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PÓS GRADUAÇÃO
TEOTÔNIO VILELA-AL
2023
JOSÉ RONILDO DA SILVA TORRES
TEOTÔNIO VILELA-AL
2023
EDUCAÇÃO INCLUSIVA - TRAJETÓRIA HISTÓRICA NO BRASIL
Resumo: A escola inclusiva tem como objetivo primordial considerar os fatores contextuais e
interferir, quando necessário, na funcionalidade das pessoas com necessidades educacionais
especiais, a fim de disponibilizar o acesso ao currículo e uma participação condizente ao papel
de qualquer cidadão no processo educativo. Onde por sua vez em muitas situações, essa
interferência é pertinente para garantir a qualidade de ensino às pessoas com deficiência
mental, visual, física e múltiplas; pessoas surdas; com condutas típicas e superdotação; dentre
outras. Cabe enfatizar que partimos de uma pesquisa de suporte bibliográfico, partindo do
princípio no qual o conceito de escola inclusiva não é novo, isto porque o termo é assegurado
por políticas públicas o acesso e a permanência de qualidade para as pessoas com necessidade
educacionais especiais no sistema regular de ensino. Assim enfatiza-se que a educação
inclusiva deverá oferecer e proporcionar equidade de oportunidades a todas as pessoas para a
construção de uma sociedade justa e acima de tudo igualitária, que requer em sua amplitude
contemplar com pertinência e participação um ensino de boa qualidade.
INTRODUÇÃO
A inclusão consiste em um grande projeto que visa incluir em todos os espaços sociais
aquelas pessoas que se encontram á margem da sociedade. Engloba todos sujeitos que se
encontram de alguma forma excluídos socialmente – o que ocorre, muitas vezes, por serem
“(...) rejeitados de nossos mercados materiais ou simbólicos, de nossos valores”;
(WANDERLEY, 1999, p.17).
No âmbito escolar cabe dá ênfase aos alunos com necessidades educativas especiais
que se encontram á margem do sistema educacional, onde por sua vez possuem o direito de
estarem inseridos e matriculados na rede regular de ensino. Todavia n]ao basta estarem apenas
matriculados, mas a instituição deve se adaptar a esse alunado, não deve ser um ensino e
aprendizagem igualitário, até porque todos os seres humanos são diferentes, no entanto se
trata de um currículo que acolha e respeite as limitações do aluno com necessidade educativa
especial.
De acordo com sala (2003), há necessidade de uma atividade de escuta. A escuta dos
professores, dos alunos com necessidades educacionais especiais e de seus familiares, dos
demais funcionários da escola e dos demais alunos é relevante porque permite uma maior
compreensão das expectativas, possibilidades e limites de cada um e, consequentemente, é
potencialmente geradora de um trabalho colaborativo que gere melhor aprendizagem discente.
Assim, destacamos o que tem defendido Lopes (2009) e Silva (2012): a inclusão é
parte de uma prática política de governamentalidade. Para as autoras, a manutenção do Estado
neoliberal demanda que todos participem, de alguma forma e em alguma medida, do mercado
de consumo e produção. E isso justificaria tanto esforço da parte do poder público – inclusive
do ponto de vista da legislação, das politicas e dos programas assistenciais – “(...) para que,
mesmo aqueles que não possuem foras de gerar o próprio sustento, consigam recursos para
girar, mínima e localmente, uma rede de consumo “C” LOPES, 2009, p.112).
Uma vez que mencionamos no que tange a educação inclusiva, estamos proclamando
as pais e familiares do alunado com necessidade educativa especial, a serem os primeiros a
lutarem e almejarem pelos princípios que regem a educação inclusiva, ou seja, uma educação
voltada para todos, o que significa uma educação na qual o aluno com necessidade educativa
especial possa está matriculado na rede regular de ensino
Segundo Martina (2012), nos tempos atuais, estabelecer uma escola numa vertente
inclusiva, que atenda alunos com deficiência, é um processo que lida com diversas variáveis,
ou seja, não basta apenas oferta aos alunos entrada á escola, disponibiliza as vagas, é
necessário que o ensino seja de qualidade para todos e atenda aos estudantes em suas diversas
realidades e dificuldades.
