário um maior investimento do governo
em seus profissionais e nas instituições, fazendo adequações necessárias as múltiplas
deficiências.

4 REFERÊNCIAS

ALVES, W. F. Paradigmas da formação docente e a Educação Física


escolar. 2003. 126 p.

BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Câmara


de Educação Básica. Parecer n. 14.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Programa


Nacional de Apoio à Educação de Deficientes Visuais. Formação de professor.
Declaração de Salamanca, CEDIPOD. Disponível em:
http://www.cedipod.org.br, 2001.

FERREIRA, W. B. Inclusão x exclusão no Brasil: reflexões sobre a formação


docente dez anos após Salamanca. In: RODRIGUES, D. (org.) Inclusão e educação:
doze olhares sobre a educação inclusiva. São Paulo, 2006.

LIBÂNEO, José Carlos. Adeus professor, adeus professora? Novas


exigências educacionais e profissão docente. Ed-São Paulo/ Cortez 2011.

MAZZOTA, Marcos J.Silveira. Trabalho docente e formação de professores


de Educação Especial. São Paulo: EPU, 1993

MIZUKAMI, M.G.N. Ensino: as abordagens do processo. São Paulo: EPU, 198

HOUAISS, A. e VILLAR, M. de S. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa.


Elaborado educação: doze olhares sobre a educação inclusiva. São Paulo, 2006

Http://portal.mec.gov.br/i - Acessado em 20/03/2023 ás 17h58min.

Http://portal.mec.gov.br/conselho-nacional-de-educacao/base-nacional-comum-
curricular-bncc - Acessado em 15/02/2023 ás 15h:27min.

Http://www.camara.leg.br/1970-1979/lei-5692-11-agosto-1971-357752- Acessado
em 24/03/2023 ás 9h08min.

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14h03min.

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