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CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU PÓS-GRADUAÇÃO E

EXTENSÃO – FAVENI

MARIA JOSEFA TEODORO

INCLUSÃO DE CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA NO CONTEXTO


ESCOLAR

São José da Safira/MG


2020
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MARIA JOSEFA TEODORO

INCLUSÃO DE CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA NO CONTEXTO


ESCOLAR

Artigo Científico apresentado à FAVENI como requisito


parcial para obtenção do título de Especialista em
Educação Especial e Inclusiva.

São José da Safira/MG


2020
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RESUMO

O artigo que tem como tema “Inclusão de crianças com deficiência no contexto
escolar” objetiva refletir sobre a inclusão de crianças especiais na escola comum,
além de possibilitar a convivência de crianças normais com as deficientes. Nele é
entendido que a escola possui enormes desafios para garantir acesso e assegurar o
direito e permanência das crianças na escola e obter uma educação de qualidade.
Sendo assim, o foco também esteve no tema “A igualdade de oportunidade” onde o
fracasso escolar e a dificuldade de aprendizagem formalizam tanto dos alunos ditos
normais e alunos ditos especiais. O currículo, de acordo com a diretriz curricular
nacional para as diferentes etapas e modalidade da educação básica, deve propiciar
adaptações apropriadas que condicionam a organização do trabalho pedagógico
construindo uma relação de ensino-aprendizagem. A informática na educação, como
perspectiva de inclusão, é ferramenta de estrema importância para sanar as
dificuldades de aprendizagem de crianças no âmbito escolar. Ao ser utilizada poderá
resolver inúmeros problemas e desafios que a escola possui, em especial, o
analfabetismo formal.

Palavras-chave: Inclusão de crianças especiais. Educação de qualidade. Igualdade


de oportunidade. Alunos normais e especiais. Trabalho pedagógico.

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ABSTRACT

The article has the theme " Inclusion of children with disabilities in the school context
" aims to reflect on the inclusion of special children in regular schools, in addition to
enabling the coexistence of normal children and the disabled, It is understood that
the school has enormous challenges to ensure access and ensure the right and
children stay inschool and get a quality education. Thus, the focus was also on the
theme "Equal opportunity" where school failure and learning difficulties formalize both
the so-called normal students and special students said. The curriculum, according to
the national curriculum guidelines for the different stages and modality of basic
education must provide appropriate adaptations that influence the organization of the
pedagogical work building a teaching-learning relationship. Information technology in
education, as a perspective of inclusion, is estrema important tool to address the
children's learning difficulties in schools. When used may solve numerous problems
and challenges that the school has, in particular, the formal illiteracy.

Key-words: Special children inclusion. Quality education. Equality of opportunity.


Normal and special students. Pedagogical work.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 06
2 EDUCAÇÃO ESPECIAL ................................................................................... 06
2.1 Igualdade de oportunidades .......................................................................... 06
2.2 Currículo ........................................................................................................ 07
2.3 Informática na educação: perspectivas de inclusão ...................................... 09
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................
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4 REFERÊNCIAS ...................................................................................................
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1 INTRODUÇÃO

A inclusão da pessoa com deficiência no âmbito escolar é um debate atual


que demanda a organização de várias propostas de trabalho pelas especificidades
inerentes à pessoa humana e pelas diversas barreiras existentes no contexto
escolar.

Ao se pensar nessa inclusão é importante refletir acerca do que é incluir de


fato já que se trata de um tema polêmico do ponto de vista da prática educacional.
De acordo com Sassaki (2006), a integração propõe a inserção parcial do sujeito,
enquanto que a inclusão propõe a inserção total. Para isso, a escola, como
instituição que legitima a prática pedagógica e a formação de seus educandos,
precisa romper com a perspectiva homogeneizadora e adotar estratégias para
assegurar os direitos de aprendizagem de todos. Contudo, tais estratégias
dependem das especificidades de cada pessoa, da experiência e da criatividade e
observação do professor com sensibilidade e acuidade, além de uma formação
inicial e continuada que o encaminhe para isso.

A escola deve disponibilizar recurso e tecnologia assistivos a fim de


promover condições de acessibilidade, segurando, assim, plena participação e
possibilidade de aprendizagem às crianças com deficiência em igualdade de
oportunidade com as demais crianças.

