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Analisar os principais desafios no processo de ensino e aprendizagem de

alunos com TEA.

É direito de toda criança, estar devidamente inserida em um ambiente


escolar, como previamente contido em nossa constituição, e como descrito no
Estatuto da Criança e do Adolescente, sendo esta inclusão nas instituições de
ensino, sem quaisquer discriminações. Portanto todas as crianças, independente de
suas necessidades, devem ser incluídas de forma igualitária no ambiente escolar,
concedendo a estas

Nisso consiste a educação inclusiva, que possui como premissa maior a


inserção de crianças com necessidades especiais em um ambiente escolar,
aceitando alunos com qualquer tipo de necessidade, e fornecendo meios para a
adaptação da escola para receber de maneira igualitária estes discentes.

O movimento para inclusão de crianças com Necessidades Educativas


Especiais (NEE) na escola tem ocorrido mundialmente. Desde a década de
1990, com a Declaração de Jomtien, também conhecida como Declaração
Mundial de Educação para Todos (UNESCO, 1990), juntamente com a
Convenção de Direito da Criança (UNESCO, 1988) e a Declaração de
Salamanca (UNESCO, 1994), estabeleceu-se que toda pessoa (criança,
jovem e adultos) deveria usufruir das oportunidades educacionais voltadas às
suas necessidades de aprendizagem. Assim, como as pessoas com
deficiência1 requerem atenção especial, devem ser tomadas medidas que
garantam a igualdade de acesso à educação a elas como parte integrante do
sistema educacional. Em vista disso, o sistema educacional precisou se
reorganizar em prol da inclusão escolar. Tal processo visava importantes
mudanças, principalmente na forma de interação dos profissionais voltados à
educação. A partir de uma visão interdisciplinar, eles precisaram investigar o
processo de aprendizagem de cada indivíduo, considerando que, devido à
deficiência, ele ocorreria de forma singular, o que deveria se refletir na
flexibilização curricular e na estruturação das séries. Assim, a educação
especial passou a atuar no atendimento educacional especializado,
funcionando como suporte ao trabalho de sala de aula e às relações
escolares. No Brasil, o governo criou políticas e diretrizes que
proporcionaram as condições de acesso aos espaços e aos recursos
pedagógicos necessários à inclusão. Além disso, viabilizavam ferramentas
que apoiam os profissionais na atuação e na compreensão da inclusão
escolar, bem como no processo de organização da aprendizagem com vistas
à valorização das diferenças, de forma a atender às necessidades
educacionais dos alunos. Tais políticas incentivam a formação de professores
para o atendimento especializado das crianças com deficiência, além de
programas de incentivo da participação da família e das comunidades na
escola (p.3).

As crianças, portanto, que apresentam diagnóstico de TEA (Transtorno de


Espectro Autista) a cada dia mais estão presentes no ambiente escolar, e as escolas
abrindo ainda mais suas portas para esses alunos, contudo, o que na maioria das
vezes vem acontecendo, é apenas a chegada de mais um aluno em uma sala de
aula, sem as condições adequadas para recebê-los nem assisti-los.

Pois como nos alerta Menezes (2012, p.53), afirmando que:

Uma inclusão realizada sem as devidas ponderações a respeito de todo o


contexto em questão, pode se tornar a mais perversa das exclusões. Aquela
que acontece dentro do ambiente escolar, em que o aluno é mantido na
escola e ainda assim não consegue evoluir em seu processo. Em síntese,
mediante minha experiência e análise do conteúdo teórico, pode-se dizer que
para que o processo de inclusão escolar de alunos com autismo seja bem
sucedido é preciso atender a três condições básicas. São elas: 1) Conhecer e
estudar as características comuns às pessoas com autismo; 2) Definir a
forma de atendimento educacional a ser ofertado, concomitantemente com a
turma comum e 3) Desenvolver estratégias adequadas de atuação
pedagógica em sala de aula, respondendo às necessidades educacionais
especiais de alunos com autismo, as quais devem ser avaliadas
sistematicamente.

Diante do exposto, compreendemos que a inclusão de alunos com TEA no


ambiente escolar, necessita de uma maior cautela, sabendo que existem desafios a
serem enfrentados e da atenção que deverá ser concedida quanto a esta inclusão,
pois são alunos que apresentam a necessidade de um auxílio maior do educador ao
longo de seu dia a dia no ambiente escolar diante das atividades promovidas nas
instituições do ensino, um mediador que o assista ao logo do processo de
aprendizagem. Diante deste contexto, em contrapartida é refletido na falta da
formação qualificada e continuada do educador, e ausência no uso de técnicas e
estratégias para o alcance do discente ao logo da jornada escolar.

