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FACULDADE FEB MG

FERNANDO GONÇALVES DE ARAUJO

EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSIVA

MINAS GERAIS

2023

FERNANDO GONÇALVES DE ARAUJO

1
EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSIVA

Trabalho de Conclusão de Curso Especialização:


Educação especial e Inclusiva FEB/MG EAD, Minas
Gerais- MG, como requisito parcial para obtenção de
nota do TCC.Tendo como Orientador: Rosimar A. Pereira
Anastácia Freitas

MINAS GERAIS

2023

EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSIVA

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EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSIVA

RESUMO

A revisão bibliográfica sobre educação especial e inclusiva aborda questões


relevantes sobre a educação de alunos com necessidades educacionais
especiais (NEE). A educação especial é o ramo da educação que se dedica ao
atendimento de alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento
e altas habilidades/superdotação. Já a educação inclusiva busca garantir que
esses alunos sejam incluídos na rede regular de ensino, recebendo os suportes
necessários para que possam participar plenamente das atividades escolares.
Ao longo dos anos, houve uma evolução no tratamento dado à educação
especial e inclusiva, com a adoção de políticas públicas que visam garantir o
direito à educação desses alunos. Além disso, diversas teorias e abordagens
pedagógicas foram desenvolvidas para atender às necessidades específicas
dos alunos com NEE, como a abordagem centrada no aluno, a educação
baseada em evidências e a abordagem sociointeracionista. A revisão
bibliográfica também aborda temas como a formação de professores para atuar
na educação especial e inclusiva, a importância da participação da família na
educação desses alunos e a inclusão escolar como um processo contínuo de
adaptação e ajuste. Além disso, são apresentadas algumas experiências de
inclusão escolar bem-sucedidas em diversos países, demonstrando que é
possível garantir uma educação de qualidade para todos os alunos,
independentemente de suas necessidades educacionais especiais

Palavra-chave: “Educação especial, inclusão, necessidades educacionais


especiais, formação de professores, adaptação, ajuste, políticas públicas,
abordagem pedagógica, participação da família, experiências bem-sucedidas.".

3
ABSTRACT
The literature review on special and inclusive education addresses relevant
issues about the education of students with special educational needs (SEN).
Special education is the branch of education that is dedicated to the care of
students with disabilities, pervasive developmental disorders and high
abilities/giftedness. Inclusive education, on the other hand, seeks to ensure that
these students are included in the regular education network, receiving the
necessary support so that they can fully participate in school activities.Over the
years, there has been an evolution in the treatment given to special and
inclusive education, with the adoption of public policies that aim to guarantee
the right to education for these students. In addition, several theories and
pedagogical approaches have been developed to meet the specific needs of
students with SEN, such as the student-centered approach, evidence-based
education and the socio-interactionist approach. The bibliographic review also
addresses topics such as teacher training to work in special and inclusive
education, the importance of family participation in the education of these
students and school inclusion as a continuous process of adaptation and
adjustment. In addition, some successful school inclusion experiences in
several countries are presented, demonstrating that it is possible to guarantee a
quality education for all students, regardless of their special educational needs.

Keyword: "Special education, inclusion, special educational needs, teacher


training, adaptation, adjustment, public policies, pedagogical approach, family
participation, successful experiences.".

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO................................................................................6
2 DESENVOLVIMENTO....................................................................7
3 REVISÃO DE LITERATURA...........................................................8
4 METODOLOGIA...........................................................................15
5 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS............................16
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS..........................................................18
7 REFERÊNCIAS............................................................................19

