Você está na página 1de 17

UNIMINAS

PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL E CLÍNICA

JOSIANE APARECIDA RIBEIRO

INCLUSÃO E SEUS REFLEXOS NA EDUCAÇÃO

SANTA JULIANA MG
2023
INCLUSÃO E SEUS REFLEXOS NA EDUCAÇÃO

Josiane Aparecida Ribeiro1,


RESUMO
A inclusão e seus reflexos na educação pegaram as escolas de calças curtas, e esse é um dado
indiscutível. O nível de escolaridade que mais parece ter sido atingido por essa inovação é o ensino
fundamental. Uma análise desse contexto escolar é importante para entender a razão de tanta
dificuldade e perplexidade diante da inclusão, especialmente quando o inserido é um aluno com
deficiência. Há a possibilidade de apontar a razão de se propor inclusão escolar com urgência e
determinação, em atenção ao objetivo primordial dos sistemas educativos qual seja a
responsabilidade de matricular todos sem exclusão no ensino regular. Sabe-se que o ensino básico,
como um todo, é prisioneiro da transmissão dos conhecimentos acadêmicos e aos alunos cabe sua
reprodução, nas aulas e nas provas. A divisão do currículo em disciplinas fragmenta e especializa os
saberes e faz de cada conteúdo um fim em si mesmo, e não um dos meios de que se dispõe para
esclarecer o mundo em que vivemos e para entender melhor a nós mesmos. O tempo de aprender é
o dos anos escolares, porque é necessário hierarquizar a complexidade do conhecimento, sequenciar
as etapas de sua aprendizagem, mesmo sendo este o básico, o elementar do saber. Com esse perfil
organizacional, pode-se imaginar o impacto da inclusão na maioria das escolas, especialmente
quando se entende que incluir é não deixar ninguém de fora da escolar regular, ou seja, ensinar
todos, indistintamente, ocultando em um emaranhado de metodologias, com a finalidade de reagir, de
uma maneira própria e sutil ao cotidiano de vidas humanas. Nessa conjuntura, o presente artigo está
fundamentado em autores como Bueno (2008), Mantoan (2011) e Galvão Filho (2009).

PALAVRAS-CHAVE: Inclusão; Reflexos; Complexidade do conhecimento.

ABSTRACT

Inclusion and its reflections on education took schools in short pants and this is an
indisputable fact. The schooling level that seems to have been most affected by this innovation is
elementary education and an analysis of this school context is important to understand the reason for
so much difficulty and perplexity in the face of inclusion, especially when the inserted is a student with
a disability. There is a possibility of pointing out the reason for proposing school inclusion, with
urgency and determination, as the primary objective of educational systems, which is the responsibility
of enrolling everyone without exclusion in regular education. It is known that basic education as a
whole is a prisoner of the transmission of academic knowledge and students of its reproduction, in
classes and tests. The division of the curriculum into disciplines fragments and specializes knowledge
and makes each content an end in itself and not one of the means available to clarify the world in
which we live and to better understand ourselves. The time to learn is that of the school years,
because it is necessary to prioritize the complexity of knowledge, to sequence the stages of its
learning, even though this is the basic, the elementary knowledge. With this organizational profile, one
can imagine the impact of inclusion in most schools, especially when one understands that including is
not leaving anyone out of the regular school, that is, teaching everyone, indistinctly, hiding in a tangle
of methodologies, with the purpose of reacting, in its own and subtle way, to the daily life of human
lives. In this context, the article is supported by authors such as Bueno (2008), Mantoan (2011),
Galvão Filho, (2009).

KEYWORDS: Inclusion; Reflexes; Knowledge complexity.