Conseguir atingir a meta da equidade educativa para todas as crianças,


incluindo as que têm necessidades especiais, exige a mudança de um
sistema fixo para um sistema flexível, capaz de garantir a equidade na
“oportunidade de aprender” para todos os alunos [...]. Os alunos com
necessidades especiais, tal como os outros alunos, necessitam simplesmente
de um ensino “bom” ou claramente eficaz, de modo a que se consiga que
atinjam maior sucesso. (WANG, 1997, p. 54-55).

Um dos maiores desafios ao longo de todo o processo de aprendizagem é a


dificuldade quanto ao alcance da equidade, a igualdade no ambiente escolar. Pois
uma das grandes barreiras que enfrentamos é o preconceito, que na maioria das
vezes, encontra-se enraizado no âmbito da sociedade, de maneira que os
julgamentos e comentários maldosos tornam-se meios para que o aluno não se
adapte no ambiente institucional.
Basta, portanto, analisar a maneira quando é citado que alguém tem autismo,
grande parte das vezes, automaticamente esse individuo deixa de ser observado
como um ser, uma pessoa, e passa a ser visto apenas como “o autista” e todos os
seus comportamentos, temperamentos e reações, oriundos do autismo. E
infelizmente, muitos desses pensamentos adentram ao ambiente escolar, e se torna
uma barreira para que haja um olhar de igualdade entre docentes e discentes,
reduzindo o potencial do aluno o tornando um segregado, rotulando-o de maneira
taxativa e preconceituosa.

Outro desafio que pode ser pontuado, é que ao longo processo de assistência
a crianças que apresentam particularidades com espectro autista, algumas delas
apresentam certa dificuldade em se comunicar e se relacionar com os demais
alunos, tornando a comunicação um tanto mais difícil e uma participação entre
colegas no ambiente escola. Outra dificuldade apresentada, consiste processamento
de informações, onde a criança pode apresentar dificuldades em entender as
informações sensoriais que recebe. Além do planejamento ou execução de
respostas, em que a criança apresenta algumas dificuldades em utilizar seu corpo
ou os seus pensamentos para produzir respostas, das informações que lhe foram
atribuídas. (CUNHA, 2008)

Uma das grandes barreiras que dificulta a inclusão é a formação dos


professores. Infelizmente, prega-se a inclusão, mas, na prática de ensino
regular, existe muito preconceito. Este preconceito envolve desde o
professor, em relação à sua falta de preparo, até as crianças que convivem
com os colegas inclusivos, que também não recebem instruções para acolher
e lidar com estes colegas especiais. (BRITO, 2014, p. 15).

Por meio deste contexto que observamos, em grande parte das instituições
de ensino, a ausência de investimento aos educadores para que ao longo de
intensivos treinamentos desenvolvam novos meios para alcançar de forma objetiva e
duradoura o eficaz aprendizado aos alunos com TEA, por esta ausência, muitos dos
professores recorrem aos métodos e práticas tradicionais, que não apresentam
alguma eficácia na abrangência da diversidade presente na sala de aula. Com a
falta de formação dos professores, muitos alunos são expostos às mesmas
dificuldades que os demais, sem um acompanhamento especial, nem atividades e
estratégias inovadoras voltadas para seu desenvolvimento profícuo na
aprendizagem (CABRAL & MARIN, 2017).

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Vemos que grande parte dos problemas relacionados à inclusão de alunos


com deficiência ou dificuldade na escola regular é a formação dos professores. Ser
professor, de qualquer maneira, exige formação continuada, e quando o professor
se depara com um aluno especial em sua sala, ele precisa se preparar para saber
como lidar com isso, e fazer o necessário para ajudar esse aluno a aprender.
(AMORIM, 2017).

Os modos para fornecer aos alunos com necessidades especiais os modos


de serem protagonistas de suas vidas e se adaptarem de modo mais salutar na
sociedade passa por diversos contextos que necessitam de mudanças.

Para ensinar crianças autistas não há somente uma proposta, pois cada autista tem
suas peculiaridades e precisa de intervenções pedagógicas diferentes. Orrú (2019,
p. 163) afirma que “o trabalho pedagógico junto a alunos com autismo quase sempre
é desafiado pelas singularidades próprias deste aprendiz, além das possíveis
dificuldades no processo de aprender, na complexidade das interações sociais e na
comunicação”. Por conta das características das crianças autistas e suas
dificuldades de interação e comunicação, muitas vezes eles não recebem a atenção
devida dos professores e ficam isolados, presos nos seus mundos particulares.

É necessário, então, que os profissionais da escola respeitem as singularidades do


aluno com autismo, eles devem trabalhar junto com a família para conhecer aquele
ser, para que possam fazer escolhas justas e corretas para que o sujeito tenha
direito à aprendizagem.

Um dos maiores desafios encontrados na educação dessas crianças é a formação


insuficiente dos professores que lidam com elas na sala. Mesmo havendo o
profissional de apoio para adaptá-la às atividades e ajudar na interação social com
as outras pessoas da comunidade escolar, é necessário que o professor regente da
sala saiba como trazer esse aluno para participar de sua classe, com os demais
colegas.

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