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TRANSTORNO DO ESPECTRO DO AUTISMO: DIFICULDADES ENFRENTADAS

PELOS DOCENTES NOS PRIMEIROS ANOS DO ENSINO FUNDAMENTAL

Teófilo Negrão
RESUMO

Essa pesquisa pretende discutir os desafios que os professores enfrentam no


processo de inclusão de alunos com Transtorno de Espectro do Autismo nas escolas
públicas. Partindo do pressuposto de que o educador não tem formação para recebe
este discente, a falta de conhecimento do assunto produz um enorme impacto no
processo de ensino e aprendizagem desses alunos, e em muitos casos o aluno com
TEA apresenta problemas com a linguagem e estímulos visuais. Assim, este artigo
tem como objetivo analisar as dificuldades enfrentadas por docentes nos primeiros
anos do ensino fundamental no processo de ensino aprendizagem de alunos com
Transtorno do Espectro do Autismo, mostrando que a criança que tem o diagnóstico
de autismo deve se adaptarem ao meio sociais e comunicativos, promovendo a
busca pela sociabilidade e independência no ambiente escolar quando tem ações
pedagógicas de intervenção pelo docente com este alunado na sala de aula. Sabe-
se que uma escola inclusiva é um fator importante nas relações sociais e no
desenvolvimento de competências de todos os alunos que a consideram. Observa-
se as necessidades educacionais especiais que o autismo traz, porque legalmente é
considerado uma deficiência e tem direito a todos os benefícios de ser integrado ao
sistema escolar regular. Para tanto, utilizamos a pesquisa qualitativa com foco nos
métodos analíticos e de descrição bibliográfica. Enfatizamos a observação como
ferramenta de coleta de dados e priorizamos a análise de conteúdo para refletir o
trabalho. Concluiu-se que os professores devem utilizar diferentes estratégias
metodológicas para promover a compreensão e a socialização dos alunos com
autismo no ensino, incentivando sua participação nas atividades escolares e
interagindo com os colegas em contextos educacionais.