O censo demográfico (2000) revela que, no Brasil, existe cerca de 15% de pessoas
com perdas auditivas, independente do grau, o que equivale a uma população aproximada de
2,5 milhões de pessoas. Segundo a organização Mundial de saúde (OMS), a população
Brasileira é composta por 10% de pessoas com deficiência, dentre estas, 350 mil são surdos
profundos. Já para o IBGE (20040, 16,7 da população com algum tipo de deficiência em
algum grau de surdez.
Á medida que a sociedade brasileira se encontra em 2023, estes dados estão alterados,
todavia cabe enfatizar que existe de fato pessoas com deficiência auditiva no Brasil, no
entanto o importante é destacar o quanto os alunos com necessidade educativa especial
auditiva se encontras inseridos no processo de inclusão, ou seja, o quanto o Brasil vem
conquistando e avançam do no tocante ao processo de inclusão
[...] Enquanto a Libras não era reconhecida ou enquanto era proibida de ser
usada nas escolas, também não existiam publicações ou o reconhecimento de uma
cultura surda ou de uma literatura surda. O ensino priorizava o aprendizado da falta
e escolas, não havia espaço nem aceitação para as produções literárias em sinais
(KARNOPP, 2008, p.2)
Segundo Skliar (1997), este modelo de educação que por sua vez exclui tem uma visão
patologia da surdez, em que essa é vista como uma doença a ser curada. Nesta visão, acredita-
se que o surdo tem um déficit a ser corrigido, e que o desenvolvimento da fala é primordial
para o desenvolvimento do pensamento.
[...] A sociedade não conhece nada sobre povo surdo e, na maioria das
vezes, fica com receio e apreensiva, em saber como se relaciona com os sujeitos
surdos, ou tratam-nos de forma paternal, como “coitadinho”, “que pena”, ou lida
como se tivesse, “uma doença contagiosa” ou de forma preconceituosa e outros
estereótipos causados pela falta de conhecimento (STEOBEL, 2007, p.210
Baptista (2010) relata que as línguas de sinais é que propiciará ao surdo uma base para
o aprendizado de uma segunda língua, que pode ser escrita ou oral, onde o princípio
fundamental é retratar o bilinguismo onde oferece á criança um ambiente linguístico em que
os indivíduos ouvintes ou outros surdos se comunica com ela através de sinais de uma forma
natural, da mesma maneira que é feito com a maneira que é feito com a criança ouvinte,
através da língua oral.
A língua de sinais enfatiza ainda mais o processo de educação inclusiva, isto porque,
proporciona a interação entre o aluno ouvinte e o aluno com necessidade educativa especial
auditiva. Logo a língua de sinais representa a interação e um processo de conquista onde o
aluno surdo tem a possibilidade de está represente em várias etapas do processo de ensino e
aprendizagem, ou seja, a língua de sinais faz valer o contexto da educação inclusiva, mais
especificamente na sociedade brasileira, que não ficou para trás no que tange a educação
inclusiva.
Somos notavelmente ignorantes a respeito da surdez – o que era, para Dr.
Johnson, “uma das mais terríveis calamidades humanas” -, muitos mais ignorantes
do que um homem instruído teria sido em 1886 ou 1786. Ignorantes e indiferentes.
(SACKS, 1986, p.13)
Segundo Strobel (2008), é por meio da cultura que um povo se constitui, integra
identifica as pessoas e lhes dá garantia de pertencimento e de identidade. Neste caso, a
existência de uma cultura surda ajuda a construir as identidades das pessoas surdas dentro da
sociedade.
Para que a escola bilingue aconteça com a qualidade necessária, o profissional surdo
deve fazer parte das equipes da escola, do planejamento das atividades, pois só assim as
especificidades do surdo serão respeitadas. Nesse sentido, tanto o professor ouvinte devem ser
mediadores das renovações que devem ocorrer na educados, juntamente com alunos e pais. A
inserção de tecnologias também são facilitadores para o aprendizado (FERNANDES, 2008).
