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PRÁTICAS PEDAGÓGICAS COM CRIANÇAS COM TRANTORNO DO

ESPECTRO AUTISTA (TEA) NA EDUCAÇÃO INFANTIL NO ENSINO


PÚBLICO NA REGIÃO CENTRO OESTE

Fernanda Ferreira Neris


Marina de Freitas Garcia

RESUMO:
O presente estudo tem como tema “Práticas Pedagógicas com crianças com
Transtorno do Espectro Autista (TEA) NA Educação Infantil”. O principal objetivo
deste artigo é pesquisar sobre o autismo e as práticas pedagógicas que favorecem o
desenvolvimento das crianças com TEA na Educação Infantil. É um artigo
bibliográfico que inicialmente abordará o conceito de autismo e o diagnóstico
diferencial, em seguida trata das Práticas Pedagógicas com crianças com TEA. Para
que haja a inclusão escolar é necessário o envolvimento da escola, comunidade e
família para atender as necessidades e garantir o acesso/permanência da criança
com autismo. Para que possa conhecê-lo e organizar sua prática de forma que
alcance todos, pois cada um tem suas características, sócio cultural, psicológico e
cognitivo.
Palavras-chave: Práticas Pedagógicas, Educação Infantil, Inclusão, autismo.

1- INTRODUÇÃO
O presente artigo constitui o trabalho de conclusão do curso de Licenciatura
em Pedagogia da Faculdade Estácio, polo em Rio Verde Goiás. Tem como tema
“Práticas Pedagógicas com crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) NA
Educação Infantil no ensino público na região centro oeste”.
Um dos interesses pelo tema partiu pelo fato de trabalhar em uma CMEI, no
qual tem vários alunos com o Transtorno do Espectro Autista, fazendo com que
tenha interesse em pesquisar sobre esta temática, além disso, almeja-se contribuir
também com pesquisas na formação de professores, estratégias e metodologias de
ensino, e, sobretudo, estudos que contemplem a percepção desses alunos a
respeito da escola e sobre esse mesmo processo. Cunha (2015) destaca a
necessidade de pesquisas que abordem direta ou indiretamente o desenvolvimento
do aluno com autismo no ambiente escolar, o pensamento desse autor é muito rica,
pois nos leva a refletir da necessidade de sempre busca conhecimentos acerca do
autismo e do desenvolvimento das crianças com TEA.
Dessa maneira, acredita-se que estudar o autismo e a inclusão contribui para
ampliar o conhecimento na área e com a formação de profissionais da educação
infantil na perspectiva da inclusão escolar. Para haver educação inclusiva é preciso
conhecimento, mudança de práticas pedagógicas e postura diante das demandas
das crianças.
“Uma escola inclusiva que propõem um modo de organização educacional
que considera as necessidades de todos os alunos” (MANTOAN, 2006,
p.19).

Nesta perspectiva, essa temática reafirma a necessidade que todos


compreendam e aceitem a diversidade humana, podendo contribuir na construção
de uma sociedade mais justa e igualitária. Esse estudo será relevante para nossa
prática pedagógica, pois de nada adianta termos um aluno com necessidades
educacionais especiais matriculado na instituição se não houver profissionais
comprometidas, pois este será mais um das crianças ‘’ incluídas’’, com isso temos
que nos empenhar para que todas as crianças tenham um excelente
desenvolvimento e aprendizado.
Diante do exposto, o principal objetivo deste artigo é pesquisar sobre o
autismo e as práticas pedagógicas que favorecem o desenvolvimento das crianças
com TEA na Educação Infantil, tendo como objetivos específicos: descrever as
características do autismo, analisar as práticas pedagógicas utilizadas e observar as
dificuldades enfrentadas pela comunidade escolar em relação as crianças com
Transtorno do Espectro Autista. Esta pesquisa tem por opção metodológica o estudo
bibliográfico e também será realizada um levantamento na Instituição no qual
trabalho com a comunidade escolar as dificuldades que as mesma encontra em
requisito as Práticas Pedagógicas para o desenvolvimento dessas crianças.
Na primeira parte deste artigo será abordado o conceito de autismo e o
diagnóstico diferencial. A segunda parte trata das Práticas Pedagógicas que podem
ser utilizadas para o desenvolvimento das crianças autistas.

