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ISEED – FAVED

NOME DO ALUNO

AS DIFICULDADES DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA NA ESCOLA REGULAR

VIRGINÓPOLIS – MG
2024
2

ISEED – FAVED
NOME DO ALUNO

AS DIFICULDADES DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA NA ESCOLA REGULAR

Trabalho de conclusão de curso apresentado como


requisito parcial à obtenção do título de Pós
Graduada em Educação Especial
.

VIRGINÓPOLIS – MG
2024
3

DIFICULDADES DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA NA ESCOLA REGULAR


Nome do aluno

RESUMO

Este estudo tem como objetivo investigar as dificuldades da educação inclusiva na escola
regular e a ação dos educadores ao organizarem o trabalho pedagógico para contribuírem com
a adaptabilidade do aluno, com foco no campo do ensino. A importância da educação
inclusiva tem crescido a cada ano, pois é fundamental para atender às crescentes exigências
sociais. Para que todas as pessoas tenham acesso à informação, ao conhecimento e aos meios
necessários para a formação de sua plena cidadania, é necessário que a inclusão se estabeleça
nas escolas para se valerem as leis e para que desapareçam os vestígios de uma sociedade
preconceituosa. O acesso ao conhecimento de forma plena faz o elo entre o estudante e o
conhecimento, preocupando-se antes de tudo em oferecer ensino de qualidade. Os principais
objetivos da pesquisa foram conhecer como a inclusão é vista, no que isto irá refletir no
desenvolvimento dos alunos e qual a importância da intervenção pedagógica nesse processo.
A metodologia utilizada é a pesquisa bibliográfica com base na opinião de teóricos e
educadores do tema em questão e tem caráter qualitativo, onde este trabalho de pesquisa
sugere uma análise de concepções e teorias sobre a educação inclusiva.

Palavras-chave: Inclusão. Ensino Regular. Intervenção Pedagógica. Ensino Aprendizagem.


4

ABSTRACT

This study aims to investigate the difficulties of inclusive education in regular schools and
the actions of educators in organizing pedagogical work to contribute to student adaptability,
focusing on the field of teaching. The importance of inclusive education has grown every
year, as it is essential to meet the growing social demands. For all people to have access to
information, knowledge, and the means necessary for the formation of their full citizenship, it
is necessary that inclusion be established in schools to uphold the laws and to eliminate the
vestiges of a prejudiced society. Access to knowledge in a comprehensive way makes the link
between the student and knowledge, focusing first and foremost on offering quality education.
The main objectives of the research were to understand how inclusion is viewed, how this will
reflect on student development, and the importance of pedagogical intervention in this
process. The methodology used is bibliographic research based on the opinion of theorists and
educators on the subject in question and has a qualitative character, where this research work
suggests an analysis of conceptions and theories about inclusive education.

Keywords: Inclusion. Regular Teaching. Pedagogical Intervention. Teaching Learning.


