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Sumário
Introdução ........................................................................................................ 3
Considerações Finais................................................................................. 24
REFERÊNCIAS ............................................................................................. 27
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NOSSA HISTÓRIA
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Fundamentos e Contextos da Educação Especial e Da
Educação Escolar
Introdução
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Aspectos históricos da educação especial e da inclusão
O direito à educação é garantido por lei, com uma educação de qualidade para
todos, implica, dentre outros fatores, num redimensionamento de todo o contexto
escolar, considerando não somente a matrícula, mas, principalmente, a valorização
das aptidões e respeito às diferenças. Assim, o resgate dos valores culturais, que
fortalecem a identidade e o coletivo populacional, propõe preparar para o
enfrentamento de desafios com a oferta da educação inclusiva e de qualidade para
todos, sendo respeitadas as características próprias de interesses e ritmos de
aprendizagem. Desafio que a escola por seu histórico de homogeneidade e
segregação mantido, até então, não está apta para lidar com a diversidade.
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Uma das dificuldades decorre das exigências, sobretudo, originadas nas
teorias críticas da educação, que desconsideram as singularidades dos sujeitos. Silva
(1999) critica as teorias do currículo como discurso, afirmando que o formato dado ao
currículo depende da forma como ele é concebido pelos diferentes autores e teorias
que sustentam o currículo. O equívoco para qualquer teoria do currículo é determinar
o que deve ser ensinado mesmo antes de se conhecer o tipo de aluno e suas
necessidades a serem atendidas.
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especializado, mediante a avaliação e interação com a família e a comunidade.”
(BRASIL, 2004, p. 17).
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apresentando inúmeros desafios. Neste cenário de heterogeneidade, certamente
novas diferenças estarão sendo detectadas pelo docente que, por vezes,
inadvertidamente vê seu cenário acrescido de um ou mais alunos com certa
deficiência com a qual não se sente preparado para atender sem suas especificidades
e singularidades.
Fundamentos filosóficos
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Em certo sentido, a escola é a continuação e a amplificação da família. A
segregação, a discriminação, a exclusão é odiosa, tanto na família quanto na escola.
O direito à educação, o direito de frequentar a escola comum (junto com os ditos
“normais”), o direito a aprender nos “limites” das próprias possibilidades e
capacidades, são decorrentes do direito primordial à convivência, até porque é na
convivência com seres humanos - “normais” ou diferentes - que o ser humano mais
aprende. Nesse sentido, o professor precisa perder a ilusão de que é com ele que a
criança vai aprender as coisas mais importantes para a vida, aquelas das quais ele
mais vai precisar.
Fundamentos psicológicos
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A escola, nesta perspectiva, deve buscar consolidar o respeito às diferenças,
vistas não como um obstáculo para o cumprimento da ação educativa, mas como
fator de enriquecimento e melhoria da qualidade de ensino e aprendizagem para
todos, tanto para alunos com deficiência
quanto para aqueles sem deficiência.
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Os fundamentos legais
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Sem ter a pretensão de esgotar o tema referente às bases legais de uma
concepção de educação inclusiva, vamos fazer referência apenas aos documentos
que nos parecem fundamentais e que, na sua essência, apontam para a mesma
direção: o direito da criança com deficiência à educação, e, decorrente dele, o direito
dessa criança de ser matriculada numa turma de escola comum, junto com as
crianças da sua idade, com garantia de meios e recursos que supram os seus
impedimentos à aprendizagem e ao seu desenvolvimento afetivo e cognitivo.
Esse direito, na verdade, foi reconhecido pela primeira vez, de forma solene,
na Declaração Universal dos Direitos do Homem, em 1948, onde se proclama que
todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos, sem distinção de
raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de qualquer outra natureza. Ao
afirmar que todas as pessoas nascem iguais em dignidade e direitos, os signatários
dessa declaração estavam dizendo também, indubitavelmente, que o direito à
educação, pública e gratuita, não está condicionado a nenhum tipo de performance,
seja ela física, auditiva, visual ou cognitiva.
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Quarenta anos depois da Declaração Universal dos Direitos Humanos,
sensível à reflexão que se vinha fazendo no mundo inteiro, e, particularmente, aqui
no Brasil, acerca do tema, o constituinte de 1988, ao explicitar os deveres do Estado
brasileiro em relação à educação, estabelece que um dos serviços que devem ser
garantidos para o cumprimento desse dever é o do atendimento educacional
especializado às pessoas com deficiência, que deve ser oferecido preferencialmente
na rede regular de ensino (CF, art. 208, inciso III).