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1. INTRODUÇÃO
A educação especial e inclusiva é um tema de grande relevância na
sociedade atual, pois busca garantir o direito à educação de todos os alunos,
independentemente de suas necessidades educacionais especiais (NEE). Esse
tema tem sido objeto de estudos e pesquisas, com o objetivo de identificar as
melhores práticas para atender às necessidades específicas desses alunos e
garantir sua inclusão na rede regular de ensino.
A educação especial é o ramo da educação que se dedica ao
atendimento de alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento
e altas habilidades/superdotação. Já a educação inclusiva busca garantir que
esses alunos sejam incluídos na rede regular de ensino, recebendo os suportes
necessários para que possam participar plenamente das atividades escolares.
A educação especial e inclusiva é um tema de grande importância, pois
busca garantir que todos os alunos tenham acesso a uma educação de
qualidade, independentemente de suas necessidades educacionais especiais.
Isso significa que a inclusão escolar é um direito fundamental desses alunos, e
cabe à sociedade como um todo garantir que esse direito seja respeitado.
A inclusão escolar não se trata apenas de uma questão de justiça social,
mas também de uma necessidade para o desenvolvimento pleno desses
alunos. Estudos têm demonstrado que a inclusão escolar pode trazer
benefícios significativos para todos os alunos, incluindo aqueles sem NEE,
como o desenvolvimento da empatia, da tolerância e da compaixão.
Além disso, a educação especial e inclusiva é uma área em constante
evolução, com a adoção de políticas públicas que visam garantir o direito à
educação desses alunos e a criação de novas abordagens pedagógicas que
buscam atender às necessidades específicas de cada um. Por isso, a revisão
bibliográfica sobre educação especial e inclusiva é fundamental para o
desenvolvimento da área, fornecendo uma base sólida de conhecimento para
futuros estudos e intervenções educacionais.
Por fim, a revisão bibliográfica sobre educação especial e inclusiva
também é importante para a formação de professores, pois permite o acesso a
informações atualizadas e relevantes sobre o tema, preparando-os para atuar
de forma mais eficiente e inclusiva em sala de aula.

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2 DESENVOLVIMENTO

O desenvolvimento do tema da educação especial e inclusiva envolve


uma série de questões relacionadas à garantia do direito à educação de alunos
com necessidades educacionais especiais (NEE). Nesse sentido, é importante
abordar alguns aspectos relevantes sobre o tema, tais como políticas públicas,
abordagens pedagógicas, formação de professores, participação da família e
adaptação/ajuste no processo de inclusão escolar.
Uma das principais questões relacionadas à educação especial e
inclusiva é a existência de políticas públicas voltadas para o atendimento
desses alunos. É importante que essas políticas contemplem a garantia de
acesso à educação de qualidade, a formação de professores capacitados para
atender às necessidades específicas desses alunos, a criação de recursos e
tecnologias assistivas, entre outros aspectos.
Além disso, a adoção de abordagens pedagógicas que considerem as
necessidades específicas de cada aluno é fundamental para a inclusão escolar.
A abordagem centrada no aluno, por exemplo, é uma abordagem que valoriza
as necessidades e interesses do aluno, permitindo que ele tenha um papel
ativo no processo educativo. Já a educação baseada em evidências se
concentra na aplicação de práticas baseadas em resultados científicos
comprovados.
A formação de professores também é um aspecto importante na garantia
da inclusão escolar. É fundamental que os professores sejam capacitados para
atuar com alunos com NEE, tendo conhecimentos sobre as diferentes
deficiências e transtornos, bem como sobre as melhores práticas pedagógicas
para atender a cada caso.
A participação da família também é fundamental para a inclusão escolar.
É importante que os pais estejam envolvidos no processo educativo de seus
filhos, acompanhando o desenvolvimento escolar, participando de reuniões
com a equipe pedagógica e oferecendo suporte para a realização das
atividades escolares.Por fim, é importante destacar que a inclusão escolar é um
processo contínuo de adaptação e ajuste. É necessário que a escola esteja
preparada para realizar adaptações e ajustes nas atividades e no ambiente

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escolar para atender às necessidades de cada aluno com NEE, garantindo sua
inclusão plena e efetiva na escola e na sociedade.