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1. INTRODUÇÃO
As principais questões que norteiam este trabalho são o fornecimento de uma
abordagem pedagógica para educadores e familiares que corresponda às necessidades de
alunos portadores de necessidades educacionais especiais. O trabalho se concentra em
questões importantes relacionadas ao processo de inclusão e ao perfil do aluno portador de
necessidades educacionais especiais que entra na escola regular. Além disso, o trabalho
examina a atuação e a contribuição dos envolvidos no processo escolar a partir dos saberes
utilizados e mobilizados por eles para a prática educativa que corresponda aos objetivos
propostos deste processo. O objetivo final é promover o desenvolvimento de saberes
necessários à atuação do professor, do pedagogo, de especialistas para que possam delinear
nas escolas, espaços para o desenvolvimento de uma verdadeira prática educativa, benéfica ao
ambiente escolar, à sociedade e principalmente ao aluno de que dela necessita. O trabalho
também visa contribuir para a educação integral do aluno e para a construção de sua
cidadania, sob o ponto de vista da educação e da nova perspectiva de um mundo inclusivo.
Para que as escolas possam atender a todos os alunos que adentram suas portas, é
necessário que os responsáveis se comprometam com as estratégias e determinações
estabelecidas. Para isso, é fundamental que haja diálogo, cumplicidade e parceria entre todos
os envolvidos. Estudos realizados por especialistas fornecem sugestões e ideias que ajudam os
educadores a adquirir uma postura mais adequada para trabalhar com alunos portadores de
necessidades especiais e encontrar alternativas para melhorar a qualidade da prática
pedagógica e, consequentemente, do ensino
O termo inclusão consiste em buscar qualidade para todas as pessoas, com ou sem
deficiência, visando elevar a qualidade de vida dessas pessoas e das suas famílias por meio de
serviços de qualidade em saúde, educação e trabalho. Bem como, demonstrar a importância
na luta das minorias na defesa de seus direitos.
É almejado que uma uma sociedade inclusiva seja baseada em uma filosofia que
reconheça e valorize a diversidade, cujo propósito aponte para a necessidade de garantir o
acesso e participação de todos, das oportunidades, independentemente das características de
cada pessoa.
Uma escola democrática e inclusiva, deve ser articulada e construída de acordo com
decisões que reflitam as necessidades reais dos alunos e a realidade social ao qual ele
pertence.
Entretanto, muitas vezes, o ambiente escolar transmite um cenário de desapreço,
devido ao despreparo, condições inadequadas e falta de comprometimento com os alunos
6

portadores de necessidades educativas especiais. Dessa forma, há necessidade de repensar as


suas concepções e ressignificar o processo de desenvolvimento da pessoa; com propostas que
objetivam contribuir de maneira efetiva para o desenvolvimento dentro de uma estrutura
organizada para atender a diversidade.
É necessário percorrer um extenso trajeto para que a escola atinja um padrão de
excelência que a capacite a receber o aluno em conformidade com uma proposta pedagógica
que verdadeiramente atenda aos desejos tanto do indivíduo quanto da família que aguarda sua
adaptação e progresso. De maneira aleatória, diversas instituições de ensino tentam oferecer
suporte para integrar alunos com necessidades especiais, embora estejam mais acostumadas a
lidar com a uniformidade, focando apenas na determinação de superar esse desafio. O
resultado é evidente: professores despreparados, sem a devida habilitação, carentes de
conhecimento, um déficit nos sistemas educacionais e uma cultura escolar destinada ao
insucesso.
No entanto, é crucial encarar a inclusão como uma realidade que se apresenta à escola,
sendo prioritário considerar o bem-estar de todos os que ingressam nela, independentemente
das características das pessoas que buscam seus direitos. Existem vários obstáculos a serem
superados para concretizar propostas de inclusão. Em linhas gerais, cabe ao governo a
elaboração de leis e projetos que estabeleçam condições propícias à inclusão e que
verdadeiramente desempenhem um papel crucial na consecução de todos os objetivos
propostos.
O ambiente escolar e a abordagem educacional igualitária criam as circunstâncias
ideais para que o indivíduo possa expressar e estruturar sua personalidade ao longo de um
processo de aprendizado gradual. O ato de aprender é crucial para o desenvolvimento do
indivíduo. Portanto, a escola precisa permanecer atenta à realidade atual, adotando uma
postura inovadora e implementando ações que visem proporcionar oportunidades e adaptar-se
às necessidades dos alunos com exigências educacionais especiais. Repensar a prática
pedagógica é essencial para concretizar a aprendizagem.
Para alcançar esse objetivo, os professores devem envolver-se de maneira mais
positiva, estar devidamente capacitados e preparados para lidar com a diversidade,
demonstrando amor, objetividade e responsabilidade. Essa abordagem visa evitar o fracasso e
as rejeições que podem levar ao isolamento, depressão e comportamentos defensivos,
agressivos e insubordinados por parte dos alunos. Um ambiente escolar propício, que
proporcione satisfação e prazer, é fundamental para superar esses desafios e promover o
7

desenvolvimento esperado. Isso inclui o trabalho com a diversidade no planejamento de