A partir dos anos 90, a reflexão em torno da natureza e das políticas relativas
à educação especial foram se intensificando e vários documentos foram aprovados,
tanto no âmbito nacional quanto internacional, consolidando em leis a linha de
discussão que se vinha fazendo em torno do tema, sempre no sentido de que a
criança com deficiência, seja essa deficiência física, visual, auditiva, cognitiva ou de
qualquer outro tipo, tem direito de ser matriculada em escolas comuns, nelas
permanecer e de receber nelas o atendimento de que necessita para superar os
impedimentos e as barreiras que lhe dificultam a aprendizagem, o pleno exercício da
cidadania e a inserção no mundo do trabalho, nos limites de suas capacidades.
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especial uma modalidade de educação escolar, a ser oferecida, preferencialmente,
na rede regular de ensino.
Parecer CNE/CEB nº 16/99. Dispõe sobre educação profissional de
alunos com necessidades educacionais especiais.
Resolução CNE/CEB nº 4/99. Dispõe sobre educação profissional de
alunos com necessidades educacionais especiais.
Decreto nº 3.298/99. Regulamenta a Lei 7.853/89, dispõe sobre a
política nacional para integração da pessoa portadora de deficiências, consolida as
normas de proteção ao portador de deficiências.
Lei nº 10.098/2000. Estabelece normas gerais e critérios básicos para a
promoção de acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com
mobilidade reduzida e dá outras providências.
Resolução CNE/CEB nº 2/2001. Institui Diretrizes e Normas para a
Educação Especial na Educação Básica. No seu art. 2º, assim dispõe a Resolução:
“Os sistemas de ensino devem matricular todos os alunos, cabendo às escolas
organizar-se para o atendimento aos educandos com necessidades educacionais
especiais, assegurando as condições necessárias para uma educação de qualidade
para todos.” (MEC/SEESP, 2001).
Parecer CNE/CEB nº 17/2001. Diretrizes Nacionais para a Educação
Especial na Educação Básica.
Lei nº 10.172/2001. Aprova o Plano Nacional de Educação - PNE e dá
outras providências. No tópico 8 do texto aprovado, o PNE aponta diretrizes para a
política de educação especial no Brasil e indica objetivos e metas para a política de
educação de pessoas com necessidades educacionais especiais.
Decreto nº 6.094/2007. Dispõe sobre a implementação do Plano de
Metas Compromisso Todos pela Educação. No art. 2º, inciso IX, o documento aponta
como uma das diretrizes do plano, na qual devem se empenhar Municípios, Estados,
Distrito Federal e União, a garantia de acesso e permanência das pessoas com
necessidades educacionais especiais nas classes comuns do ensino regular,
fortalecendo a inclusão educacional nas escolas públicas.
Decreto nº 186/2008. Aprova o texto da Convenção sobre os Direitos
das Pessoas com Deficiência e de seu Protocolo Facultativo, assinados em Nova
Iorque, em 30 de março de 2006.
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Decreto nº 6571/2008. Dispõe sobre o atendimento educacional
especializado.
Resolução CNE/CEB nº 4/2009. Institui as diretrizes operacionais para
o atendimento educacional especializado na Educação Básica, modalidade Educação
Especial.
Além desses documentos, de natureza legal, cabe referir, ainda, como textos
fundamentais na reflexão e na difusão de ideias, conceitos e diretrizes afinadas com
a concepção de educação especial na perspectiva da educação inclusiva, os
seguintes documentos:
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Educação inclusiva no Brasil
O Plano Nacional de Educação (PNE) atual integra os alunos que antes iriam
para a escola especial na escola regular.
A luta para que a criança considerada especial pudesse está inserida no meio
escolar com os demais alunos, foi ao longo do tempo se constituindo numa realidade
conquistada. Há muito tempo se vem tentando fazer com que a escola se prepare
para receber os alunos com qualquer tipo de deficiência para lhes oferecer uma
educação de qualidade, pois por muito tempo essas crianças foram segregadas e
viveram a margem da sociedade.