SUMÁRIO
1
E-mail:josianeapribeiro556@gmail.com
1 INTRODUÇÃO 3
2 REVISÃO DE LITERATURA 5
2.1 IGUALDADE DE OPORTUNIDADES É FAZER A DIFERENÇA 6
2.2 A INCLUSÃO NO CONTEXTO ESCOLAR É UM DESAFIO A SER SUPERADO
7
2.3 AÇÕES EDUCATIVAS TÊM COMO EIXOS O CONVÍVIO COM AS
DIFERENÇAS 8
2.4 ESCOLAS INCLUSIVAS CARECEM DE RECONHECER AS NECESSIDADES
DIVERSAS DE SEUS ALUNOS 10
2.5 METODOLOGIA 11
2.6 RESULTADOS E DISCUSSÕES 13
3 CONCLUSÃO 14
4 REFERÊNCIAS 16
3

1 INTRODUÇÃO

Segundo autores como Bueno (2008), uma escola com reflexos inclusivos é
aquela que, mesmo diante de diferentes enfoques e com definições que aproximam
dos princípios de integração, sugere mudança de estilo a partir do compromisso.
Essa atitude pode transformar as práticas e a organização escolar de um padrão de
administração centralizada em um modelo de gestão democrática, inclusiva e
participativa, que tem por finalidade atender sua demanda, além de respeitar as
semelhanças e as diferenças físicas, cognitivas, étnicas, de gêneros com
disponibilidade interna.
Segundo estudos e pesquisas o processo educacional carece de ser
articulado e participativo. O que abriria novas perspectivas de relacionamento entre
os atores abrangidos, aperfeiçoando o diálogo e a convivência entre todos que dela
participam. No entanto, os desafios das diferenças em presença da prática
pedagógica ainda se fazem presentes e prendem essa metodologia, conforme
estudos e autores citados.
A acessibilidade deve-se incluir, conforme Mantoan (2011), além de aspectos
arquitetônicos, alternativas metodológicas que contenham em seus princípios
projetos que garantam melhores e maiores condições de inclusão escolar,
aprimorando a capacitação profissional de todos os educadores, de forma que a
instituição se modernize, atendendo às exigências de uma sociedade que não
admite preconceitos, discriminação, obstáculos, entre outros.
A emergência dessa nova sociedade alerta para padrões requeridos por uma
nação evoluída e humanitária, capaz de promover a interatividade abalizada nas
diferenças e a formação de professores para a educação inclusiva, deve contemplar
uma referência, segundo estudos e pesquisas. Investir na diversidade e na riqueza
que confronta experiências, cultura, significados, garantindo a liberdade das
opiniões.
Diante do contexto, a inclusão e seus reflexos na educação possibilitam
avaliar a educação inclusiva como prioridade diante das políticas públicas? A
educação de alunos com déficit cognitivo no mesmo espaço de alunos sem nehum
sinal de deficiência tem deixado uma grande lacuna na educação.
4

Esse é um grande desafio, tanto para os alunos quanto para os professores,


uma vez que a educação inclusiva deve levar em consideração as diferenças
individuais conforme as habilidades, interesses e potencialidades de cada um.
A escola, enquanto instituição social deve ter por objetivo preparar o homem
para a vida e para assumir seu lugar no meio em que se insere e aceitar as
diferenças individuais sem discriminações.
A escola, justa e desejável para todos, não sustenta apenas o fato de que o
homem é diferente, mas também define um sujeito com sua peculiaridade
(MANTOAN, 2011). Oferecer a todos os alunos condições de existência semelhante
às formas e as condições de vida do resto da sociedade significa atender aos
parâmetros vinculados à inclusão.
Por isso a inclusão deve legitimar-se diante dos novos parâmetros e assumir
uma política educacional planejada, levar o aluno a ter um aprendizado de acordo
com suas capacidades.
Além de garantir que os alunos com deficiência participem integralmente da
educação, equiparando aos regimentos educacionais nos quais todos,
independentemente de suas particularidades, têm o direito fundamental à educação,
objetivo básico.
Mas para que a escola cumpra com qualidade seu papel, é indispensável a
capacitação continuada e permanente dos profissionais de educação. Com isso, os
educadores estarão comprometidos em proporcionar o desenvolvimento pleno das
potencialidades do aluno e pronto para atuar de forma íntegra nesse novo contexto
que busca oferecer oportunidades para todos sem distinção de raça, cor, classes ou
deficiências.
Não se pode mudar a escola em um passe de mágica, mas o dever de
mudança ao acolhimento da inclusão é irreversível.
Neste contexto, propõe-se que a instituição atue numa metodologia a partir da
qual a prática seja para todos, proporcionando cada vez mais a qualidade de vida do
portador de deficiência e fazendo valer o seu direito de cidadania e de inclusão
social.
Descrever sobre a inclusão e seus reflexos na educação, de forma a
compreender as diferenças e particularidades, características essas que precisam
ser respeitadas, às condições preconcebidas no processo de aprendizagem e de
inclusão fundamenta o objetivo geral do presente trabalho, enquanto os objetivos
5