atividades e o estímulo a comportamentos solidários entre os alunos.
Este estudo foi conduzido com base em uma revisão bibliográfica sobre o tema,
considerando também a análise da prática pedagógica, proporcionando uma compreensão de
como lidar com crianças e adolescentes com diferentes tipos de deficiência. A pesquisa
levantou hipóteses sobre a reação dos alunos considerados normais diante da inclusão de
alunos especiais na sala de aula, destacando a importância de investigar e compreender essa
dinâmica.
O objetivo central é discutir as estruturas legais, políticas e pedagógicas da educação
especial, com foco no processo de inclusão como garantia de acesso e permanência de pessoas
com necessidades educacionais especiais no sistema regular de ensino. É crucial analisar o
percurso histórico da educação especial, estudar a legislação relacionada, compreender as
diferenças entre necessidades educativas especiais e deficiência, explorar os conceitos de
inclusão e integração, e examinar o papel do professor no processo de inclusão.
Em última análise, este trabalho possibilita uma reflexão sobre a organização do
trabalho pedagógico na educação inclusiva, direcionando a necessidade de conhecer e
implementar transformações no sistema de ensino. O foco é ressaltar a importância do aluno
em si, em vez de suas deficiências e limitações, oferecendo subsídios e condições para superar
as diversas barreiras que se apresentam na concretização da proposta de inclusão, visando,
assim, o bem-estar do aluno.
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2. REFERENCIAL TEÓRICO
A Educação Inclusiva representa uma abordagem educacional que visa garantir a
participação plena e efetiva de todos os alunos, independentemente de suas características
individuais, em ambientes escolares regulares. Este referencial teórico busca explorar
conceitos-chave, fundamentos legais, desafios e estratégias relacionados à Educação
Inclusiva.

2.1 Conceitos Fundamentais:


A Educação Inclusiva baseia-se na ideia de que todos os alunos têm o direito
fundamental à educação e que as diferenças individuais devem ser valorizadas e respeitadas.
Este paradigma vai além da simples presença física na sala de aula, buscando criar ambientes
que promovam a aprendizagem significativa para todos os estudantes, independentemente de
suas habilidades, origens culturais ou condições de saúde [1].
Forest e Pearpoint (1997) definem o princípio da inclusão como:

Inclusão não trata apenas de colocar uma criança deficiente em uma sala de
aula ou em uma escola. Esta é apenas a menor peça do quebra-cabeça.
Inclusão trata, sim, de como nós lidamos com a diversidade, como lidamos
com as diferenças, como lidamos (ou como evitamos lidar) com a nossa
moralidade. (...) inclusão não quer absolutamente dizer que somos todos
iguais. Inclusão celebra, sim, nossa diversidade e diferenças com respeito e
gratidão. Quanto maior a nossa diversidade, mais rica a nossa capacidade de
criar novas formas de ver o mundo. (...) (1997:138). [2].

A inclusão escolar no sistema de ensino visa acolher todas as pessoas, sem exceção,
sem depender de cor, classe social e condições físicas e psicológicas. O termo é associado
mais frequentemente à inclusão educacional de pessoas com deficiência física e mental [3].
É esperado que uma sociedade inclusiva seja fundamentada numa filosofia que
reconheça e valorize a diversidade, cujo propósito sinaliza a precisão de se garantir o acesso e
participação de todos, a todas as oportunidades, não dependendo das características de cada
pessoa.
Desta forma declara a psicóloga ARPINI (Revista Nova escola. P. 35) [4].

Escola não é lugar de sofrimento e humilhação. Por isso, os professores e


funcionários precisam adotar posturas conscientes e coerentes com seu papel
de formadores. Quem pode dizer onde terminam as possibilidades de
aprendizado de quem tem deficiência? Só com as portas da escola abertas é
que poderemos saber. Por isso ela é tão importante.
9

O termo inclusão surgiu para indicar a entrada do aluno portador de necessidades


especiais no sistema regular de ensino. Também se refere à maneira como se desenvolve a
educação especial como condição de acompanhar o seu desenvolvimento e sua aprendizagem
dentro das possibilidades dos alunos.
A atmosfera educacional e a abordagem equitativa proporcionam o cenário propício
para que o sujeito desenvolva e estruture sua identidade, em um processo educativo em
constante evolução. A expansão pessoal do indivíduo ocorre por meio da postura ativa no ato
de aprender. A instituição escolar, portanto, precisa estar atenta à contemporaneidade, adotar
práticas inovadoras e empenhar-se em oportunizar e adaptar as experiências educacionais dos
alunos com necessidades especiais [5].