3 REVISÃO DE LITERATURA

A Educação Infantil no Brasil, inicialmente se caracterizou por um


atendimento assistencialista. Contudo, à medida que foi se expandindo, outras
perspectivas foram surgindo, além da principal preocupação de atender às
necessidades das mães que desempenham atividade produtiva fora do lar.
Entretanto, até os dias de hoje podemos identificar que, de modo geral, com
algumas variações, essa prática educativa é cercada de cuidados
especificamente voltados para o atendimento das necessidades de alimentação
e higiene, na faixa de 0 a 3 anos (creche), e de 4 a 6 anos (pré-escola), para a
preparação da criança para o Ensino Fundamental (CAMPOS, 2001).
A Educação Inclusiva significa um novo modelo de escola em que é
possível o acesso e a permanência de todos os alunos, e onde os mecanismos
de seleção e discriminação até então utilizados, são substituídos por
procedimentos de identificação e remoção das barreiras para a aprendizagem.
Para tornar-se inclusiva, a escola precisa formar seus professores e equipe de
gestão, ver as formas de interação vigentes entre todos os segmentos que
compõem a sociedade e que nela interferem. (GLAT, 2007, p. 16)
Segundo Friedmann (2012), o educador precisa observar o
desenvolvimento de cada atividade lúdica que ele propor ao aluno, devendo
fazer um diagnóstico individual ou em grupo para descobrir em qual etapa de
desenvolvimento se encontra a criança, sempre com o intuito de estimular o
desenvolvimento e promover aprendizagem por meio do brincar.
Quando falamos em Educação Infantil, referimos a um ambiente onde a
criança realiza os seus primeiros contatos com pessoas e crianças que não são
da família e a mesma é a primeira etapa da educação básica, trabalhando com
as crianças de forma lúdica (brincadeiras) ajudando-as a desenvolver na
formação social, cognitiva, afetiva e emocional. É nesta etapa de escolarização
que a personalidade humana vai se formando seja ele com deficiência ou não.
Segundo a Lei de Diretrizes e Base da Educação (LDB, MEC, 1996)

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Em 1990, o Brasil fez a opção pela construção de um sistema
educacional inclusivo ao concordar com a Declaração Mundial de Educação
para Todos, na conferência mundial da UNESCO, realizada na Tailândia. Ao se
tornar signatário da Declaração de Salamanca e se enquadrar na Ação na Área
das Necessidades Educativas Especiais (UNESCO, 1994), o país reafirmou
esse compromisso, dando visibilidade à Educação Especial. Desde então,
instalou-se um processo de profundas transformações no sistema educacional
brasileiro, que teve como desdobramento mudanças na legislação e na
elaboração de diretrizes nacionais para a educação, todas elas norteadas pela
ideia da educação inclusiva.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB 9394/96, os
Parâmetros Curriculares Nacionais – Adaptações Curriculares: estratégias para
a educação de alunos com necessidades educacionais especiais, em 1998, e
as Diretrizes para a Educação Especial na Educação Básica, em 2001, entre
outras, refletem essas mudanças. (BRASIL,1996)
O processo de inclusão social no meio escolar composto por
crianças com capacidades especiais percorreu um longo caminho de
evolução até os dias atuais. Entretanto, muito há de se fazer para que
essa inclusão seja realizada de forma consciente e efetiva na comunidade
escolar. É fato que a interface entre as áreas da psicologia,
neurociência e educação podem, juntas, colaborar para fundamentar
estratégias pedagógicas diversificadas na forma de se ensinar e na forma de
aprender da criança (COSENZA; GUERRA, 2011). Entretanto, isso é a “ponta
do iceberg” da educação inclusiva do nosso país, onde os critérios para uma
atenção especial precisam ser reestruturados e adequados à maneira de cada
criança aprender.
Para que as crianças com necessidades educacionais especiais possam
participar com sucesso desse programa em creches e pré-escolas há
necessidade de professores empenhados na interação, acolhida e escuta
dessas crianças, interessados em compreender suas necessidades e desejos,
e disponíveis para interpretar suas formas de expressão e comunicação, muitas
vezes diferentes daquelas das demais crianças da mesma faixa etária. E,
principalmente, é preciso que os professores desejem querer ajudar as
crianças a crescer e conhecer o mundo. (BRUNO 2006, p.29)
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A inclusão não diz respeito a colocar as crianças nas escolas regulares,
mas a mudar as escolas para torná-las mais responsivas às necessidades de
todas as crianças, diz respeito a ajudar todos os professores a aceitarem a
responsabilidade quanto à aprendizagem de todas as crianças que estão atual
e correntemente e excluídas das escolas por qualquer razão. Isto se refere a
todas as crianças que não estão beneficiando-se com a escolarização, e não
apenas aquelas que são rotuladas com o termo “necessidades educacionais
especiais”. (2003, p.16)
Para alcançar os objetivos de uma educação inclusiva, o preconceito
está entre as barreiras mais difíceis de enfrentar. Este consiste num
prejulgamento, formado independentemente da experiência e da reflexão, que
predispõe o indivíduo preconceituoso a agir em relação a alvos específicos
(ADORNO, FRENKEL-BRUNSWICK, LEVINSON, & SANFORD, 1965;
AMARAL, 1995; CROCHÍK, 2006).
Essa predisposição oferece resistência à mudança e se caracteriza
como defesa psicológica contra um sentimento de ameaça de origem social. O
preconceito é uma atitude que, dependendo das condições, pode manter-se
oculta e estar em contradição com a ação manifesta. O preconceito, embora se
manifeste no indivíduo, não é inato, o que leva à necessidade de refletir sobre o
processo de socialização e buscar os determinantes presentes na cultura que
levam à necessidade de aderir a ele (CROCHÍK, 2006).
A possibilidade de abertura à experiência com aquele que é alvo de
preconceito parece ser o único caminho efetivo para a superação dessa
barreira. Assim o maior desafio da inclusão é a mudança de atitudes no sentido
de criar uma predisposição para o acolhimento das diferenças. A ideia de
acolhimento traz o sentido de cuidado, que pressupõe o reconhecimento e
legitimação das necessidades de cada um, caracterizando-se como ação
humanizada, contrária à indiferença presente no ambiente social.
Jones (2005) ressalta a importância de ouvir as contribuições que as
crianças podem dar para o desenvolvimento de processos inclusivos. Além
disso, enfatiza a necessidade de que todas as crianças aprendam a reconhecer
os pontos fortes e as possíveis contribuições das crianças com deficiência nos
processos grupais, e não apenas de ajudá-las em suas dificuldades.

