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INCLUSÃO ESCOLAR E OS OBSTÁCULOS À FRENTE DA ESCOLA

MARILEI CONCEIÇÃO DOS SANTOS FERREIRA DA FONSECA


RU: 2736600

1. Tema
Esse estudo tem por objetivo analisar a educação inclusiva, na concepção de
educação de qualidade para todos, respeitando a diversidade dos alunos, e realizando o
atendimento de acordo com a especificidade de cada aluno. Como a Educação Inclusiva é
exercida nas escolas e quais os desafios encontrados para alcançar a inclusão? As
dificuldades encontradas para a inclusão inicia-se pela falta de estrutura adequada nas
escolas, ineficiência dos professores e o contexto social que o aluno está inserido. O tema
Educação Inclusiva vem sendo abordado significativamente, esse estudo tem por objetivo
identificar as dificuldades enfrentadas no âmbito escolar, abordar a inclusão das pessoas
com deficiências na busca de sua atuação na sociedade, apontar alguns dos paradigmas
que precisam ser desconstruídos, conhecer ações pedagógicas capazes de possibilitar a
efetivação da inclusão de crianças portadoras de necessidades especiais no ambiente
escolar.
A educação inclusiva desenvolve-se em torno da equidade, onde todos os
indivíduos, independentemente das suas diferenças, deverão ter acesso a uma educação
de qualidade, capaz de responder a todas as suas necessidades. Aqui, será analisada a
proposta de educação inclusiva, na concepção de educação de qualidade para todos,
respeitando a diversidade dos alunos, e realizando o atendimento às suas necessidades
educativas. Ainda serão apresentados aspectos teóricos relacionados às dificuldades
encontradas pelas escolas, na formação de crianças que apresentam deficiência e uma
ampla abordagem da inclusão, construindo reflexões que redefinam o trabalho com as
diferenças. A inclusão escolar no modelo atual é um desafio que nos obriga a repensar a
escola, sua cultura, sua política e suas práticas pedagógicas. Assim, estará atendendo não
somente aqueles com deficiência, mas todos aqueles atualmente marcados pelo ciclo de
exclusão e do fracasso escolar.

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A inclusão escolar é um princípio fundamental que busca garantir o acesso, a
participação e o aprendizado de todos os alunos, independentemente de suas
características e habilidades, em ambientes educacionais regulares. Essa abordagem visa
promover uma educação mais justa, equitativa e diversificada, reconhecendo e
respeitando as diferenças individuais. A importância da inclusão escolar pode ser
destacada em diversos aspectos: Diversidade e respeito: A inclusão escolar contribui para
a construção de uma sociedade mais inclusiva e respeitosa com a diversidade. Ao acolher
alunos com diferentes habilidades, origens étnicas, sociais e culturais, as escolas se
tornam ambientes mais representativos da sociedade em que estamos inseridos.

​ Desenvolvimento de habilidades sociais: A convivência com colegas que possuem


características diversas estimula o desenvolvimento de habilidades sociais,
empatia e respeito às diferenças. Essa experiência é valiosa para o crescimento
pessoal e contribui para a formação de cidadãos mais conscientes e tolerantes.
​ Aprendizado para todos: A inclusão proporciona benefícios educacionais para
todos os alunos, promovendo a compreensão de que cada pessoa aprende de
maneira única. A diversidade de estilos de aprendizagem é considerada, o que
pode enriquecer as práticas pedagógicas e aumentar a eficácia do ensino.

No entanto, apesar dos benefícios evidentes, a implementação da inclusão escolar


enfrenta desafios significativos:

​ Falta de recursos: Muitas escolas enfrentam desafios relacionados à falta de


recursos financeiros, materiais e humanos para atender adequadamente às
necessidades de todos os alunos. Isso inclui a necessidade de profissionais
especializados em educação inclusiva, adaptações curriculares e estrutura física
acessível.
​ Formação inadequada de professores: A falta de formação específica para lidar
com a diversidade de alunos é um desafio significativo. Os professores precisam
estar preparados para adaptar suas práticas pedagógicas, reconhecer as
necessidades individuais dos alunos e promover um ambiente inclusivo.