2.2 Fundamentos Legais:


A legislação desempenha um papel crucial na promoção da Educação Inclusiva.
Diversos documentos internacionais e leis nacionais estabelecem princípios que respaldam a
inclusão, garantindo direitos iguais e acessíveis a todos os alunos. No contexto brasileiro, a
Constituição Federal, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) e a
Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência são exemplos de marcos legais que
sustentam a Educação Inclusiva [6, 7,8].
O Artigo 2º da Resolução CNE/CEB nº. 2/2001 determina que:

Os sistemas de ensino devem matricular os alunos, cabendo às escolas


organizarem-se para o atendimento aos educandos com necessidades
educacionais especiais, assegurando as condições necessárias para uma
educação de qualidade. [9].

São muitos os órgãos e ações políticas voltados em fazer valer a condição de acolher
o aluno portador de necessidades especiais nas escolas regulares: MEC (esferas Federal,
estadual e municipal), Declaração de Salamanca, ECA, ONU e outros [10, 1, 11, 8].
“É preciso construir uma escola inclusiva que garanta o atendimento à diversidade
humana” [12].
A legislação educacional, especificamente a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional, Lei Nº 4024/61, assegurou o direito à educação para os alunos excepcionais. O
artigo 88 dessa lei estabeleceu que a integração desses alunos na comunidade deveria ser
incorporada ao sistema geral de educação, abrangendo tanto os serviços educacionais
convencionais quanto os especializados. Essa disposição sugere que, caso a educação de
10

pessoas com deficiência não se adequasse ao sistema geral, seria necessário criar um
subsistema específico para atendê-las de forma especializada [13].

2.3. Desafios na Implementação:


A implementação da Educação Inclusiva enfrenta desafios multifacetados, como a
falta de recursos, a resistência cultural, a formação inadequada de professores e a necessidade
de adaptação de práticas pedagógicas. É crucial reconhecer e superar esses obstáculos para
garantir o pleno êxito da inclusão [14].
Conforme destacado por Andrade (2020), ao abordar a temática da escola inclusiva, é
imperativo compreender que a inclusão vai muito além da simples matrícula, estendendo-se
para além da presença de pessoas com deficiência no ensino regular. Uma escola inclusiva
não apenas formaliza a matrícula, mas também providencia todas as adaptações necessárias
para o desenvolvimento integral do aluno. Essas adaptações incluem aspectos como a
estrutura física, o currículo, a abordagem pedagógica, a gestão administrativa, entre outros,
todos essenciais para atender às particularidades de cada estudante [15].
A educação inclusiva é um processo que visa garantir o acesso e a permanência de
todos os alunos na escola, independentemente de suas características pessoais, sociais ou
culturais. No entanto, a implementação da educação inclusiva de jovens e adolescentes nas
escolas pode ser desafiadora. Alguns dos principais desafios incluem:
• Falta de experiência: Alguns professores nunca trabalharam com alunos com
deficiência e/ou com necessidades especiais e isso pode ser um grande desafio. Os educadores
precisam coordenar esforços e compreender as necessidades de todos os seus alunos para
realizar um planejamento adequado que promova o desenvolvimento de sua habilidade [16].
• Inclusão de todos os alunos nas atividades: A inclusão escolar pressupõe que
todos os alunos sejam incluídos nas atividades realizadas em sala de aula. Os professores
precisam conhecer as potencialidades e dificuldades dos alunos com necessidades especiais,
para poder buscar o apoio e os recursos necessários para incluí-los nas tarefas [17].
• Falta de apoio: Muitas vezes, os professores precisam de um apoio em sala de
aula, um professor assistente ou um acompanhante terapêutico. Como as salas de aula podem
ter muitos alunos, a presença de um professor auxiliar possibilita que o professor dê atenção
especial aos seus alunos com deficiências quando precisarem [17].
• Falta de recursos financeiros: As escolas inclusivas enfrentam a escassez de
recursos financeiros para investir em adaptações e equipamentos. Exemplos de mudanças
11