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O conhecimento sobre a aceitação e a credibilidade dos alunos normais
a respeito dos alunos com deficiência e outras necessidades especiais é
fundamental para o sucesso do processo de inclusão escolar (CARPENTER,
2005; SEKKEL, 2003; TESSARO, WARICODA, ROSA, & BOLONHEIS, 2005).
Batista e Enumo (2004) afirmam que não é suficiente intervir somente
junto aos alunos com deficiência, é também necessária a intervenção junto aos
colegas que convivem com eles para garantir que sejam de fato incluídos.
Verificou-se que os alunos são incluídos fisicamente, mas não emocional e
socialmente. Assim sendo, cabe aos adultos promover ações com o objetivo de
superar essas dificuldades.
Estudos como o de Tessaro e cols. (2005, p.113), segundo os quais “a
maioria dos alunos sem necessidades especiais é favorável à inclusão escolar
e possuem sentimentos positivos em relação a esse processo”, mostram, por
exemplo, que é importante indagar se as respostas dos alunos aos
questionários expressam a atitude deles em relação aos alunos com deficiência
ou se suas falas apenas reproduzem um discurso oficial e respondem ao que
se espera deles.
Com efeito, a atenção especial à inclusão efetiva de uma criança no
ensino regular necessita de maior articulação entre as áreas da psicologia,
neurociência e educação, a fim de permitir o desenvolvimento de ações
pedagógicas voltadas para as potencialidades de cada aluno, sem
assumir uma postura discriminatória frente a crianças com dificuldades,
buscando trabalhar com grupos heterogêneos que cultivem a cooperação
entre os alunos (COLL; MARCHESI; PALACIOS, 2004)
A defesa da cidadania e do direito à educação das pessoas portadoras
de deficiência é atitude recente em nossa sociedade. Manifestando-se através
de medidas isoladas, de indivíduos ou grupos, a conquista e o reconhecimento
de alguns direitos dos portadores de deficiências podem ser identificados como
elementos integrantes de políticas sociais, a partir de meados deste século
(MAZZOTTA, 2001, p.15).