2 EDUCAÇÃO ESPECIAL

2.1 Igualdade de oportunidades

A educação especial, até duas ou três décadas atrás, tinha como propósito
atender pessoas com necessidades especiais. Nesse sentido, a educação especial
poderia ser considerada predominantemente provedora de serviços a uma clientela
específica nas classes de educação especial e instituições especializadas, mais
propícias ao respectivo tratamento a ser dado à sua clientela. Diante dessa

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realidade, encontra-se a existência de dois sistemas paralelos de educação: o
regular e o especial. Inclusive, analisando os dados de normatização da Lei de
Diretrizes e Bases da Educação, Lei nº 9.394/96, Cap. V, da Educação Especial:

Entende-se por Educação Especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade


de educação escolar oferecida preferencialmente na rede regular de ensino
para educandos portadores de necessidades especiais (BRASIL, 1996).

Desde a Declaração de Salamanca, em 1994 (BRASIL, 1997), passou-se a


considerar a inclusão dos alunos com necessidades educacionais especiais em
classes regulares como a forma mais avançada de democratização das
oportunidades educacionais, à medida que se considerou que a maior parte dessa
população não apresenta qualquer característica intrínseca que não permita essa
inclusão, “a menos que existam fortes razões para agir de outra forma” (p.2). Diante
destas constatações, as práticas sociais e o fortalecimento de ideais democráticos e
seus reflexos nas formulações de políticas em diversas áreas (educacional, social,
de saúde, trabalho), e no planejamento e implementação das respectivas práticas, a
“especialidade” da educação especial tem sido colocada em questão. Da mesma
forma que a educação especial, a educação regular também sofre suas
consequências: o contingente do fracasso escolar de excluídos formaliza, portanto, a
necessidade de o sistema educacional rever suas práticas educativas, apesar de
muitas ações nesse sentido virem sendo realizadas.

2.2 Currículo

O currículo utilizado com os alunos com necessidades educacionais


especiais, estejam eles incluídos no sistema regular de ensino ou em escolas
especializadas, é o das diretrizes curriculares nacionais para as diferentes etapas e
modalidades da educação básica: educação infantil, ensino fundamental, ensino
médio, educação de jovens e adultos e educação profissional (BRASIL, 2001).
Atender as necessidades educacionais especiais dos alunos dentro da
diversidade escolar requer uma postura educativa adequada, que abrange graduais
e progressivas adaptações de acesso ao currículo, bem como adaptações de seus
elementos. Pode-se citar, nesse caso, trabalhos que tem como propósito o
desenvolvimento de projetos pedagógicos, com temáticas interessantes e
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significativas sugeridas pelos próprios alunos, que se constituem em elementos
corresponsáveis pelo trabalho e pelas escolhas, ao longo do desenvolvimento do
projeto. Formar-se-á, assim, uma equipe, que será responsável pela divisão do
trabalho, estabelecendo parcerias, desenvolvendo competências e trabalhos
cooperativos. Diante dessa realidade todos são importantes, cada aluno pode
oferecer suas contribuições e desenvolver competências de acordo com suas
capacidades e possibilidades.

Sendo assim, o currículo deve ser adaptado às necessidades dos alunos e


não o inverso. As escolas devem, por sua vez, devem oferecer oportunidades
curriculares que se adaptem a alunos com diferentes interesses, potencialidades e
capacidades. A fim de acompanhar o progresso de cada aluno, os procedimentos de
avaliação devem ser revistos, buscando uma proposta que respeite o desempenho e
o processo de construção do conhecimento de cada um, principalmente quando o
grande desafio é desenvolver uma pedagogia centrada no aluno capaz de propiciar
o desenvolvimento de habilidades e competências de acordo com a capacidade
motora, intelectual, enfim, uma pedagogia que atenda as diferenças individuais.
Respeitar a origem, o conhecimento prévio, os interesses, enfim, a diversidade,
incluindo os alunos com necessidades educacionais especiais, deve oferecer
diferentes formas de apoio, desde uma ajuda mínima em classes comuns ou
participação em serviços de apoio especializado na escola.