Palavras-chave: Aprendizagem, Escola, Inclusão, Transtorno do Espectro do


Autismo.
1. INTRODUÇÃO

O interesse por esse estudo surgiu a partir das vivências de estágio na Escola
de Educação Básica e Profissional Fundação Bradesco, cujo a chegada de um novo
aluno com Transtorno do Espectro Autista despertou o interesse por aprender a
participar ativamente do cotidiano escolar dessa criança. Observou-se também o
despreparo da equipe escolar e principalmente da professora que atenderia a esse
aluno o que aflorou ainda mais o interesse sobre a necessidade e dificuldades que
os docentes enfrentam ao receber um aluno dito “diferente” na sala de aula.
Através desta pesquisa procurou-se compreender as dificuldades que os
docentes enfrentam diante do processo de ensino e socialização do aluno autista e
através desse tema deixar em aberto outras linhas de pesquisa referente a esses
questionamentos bem como: O que fazer para amenizar e/ou sanar as dificuldades
encontradas pelos docentes no processo de ensino do aluno autista? Como o
trabalho pedagógico pode influenciar negativa ou positivamente no aprendizado
deste aluno?
Ressalta-se a importância do trabalho social realizado em conjunto com a
escola e os familiares para que as dificuldades tais como, garantir que o aluno se
sinta bem acolhido e aceito na sala de aula, entender como acontece o seu
processo de ensino aprendizado, pois sabe-se que cada aluno possui uma forma
diferenciada de aprender, e promover a este aluno uma educação digna e de
qualidade para que este possa se desenvolver em todas as áreas, possam ser
amenizadas gradativamente.
O trabalho apresenta uma parte teórica, em que se apresenta o significado de
Autismo e quais os benefícios que estes adquirem mediante acompanhamento
familiar e pedagógico contínuo; quais as Normas Jurídicas, vigente, que amparam a
pessoa com autismo e quais as suas características. Tem como verificar qual o
conhecimento dos professores em relação a este tema, como é feito o processo de
inclusão do aluno com autismo.
Este trabalho teve como objetivo geral averiguar quais as dificuldades
enfrentadas pelo docente no processo de ensino e interação do aluno autista, pois
diante da existência de várias crianças diagnosticadas com TEA na rede de ensino,
faz-se necessário um estudo mais específico dessas complexidades, para que se
possa compreender e buscar métodos de inserção desses alunos em toda sua
amplitude.
Com os objetivos específicos busca-se conhecer as dificuldades enfrentadas
pelo docente no processo de ensino do aluno autista nos anos iniciais do Ensino
Fundamental, saber quais os meios que a escola e o poder público oferecem para
fortalecer este trabalho e mostrar, a luz dos teóricos, como os alunos com autismo
podem se adaptar ao ambiente escolar apesar de suas peculiaridades e diferenças.
Cada participante da vida escolar destes alunos deve buscar a melhoria da
qualidade do aprendizado para tornarem esse longo processo o mais favorável
possível buscando analisar, compreender e principalmente entender esse público,
que cada dia mais vem fazendo parte da realidade e do cotidiano escolar, onde cada
um possui suas caraterísticas individuais, todo o estudo foi correlacionado com
autores que a muito estudam sobre esse transtorno.
Ressalta-se a importância do trabalho social realizado em conjunto com a
escola e os familiares para que as dificuldades tais como, garantir que o aluno se
sinta bem acolhido e aceito na sala de aula, entender como acontece o seu
processo de ensino aprendizado, pois sabe-se que cada aluno possui uma forma
diferenciada de aprender, e promover a este aluno uma educação digna e de
qualidade para que este possa se desenvolver em todas as áreas, possam ser
amenizadas gradativamente.
A fundamentação teórica com uma ampla leitura sobre o tema, contou-se com
renomados autores e estudiosos que trouxeram embasamento teórico para esta
pesquisa, durante a construção observou-se a maior dificuldade dos professores é a
interação com este público.
Sabe-se também que os materiais didáticos trabalhados com esses alunos
devem ser elaborados de acordo com sua forma de desenvolvimento cognitivo, todo
o estudo foi correlacionado com autores que a muito estudam sobre esse transtorno.
2. DESENVOLVIMENTO

2.1. CONCEITUAÇÃO SOBRE O TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA

O autismo é um termo genérico usado para descrever um grupo de


transtornos complexos caracterizados pelo atraso no desenvolvimento de funções
básicas conhecido por Transtorno Global do Desenvolvimento (TGD). Outros
transtornos são a Síndrome de Asperger, a Síndrome de Rett, e os transtornos
desintegrativos da infância (Síndrome de Heller). Muitos pais e profissionais se
referem a este grupo como Transtorno do Espectro Autista.
Há muitos estudiosos buscando explicações para as causas e consequências
do autismo. No entanto, pouco progresso foi feito sobre como ou por que a doença é
causada. Compreender essa síndrome é um desafio para muitos pesquisadores que
buscam respostas que ainda não foram encontradas. Algumas características são
muito comuns e marcantes, como:

Tendência ao isolamento, ausência de movimento antecipatório,


dificuldades na comunicação, alterações na linguagem, com ecolalia
e inversão pronominal, problemas comportamentais com atividades e
movimentos repetitivos, resistência a mudanças e limitação de
atividade espontânea. Bom potencial cognitivo, embora não
demonstrassem. Capacidade de memorizar grande quantidade de
material sem sentido ou efeito prático. Dificuldade motora global e
problemas com a alimentação. (MENEZES, 2012, p. 37).