necessárias são reestruturações arquitetônicas, ferramentas audiovisuais apropriadas para o


processo educativo e até a contratação de apoio profissional especializado para determinados
casos [18].
• Falta de formação continuada: A formação continuada é essencial para que os
professores possam lidar com as necessidades dos alunos com deficiência e/ou com
necessidades especiais. É importante que os professores estejam atualizados sobre as
melhores práticas e metodologias de ensino para que possam oferecer um ensino de qualidade
a todos os alunos [19].
• Falta de profissionais especializados: A falta de profissionais especializados na
área de educação especial é um grande desafio para a implementação da educação inclusiva. É
importante que os professores tenham acesso a profissionais especializados que possam ajudá-
los a lidar com as necessidades dos alunos com deficiência e/ou com necessidades especiais
[20].
Esses são apenas alguns dos desafios que as escolas enfrentam ao implementar a
educação inclusiva de jovens e adolescentes. É importante que os educadores estejam cientes
desses desafios e trabalhem juntos para superá-los, garantindo assim que todos os alunos
tenham acesso a uma educação de qualidade {16, 17, 18, 19, 20].
De acordo com Nunes e Lustosa (2018), a educação inclusiva requer organização
escolar e capacitação profissional para trabalhar com qualidade, social e humanitariamente
com crianças, adolescentes e adultos portadores de necessidades especiais. No entanto,
mesmo quando a escola permite o acesso, alguns alunos continuam excluídos, tanto pela falta
de preparo dos educadores quanto por serem considerados um grupo de indivíduos que estão
fora dos padrões homogeneizados da escola. Alguns obstáculos observados neste processo
incluem: resistência, preconceito, falta de infraestrutura de serviços, necessidade de
continuidade no desenvolvimento profissional da equipe pedagógica e parceria com os pais
[21].
É essencial uma transformação na capacitação dos educadores, que devem adquirir
habilidades para reconhecer e atender às diversas necessidades de aprendizagem de todas as
crianças, jovens e adultos, independentemente de possuírem deficiência ou não. Conforme o
artigo oitavo, inciso I, da Resolução CNE/CBE nº2. A partir do momento da inclusão, é
crucial que o professor demonstre habilidade para conviver com a diversidade, superando
preconceitos em relação às minorias. No entanto, a formação dos profissionais da educação
deve estar alinhada com os princípios estabelecidos no Capítulo VI da Lei Nacional de
Diretrizes e Bases da Educação (Lei nº. 9.394/96), garantindo que atenda aos objetivos dos
12

diversos níveis e modalidades de ensino, bem como às características específicas de cada fase
de desenvolvimento do educando [22].
Nesse contexto, reconhece-se a necessidade de capacitar dois tipos de professores:
aqueles do ensino regular com formação básica, incluindo treinamento para lidar com a
diversidade, e professores especializados, que atuariam como uma equipe de atendimento e
apoio.
Bueno, 1999 afirma que,

Se por um lado, a educação inclusiva exige que o professor do ensino regular


adquira formação para fazer frente a uma população que possui
características peculiares, por outro, exige que o professor de educação
especial amplie suas perspectivas, tradicionalmente centradas nessas
características. [23].

De acordo com Nunes e Lustosa (2018), muitos professores da escola comum do


ensino regular não estão preparados para trabalhar com crianças portadoras de necessidades
especiais nem para atuar com as necessidades educacionais especiais, apresentadas pelos
diferentes educandos, sejam eles portadores de necessidades especiais ou não. A inclusão é
um processo complexo que exige aperfeiçoamento constante e não há fórmulas prontas para
lidar com as dificuldades que surgem. A Declaração de Cochabamba reconhece que além das
tarefas técnicas e pedagógicas, a formação continuada dos professores é de relevância, a ponto
de constar no próprio documento final [21].