A participação da família torna-se cada vez mais importante no cotidiano da


escola, no acompanhamento de suas ações, no centro de construção da cidadania e
nas contribuições coletivas, e tem como objetivo a integração entre escola e
comunidade. É importante estabelecer uma parceria entre escola e família,
propiciando participação efetiva desta última no ambiente escolar com o objetivo de
prestar suporte à execução das atividades de aprendizagem e de socialização aos
alunos comprometidos com o ensino ministrado pela escola. Pode-se assegurar ser
mais um apoio que professores especialistas e equipe pedagógica dão permitindo
entender por currículo um projeto global e integral de cultura e educação, no qual
elementos como matérias e conteúdos escolares constituem parte integrante e não
totalitária do mesmo.

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Cada vez mais se busca saber da necessidade de repensar as propostas
curriculares e os projetos educativos para mudar as práticas existentes, implicando
em um envolvimento de professores nas questões de um aprendizado significativo e
interessante para atender a grande diversidade que há nas escolas, principalmente
depois que foi instituída a inclusão na escola de ensino regular comum. As
inovações curriculares e os novos projetos educativos têm de nascer na própria
escola, abrangendo as diferenças que nela se encontram com relação a raça, etnia,
culturas, especificidades decorrentes de deficiências, interesses, etc. As propostas
partem primeiramente de uma descentralização de poder, modificando, portanto,
uma hierarquia instituída.

Esse movimento causa uma reorganização das funções dentro da escola,


mudando as relações de poder onde se nota que professores não mais se
preocupam somente com as atividades para os alunos; diretores não mais decidem
sozinhos as questões voltadas para o administrativo; documentos oficiais são
analisados criteriosamente quanto às questões do que ensinar; pais, alunos e
comunidade são grupos de indivíduos atuantes em todas as instâncias escolares.

Diante dessa necessidade, se faz necessário pensar a respeito de diversos


elementos do processo educacional como ver as crianças como sujeitos ativos que
participam e intervêm ao seu redor porque suas ações são também forma de
reelaboração e de recriação do mundo. Aliando a tudo isto está a tecnologia.

2.3 Informática na educação: perspectivas de inclusão

A amplitude de recursos oferecida pela informática representa uma


contribuição inestimável para o alcance de inúmeros objetivos da escola regular que
atende pessoas com necessidades especiais. Dentre essas inovações na escola
cita-se a possibilidade da comunicação alternativa, intermediada por interfaces e o
uso da tecnologia para a construção do conhecimento. É também um recurso
poderoso como instrumento de análise das dificuldades intelectuais, permitindo
explorá-las e até minimizá-las, possibilitando, desta forma, um feedback do
desenvolvimento intelectual e a elaboração de ideias (NARDI, 2008).

A partir de experiências da utilização das tecnologias da informação e


comunicação em instituições ou classes de educação especial, percebe-se o quanto
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a tecnologia pode ser útil, abrangendo desde as possibilidades de expressão de
uma ideia por meio de um editor de texto, de um editor de desenhos, de
software específicos para comunicação alternativa até produções que têm
como proposta a construção do conhecimento, utilizando software de autoria,
manipulação de banco de dados, construção e transformações de gráficos,
planilhas e recursos da internet.

Vale ressaltar que essa inovação na educação escolar não se volta para
esse ou aquele aluno, mas é uma oportunidade de colocar toda a turma no mesmo
patamar, principalmente quando a proposta é oferecer um ensino de qualidade para
todos. Para os profissionais da educação, atuar com as crianças não é o tudo que a
sociedade espera da escola pois muitos são os recursos que são oferecidos e
variadas as oportunidades que são dadas aos profissionais para obterem saberes e
conhecimentos diferentes. Indiferente da turma com a qual se atua, a tecnologia é
propícia para possibilitar ensino e aprendizagem com mais segurança e credibilidade
na escola que atende ao que a Lei nº 9394/96 tem a oferecer para a educação.

Segundo Valente (2009), para implantação do computador na educação são


necessários quatro ingredientes: o computador, o software educacional, o professor
capacitado para utilizar o recurso para educação e o aluno. Os softwares podem ser
classificados de acordo com sua aplicabilidade e, na educação, pode-se utilizar
alguns tipos de software para colaborar na aprendizagem. Alguns softwares que
podem ser utilizados na Educação:

- Tutoriais - procuram ensinar em forma de lições, serve de tutor individual do aluno,


apresentam vantagens, pois, utiliza de animação, som, imagens, para favorecer o
aprendizado.

- Jogos – constitui-se de uma forma divertida de aprendizado, podem ser usados


para ensinar conceitos, muitas vezes difíceis de ser ensinados. Favorece a
contextualização e proporciona um desafio, uma solução de problema.