específicos são definidos por discutir as principais características da inclusão


escolar. Assim a escola inclusiva destaca-se por ajustar de forma integradora todos
sem exclusão, seguindo o regimento escolar a fim de oferecer oportunidades e
qualidade de ensino.
Segundo estudos e pesquisas a escola inclusiva deverá distinguir e
responder às necessidades diversas de seus alunos, acomodando os estilos e
ritmos de aprendizagem e assegurando uma educação de qualidade a todos, por
meio de um currículo apropriado com estratégias inovadoras e ensino
contextualizado.
A pesquisa bibliográfica neste trabalho é fundamentada em dados científicos
e autores renomeados. Ela visa aprimorar os fundamentos da inclusão,
caracterizados pelo aprofundamento de estudo, para contribuir com o conhecimento,
na busca de uma resposta para o problema proposto e para os desafios das
diferenças em presença da prática pedagógica.
Os procedimentos de pesquisa aqui empreendidos resultam de uma
investigação sistemática, exploratória, indo além dos fatos, alisando e procurando
compreender suas causas, sendo classificada em seus objetivos como uma
pesquisa bibliográfica, que proporcionará maior familiaridade com o problema, com
vista a torná-lo mais explícito, assumindo a forma de pesquisa exploratória.

2 REVISÃO DE LITERATURA

O desafio da inclusão e seus reflexos na educação são acirrados na prática


educativa e compreende, assim, o processo pedagógico numa visão de inclusão, em
que haja o reconhecimento das diferenças e a promoção da aprendizagem,
superando o preconceito.
Dentre os recursos disponíveis para possibilitar a inclusão há a justificativa de
uma política orientada pelo princípio da inserção social que garante que todos os
alunos devam participar integralmente da educação, da formação e do emprego.
Afinal, todo aluno possui características, interesses, habilidades e necessidade de
aprendizagem que são únicas.
No Capítulo III da Educação, da Cultura e do Desporto, artigo 205, a
Constituição prescreve em seu art. 208, que o dever do Estado com a educação
será efetivado mediante a garantia de: [...]”atendimento educacional especializado
6

aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino”


(BRASIL, 1988).
O termo preferencialmente, que aparece no texto da Constituição, se refere a
atendimento educacional especializado, ou seja, ao que é necessariamente diferente
no ensino para melhor atender às especificidades dos alunos com deficiência,
abrangendo principalmente instrumentos necessários à eliminação das barreiras que
as pessoas com deficiência naturalmente têm para relacionar-se com o ambiente
externo. Vale citar, como exemplo, o ensino da Língua Brasileira de Sinais (LIBRA),
do código Braille, o uso de recursos de informática, e outras ferramentas e
linguagens que precisam estar disponíveis nas escolas ditas regulares.
Segundo Galvão (2009), a concepção inclusiva, e na lei, esse atendimento
especializado deve estar disponível em todos os níveis de ensino, de preferência na
rede regular desde a educação infantil à universidade. Este é o ambiente escolar
que nos parece o mais adequado para se garantir o relacionamento dos alunos
deficientes com seus pares de mesma idade cronológica.
Mantoan (2011) complementa que a quebra de qualquer ação
discriminatória, e todo tipo de interação que possa beneficiar o desenvolvimento
cognitivo, social, motor, afetivo dos alunos, em geral, fundamentará a inclusão e
seus reflexos na educação.