4. Estratégias para a Educação Inclusiva:


Para alcançar uma Educação Inclusiva eficaz, é necessário adotar estratégias
pedagógicas diferenciadas, promover a diversidade, oferecer suporte individualizado e
fomentar parcerias entre escolas, famílias e comunidades. A formação continuada de
professores, a adaptação de materiais didáticos e a criação de ambientes acolhedores são
elementos essenciais [24].
A educação inclusiva é um processo que visa garantir o acesso e a permanência de
todos os alunos na escola, independentemente de suas características pessoais, sociais ou
culturais. Para que a inclusão seja efetiva, é necessário que sejam adotadas estratégias
pedagógicas que possibilitem a criação de um ambiente favorável à diversidade,
comprometido com o respeito e com as boas práticas que visam à inclusão das pessoas com
deficiências.
13

Uma das estratégias pedagógicas que podem auxiliar no fomento à inclusão escolar é a
flexibilização curricular, que trata de ajustes em alguns aspectos do currículo, como a
adequação curricular, que trata de uma planificação individual, direcionada a alunos com
evidentes defasagens de aprendizagem dos referentes curriculares mínimos. Outra estratégia é
a utilização de múltiplos recursos, como o material didático concreto, que aprimora a
aprendizagem de alunos com necessidades especiais ao utilizar seus sentidos. Sempre que
possível, prefira o material didático concreto do que o abstrato e utilize o máximo de recursos
(visuais, táteis, orais, auditivos e olfativos) [25].
Além disso, é importante que os professores reflitam sobre estratégias que possibilitem
a criação de um ambiente favorável à diversidade, comprometido com o respeito e com as
boas práticas que visam à inclusão das pessoas com deficiências. Para isso, é fundamental que
o professor conheça seu aluno e saiba construir o PDI (Plano de Desenvolvimento
Individualizado). Além de conter estratégias com a finalidade de atender às necessidades de
alunos com deficiência, o PDI ainda valoriza a individualidade de cada um, promovendo uma
adaptação que leva em consideração o estilo de aprendizagem de cada um [25].
Outra estratégia é a formação continuada dos professores, que é essencial para que
possam lidar com as necessidades dos alunos com deficiência e/ou com necessidades
especiais. É importante que os professores estejam atualizados sobre as melhores práticas e
metodologias de ensino para que possam oferecer um ensino de qualidade a todos os alunos
[26].
Por fim, é importante que haja uma parceria com os pais, que muitas vezes
desconhecem a legislação da regulamentação da escola inclusiva e não colaboram no sentido
da compreensão da dificuldade de adaptação da criança no processo de inclusão na escola. É
fundamental que os pais sejam informados sobre a importância da inclusão escolar e que
sejam incentivados a participar ativamente do processo.

3. METODOLOGIA
Para o desenvolvimento deste trabalho, realizou-se uma pesquisa científica em artigos,
livros e blogs, observando-se sempre a confiabilidade das fontes para a extração de dados
fidedignos. Este estudo adotou uma abordagem qualitativa, com o objetivo de compreender
em profundidade as dificuldades enfrentadas na implementação da Educação Inclusiva na
escola regular, por meio de análise documental. A metodologia adotada buscou uma
compreensão profunda e abrangente das dificuldades da Educação Inclusiva na escola regular,
14