Conforme os estudos desenvolvidos por Fernandes (2013), a educação


inclusiva não é somente um espaço em que são colocadas crianças com
deficiência em salas de aula comuns. Para que seja desenvolvida com êxito, é
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necessário oferecer e criar oportunidades para que todos os alunos tenham
condições de aprender, acolhendo as diferenças e tornando-as importantes
para o desenvolvimento do trabalho pedagógico.
Ao trabalhar com a inclusão no ambiente da Educação Infantil, também é
importante que sejam desenvolvidas atividades que valorizem a construção da
personalidade da criança, evidenciando o respeito às diferenças. Lopes (2012),
ao abordar a importância da educação inclusiva, afirma que é necessário
respeitar os ritmos, as possibilidades e os limites que cada criança apresenta,
permitindo o seu completo desenvolvimento, não estando na escola apenas
como uma forma de recreação ou simplesmente, para que se diga que a
inclusão está acontecendo.
O ambiente da Educação Infantil, sendo o foco do trabalho desenvolvido,
é visto como um período repleto de descobertas e de experiências, que
auxiliam na construção da identidade da criança ao longo das suas vivências.
As concepções de criança foram mudando e evoluindo com o passar do tempo,
já que muitas vezes era vista como um ser frágil e em outras, como um ‘mini’
adulto. A criança com deficiência, por muitas vezes, foi privada das
oportunidades de frequentar uma instituição, por acreditar-se que era um ser
frágil, que não conseguiria se desenvolver e estaria atrapalhando o
desenvolvimento dos demais. Essa ideia, por mais absurda que possa parecer,
ainda está presente nas concepções de muitos professores. Cabe reafirmar,
então, a importância dos campos de experiências que constam na BNCC
(2017), mais especificamente o campo “O eu, o outro e o nós”, que visa o
respeito às diversas formas de se ver o mundo.
Por isso, a infância é, segundo Gonçalves (2016), uma base necessária
para o desenvolvimento das características próprias das crianças. Dentro
desse ambiente da Educação Infantil, propício para um trabalho voltado às
diferenças, destaca-se a importância da educação inclusiva com todas as suas
peculiaridades, tendo em vista que é através do respeito às diferenças que
todos se beneficiam. Esse trabalho valoriza a diversidade presente na
Educação Infantil e pode contribuir para o desenvolvimento de uma sociedade
sem discriminação, já que desde cedo oportunizou-se a todas as crianças a
convivência e a inclusão.