Tomados em conjunto, fica claro que as pessoas com autismo precisam ser
intrinsecamente compreendidas e vistas como pessoas que podem desenvolver
habilidades por meio de estratégias apropriadas. Ter sensibilidade e perspicácia
para trabalhar com alunos autistas e descobrir seus talentos e habilidades torna-se
muito prazeroso e crucial na carreira de um educador.
Foi denominado autismo infantil precoce, apoiado na teoria de Kanner (1943),
que foi o primeiro a descrever manifestações clínicas, e a primeira publicação clínica
reconhecida sobre o assunto foi publicada em 1943. O autismo sempre foi um
assunto desafiador. Acadêmicos de diversas áreas, por falta de um conhecimento
mais profundo de suas características e de como trabalhar com esse cliente.
Segundo o pesquisador,
o denominador comum desses pacientes é sua impossibilidade de
estabelecer desde o começo da vida, interações esperadas com
pessoas e situações (...) apreciam ser deixados sozinhos, agindo
como s as pessoas em volta não estivessem ali (...) quase todas as
mães relatam a perplexidade causada pelo fato dos filhos, diferentes
dos demais, não desejarem ser tomados em seus braços (KANNER,
1943, apud. KELMAN et al, 2020, p. 224)

Ao longo do tempo, outros pesquisadores e estudiosos também


desenvolveram suas pesquisas, por exemplo, Klin (2006), que classificou as
pessoas com autismo de acordo com suas características; com algumas alterações,
como, por exemplo, a associação do autismo com déficit cognitivo, considerando-o
não uma psicose, mas um transtorno do desenvolvimento. Essa ideia de déficit
cognitivo foi reforçada por muitos pesquisadores até hoje.

Como vivem em um mundo muito confuso, é compreensível que


crianças autistas tentem se apegar às poucas coisas que conseguem
entender. Elas gostam de manter as mesmas rotinas, uma leve
mudança pode provocar gritos e acessos de raiva. Também se
tornam bastante apegadas a objetos, que podem ser brinquedos
comuns ou coisas aparentemente sem atrativos (GAUDERER, 2021,
p. 119).

Por causa dessas características, os alunos autistas são muitas vezes


deixados de fora sem a atenção do professor. Seu isolamento é muitas vezes visto
como desrespeito ou constrangimento. Mesmo muitas famílias desprezam ou isolam
essas crianças indiferentes em seu mundo sem encontrar uma maneira de interagir
ou socializar.
Segundo Klin (2006) os indivíduos com autismo podem ser agrupados de
acordo com características comportamentais que permitem avaliar sua gravidade.
No grupo considerado grave, tivemos indivíduos com maiores comprometimentos, e
os grupos intermediário e terceiro tiveram comprometimentos mais cautelosos. De
acordo com o autor:

Há uma variação notável de sintomas no autismo. As crianças com


funcionamento mais baixo são alto de funcionamento e são pouco
mais velhas, seu estilo de vida social é diferente, no sentido de que
elas podem-se interessar pela interação social, mas não podem
iniciá-las ou mantê-la de forma típica. O estilo social de tais
indivíduos foi denominado ‘ativo, mas estranho, no sentido de que
eles geralmente têm dificuldade de regular a interação social após
essa ter começado. As características comportamentais do autismo
se alternam durante o curso do desenvolvimento (KLIN, 2006, p. 8)

Oferecer a todas as pessoas autistas uma oferta educacional torna-se


desrespeitoso à sua individualidade. Porque são as características de um indivíduo
que determinam a intensidade e variedade de intervenções pedagógicas que ele
necessita para o desenvolvimento de seu processo educativo. Portanto, há uma
necessidade urgente de inovar e adaptar o sistema educacional em termos de
adaptação curricular, formação de professores, de modo a se adequar à
especificidade dos alunos com autismo.