integrando múltiplos pontos de vista e contextos. A análise dos dados deverá resultar em
práticas mais eficazes e políticas educacionais mais inclusivas.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
A educação inclusiva é um direito de todas as pessoas com deficiência, transtornos
globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, que devem ter acesso à
educação básica e ao atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede
regular de ensino. No entanto, a implementação da educação inclusiva no Brasil enfrenta
vários desafios, que foram identificados a partir da pesquisa bibliográfica realizada neste
trabalho.
Um dos principais desafios é a falta de apoio governamental, que se reflete na escassez
de recursos financeiros, materiais e humanos para garantir a acessibilidade, a adaptação
curricular e a formação continuada dos profissionais da educação. Segundo o Plano Nacional
de Educação (PNE), a meta é universalizar o acesso à educação básica e ao atendimento
educacional especializado para a população de 4 a 17 anos com deficiência, transtornos
globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação até 20244. No entanto, os
dados do Censo Escolar de 2019 mostram que apenas 87,1% dos alunos com deficiência estão
matriculados na rede regular de ensino, e que apenas 42,9% das escolas públicas possuem
algum tipo de dependência acessível5. Além disso, muitas escolas não contam com salas de
recursos multifuncionais, classes, escolas ou serviços especializados, públicos ou
conveniados, que possam oferecer o suporte necessário aos alunos com necessidades
educacionais especiais [27, 28, 29].
Outro desafio é a resistência da comunidade escolar, que muitas vezes não está
preparada para lidar com a diversidade e as necessidades educacionais especiais dos alunos,
podendo manifestar preconceito, discriminação e exclusão. A inclusão escolar requer uma
mudança de paradigma, que reconheça e valorize as diferenças como potencialidades e não
como limitações. Nesse sentido, é preciso sensibilizar e envolver toda a comunidade escolar
na construção de uma cultura inclusiva, que promova o respeito, a cooperação e a
aprendizagem colaborativa entre os alunos, os professores e os demais funcionários. Para isso,
é fundamental que os professores tenham uma formação adequada, que os capacite para
atender às demandas dos alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e
altas habilidades ou superdotação, respeitando suas singularidades e potencialidades. No
entanto, muitos professores não possuem formação específica no campo da educação especial,
15

ou não recebem apoio pedagógico e orientação para realizar as adaptações curriculares


necessárias [27,28].
Um terceiro desafio é a ausência de participação da família, que é um agente
fundamental para o sucesso da educação inclusiva, mas que nem sempre recebe orientação,
apoio e acompanhamento adequados da escola e dos serviços especializados. A família é a
primeira e mais importante referência para o desenvolvimento da pessoa com deficiência,
transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, e deve ser vista
como parceira da escola na promoção da inclusão escolar. No entanto, muitas famílias não
têm acesso às informações sobre os direitos e as possibilidades de seus filhos, ou enfrentam
dificuldades para lidar com as questões emocionais, sociais e educacionais envolvidas. Por
isso, é necessário que a escola estabeleça uma comunicação efetiva com as famílias,
promovendo a troca de informações, a orientação, o apoio e o acompanhamento das
necessidades e dos avanços dos alunos, bem como dos desafios e das possibilidades da
educação inclusiva [27, 29].
Diante desses desafios, é preciso buscar possibilidades que possam melhorar a
qualidade e a efetividade da educação inclusiva no país, como:
Ampliar o investimento público na educação especial, destinando recursos para a
infraestrutura, a tecnologia assistiva, os materiais pedagógicos, a capacitação dos profissionais
e a oferta de serviços de apoio especializado.
Sensibilizar e envolver toda a comunidade escolar na construção de uma cultura
inclusiva, que valorize a diversidade, o respeito, a cooperação e a aprendizagem colaborativa
entre os alunos, os professores e os demais funcionários.
Estabelecer uma parceria efetiva entre a família e a escola, promovendo a
comunicação, a troca de informações, a orientação, o apoio e o acompanhamento das
necessidades e dos avanços dos alunos, bem como dos desafios e das possibilidades da
educação inclusiva.

5. CONCLUSÃO/CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente trabalho teve como objetivo dissertar sobre as dificuldades da educação
inclusiva na escola regular, a partir de uma pesquisa bibliográfica que abordou os conceitos,
os princípios, os benefícios e os desafios dessa modalidade de educação. A partir da análise
dos dados coletados, foi possível constatar que a educação inclusiva é um direito de todas as
pessoas com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou
superdotação, que devem ter acesso à educação básica e ao atendimento educacional
16

especializado, preferencialmente na rede regular de ensino. No entanto, a implementação da