2.1 IGUALDADE DE OPORTUNIDADES É FAZER A DIFERENÇA

Na interpretação evolutiva de nossas normas educacionais, há que se


entender e ultrapassar as controvérsias entre a nova Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional - LDB/1996 e a Constituição Federal/1988.
Segundo estudos e pesquisas o direito à diferença nas escolas desconstrói o
sistema atual de significação escolar excludente, normativo, elitista, com suas
medidas e mecanismos de produção da identidade e da diferença. Contrariar a
perspectiva de uma escola que se pauta pela igualdade de oportunidades é fazer a
diferença, reconhecê-la e valorizá-la.
É preciso reconhecer as diferentes culturas, a pluralidade das manifestações
intelectuais, sociais, afetivas; enfim, precisamos construir uma nova ética escolar,
que advém de uma consciência ao mesmo tempo individual, social e, por que não,
planetária. No desejo da homogeneidade, que tem muito em comum com a
7

democracia de massas, destruíram-se muitas diferenças que nós hoje consideramos


valiosas e importantes.
Nem todas as diferenças necessariamente inferiorizam as pessoas. Há
diferenças e há igualdades, e nem tudo deve ser igual e nem tudo deve ser
diferente. Santo (2009) cita que é preciso que haja o direito de ser diferente quando
a igualdade descaracteriza, e o direito de ser igual quando a diferença inferioriza.
Em resumo, para os defensores da inclusão escolar, é indispensável que os
estabelecimentos de ensino eliminem barreiras arquitetônicas e adotem métodos e
práticas de ensinos adequados às diferenças dos alunos em geral, oferecendo
alternativas que contemplem a diversidade.
Além de recursos de ensino e equipamentos especializados, que atendam a
todas as necessidades educacionais dos educandos, com e sem deficiências, mas
sem discriminações (MANTOAN, 2011).
O acesso a todas as séries do ensino deve ser incondicionalmente garantido
a todos. Para tanto, os critérios de avaliação e de promoção, com base no
aproveitamento escolar e previsto na LDB/1996 (art. 24), devem ser reorganizados,
de forma a cumprir os princípios constitucionais da igualdade de direito ao acesso e
permanência na escola, bem como do acesso aos níveis mais elevados do ensino,
da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um.
Os serviços de apoio especializado, tais como os de intérpretes de língua de
sinais, aprendizagem do sistema Braille e outros recursos especiais de ensino e de
aprendizagem, não substituiriam como ainda ocorrem hoje, as funções do professor
responsável pela sala de aula da escola regular.
Nesse contexto a inclusão e seus reflexos na educação são avaliados de
forma efetiva, colocando em pauta a realidade e a preocupação do ensino que
estabelece direitos iguais para todos os alunos e aprendizado de qualidade.

2.2 A INCLUSÃO NO CONTEXTO ESCOLAR É UM DESAFIO A SER SUPERADO

Segundo estudos e pesquisas a maioria dos alunos das classes especiais é


constituída daqueles que não conseguem acompanhar os seus colegas de turma, ou
os indisciplinados, os filhos de lares pobres, de negros e outros. Pela ausência de
laudos periciais competentes e de queixas escolares bem fundamentadas, esses
8

alunos correm o risco de serem admitidos e considerados como alunos


problemáticos.
Em acordo com Galvão (2009) e Damasceno (2009), a realidade da inclusão
no contexto escolar ainda é um desafio a ser superado e seus reflexos estão
aflorados. E o papel da escola é romper com o preconceito e dar condições de
atuações reais para os professores como a formação continuada, especializações e
supervisões, pois para incluir é necessário mais preparo e mais discernimento, além
de um planejamento articulado.
Problemas conceituais desrespeitam a preceitos constitucionais,
interpretações tendenciosas da legislação educacional, preconceitos distorcem o
sentido da inclusão escolar, reduzindo-a unicamente à inserção de alunos com
deficiência no ensino regular, segundo estudos e pesquisas.
Essas são as maiores barreiras a serem enfrentadas pelos que defendem a
inclusão escolar, fazendo retroceder as iniciativas que visam à adoção de posições
inovadoras para a educação de alunos em geral.
Confirma-se, ainda, mais uma razão de ser da inclusão um motivo a mais
para que a educação se atualize e para que os professores aperfeiçoem as suas
práticas e para que escolas públicas e particulares se obriguem a um esforço de
modernização e de reestruturação de suas condições atuais a fim de responderem
às necessidades de cada um de seus alunos, em suas especificidades, sem cair nas
malhas da educação especial e suas modalidades de exclusão.
Nesse contexto, o tema a inclusão e seus reflexos na educação fundamenta a
necessidade de contemplar novas metodologias da educação inclusiva e educação
especial como colaboradoras da prática pedagógica na configuração apropriada,
somando as experiências que o cenário educacional oferece é uma condição para
redimir as fragilidades da atualidade.