- Jogos Educacionais – Apresenta praticamente as mesmas características, mas tem


um fim pedagógico. Trabalha com conteúdo específicos para favorecer o
aprendizado.

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- Simuladores – reprodução de modelos de fenômenos do mundo real em ambiente
virtual, possibilitado pelo uso do computador. Com um bom softwares o aluno
poderá vislumbrar situações muito próximas da realidade e aprender com
essa realidade virtual.

- Aplicativos – com uma aplicabilidade especifica, são softwares de uso abrangente,


podem ser adaptados por meio de projetos para utilização no ambiente escolar. Os
editores de textos, planilhas eletrônicas, editores gráficos, editores de slides, são
aplicativos mais utilizados.

- Programação – software utilizado para criação de outros programas, desenvolve o


raciocínio lógico e necessita organização e padronização. Favorece o aprendizado
sobretudo, pela busca de soluções de problema, havendo erro pode analisar a
programação para identificar sua origem.

- Software de autoria – desenvolve a criatividade dos alunos e professores, pois


permitem a criação de seus próprios softwares. Geralmente de fácil utilização que
podem ser desenvolvidos outros softwares sem um conhecimento específico de uma
linguagem de programação.

- Computador como comunicador – conectados a uma linha telefônica ou em rede


esses softwares trabalham com a comunicação, transmitem informações e
interagem em ambiente virtual, compartilham arquivos e podem fazer vídeo
conferências.

Na tentativa de encontrar respostas a esses questionamentos, a base está


nos estudos de Cox (2013) que elenca algumas características fundamentais à
formação do professor para implantação da informática na educação escolar,
principalmente quando a busca é por maior compreensão dessas características
para abordar relevância com alunos que apresentam dificuldades de aprendizagem.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A educação, quando analisada no que a escola pode oferecer, durante muito


tempo era apresentada com divisões da sua clientela o que só foi alterado quando a
Lei nº 9394/96 passou a instituir que a escola regular acatasse o ensino unificado
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para todos. Nessa possibilidade, todos os que estão envolvidos com a educação
atuam com igualdade, indiferente da turma ser composta ou não de alunos com
deficiência, o que significa dar aos alunos a condição de um ensino com qualidade e
sem discriminação entre os participantes da sala.

A educação especial necessita da integração com os alunos considerados


normais para que haja a socialização e, nessa igualdade compete ao profissional
que desenvolve o seu trabalho com a turma, planejar as melhores estratégias para
aplicar o seu trabalho com os alunos. Do momento que o profissional adota o seu
currículo para desenvolver o trabalho na escola, compete a ele integrar o melhor
para colocar o seu aluno em consonância com as exigências da sociedade da qual
ele faz parte. Isso implica em realizar investimentos que possam preparar tanto o
profissional quanto o aluno para as mudanças a serem trabalhadas na educação.

O ambiente escolar tem suas portas abertas para atender as deficiências que
a LDB determina para a escola de ensino regular. Para isso, o profissional da
educação precisa estar ciente do seu empenho na aquisição de novos
conhecimentos para atuar com essa demanda na escola. O que se conclui é que
não apenas a Lei deve ser colocada em prática assim como os profissionais que
fazem uso dela devem investir em novas formas para dar ao ensino a devida
atenção e ao aluno o atendimento necessário para fortalecer a sua aprendizagem.

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4 REFERÊNCIAS

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei nº 9394/96.


Brasília: MEC/SEF, 1996.
BRASIL. Conferência Mundial de Educação Especial. Declaração de Salamanca.
Brasília: MEC, 1997.
BRASIL, Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial. Projeto Escola
Viva: Garantindo o acesso e permanência de todos os alunos na escola:
Alunos com necessidades educacionais especiais - Adaptações
Curriculares de Grande Porte, Brasília: MEC/SEESP, 2001.
COX, Kenia Kodel. Informática na Educação Escolar. Campinas: Autores
Associados, 2013.
NARDI, R.G. Computador: um recurso no contexto de sala de aula com
crianças portadoras de paralisia cerebral. São Paulo: Memnon, 2008.
SASSAKI, Romeu Kazumi. Inclusão: construindo uma sociedade para todos. Rio
de Janeiro, WVA, 2006.
VALENTE, J. A. Diferentes abordagens de educação a distância. Coleção Série
Informática na Educação - TV Escola.

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