Devemos ter claro que a aceitação do bilinguismo na educação não é apenas uma
mudança tecnológica, mas principalmente ideológica, gerando uma pedagogia socializada
(MACHADO, 2008).
De acordo com Kubaski e Moraes (2009), durante muito tempo a escola ignorou as
especificidades dos alunos surdos, trabalhando com eles da mesma forma que com os alunos
ouvintes, usando os mesmos métodos e materiais, sujeitando-os a um processo da língua
escrita por meio de uma prática repetitiva. Isso resultou em um vocabulário defasado e na
falta de elementos o que dificultou o uso efetivo da língua.
Uma vez que ressaltamos sobre o alunado com necessidade educativa especial
auditiva, estamos dando ênfase ao bilinguismo, ou seja, o ensino e aprendizagem. Da língua
portuguesa e da LIBRAS, o que retrata o processo de inclusão, o que significa a convivência
do aluno surdo com o aluno ouvinte.
Para Stainback e Stainback (1990), uma escola inclusiva é aquela que educa todos em
classes regulares, nas quais todos têm oportunidades educacionais adequadas, possuem
desafios a vencer de maneira coerente com as suas condições, recebem apoio junto com seus
professores, são aceitos e ajudados pelos demais membros da escola.
É errância a opinião generalizada que a deficiência visual grave ou a
ausência total da visão aguça de maneira inata os demais sentidos. É necessário que
exista uma estimulação sistemática e adequada, que abranja todas as capacidades.
(BUENOS, 2003, p.193)
Uma vez que tratamos e damos ênfase aos alunos com necessidades educativas
especiais visual, logo partimos do princípio no qual cabe ao professor da rede regular de
ensino, observar e identificar os alunos que possuem baixa visão para começar desde cedo o
tratamento necessário e adequado para assim evitar a cegueira, o que significa que a equipe
pedagógica deve de fato se engajar no processo da educação inclusiva.
À medida que abordamos a educação inclusiva no âmbito dos alunos com necessidade
educativa especial visual, tratamos de um alunado que não é nenhum “coitadinho”, todavia
possui limitações que devem ser respeitadas.
Hy.Várinen (1997) afirma que a baixa visão provoca mudanças conceitual no sistema
educacional. Enquanto a educação da criança cega é exatamente igual em todo o mundo, pela
utilidade do sistema braile, com a de visão subnormal o trabalho de intervenção é altamente
individual.
Portanto cabe ressaltar que por meio do sistema braile, o aluno com necessidade
educativa especial visual, passa a ser assistido de fato pelo processo de educação inclusiva.
Em estudo realizado por Gatti, Barretto e André (2012) sobre as políticas docentes no
Brasil, as autoras chamam a atenção para o fato de que o direito á diferença está sendo
reafirmado por diferentes movimentos sociais.
Sobre a busca por auxilio, a troca de ideias, Correia (1999, p.164) ressaltar que “há
que se estimular professores do ensino regular e professores da educação especial a unir
esforços que satisfaçam as necessidades educativas da criança.”
Segundo Marchesi e Martin (1998) dizem que a experiência é m fator decisivo para a
mudança de concepções sobre a inclusão; em síntese, é preciso ver que na prática é possível.
Em suma, a educação inclusiva não é uma mera utopia, muito pelo contrário em pleno
século XXI, os alunos com necessidade educativa especial, tem o direito de uma educação
para todos, é bom ressaltar que não basta apenas a matricula desse alunado na rede regular de
ensino, ou seja, a escola tem o dever de eliminar as barreiras arquitetônica física e do
preconceito, o que significa uma educação para todos mesmo.