2.3 AÇÕES EDUCATIVAS TÊM COMO EIXOS O CONVÍVIO COM AS


DIFERENÇAS

A tomada de decisões sobre o que se ensina, como se ensina, partindo das


finalidades a quem se destina e com que objetivos implica em compromisso em
atender todos sem nenhuma distinção e o principal responsável é o professor. Um
ensino de qualidade que procura formar cidadãos sérios, comprometidos com a
9

sustentabilidade e com ética com o desenvolvimento de suas habilidades é pautado


na diversidade.
A escola é abalizada pelo fracasso e pela evasão de uma parte significativa dos
seus alunos, que são marginalizados pelo insucesso e privações devotadas e pela
baixa autoestima resultante da exclusão escolar e social.
Embora a inclusão seja uma prática recente e ainda incipiente nas escolas
para entendê-la com maior rigor e precisão, é suficiente questionar as ações na
direção de uma escola para todos, como determina o tema, a inclusão e os seus
reflexos na educação.
As propostas educacionais que proclamam a inclusão precisam avaliar as
diferenças, ou seja, alunos com deficiências e todos os demais excluídos são as
sementes da transformação.
Essas propostas reconhecem e valorizam as diferenças como condição para
que haja avanço, mudanças, desenvolvimento e aperfeiçoamento da educação
escolar.
A diferença, nesses espaços, é o que o outro é, ele é branco, ele é religioso,
ele é deficiente, como nos afirma Silva (2000), é o que está sempre no outro, que
está separado de nós para ser protegido ou para nos protegermos dele. Em ambos
os casos, todos ficam impedidos de realizar e de conhecer a riqueza da experiência
da diversidade e da inclusão.
As ações educativas têm como eixos o convívio com as diferenças, a
aprendizagem como experiência relacional e participativa, que produz sentido para o
aluno, pois contempla a sua subjetividade, embora seja construída no coletivo das
salas de aula. As soluções sugeridas para se reverter esse quadro parecem reprisar
as mesmas medidas que o criaram.
Em outras palavras, pretende-se resolver a situação a partir de ações que não
recorram a outros meios, que não buscam novas saídas e que não vão a fundo nas
causas geradoras do fracasso escolar.
Ainda hoje é distorcido propositadamente o conceito de inclusão, esta
condicionada à capacidade intelectual, social e cultural dos alunos.
Para atender às expectativas e exigências da escola, precisam cair por terra
com urgência. Entretanto, sabemos que podemos refazer a educação escolar,
segundo novos paradigmas, preceitos, ferramentas, tecnologias educacionais.
10

Portanto, pensando nas condições para transformar a escola em inclusiva, é


necessário propor uma escola única e para todos. Nela, a cooperação substituirá a
competição, pois o que se pretende é que as diferenças se articulem e se
componham e que os talentos de cada um sobressaiam. Diante do contexto, a
inclusão e seus reflexos na educação possibilitam avaliar a educação inclusiva como
prioridade diante das políticas públicas.