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​ Preconceito e estigma: O preconceito e o estigma ainda persistem em muitas
sociedades, afetando a aceitação e a inclusão de alunos com deficiências ou
características diferentes. Superar essas barreiras exige esforços constantes para
promover a conscientização e mudar atitudes.
​ Avaliação e padronização: Sistemas de avaliação e padrões educacionais muitas
vezes não levam em conta a diversidade de alunos. A inclusão requer avaliações
justas e flexíveis, que considerem as diferentes formas de expressão e
aprendizado.

Em suma, a inclusão escolar é um princípio essencial para promover uma


sociedade mais justa e igualitária. Superar os desafios associados à implementação desse
conceito requer esforços contínuos, colaboração entre escolas, comunidades e governos,
além do comprometimento com a promoção da igualdade de oportunidades para todos
os alunos.

2. Problema
Quais são os desafios enfrentados pela escola no processo de inclusão escolar?

3. Justificativa
A inclusão escolar emerge como um tema de relevância incontestável no contexto
educacional contemporâneo. A proposta deste projeto de pesquisa visa aprofundar a
compreensão dos desafios enfrentados na implementação efetiva da inclusão escolar,
reconhecendo sua importância e a necessidade de superar obstáculos para promover
ambientes educacionais mais igualitários e acessíveis. Diversos fatores fundamentam a
pertinência desta pesquisa: Impacto social e educacional: A inclusão escolar não se trata
apenas de uma questão educacional, mas também de um fenômeno com profundo
impacto social. Compreender os desafios nesse contexto é crucial para promover uma
sociedade mais inclusiva, respeitosa e igualitária; Direitos humanos e equidade: A inclusão
escolar está intrinsecamente ligada aos princípios de direitos humanos e equidade.
Investigar os desafios enfrentados na promoção desses princípios contribui para a
construção de políticas públicas e práticas educacionais mais alinhadas com as demandas
da sociedade contemporânea; Necessidade de adaptação curricular: A diversidade de
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habilidades e necessidades dos alunos exige uma abordagem pedagógica flexível e
adaptativa. Este projeto de pesquisa se propõe a analisar como as escolas podem
desenvolver estratégias e práticas que garantam uma educação inclusiva e de qualidade
para todos, considerando as especificidades de cada estudante; Desafios estruturais e
organizacionais: A pesquisa visa explorar os desafios estruturais e organizacionais
enfrentados pelas instituições de ensino na busca pela inclusão. Isso inclui a falta de
recursos, formação inadequada de professores, barreiras físicas e a necessidade de
mudanças nas políticas educacionais; Contribuição para a formação de profissionais: O
projeto tem como objetivo fornecer subsídios para a formação de profissionais da
educação, capacitando-os a lidar efetivamente com a diversidade de alunos. Ao
compreender os desafios, podemos propor estratégias e práticas que melhorem a
qualidade do ensino e a experiência educacional dos alunos; Promoção da pesquisa-ação:
Este projeto de pesquisa busca não apenas identificar desafios, mas também propor
soluções práticas. A pesquisa-ação será uma abordagem fundamental para gerar
conhecimento aplicável, proporcionando insights que possam orientar mudanças
positivas nas práticas educacionais.

Ao considerar esses aspectos, a presente pesquisa se coloca como uma


ferramenta essencial para a compreensão aprofundada dos desafios da inclusão escolar,
contribuindo para a formulação de políticas e práticas mais eficazes, e promovendo uma
educação verdadeiramente inclusiva e equitativa.

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4. Objetivos
● Objetivo geral: Identificar os desafios enfrentados pela escola no processo de
inclusão escolar.
● Objetivos específicos: Ressaltar a importância da inclusão escolar nos
estabelecimentos de ensino; Entender a potência do processo de inclusão na vivência dos
educandos; Identificar os desafios enfrentados no processo de inclusão escolar.