2- Marco Teórico

2.1 Historia do Autismo


Ao estudar sobre o autismo, entende-se que o mesmo é um problema do
desenvolvimento humano que foi descrito pela primeira vez pelo médico Leo Kanner
em 1943. No trabalho de Kanner, foram estudados 11 casos de pessoas que
apresentavam uma incapacidade de relacionar-se. Ele chamou esse problema de
“distúrbios autísticos do contato afetivo.
De acordo com a Associação de Amigos do Autista (AMA), o autismo é um
distúrbio do desenvolvimento que se caracteriza por alterações presentes desde
idade muito precoce, tipicamente antes dos três anos de idade, com impacto múltiplo
e variável em áreas nobres do desenvolvimento humano como as áreas de
comunicação, interação social, aprendizado e capacidade de adaptação. Considera-
se o autismo como uma tríade de dificuldades: dificuldade de comunicação,
socialização e de uso da imaginação, sendo a dificuldade de socialização o ponto
crucial do autismo, pois o autismo não é gerado por uma única causa e suas
características podem ser muito variadas, sendo considerado uma síndrome
multicausal e multilateral.

2.2 O autismo e as práticas pedagógicas que favorecem o


desenvolvimento das crianças com TEA na Educação Infantil

A pessoa com TEA apresenta várias limitações dentre elas comprometimento


na comunicação, dificuldade na interação social e atividades restritas e repetitivas
(uma forma rígida de pensar estereotipada). A professora para trabalhar com o aluno
com TEA, primeiro deve o observar e conhecer seu educando antes de adaptar as
atividades e conteúdo para sala de aula e mediar quando for necessário cada
atividade ou situação didática, descobrir suas habilidades e quais precisam ser
alcançadas, avaliar os recursos utilizados no ambiente de acordo com as
especificidade da criança com TEA. Buscando práticas pedagógicas que ajudaram
no desenvolvimento da aprendizagem, procurando atividades que não dure muito
tempo e nunca punir o erro, pois nesse processo: Haverá conquistas e erros, muitas
vezes mais erros que conquistas, mas o trabalho jamais será em vão (CUNHA,
2012, p. 30).
No entanto é importante conhecer e criar novas alternativas para a
comunicação, leitura, escrita, mobilidade, brincadeiras e artes, com a utilização de
materiais escolares e pedagógicos especiais. O professor de Educação Infantil
precisar trabalhar diferentes aspectos que contribuem para o desenvolvimento global
do indivíduo. Para as crianças com autismo, a escola, os professores e a família
podem contribuir de forma significativa para melhorias notáveis em seu
comportamento, com isso se faz necessário que a professora conheça seu
educando mantendo uma comunicação aberta com a família e com os profissionais
que o atendam fora da escola, para desenvolver uma prática pedagógica levando
em conta as suas especificidades, pois nenhum autista é igual e o professor deve
considerar:
(...) que no ensino do aluno com Transtorno de Espectro Autista, não há
metodologias ou técnicas salvadoras. Há, sim, grandes possibilidades de
aprendizagem, considerado a função social construtivistas da escola.
Entretanto, o ensino não precisa estar centrado nas funções formais e nos
limites preestabelecidos pelo currículo escolar. Afinal, a escola necessita se
relacionar com a realidade do educando. Nessa relação, quem primeiro
aprende é o professor e quem primeiro ensina é o aluno. (CUNHA, 2015,
p.49)

Diante da diversidade e da proposta educacional na perspectiva de uma


educação inclusiva (MEC/2008), são garantidos aos estudantes com deficiência,
transtornos globais do desenvolvimento, altas habilidades/ superdotação, não só o
aceso ao ensino regular, mas uma inclusão plena, com direito a aprendizagem e um
ensino que pode ir desde a educação infantil até o ensino superior, no qual requer
adaptações e estratégias diferenciadas.
Segundo SOUZA (2006, p.2) as práticas pedagógicas parte de um processo e
de uma prática social maior, expressando as atividades que são desenvolvidas no
cenário escolar.
Lima, Sérgio e Souza (2012, p.6) afirmam que:
(...) pratica pedagógica e uma prática docente na perspectiva das
especificidades e necessidades da educação infantil devem ser organizadas
de forma que desenvolvam suas capacidades expressivas e instrumentais
do movimento de observação identificação de imagem de comunicação
sobre o meio ambiente, de conceitos aritméticos e espaciais que levem à
construção da identidade das crianças por meio de práticas diversificadas
realizadas em situações de interação pedagógica.