2.4 ESCOLAS INCLUSIVAS CARECEM DE RECONHECER AS NECESSIDADES


DIVERSAS DE SEUS ALUNOS

Em consonância com a realidade da inclusão no contexto escolar que


desponta como uma ação democrática que deve ser aplicada, parte dos
pressupostos de que todos têm direitos iguais independentes das suas
particularidades.
Segundo autores já mencionados a inclusão total e irrestrita é uma
oportunidade para reverter a situação da maioria das escolas, as quais atribuem aos
alunos as deficiências que são do próprio ensino ministrado por elas. Sempre se
avalia o que o aluno aprendeu o que ele não sabe, mas raramente se analisa o que
e como a escola ensina, de modo que os alunos não sejam penalizados pela
repetência, com a evasão, a discriminação e a exclusão.
É fácil receber os alunos que aprendem, apesar da escola, e é mais fácil
ainda encaminhar os que têm dificuldades de aprendizagem para as classes e
escolas especiais, sendo ou não deficientes, aos programas de reforço e
aceleração.
Escolas inclusivas carecem de reconhecer e responder às necessidades
diversas de seus alunos, acomodando ritmos de aprendizagem diferentes e
assegurando uma educação de qualidade a todos, por meio de uma metodologia
eficaz e de planejamento atualizado de ensino.
Diferentes transformações sociais presentes na coletividade atual assinalam
para a valorização da diversidade humana e para a superação da exclusão e da
discriminação. Uma das consequências dessas mudanças mostrar-se pelo avanço
da inclusão nas instituições de ensino, limitando gradativamente o percentual de
alunos com deficiências fora das escolas comuns.
11

Essa inclusão tem sido favorecida também pelos avanços tecnológicos que
surgem como fatores estruturantes de novas alternativas e concepções pedagógicas
conforme os autores (Galvão Filho; Damasceno, 2009), oferecendo novas
oportunidades para a construção do conhecimento, principalmente por meio das
tecnologias de informação e comunicação.
O uso dos recursos tecnológicos na educação de forma acessível e com
diferentes alternativas pedagógicas tem transformado a escola tradicional em uma
instituição mais sintonizada com as mudanças que ocorrem na sociedade, uma
escola dialógica e inclusiva (GALVÃO FILHO; DAMASCENO, 2009). Esses avanços
também têm beneficiado o desenvolvimento dos alunos que apresentam algum tipo
de deficiência, possibilitando a superação de entraves decorrentes de
comprometimentos das funções motoras, sensoriais ou de comunicação dos alunos
com determinada deficiência.

Os recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivam


promover a funcionalidade, relacionada à atividade e participação de
pessoas com deficiência, incapacidades ou mobilidade reduzida, visam
autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social (GALVÃO
FILHO; DAMASCENO, 2009).

A difusão do conhecimento auxilia o homem a enfrentar e vencer os desafios


de um mundo cada vez mais complexos e entender e partilhar dessa difusão. Isso
leva o professor a fazer uma vinculação inclusiva e voltada para seu aluno,
independentemente de sua identidade.Nesse sentido, quanto mais desafiador for
esse ambiente, mais lhe possibilitará a ampliação de conhecimentos acerca de si
mesmo, dos outros e do meio em que vive, refletindo sobre o espaço dado e
incorporando os diferentes significados que lhe são atribuídos.
Incluir é necessário, primordialmente, para melhorar as condições da escola,
de modo que nela se possam formar gerações mais preparadas para viver a vida na
sua plenitude, livremente, sem preconceitos e sem barreiras (GALVÃO FILHO;
DAMASCENO, 2009).Diante do contexto, a inclusão e seus reflexos na educação
possibilitam avaliar a educação inclusiva como prioridade diante das políticas
públicas.

2.5 METODOLOGIA
Na atual conjuntura, uma nova postura e um repensar de situações, o senso
criativo crítico deverá estar aguçado, para entrar em ação e responder
12