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Nas concepções de Lopes (2012), a criança nasce com condições de
interagir com o outro, compreender o mundo e vivenciar as situações que a
vida lhe apresenta. A Educação Infantil, por ser um direito de todos, busca que
essas situações sejam vivenciadas e compreendidas por todos que a
frequentam. Dessa forma, para a criança com deficiência, a Educação Infantil é
essencial por permitir um desenvolvimento social, físico e cognitivo através da
relação com o outro.
Vieira (2014) traz que a educação especial no Brasil se baseou em
modelos norte-americanos e europeus, mas ainda não se integrava as políticas
públicas. Com o passar dos anos, a educação que hoje conhecemos como
especial, foi chamada de educação dos excepcionais. As primeiras instituições
que surgiram consistiam apenas no cuidado, o que culminou para a ideia
voltada ao assistencialismo e à filantropia.
Ainda conforme o autor, a década de 70 destaca-se quando o assunto é
integração social, tendo em vista que foi nesse período que se iniciaram as
discussões que tinham o objetivo de inserir o cidadão com deficiência nos
ambientes sociais. Também foi nessa década que o termo “Educação Especial”
ganhou notoriedade e se tornou mais conhecido pela sociedade, sendo que até
antes dessa data, falava-se em “educação de deficientes” (VIEIRA, 2014).
Fumegalli (2012) também analisa a década de 70 através das
importantes conquistas no que se referem aos direitos das pessoas com
deficiência. Os novos movimentos que surgem têm em vista a igualdade e a
participação de toda a comunidade na conquista por direitos considerados
básicos. Os objetivos dos grupos que lutavam em prol da inclusão
consideravam a Educação Especial uma responsabilidade e um dever do
Estado.
As ideias trazidas por Vieira (2014) nos levam a crer que a inclusão só
será efetivada quando a sociedade como um todo compreender que as
diferenças existem e devem ser tratadas com respeito e solidariedade.
O movimento pela inclusão, que desafia a sociedade como um todo
especificamente na década de 80, luta pelo direito que todos têm de frequentar
uma escola e de ter uma educação de qualidade. Fumegalli (2012) ainda
complementa que esse movimento faz parte de uma busca incansável pela
democracia, dentro de um processo constante de renovação. É nessa época
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que surgem também marcos legais nacionais e internacionais importantes para
o fortalecimento das iniciativas que se tornam fundamentais para o
desenvolvimento de uma educação inclusiva de sucesso.
Dentre os inúmeros movimentos que surgem com o passar dos anos,
bem como as inúmeras conquistas que se teve, é importante destacar a
Política Nacional da Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva,
de junho de 2008. Nesse documento, Fumegalli (2012) observa que a
Educação Especial é uma modalidade de ensino que perpassa todos os níveis,
ou seja, desde a Educação Básica até o Ensino Superior. Também é através da
Educação Especial que são realizados os Atendimentos Educacionais
Especializados (AEE), podendo esse ser complementar ou suplementar ao
ensino regular. Quanto aos sujeitos atendidos pela Educação Especial, fica
estabelecido: alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento a
altas habilidades/superdotação.
Segundo os estudos desenvolvidos por Souto (2014), a denominação
Educação Inclusiva surge dessa forma, no Brasil, a partir dos anos 2000, com o
governo de Luiz Inácio 31 Lula da Silva. O Governo Federal teve a
responsabilidade de oferecer atendimento às pessoas com deficiência e por
isso, surge a iniciativa de matricular essas pessoas em salas de aula comum,
sendo acompanhados ou não de um Atendimento Educacional Especializado.
Também é nesse período, que são oferecidos e proporcionados cursos de
formação e de qualificação de professores para o AEE.
São diversos os decretos e regimentos que visam organizar e tornar a
educação inclusiva uma educação de qualidade para todos os envolvidos,
tendo em vista o combate à discriminação. Entretanto, Souto (2014), ao
analisar os diversos avanços que são proporcionados da década de 90 em
diante, afirma que embora seja oferecido o acesso, não há garantia de
permanência na escola e nem uma reformulação das práticas pedagógicas.
Ao realizar uma breve análise sobre a importância do século XXI nas
inúmeras conquistas obtidas em prol das pessoas com deficiência, é
necessário observar que diversos materiais foram publicados, bem como
surgiram inúmeras ferramentas que dão suporte à acessibilidade em uma
sociedade inclusiva

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A Lei Brasileira de Inclusão (2015) reafirma essa questão do direito à
igualdade de oportunidades a todas as pessoas, sendo dever de todos
assegurar que esses direitos sejam cumpridos. A Lei destaca aspectos
considerados essenciais para o pleno exercício da cidadania, como
atendimento prioritário. No que se refere à educação, é relevante destacar a
importância 32 de um ensino inclusivo como forma de proporcionar o máximo
de desenvolvimento possível à pessoa com deficiência.

4 METODOLOGIA
O presente trabalho é uma revisão bibliográfica, que teve como objetivo
realizar uma análise da literatura existente sobre a Psicopedagogia nas
vertentes institucional, clínica e lúdica. A pesquisa foi realizada por meio de
uma busca sistemática de artigos científicos em bases de dados eletrônicas,
como Scielo, Google Acadêmico e Portal de Periódicos CAPES, utilizando
palavras-chave relacionadas ao tema.
Foram selecionados artigos científicos publicados em português e que
apresentavam conteúdo relevante para a temática proposta. Os critérios de
inclusão dos artigos foram: abordagem da educação especial e inclusiva, com
foco na intervenção psicopedagógica, avaliação psicopedagógica, tratamento
de dificuldades de aprendizagem, entre outros temas relacionados.
Os artigos foram lidos e analisados de forma crítica, buscando extrair
informações relevantes para a construção do presente trabalho. Foi realizada
uma categorização dos artigos, agrupando-os de acordo com as vertentes de
atuação da educação especial e inclusiva
A partir da análise dos artigos selecionados, foi possível realizar uma
síntese das informações obtidas sobre a educação especial e inclusiva,
destacando suas particularidades e formas de intervenção.
Por se tratar de uma revisão bibliográfica, não foi necessário obter a
aprovação de comitê de ética em pesquisa. A metodologia utilizada buscou
seguir as boas práticas de pesquisa científica, com o objetivo de garantir a
qualidade e a confiabilidade das informações apresentadas neste trabalho.