2.2. PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO TRANSTORNO DO ESPECTRO


AUTISTA

O Espectro Autista ou Transtorno do Espectro Autista (TEA) engloba alguns


diagnósticos que variam conforme a área de menor ou maior prejuízo para o
indivíduo: nas áreas de interação social, comunicação e comportamental
(comportamentos restritivos, estereotipias e repetitivos). Deve-se ressaltar que cada
autista possui limitações e características individuais e apesar de semelhante a
outros autistas dificilmente se comportará exatamente igual.
Segundo o Documento do Ministério da Educação, Saberes e Práticas da
Inclusão (BRASIL, 2003), as crianças com Transtorno do Espectro do Autismo não
são fisicamente diferentes das outras crianças, mas seus comportamentos possuem
algumas peculiaridades que chamam a atenção daqueles diretamente relacionados
a elas, como familiares e professores. Certas características das crianças com
autismo são claramente visíveis. No convívio, por exemplo, percebe-se que eles
tendem a se isolar "no seu próprio mundo", o que dificulta a interação com os outros
e, também, leva a dificuldades de comunicação. Eles podem ser hiperativos ou
muito passivos, e suas personalidades são um tanto inconstantes.
Eles também possuem um déficit de atenção, o que resulta em um processo
de aprendizado muito lento e, também, faz parte de uma rotina que não pode ser
quebrada, pois gera um desconforto significativo. É importante notar também que
essas crianças mal mantêm contato visual, obedecem a comandos ou respondem
quando são chamadas. Pessoas com Transtorno do Espectro do Autismo também
têm apegos a certos objetos e tendem a exibir comportamentos de gestos
repetitivos.
Cada indivíduo com autismo pode ser percebido como tendo uma forma
diferente de resposta, mas a maioria deles apresenta dificuldades de interação, no
desenvolvimento cognitivo e, bem como, na linguagem. Observa-se, ainda, que o
autismo não é contagioso ou adquirido por acidente, pois é um transtorno
neurobiológico. Até então, não existe cura, mas tratamentos que estão em constante
progresso na busca melhorias e desenvolvimento para os portadores.
Esses fatores podem aparecer em formas menores ou maiores no
comportamento, mas independente do grau, essas crianças necessitam de
acompanhamento de profissionais, como: psicólogos, fonoaudiólogos, pediatras,
educadores, psicopedagogos, dentre outros. E, quanto mais rápido esse
acompanhamento ocorrer, mais sucesso essas crianças terão em seu
desenvolvimento cognitivo, motor, linguístico e social.
Destacamos o papel do professor neste trabalho, considerando que é
importante reconhecer as primeiras dificuldades no desenvolvimento de uma
criança:

É provável que o professor perceba que a criança tem necessidades


educacionais especiais antes mesmo dos seus pais ou do próprio
pediatra, mas também é comum que o professor se sinta inseguro de
comentar isso com alguém, até mesmo pelo próprio fato de que
ninguém, nem mesmo o médico, tenha sequer pensado nessa
hipótese anteriormente (BRASIL, 2003, p.14).

Em sua atuação profissional, os professores, ao observarem dificuldades no


desenvolvimento em alguma criança, por vezes, surge o receio em comunicar aos
pais ou responsáveis sobre tais observações, pois muitos pais não aceitam que as
crianças tenham apresentam qualquer deficiência, o que pode causar obstrução das
conversas entre pais e professores sobre o assunto.
Entendendo o papel do professor na identificação e contribuição para a
aprendizagem de crianças com Transtorno do Espectro do Autismo, discutiremos o
papel do professor na garantia da inclusão de alunos com autismo, pois acreditamos
que o ensino pode ajudar a identificar as barreiras das crianças, visto que são
diretamente relacionados, será capaz de perceber dificuldades no progresso da
aprendizagem de alunos autistas.
2.3. DIAGNOSE DO AUTISMO

Para se realizar o diagnóstico do TEA, faz-se necessário avaliar o caso por


uma equipe multidisciplinar capacitada, pois é uma tarefa difícil de ser realizada por
haver um exame clínico, como o de sangue, que o identifique.

Para identificar os critérios diagnósticos para o autismo é preciso


possuir experiência e especialização, pois eles apresentam um alto
grau de especificidade e sensibilidade em grupos de diversas faixas
etárias e entre indivíduos com habilidades cognitivas e de linguagem
variadas (PETERSON; WAINER, 2011, p. 87).

O diagnóstico é realizado baseando-se na tríade autista, ou seja, contempla


as áreas de interação social, comunicação e comportamentos restritos, acrescenta
Peterson e Wainer:

A avaliação diagnóstica de crianças com suspeita de autismo


deve compreender uma observação dos comportamentos
desviantes em comparação com aqueles presentes no curso
normal do desenvolvimento infantil, e não ser apenas uma
checagem da presença ou ausência de sintomas. (PETERSON;
WAINER, 2011, p. 87).