Sendo assim, e importante que o professor privilegia vínculos afetivos; utiliza


linguagem objetiva; privilegia as habilidades individuais; propõe pequenas tarefas,
mesmo que sejam diversas; incentivar sempre; propor atividades que estimulem o
pensamento lógico; adaptar o currículo, as metodologias e o processo avaliativo;
evitar atividades muito longas; utilizar jogos; explorar o cotidiano; utilizar abordagens
sensoriais (visual, auditivo, cinestésico); propor atividades baseadas no interesse do
aluno; utilizando o concreto e o lúdico, mesmo nos anos finais da Educação Básica.
A utilização dessas estratégias depende de fatores como: adaptação do
currículo escolar, reformulação do projeto político-pedagógico e formação
continuada adequada a essas novas propostas, além, é claro, de estrutura física, de
material e de recursos humanos, como determina a legislação educacional
brasileira. No entanto, o professor deverá trilhar para desenvolver a prática
pedagógica inclusiva.
“Não estão unicamente no conteúdo, e sim na interatividade do processo,
na dinâmica do grupo, no uso das atividades, no estilo do formador ou
professor(a), no material que se utiliza” (IMBERNON, 2000, p. 99).

Desse modo, o professor precisa desenvolver sua capacidade reflexiva sobre


o que ensina, para quem ensina e porque ensina.

2.3 CARACTERÍSTICAS DO AUTISMO

O autismo é um transtorno no desenvolvimento, que interfere na qualidade


das interações sociais e da comunicação, caraterizado por interesses restritivos,
fixos e repetitivos. Os critérios mais recentes para o diagnóstico estão descritos na
quinta versão do Manual Diagnóstico e Estatísticos dos Transtornos Mentais (DSM-
V), no qual é definido como Transtorno do Espectro do Autismo-TEA. Assim, para o
DSM-V.
O transtorno do espectro autista é um novo transtorno do DSM-5 que
engloba o transtorno autista (autismo), o transtorno de Asperger, o
transtorno desintegrativo da infância, o transtorno de Rett e o transtorno
global do desenvolvimento sem outra especificação do DSM-IV. Ele é
caracterizado por déficits em dois domínios centrais: 1) déficits na
comunicação social e interação social e 2) padrões repetitivos e restritos de
comportamento, interesses e atividades (APA, 2014, p. 809).
O conceito Espectro Autista está relacionado a uma linha de dificuldade e
competências, desde quadros mais graves, com maior dependência de outras
pessoas, até quadros mais leves, com alterações mais sutis e maior autonomia do
indivíduo (BORDINI; BRUNI, 2014). Ou seja, o grau de severidade do autismo é
determinado de acordo com os níveis de funcionalidade socio comunicativas e
comportamentais de cada pessoa.
Algumas características são notáveis durante o desenvolvimento da criança
autista, que vão desde as dificuldades de aprendizagem até a superdotação em
áreas específicas, pois, conforme relata Relvas (2011, apud Lima, 2019, p. 16), “as
crianças com TEA também podem ter inteligência normal”. Também se nota o atraso
na fala, mesmo que algumas crianças com TEA falem de forma apropriada (Relvas,
2011, apud Lima, 2019), falta de atenção e interesse limitado a certos objetos.
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é resultado de alterações físicas e
funcionais do cérebro e está relacionado ao desenvolvimento motor, da linguagem e
comportamental.
O TEA afeta o comportamento da criança. Os primeiros sinais podem ser
notados em bebês nos primeiros meses de vida, é um transtorno que requer atenção
precoce e, como outros casos, a família cumpre um papel fundamental na aplicação
do mesmo, pois ela vai determinar a evolução que este alcança. A detecção precoce
do TEA é muito importante, pois, quando mais cedo se detecta o problema,
melhores e mais satisfatórios serão os resultados obtidos, e melhor será o
prognóstico no processo de desenvolvimento da criança (BRASIL, 2013).
No geral, uma criança com transtorno do espectro autista pode apresentar os
seguintes sinais:
1- Dificuldade para interagir socialmente, como manter o contato visual,
identificar expressões faciais e compreender gestos comunicativos, expressar as
próprias emoções e fazer amigos
2- Dificuldade na comunicação, caracterizado por uso repetitivo da
linguagem e dificuldade para iniciar e manter um diálogo
3- Alterações comportamentais, como manias, apego excessivo a
rotinas, ações repetitivas, interesse intenso em coisas específicas e dificuldade de
imaginação.
No entanto, alguns dos distúrbios relacionados ao autismo são o transtorno
do sono, queixas gastrointestinais, epilepsia, transtorno motores, como alteração de
marcha, equilíbrio, psicomotricidade fina e coordenação motora (BOARATI;
PANTANO, 2016). Tendo como característica a ausência ou deficiência a nível tanto
de interação social, na comunicação, assim como no desenvolvimento da
simbolização, apresentando um padrão de atividades e interesses limitado, repetitivo
e estereotipado. Algumas dessas características são perceptíveis antes dos trinta
meses de vida. Alguns sinais de alerta são: falta de resposta e/ou rejeição ao
contato com outras pessoas, isto é, não reconhecimento diferenciado da mãe, não
mover a cabeça quando dele se aproxima, etc.; ausência de choro; problemas de
alimentação; problemas de sono; surdez aparente; falta de desenvolvimento das
orientações que normalmente aparecem antes da linguagem (BRASIL, 2013).