educação inclusiva no Brasil enfrenta vários desafios, que se relacionam à falta de apoio
governamental, à resistência da comunidade escolar e à ausência de participação da família.
Diante desses desafios, foram sugeridas algumas possibilidades que possam melhorar
a qualidade e a efetividade da educação inclusiva no país, como ampliar o investimento
público na educação especial, sensibilizar e envolver toda a comunidade escolar na construção
de uma cultura inclusiva e estabelecer uma parceria efetiva entre a família e a escola. Essas
possibilidades visam garantir o acesso, a permanência, a participação e a aprendizagem de
todos os alunos, respeitando e valorizando suas diferenças e potencialidades.
Conclui-se, portanto, que a educação inclusiva é um processo contínuo e dinâmico,
que requer uma mudança de paradigma, de atitude e de prática por parte de todos os
envolvidos no sistema educacional. A educação inclusiva não é apenas uma questão de
política pública, mas também de cidadania, de democracia e de justiça social. A educação
inclusiva é um direito humano, que deve ser assegurado a todos, sem discriminação, exclusão
ou segregação. A educação inclusiva é um desafio, mas também uma oportunidade, de
construir uma sociedade mais inclusiva, mais solidária e mais humana.

6. REFERÊNCIAS

[1] UNESCO. Declaração de Salamanca e Linha de Ação sobre Necessidades Educativas


Especiais, 1994.

[2] FOREST, Marsha, PEARPOINT, Jack. Inclusão: um panorama maior. In: GLAT, Rosana
(Org). Educação Inclusiva: cultura e cotidiano escolar.- Rio de Janeiro: 7Letras, 2007.

[3] EDUCAÇÃO, Da. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e


bases da, 2014.
17

Educação, D. (2014). Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e


bases da.
<http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/tvescola/leis/lein9394.pdf>

[4] Revista Nova Escola: grandes pensadores, 2005, p.35.

[5] CAVALCANTE, M. Inclusão é o privilégio de conviver com as diferenças. Nova Escola,


ed. A escola que é de todas as crianças, 2005.

[6] Brasil. Constituição da República Federativa do Brasil, 1988.

[7] Brasil. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394/96), 1996.

[8] ONU. Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, 2006.

[9] SILVA, J. S. D., STEFFENS, C. R., PEREIRA, R. S. Políticas públicas educacionais que
permeiam a prática pedagógica da Educação Infantil na perspectiva da Inclusão
Escolar. Ensino em Re-Vista, 29, 2022.

[10] MINTO, C. A. Educação especial: da LDB aos planos nacionais de educação do MEC e
Proposta da Sociedade Brasileira. Revista Brasileira de Educação Especial, 6(01), 01-26,
2000.

[11] NEVES, E. T., CABRAL, I. E. A fragilidade clínica e a vulnerabilidade social das


crianças com necessidades especiais de saúde. Revista Gaúcha de Enfermagem, 29(2), 182-
182, 2008.

[12] Resolução CNE/CEB Nº 2. Art. 5º, Inciso III, MEC. Parâmetros Curriculares
Nacionais: Adaptações Curriculares/Secretaria de Educação Fundamental. Secretaria de
Educação Especial. - Brasília: MEC/SEF/SEESP, 2001.

[13] DE DIRETRIZES, L. Bases da Educação Nacional, 1996.

[14] AINSCOW, M. Desenvolvimento de escolas inclusivas: ideias, propostas e experiências


para melhorar as práticas inclusivas nas escolas, 2005.

[15] ANDRADE, E. G. S. Educação Inclusiva numa Perspectiva Humanizadora. Brasília- DF.


2020.

[16] DA SILVA SANTOS, M. EDUCAÇÃO INCLUSIVA NA ESCOLA PÚBLICA:


DESAFIOS E POSSIBILIDADES. Revista Contemporânea, 2(1), 397-413, 2022.

[17] KIBRIT, B. Possibilidades e desafios na inclusão escolar. Revista Latino-americana de


Psicopatologia Fundamental, v. 16, p. 683-695, 2013. Disponível em
<https://www.scielo.br/j/rlpf/a/KLC37Vh3r7CsMSHvMjWKSjm/?format=html&lang=pt>
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