operacionalmente, visando às soluções dos problemas específicos. Nessas


condições deveriam ser revistas, inclusive, metodologias que vêm sendo adotadas,
em termos plenos e específicos.
A nossa Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 1988) respalda os que
propõem avanços significativos para a educação escolar de pessoas com
deficiência, quando elege como fundamentos da República a cidadania e a
dignidade da pessoa humana (art. 1º, incisos II e III), e, como um dos seus objetivos
fundamentais a promoção do bem de todos, sem preconceitos de origem, raça,
sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação (art. 3º, inciso IV). Ela
garante ainda o direito à igualdade (art. 5º) e trata, no art. 205 e seguintes, do direito
de todos à educação. Esse direito deve visar ao pleno desenvolvimento da pessoa,
seu preparo para a cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Além disso, a Constituição elege como um dos princípios para o ensino a
igualdade de condições de acesso e permanência na escola (art. 206, inciso I),
acrescentando que o dever do Estado com a educação será efetivado mediante a
garantia de acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação
artística, segundo a capacidade de cada um (art. 208, V).
Quando garante a todos o direito à educação e ao acesso à escola, a
Constituição Federal não usa adjetivos. Assim sendo, toda escola deve atender aos
princípios constitucionais, não podendo excluir nenhuma pessoa em razão de
origem, raça, sexo, cor, idade ou deficiência.
Apenas esses dispositivos bastariam para que não se negasse a qualquer
pessoa, com ou sem deficiência, o acesso à mesma sala de aula que qualquer outro
aluno. Um dos argumentos sobre a impossibilidade prática da inclusão total aponta
os casos de alunos com deficiências severas, múltiplas, notadamente a deficiência
mental, os casos de autismo.
A Constituição admite que o atendimento educacional especializado também
possa ser oferecido fora da rede regular de ensino, em qualquer instituição, já que
seria apenas um complemento e não um substitutivo do ensino ministrado na rede
regular para todos os alunos.
Segundo Fávero e Ramos (2002), essa substituição não está de acordo com
a Constituição, que prevê atendimento educacional especializado, e não educação
especial. Ela somente prevê esse atendimento para os portadores de deficiência,
13

justamente por este atendimento referir-se ao oferecimento de instrumentos de


acessibilidade à educação.
A metodologia vem garantir que a educação é para todos e isso significa que
é para todos mesmo. Para atingir o pleno desenvolvimento humano e o preparo para
a cidadania, entende-se que essa educação não pode realizar-se em ambientes
segregados.
A utilização de métodos que contemplem as mais diversas necessidades dos
estudantes, inclusive eventuais necessidades especiais, deve ser regra no ensino
regular e nas demais modalidades de ensino, que educação visa ao pleno
desenvolvimento humano e ao seu preparo para o exercício da cidadania (art. 205),
qualquer restrição ao acesso a um ambiente marcado pela diversidade, que reflita a
sociedade como ela é como forma efetiva de preparar a pessoa para a cidadania,
seria uma diferenciação ou preferência que estaria limitando em si mesma o direito à
igualdade dessas pessoas.
Para superar os desafios das diferenças em presença da prática pedagógica,
torna-se fundamental aplicar técnicas a partir das quais prevaleça o princípio
fundamental da escola inclusiva é que todos devem aprender juntos, sempre que
possível, independentemente de quaisquer dificuldades ou diferenças que possam
ter.
Assim a metodologia fundamenta a escolha do tema e direciona a escola
inclusiva aos direitos dos alunos participarem do aprendizado, sem exclusão, e ao
aprofundamento do tema, analisando os reflexos da inclusão dentro da
psicopedagogia.

2.6 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Uma das maiores barreiras para se mudar a educação é a ausência de


desafios, ou melhor, a neutralização de todos os desequilíbrios que eles podem
provocar na nossa velha forma de ensinar. E essa neutralização vem do próprio
sistema que se dispõe a se modificar, que está investindo na inovação, nas reformas
do ensino para melhorar a sua qualidade.
Se o momento é o de enfrentar as mudanças provocadas pela inclusão
escolar, logo não há um bom entendimento do sentido dessa inovação, até mesmo
no discurso pedagógico, reduzindo-a a um grupo de alunos e continuar a excluir
14

tantos outros alunos e mesmo a restringir a inserção dos alunos com deficiência aos
que conseguem acompanhar as suas turmas escolares.
A promoção de um aprendizado efetivo ao aluno diante do contexto da
diversidade humana, por meio de novas tecnologias como a tecnologia assistiva e a
comunicação alternativa é meta e deve ser cumprida.
Diante do contexto, a inclusão e seus reflexos na educação estabelece a
meta da educação inclusiva como prioridade diante das políticas públicas e do atual
contexto, visando uma mudança estratégica e participativa sobre inclusão. Se as
políticas públicas estiverem diretamente conectadas a realidade educacional a
escola inclusiva será a mesma que todos sonham em ver e estar presente.