2.4 Desenvolvimento e aprendizagem dos alunos com autismo


Para saber como o aluno com autismo está se desenvolvendo na escola o
professor deve utilizar algumas estratégias ou recursos que sinalizem esse
processo. De acordo com Carothers e Taylor (2004), existem algumas técnicas que
têm certa eficácia para a aprendizagem de crianças autistas. São as técnicas de
aprendizagem que se utilizadas de maneira adequada podem fazer muita diferença
na vida dessas crianças.
Modelagem através de gravação de vídeo - Um aluno que já adquiriu uma
habilidade é gravado executando-a e assim o vídeo pode ser repetido várias vezes
para o aluno que ainda não adquiriu a habilidade em questão. Essa técnica pode ser
usada para ensinar crianças com autismo a fazerem compras no mercado, por
exemplo.
Rotina de atividades pictográficas - Ilustrações como fotos, desenhos, etc.,
compõe estágios de uma tarefa, para que o aluno siga as instruções e complete a
tarefa independentemente. Um exemplo é ilustrar a rotina do dia a dia na escola.
Participação e Orientação de Colegas - Outras crianças homotípicas são
usadas como modelos para o ensino de habilidades funcionais na comunidade para
alunos com autismo.
Técnicas como estas são aplicadas na escola e além de continuar a aplicação
de tais técnicas em casa, é interessante a colaboração de parentes ou vizinhos para
modelar um comportamento, uma habilidade, uma tarefa, como por exemplo, gravar
o irmão de uma criança com autismo mostrando como decidir o que vestir para ir à
escola, ou também uma atividade como guardar os brinquedos, em que todos os
passos sejam fotografados e com legenda.
Também para o aluno com o Transtorno Espectro Autista tenha êxito no
desenvolvimento em sala de aula é fundamental ter uma rotina, pois o Autista
sentem mais seguras quando têm uma rotina previsível. Além disso, podem reagir
mal a mudanças e adaptações no ambiente. A repetição de processos e atividades
em sala de aula é muito benéfica para elas. É necessário entender se o aluno autista
responde melhor a estímulos visuais ou auditivos, como ele interage melhor com o
professor e com os colegas, mantendo o tratamento todos os dias, criando um
padrão na forma de cumprimentar e se dirigir a ele, o que ajuda a evitar a
ansiedade.
O papel do professor nessa perspectiva é tornar possível a socialização da
criança com autismo na sala de aula e adequar a sua metodologia para atender as
necessidades destes. Em muitas situações, as crianças com autismo ficam às
margens do conhecimento ou não participam das atividades grupais, fato que exige
do professor sensibilidade para incluí-lo ao convívio com o meio, visto que é no
processo de socialização que se constitui o desenvolvimento e aprendizagem
As crianças com autismo podem ter dificuldade para planejar, organizar e
completar tarefas. Ao dividir essas atividades em etapas, com cuidado para não
fornecer muitas informações de uma vez, as crianças compreendem melhor o que
precisam fazer, podendo pedir ao aluno para repetir as instruções para saber se ele
compreendeu o que foi dito. Muitos professores fazem isso cantando, como uma
forma de fazer uma transição de atividades, e, também pode criar listas com
imagens das etapas das atividades, para que os alunos possam verificar em que
ponto estão, marcando cada etapa concluída.