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5 APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS
RESULTADOS

A revisão bibliográfica sobre educação especial e inclusiva resultou na


identificação de diversas tendências e desafios relacionados ao tema. A seguir,
serão apresentados, analisados e discutidos os principais resultados
identificados.
1. Importância da formação de professores
Dentre os principais resultados da revisão, destaca-se a importância da
formação de professores para a educação especial e inclusiva. Os estudos
apontam que a formação inicial e continuada de professores é essencial para
garantir o atendimento adequado às necessidades educacionais especiais dos
estudantes. Além disso, é importante que a formação contemple aspectos
teóricos e práticos da inclusão escolar, bem como a utilização de estratégias
pedagógicas que favoreçam a aprendizagem de todos os estudantes.
2. Necessidade de políticas públicas mais efetivas
Outro resultado importante da revisão é a necessidade de políticas
públicas mais efetivas para a educação especial e inclusiva. Os estudos
indicam que ainda há muitos desafios a serem enfrentados na garantia do
acesso à educação de qualidade para todos os estudantes, especialmente os
que possuem necessidades educacionais especiais. É importante que as
políticas públicas sejam voltadas para a promoção da equidade, da
acessibilidade e da inclusão, garantindo o direito de todos à educação.
3. Papel da família
A revisão também apontou o papel da família como um fator importante
para a inclusão escolar. Os estudos indicam que a participação ativa da família
na escola é essencial para o sucesso do processo de inclusão. É importante

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que as famílias sejam envolvidas no planejamento e na tomada de decisões em
relação à educação de seus filhos, e que sejam apoiadas no processo de
compreensão das necessidades educacionais especiais de seus filhos.
4. Importância do uso de tecnologias assistivas
Por fim, a revisão bibliográfica indicou a importância do uso de
tecnologias assistivas na inclusão escolar. As tecnologias assistivas são
recursos que favorecem a participação e a aprendizagem de estudantes com
necessidades educacionais especiais, contribuindo para a promoção da
acessibilidade e da inclusão. É importante que as escolas e os professores
estejam preparados para a utilização dessas tecnologias, que podem incluir
desde softwares específicos até adaptações de materiais pedagógicos.
Em síntese, a revisão bibliográfica indicou que a formação de
professores, a necessidade de políticas públicas mais efetivas, o papel da
família e a importância do uso de tecnologias assistivas são fatores
fundamentais para a promoção da educação especial e inclusiva. É importante
que haja esforços para garantir o acesso à educação de qualidade para todos
os estudantes, independentemente de suas necessidades educacionais
especiais.

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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A revisão bibliográfica sobre educação especial e inclusiva revelou a
importância de abordar este tema de forma ampla e crítica, considerando não apenas
as necessidades educacionais especiais dos estudantes, mas também as condições
sociais, políticas e econômicas que afetam a educação inclusiva em todo o mundo.
A partir dos resultados obtidos, pode-se concluir que a formação de
professores é um dos principais desafios a serem enfrentados na promoção da
educação especial e inclusiva. Além disso, a revisão também indicou a
necessidade de políticas públicas mais efetivas, que garantam o acesso à
educação de qualidade para todos os estudantes, e do papel ativo das famílias
no processo de inclusão.
Outro aspecto importante identificado pela revisão foi a importância do
uso de tecnologias assistivas na inclusão escolar, que podem contribuir
significativamente para a acessibilidade e a participação de estudantes com
necessidades educacionais especiais.
Em resumo, a revisão bibliográfica sobre educação especial e inclusiva
demonstrou que há muitos desafios a serem superados para garantir a
educação inclusiva e de qualidade para todos. No entanto, também mostrou
que existem muitas possibilidades e alternativas para promover a inclusão
escolar, desde a formação de professores até a utilização de tecnologias
assistivas. É importante que as políticas públicas, as escolas, os professores e
as famílias trabalhem juntos para superar esses desafios e garantir a inclusão
escolar como um direito fundamental de todos os estudantes.

18
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