3 CONCLUSÃO

É preciso encontrar elementos para facilitar a introdução de uma inovação,


fazendo o mesmo que se fazia antes, mas sob outra qualificação ou em um local
diferente. Este é o caso de se incluir crianças nas salas de aula comuns, mas com
todo o processo do ensino especial, sem que com isso seja necessário rever as
práticas excludentes do ensino regular.
Os argumentos são diversos, pelos quais a escola tradicional ainda resiste à
inclusão. Eles refletem a incapacidade de atuar diante da complexidade, da
diversidade, da variedade, do que é real nos seres e nos grupos humanos. Os
alunos não são virtuais, objetos categorizáveis.
Eles existem de fato, são pessoas que provêm de contextos culturais os mais
variados, representam diferentes segmentos sociais. Produzem e ampliam
conhecimentos e têm desejos, aspirações, valores, sentimentos e costumes com os
quais se identificam. Em uma palavra, esses grupos de pessoas não são criações da
nossa razão, mas existem em lugares e tempos não ficcionais, evoluem e são
compostos de talentos humanos.
A inclusão também se legitima, porque a escola para muitos alunos é o único
espaço de acesso aos conhecimentos. É o lugar que vai lhes proporcionar
condições de se desenvolver e de se tornar um cidadão, alguém com identidade
social e cultural que lhes confere oportunidades de ser e de viver dignamente.
15

A posição é oposta a escola conservadora, pois entende que as diferenças


estão sendo constantemente feitas e refeitas, já que vão diferindo, infinitamente.
Essa produção merece ser compreendida e não apenas respeitada e tolerada.
As ações educativas têm como eixos o convívio com as diferenças e a
aprendizagem como experiência participativa, que produz sentido para o aluno, pois
contempla sua subjetividade, embora construída no coletivo da sala de aula. Diante
do contexto, a inclusão e seus reflexos na educação possibilitam avaliar a educação
inclusiva como prioridade diante das políticas públicas.
Assim, o desafio da inclusão está desestabilizando as cabeças dos que
sempre defenderam a seleção, a dicotomização do ensino nas modalidades especial
e regular, as especializações e especialistas, o poder das avaliações, da visão
clínica do ensino e da aprendizagem. A ética, em sua dimensão crítica e
transformadora é que referenda nossa luta pela inclusão.
16

4 REFERÊNCIAS

1 BRASIL. Congresso Nacional. Constituição: República Federativa do Brasil.


Brasília, Centro Gráfico, 1988.

2 BUENO, José Geraldo Silveira. As políticas de inclusão escolar uma prerrogativa


da educação especial In: MENDES, Geovana Mendonça Lunardi; SANTOS, Roseli
Albino dos; BUENO, José Geraldo Silveira. Deficiência e escolarização: novas
perspectivas de análise. Araraquara. SP: Junqueira e Marim; Brasília, DF: Capes
2008.

3 GALVÃO FILHO, T. A.; DAMASCENO, L. L. 2009. As novas tecnologias e a


tecnologia assistiva: utilizando os recursos de acessibilidade na educação especial.
In: Anais do III Congresso Ibero-americano de Informática na Educação
Especial. Fortaleza, MEC, 2009.

4 FÁVERO. E. A. G. & RAMOS, A. C. Considerações sobre os direitos das


pessoas com deficiência. Apostila. São Paulo, Escola Superior do Ministério
Público da União, 2002.

5 LDB. Lei nº 9.394 -LDB: Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. 1996.

6 MANTOAN, Maria Teresa Egler. O desafio das diferenças nas escolas. 4 ed.
Petrópolis, Rio de Janeiro, Vozes, 2011.

7 SILVA, T. T. Identidade e diferença: a perspectiva dos estudos culturais.


Petrópolis, Vozes, 2000.

Você também pode gostar