3. Metodologia
Esse projeto de pesquisa teve como objetivo geral conhecer melhor as
práticas pedagógicas inclusivas de professores da Educação Infantil com crianças
com Transtorno de Espectro Autista (TEA). Além disso, foi norteada pelos seguintes
objetivos específicos: descrever as características do autismo, analisar as práticas
pedagógicas utilizadas e observar as dificuldades enfrentadas pela comunidade
escolar em relação as crianças com Transtorno do Espectro Autista.
A pesquisa foi de natureza qualitativa bibliográfica, de acordo com GODOY
(1995), tem como campo de pesquisa o ambiente natural, a realidade a qual se
propõe descrever e a relação direta entre o pesquisador e o objeto a ser pesquisado.
A pesquisa foi realizada na CMEI ELIZABETH EMERICH CAMPOS, que esta
situada na rua, na cidade de Rio Verde Goiás. É mantida pela Secretaria Municipal
de Educação, funciona com tempo integral e parcial.
Participaram da pesquisa a coordenadora pedagógica, o apoio à inclusão e
uma professora. Como instrumento de coleta dos dados, utilizamos duas entrevistas
semiestruturadas. As entrevistas foram realizadas na instituição onde a
coordenadoras, o apoio e a professora lecionam, sendo a entrevista com as mesma
na sala dos professores.
As entrevistas versavam sobre as seguintes questões: Como é a participação
efetiva e conjunta da instituição junto com a família da criança autista? Qual a
importância dos jogos e brincadeiras para o desenvolvimento integral das crianças
autista? Quais são os desafios encontrados pela instituição na pratica pedagógica
no processo ensino aprendizagem com as crianças com Transtorno do Espectro
Autista?
Os recursos mais usados na pesquisa qualitativa são as entrevistas
semiestruturadas ou questionários com questões abertas, pois estes instrumentos
são apropriados para aprofundar conhecimentos para depois analisa-los a luz dos
referenciais pesquisados na pesquisa bibliográfica (RICHARDSON, 1999).
O questionário se volta para identificar as práticas pedagógicas utilizadas
para o processo ensino aprendizagem com as crianças com Transtorno do Espectro
Autista.
Na primeira pergunta “Como é a participação efetiva e conjunta da instituição
junto à família da criança autista?”, a coordenadora pedagógica respondeu que
sempre quando faz matrícula da criança autista, reuni os pais para responder a ficha
de anamnésia para conhecer a criança. Os pais são proativos, e eles tem abertura
para ir a instituição. O apoio à inclusão respondeu que os pais teria que ser mais
presente na instituição, pois ajudaria muito a criança, e, a professora diz que os pais
são participativos na medida do possível.
Na segunda pergunta “qual a importância dos jogos e brincadeiras para o
desenvolvimento integral das crianças autista?” todas responderam que é de
extrema importância, pois o manuseio dos brinquedos é fundamental para o
desenvolvimento da criança, mas que vai da realidade de cada criança.
Na terceira pergunta “quais são os desafios encontrados pela instituição na
pratica pedagógica no processo ensino aprendizagem com as crianças com
Transtorno do Espectro Autista?” foram citados a falta de comprometimento familiar
e aceitação das peculiaridades da criança com autismo, com isso gerar uma
dificuldade maior para o professor trabalhar de forma satisfatória com o aluno
autista. É possível notar que para o professor trabalhar as atividades escolares, no
qual leve o aluno a construção do próprio conhecimento e inseri-lo na rotina da
escola, é preciso uma parceria família, escola e o apoio de equipe multidisciplinar, a
capacitação dos professores e apoios, rede de apoio e a dificuldade de interesse
pelo aluno nas atividades.
Na última pergunta “quais são as práticas pedagógicas utilizadas pela
instituição para o desenvolvimento dos alunos com espectro autista?” a resposta
foram que varia de cada sala, de cada criança, pois um atividade ou brincadeira
pode dar certo para uma criança e para outra já não pode funcionar. Outra prática é
a Ludicidade e a estimulação das crianças autista para que eles possam participar
das atividades.
Diante dessas respostas nos leva a refletir a importância de ter capacitação
para os professores, para ter uma boa prática pedagógica no processo ensino
aprendizagem das crianças autista.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conclui-se que mesmo por falta de formação e rede de apoio, os professores
buscam ter um bom empenho para a aprendizagem do aluno do Espectro Autista.
Observa-se que as professoras privilegiam vínculos afetivos; utiliza
linguagem objetiva; privilegia as habilidades individuais; propõe pequenas tarefas,
mesmo que sejam diversas; incentivar sempre; propor atividades que estimulem o
pensamento lógico; adaptar o currículo, as metodologias e o processo avaliativo;
evitar atividades muito longas; utilizar jogos; explorar o cotidiano; utilizar abordagens
sensoriais (visual, auditivo, cinestésico); propor atividades baseadas no interesse do
aluno; utilizando o concreto e o lúdico, mesmo nos anos finais da Educação Básica.
No entanto, vimos a urgência de se fazer mais investimentos científicos, de
expandir as pesquisas acerca das práticas pedagógicas que favoreçam a ações
formativas para capacitar os profissionais, e assim, favorecer a aprendizagem e
inclusão do estudante com TEA como agente participativo na escola e na sociedade,
tendo uma Educação de qualidade que beneficie a todos.
De acordo com este estudo foi possível identificar o papel do professor como
mediador da inclusão escolar, ou seja, ele se torna responsável por criar situações e
estratégias pedagógicas que oportunizem esse processo. O educador no processo
de inclusão passa a compreender que as diferenças são características de todos os
alunos de modo geral, independentemente de sua condição. A falta de formação
voltada para aspectos inclusivos, na maioria das vezes reflete negativamente na
prática docente do professor, pois ele precisa, de forma contínua, estar em contato
com novas possibilidades de atuação profissional, redimensionando o seu saber e
sua prática pedagógica nos espaços educativos.