Desde que esse componente ético dos direitos humanos positivados pela constituição,
que a pessoa com deficiência espera ter uma relação igualitária de acesso e garantia de seus
direitos independentemente de suas diferenças físicas ou genética. Sabe-se que “(...) a
desigualdade da pessoa humana é o valor basilar do Estado. O Estado não tem outra razão de
ser, senão busca-lo”. (LORENZO, 2010, p. 54).
À medida que ressaltamos sobre inclusão, mais especificamente educação inclusiva
nos remete ao direito que o Estado e a Sociedade brasileira têm de garantir o acesso do
alunado com necessidade educativa especial preferencialmente na rede regular de ensino.
O estado brasileiro deve por sua vez aperfeiçoar e até melhorar o direito que assiste há
educação inclusiva, ou seja, não basta matricular o aluno com necessidade educativa especial
na rede regular de ensino, é preciso proporcionar ensino e aprendizagem de qualidade para
esse alunado. ou seja, o Estado brasileiro deve proporcionar uma educação digna e que de fato
no exclua o aluno como necessidade educativa especial, o que implica dizer que esse alunado
deve se sentir parte integrante da instituição escolar. Conforme Skliar (1998, p.21) acrescenta:
A batalha Jurídico – Social dos direitos da pessoa com deficiência não se encontra
relativa ao problema de “ter direitos”, mas sim ao problema de “ter justiça” para ocorrer a
efetividade plena de seus direitos. Tal justiça é a justiça social, como está consagrado no art.
1º da Constituição Federal: “a justiça social já não se cinge só a questão de distribuição,
abrangendo agora também questões de representação e identidade e diferença” (FRASER,
2002, p. 9).
Em suma, para que educação inclusiva ocorra de fato e de direito, a justiça deve-se
fazer valor e assim acontecer. Uma vez que a sociedade busca e almeja por justiça no âmbito
educacional, consequentemente a inclusão será respaldada e de grande relevância, uma vez
que, a justiça é colocada em pauta pelos órgãos públicos, logo a inclusão é citada, o que
implica dizer que a educação inclusiva requer de luta pela justiça acima de tudo, quando a
ética e a justiça forem almejada ocorrera a tão sonhada educação inclusiva, isto porque não
basta que ele exista na letra da lei e na legislação em vigor, é necessário que aconteça no
cotidiano da sala de aula, em todas as instituições no âmbito educacional e no contexto da
sociedade brasileira.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante do exposto, no que se refere a educação inclusiva, cabe ressaltar que deve ser
almejada tanto pelos pais, alunos, comunidade escolar quanto por Órgãos Federais, Estaduais
e Municipais, ou seja, a inclusão mais especificamente no âmbito educacional deve ser uma
luta abrangente por parte da sociedade brasileira como um todo, o que implica dizer que não é
o suficiente está em respaldo e em pauta na legislação em vigor, ou seja, na Constituição
Federal de 1988, mais conhecida como constituição cidadã, é preciso e necessário que a
educação inclusiva seja vivenciada no contexto da própria sociedade brasileira.
Carlou, Amanda. Inclusão na Educação profissional: Visão dos gestores do IFRJ, 2014.
CARVALHO, R. E. Educação Inclusiva com os pingos nos “is”. Porto Alegre: Mediação,
2004.
COMPARATO, Fabio Konder. Afirmação histórica dos direitos humanos. São Paulo:
Saraiva, 2010.
CUTSFORTH, T. D. The blind in school and society. New Youk: American Foundation for
the Blind, 1961.
SACKS, Oliver. Vendo vozes: Uma viagem ao mundo dos surdos. São Paulo: Companhia
das Letras, 2005.
SASSAKI, Romeu Kazumi. Inclusão. Construindo uma sociedade para todos. Rio de
Janeiro, 1997.
SILVEIRA, Vladimir Oliveira. Estudos e debates em direitos humanos. São Paulo, 2012.
SKLIAR, C. Educação e Exclusão: abordagens socioantropológicas em educação
especial. Porto Alegre: Editora Mediação, 1997.
Staindack, W; Stainback, s. Inclusão: um guia para educadores. Porto Alegre: Artmed, 1999.