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Nesse sentido, vários documentos foram sendo criados para sustentar o direito
das crianças com deficiências de terem uma vida com o mesmo respeito e
consideração que as consideradas normais. Os dispositivos legais, tendo a
Constituição Federal como base principal,
garantem o direito à educação, o acesso à escola
e desenvolvimento do bem estar de todos, sem
descriminação para pessoas com deficiências ou
não.
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capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns. (BRASIL,
1996).
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instituições, de forma geral, adotarem uma conduta inclusiva capaz de atender a
todos indistintamente, adequando-se as necessidades individuais de cada um. Para
tanto, defende a ideia da adequação curricular, planejamento de estratégias para que
alunos que apresentam dificuldades possam aprender da mesma forma que os
demais.
Desse modo, torna-se visível a defesa da educação para todos no texto do art.
7º da declaração: O princípio fundamental das escolas inclusivas consiste em todos
os alunos aprenderem juntos, sempre que possível, independentemente das
dificuldades e das diferenças que apresentem. Estas escolas devem reconhecer e
satisfazer as necessidades diversas dos seus alunos, adaptando-se aos vários estilos
e ritmos de aprendizagem, de modo a garantir um bom nível de educação para todos,
através de currículos adequados, de uma boa organização escolar, de estratégias
pedagógicas, de utilização de recursos e de uma cooperação com as respectivas
comunidades. É preciso, portanto, um conjunto de apoios e de serviços para
satisfazer o conjunto de necessidades especiais dentro da escola. (DECLARAÇÃO
DE SALAMANCA, 1990, p. 11-12).
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Diante de todos esses discursos que promovem possibilidades de acesso
igualitário aos bens sociais, como uma educação de qualidade, sabe-se que apenas
os documentos não garantem a efetividade da inclusão. Por outro lado, esses
movimentos, leis e declarações, apesar de não garantir a inclusão, por si só,
consolidam uma visão de que as diferenças 16 existem e seus direitos são válidos,
ou seja, direito ao pleno desenvolvimento dentro de suas potencialidades.
Diante disso, acredita-se haver uma interpretação errônea do que vem a ser
inclusão, já que incluir o aluno na classe regular de ensino não é apenas tê-lo na
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escola. Mas, é necessário buscar estratégias e recursos diferenciados que sejam
capazes de alcançar a todos indistintamente. Lembrando que esta maneira
diferenciada também não pode se tornar excludente, mas, harmonizar-se, haja vista
que o foco não pode estar na deficiência assim como esta, não pode ser
desconsiderada.
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Kelman (2010) baseando-se na abordagem histórico-cultural, enfatiza que nos
instituímos na “nossa herança cultural e biológica para usar a linguagem e outras
ferramentas culturais e, também para aprender uns com os outros por meio de
processos educacionais. A cultura, entretanto, é sempre histórica e socialmente
construída”. A mesma autora destaca o fato de o funcionamento humano buscar
alternativas para desenvolver-se quando os padrões considerados normais sofrem
alguma alteração.
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Atendimento Educacional Especializado (AEE)
É importante ressaltar que a escola especial não foi extinta. É nela que os
alunos dispõem do AEE como complemento e apoio ao ensino regular, sempre que
necessário, mas não como substituição da escola regular.
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O público-alvo da educação inclusiva é composto por alunos com deficiência
(intelectual, física, auditiva, visual e múltipla), transtorno do espectro autista (autismo)
e altas habilidades.
Principais desafios
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Considerações Finais
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A inclusão escolar deve ter como características as condições de qualidade de
atendimento às pessoas com necessidades específicas de atendimento educacional,
oferecendo reais oportunidades de desenvolvimento a todos. O convívio interativo
estimula a toda coletividade com maior capacidade à aprendizagem, sobretudo, ao
aluno com deficiência.
Inclusão significa convidar aqueles (de alguma forma) têm esperado para
entrar e pedir-lhes para ajudar a desenhar novos sistemas que encorajem todas as
pessoas a participar da completude de suas capacidades – como companheiros e
como membro. (MANTOAN, 1997).
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é na escola que ocorre com mais frequência a prática do bullying, do desprezo e a
falta de atenção dos responsáveis torna mais vulnerável e fragilizada a permanência
do aluno incluso que, por vezes, é visto como intruso.
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REFERÊNCIAS
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DUTRA, Claudia P. In: Inclusão - Revista da Educação Especial/ Ministério da
Educação, Secretaria da Educação Especial/ Ano III, nº 5, out. 2007 p. 12/Entrevista.
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