Referência BIBLIOGRÁFICA
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IMBERNON, F. Formação docente e profissional. Formar-se para a mudança e a


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https://brasilescola.uol.com.br/saude/autismo.htm Acesso no dia 27 de julho de


2023.

ANEXO I

TERMO DE RESPONSABILIDADE E COMPROMISSO DE AUTORIA

Eu, Fernanda Ferreira Neris, matrícula 2020 0217 0531 declaro, para os
devidos fins de direito, que o trabalho de conclusão de curso o artigo intitulado,
Práticas Pedagógicas com crianças com transtorno do espectro autista (TEA) na
educação infantil no ensino público na região centro oeste é de minha autoria, tendo
sido elaborado com a observância ao princípio do respeito aos direitos autorais de
terceiros e em conformidade às normas estabelecidas no Manual de Normas para a
Estrutura Formal de Trabalhos Científicos da Universidade Estácio de Sá.
Declaro ainda que as citações e referências foram elaboradas à luz das
normas da ABNT. Estou ciente de que o plágio ou a adoção de qualquer outro meio
ilícito para a elaboração de trabalhos acadêmicos configura fraude, possível de
sanções, conforme as normas internas da Universidade Estácio de Sá, das quais
também declaro ter plena ciência.
Tenho conhecimento de que, eventualmente, o professor orientador poderá
exigir-me uma verificação adicional de conhecimento sobre o tema do artigo
científico como condição para a aprovação da disciplina.
Declaro, por fim, que tenho conhecimento de que o plágio ou cópia da
internet constitui crime previsto no art. 184 do Código Brasileiro e que arcarei com
todas as implicações civis, criminais e administrativas caso incorra nesta prática ao
realizar esse trabalho de TCC.
Rio Verde-GO, 19 de Setembro 2023.
Nome: FERNANDA FERREIRA NERIS Matricula: 2020 0217 0531

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