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5. Metodologia
A metodologia da pesquisa é a maneira de esclarecer como ela foi feita. Segundo
Minayo (2010, p.14) “a metodologia inclui as concepções teóricas da abordagem,
articulando-se com a teoria, com a realidade empírica e com os pensamentos sobre a
realidade”. Este estudo teve como base uma pesquisa bibliográfica, visando analisar e
alcançar os objetivos propostos. Foi feita uma revisão bibliográfica para descrever as
dificuldades encontradas pelas escolas, no que diz respeito a inclusão, ainda mostrando
que a educação é um direito de todos.
Como esclarece Boccato, (2006, p.266),

A pesquisa bibliográfica busca a resolução de um problema (hipótese), por meio de


referências teóricas publicadas, analisando e discutindo as várias contribuições científicas.
Esse tipo de pesquisa trará subsídios para o conhecimento sobre o que foi pesquisado,
como e sob que enfoque e/ou perspectiva foi tratado o assunto apresentado na literatura
científica. Para tanto, é de suma importância que o pesquisador realize um planejamento
sistemático do processo de pesquisa, compreendendo desde a definição temática,
passando pela construção lógica do trabalho até a decisão de sua forma de comunicação e
divulgação.

De acordo com a visão de Lakatos (1994, p.44) a pesquisa bibliográfica “oferece


meios para definir, resolver, não somente problemas já conhecidos, como também
explorar novas áreas, onde os problemas ainda não se cristalizaram suficientemente”.
Aqui, buscou-se a leitura e análise de algumas obras que falam sobre a inclusão e os
obstáculos encontrados na escola para que ela seja realmente inclusiva. Após a leitura e
anotações desse material foi elaborado o presente estudo com o objetivo de conhecer
algumas das diferentes contribuições científicas sobre o determinado tema. Durante a
construção do referencial teórico buscou-se um embasamento em autores que abordam
temas relacionados a este trabalho.

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6. Revisão bibliográfica/ Estado da arte

A sociedade inclusiva fundamenta-se numa filosofia que reconhece a


diversidade humana, garantindo o acesso e participação de oportunidades, independente
das peculiaridades de cada pessoa, levando a não exclusão escolar, mas nos deparamos
com uma realidade escolar, que não foi preparada e estruturada para trabalhar com a
diversidade da educação inclusiva. A inclusão é um movimento social de luta das pessoas
com deficiência na busca de seus direitos e lugar na sociedade. A ideia de uma sociedade
inclusiva fundamenta-se numa filosofia que reconhece e valoriza a diversidade, como
característica inerente à constituição de qualquer sociedade. Compreender que tão
importante quanto vivenciar uma Pedagogia inclusiva na escola, é reconhecer que
inclusão não se refere somente a pessoas com necessidades educacionais especiais. No
século XIX, portadores de necessidades especiais eram vistos como incapazes, não
havendo no momento algo que trouxesse esperança para mudar essa realidade. Na
sociedade da época esses indivíduos viviam às margens do abandono social e até mesmo
abandono da própria família. Somente no fim da década de 60 houve a iniciação da
interação escolar com o objetivo de inserir portadores de necessidades nos sistemas
gerais da sociedade, porém os portadores de necessidades especiais é que deveriam
adaptar-se à sociedade já organizada, apesar de ser forte e decisivo esse movimento não
trouxe resultado satisfatório já que nada fora modificado dentro da sociedade na época.
A inclusão surgiu para desmistificar os paradigmas educacionais, após todos esses anos
de exclusão, essas crianças passaram a ser vistas de forma mais humana que possibilitou
o desenvolvimento social e humano.

Sendo assim, toda escola deveria estar engajada para essa nova etapa,
desenvolvendo um projeto político pedagógico que envolvesse esses alunos especiais,
tendo instrumental didático, esclarecimento sobre as necessidades educacionais
especiais do aluno, entre outros aspectos. Apesar da luta por escolas de boa qualidade
para todos, com todos e para toda vida, é comum encontrar educadores cheios de
dúvidas e resistentes às mudanças no que diz respeito à inclusão. A criação de uma escola
onde todos sintam-se reconhecidos, valorizados e respeitados envolve cuidar dos
conteúdos ensinados e da maneira como o currículo é transmitido. O currículo deveria
destinar-se às muitas maneiras em que os alunos se diferenciam.

Mantoan (2003, p.67) afirma que:

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A inclusão não prevê a utilização de práticas de ensino específicas para esta ou aquela
deficiência/e ou dificuldade de aprender. Os alunos aprendem nos seus limites e se o ensino,
for de fato, de boa qualidade, o professor levará em conta estes limites e explorar
convenientemente as possibilidades de cada um.

No ensino inclusivo, os alunos deveriam aprender que, apesar das diferenças, todos
nós temos direitos iguais, independentemente de limitações ou necessidades
educacionais. Ao falar de inclusão escolar é preciso compreender a complexidade e a
amplitude que envolve esta temática, já que os desafios impostos às escolas ainda são
grandes. As instituições carecem de estruturas adequadas, os recursos são poucos e as
adaptações para abrir um mundo cheio de possibilidades e garantir que o apoio
individualizado seja pleno, ainda é precário. Também é necessário ir muito além de
simples capacitações e especializações de caráter informativo para o professor lidar com
essa população.

Para muitos a proposta da educação inclusiva é um grande e novo desafio que provoca
insegurança, requer muito estudo, observação e busca de apoio pedagógico. É um
caminho a ser trilhado com muitas dificuldades, mas que com apoio e dedicação pode ser
alcançado. Não basta inserir os alunos com deficiência nas escolas sem estrutura, sem
recursos e qualificação de profissionais que atuam na área, além de comprometimento
por parte dos familiares.

Para incluir é necessário romper com os preconceitos criados pela sociedade, trabalhar
com um objetivo de ter uma sociedade mais justa na qual os professores não tenham
medo do novo, dando-lhes formação adequada para que se sintam seguros em sala de
aula e possam transmitir os conteúdos com qualidade, melhorar o pensamento das
crianças em relação ao colega que é diferente, ensinando-os a respeitá-los. A família
precisa fazer parte desse processo, o amparo e compreensão familiar são imprescindíveis
para a inclusão educacional e social, primeiramente é preciso que as famílias aceitem suas
crianças, rompendo com o preconceito de que elas são dependentes para tudo, por outro
lado, muitos pais superprotegem seus filhos não os levam para a escola na tentativa de
não fazê-los sofrer. Muitas crianças chegam às escolas cheias de preconceitos, a própria
sociedade precisa passar por reformas em sua forma de ver o próximo e esse é um longo
caminho a ser percorrido para que as novas gerações tenham êxito na convivência com as
diferenças, trabalhando o pensamento das crianças de hoje, pois elas serão os cidadãos
de amanhã.

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A ideia de incorporar as crianças com necessidades educacionais especiais na escola
comum está presente desde o movimento pela integração escolar, que, entretanto,
entendia que o problema estava centrado nas crianças e deixava implícita uma visão
acrítica da escola, por pressupor que as escolas comuns conseguem educar pelo menos
os considerados normais. Ao mesmo tempo em que o ideal da inclusão se globaliza e se
torna pauta de discussão obrigatória para todos os interessados nos direitos dos alunos
com necessidades educacionais especiais, são renovadas velhas controvérsias, que
estavam também presentes no ideário da integração escolar, e que se referem às formas
de efetivá-la. Conhecer as diferentes maneiras pelas quais os sujeitos apresentam
necessidades especiais só toma sentido quando educadores e seus familiares
oportunizam seu desenvolvimento, concebendo-os como pessoas humanas, com
potenciais a serem descobertos e aprimorados, possibilitando assim condições dignas de
acesso à educação como a vida em sociedade.

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7. Referências

BOCCATO, V.R.C. Metodologia da pesquisa bibliográfica na área odontológica e o artigo


científico como forma de comunicação. Revista de Odontologia da Universidade da
Cidade de São Paulo 2006.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. São Paulo: Atlas, 1988.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretária de Educação Especial. Documento subsidiário


à política de inclusão. Brasília: SEESP, 2006.

Declaração de Salamanca e Linha de Ação sobre Necessidades Educativas Especiais.


Brasília: Corde, 1994.

LAKATOS, E.M.; MARCONI, M. A. Fundamentos de metodologia científica. São Paulo:


Atlas, 1994.

MINAYO, M.C. Pesquisa social: teoria, método e criatividade. Petrópolis, RJ. Vozes, 2010.

MANTOAN, M.T.E. Inclusão escolar: o que é? por quê? como fazer?. São Paulo: Moderna,
2003.

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