Na análise comportamental, averígua-se o desenvolvimento da criança e se


ela adquiriu ou está adquirindo as competências pertinentes a sua faixa etária
comparando o desenvolvimento típico ou atípico. Esta comparação como salienta
Peterson e Wainer (2011), “deve ser feita por um profissional que conheça o
desenvolvimento típico, fases de desenvolvimento apresentados pela média da
população”. Os marcadores da síndrome são avaliados através de brincadeiras que
exploram, de acordo com a idade, os aspectos da tríade autista.
A avaliação apresenta traços mais complexos, pois ela não se baseia apenas
na análise comportamental, é aprofundada através da avaliação diagnóstica integral,
que consiste em uma revisão do comportamento e do desenvolvimento da criança,
realização de entrevista com os pais, exame de audiometria, genético, neurológico,
entre outros. É importante que haja um diagnóstico precoce para que possa ser feita
a intervenção, assim, maior será a chance de desenvolver-se em todas as áreas.
2.4. A IMPORTÂNCIA DA ESCOLA NO DESENVOLVIMENTO DO ALUNO
AUTISTA

Uma escola inclusiva deve ser um sistema educacional que reconheça e se


concentre nas diferenças individuais e respeite as necessidades de todos os alunos.
Assim como outros membros da escola comprometidos com a educação de
qualidade, os professores devem redefinir seu papel como facilitadores do processo
de ensino para identificar as necessidades educacionais e apoiar os alunos em seu
processo de resistência e conquista.

O autista sente dificuldade em se relacionar ou se comunicar com


outras pessoas, uma vez que ele não usa a fala como um meio de
comunicação. Não se comunicando com outras pessoas acaba
passando a impressão de que a pessoa autista vive sempre em um
mundo próprio, criado por ele e que não interage fora dele.
(MENEZES, 2012, p. 25).

Portanto, as escolas têm a responsabilidade de promover a interação social


entre alunos com autismo e outros alunos que não apresentam deficiências para
desenvolver habilidades relacionadas à linguagem e a socialização. Os professores
devem desafiar os alunos autistas a se envolverem em atividades interativas que
facilitem a comunicação entre todos os alunos.
Quando a criança autista frequenta a escola e é atendida por pessoas
preparadas, ela recebe grandes benefícios. O simples fato de ter a oportunidade de
interagir com outros alunos da mesma idade proporciona momentos de descoberta e
aprendizado, embora esse progresso muitas vezes se torne imperceptível frente à
padronização. Mas de acordo com a especificidade, tem um progresso óbvio no
curto prazo. Para isso, as instituições escolares precisam estar preparadas estrutural
e profissionalmente para isso.

Compete à escola adaptar-se para atender às capacidades e


necessidades do estudante na classe comum, mobilizando ações e
práticas diversificadas que, além do acesso, propicie condições de
permanência exitosa no contexto escolar. (KELMAN, et al. 2020, p.
226).

Percebe-se que o ambiente escolar, como instituição social, tem a


responsabilidade de se adaptar aos alunos com Transtorno do Espectro do Autismo
e proporcionar-lhes oportunidades de convívio social. Para isso, é necessário que a
comunidade escolar, principalmente os professores, compreendam o que é o
autismo, mas na maioria dos casos, constatamos que os professores não
apresentam preparo adequado para lidar com o assunto. Para Correia (2018), a
educação inclusiva gera maiores demandas e desafios para escolas e professores.
É necessário que os educadores desenvolvam currículos que atendam às
características dos alunos.

Capacitar os professores e as escolas a trabalhar com um currículo


que responda a estas exigências é, pois, o grande desafio que se
coloca à própria escola e aos serviços de apoio”. Planificar a
aprendizagem e a participação de todos os alunos sem recorrer a
respostas estereotipadas e pré-definidas, procurar as melhores
formas de adaptar ou modificar o currículo à diversidade das
necessidades dos alunos, trabalhar em articulação com outros
profissionais ou serviços, promover a colaboração e partilha de
informações e experiências entre professores, dinamizar a produção
de materiais curriculares, a observação mútua de aulas, a
emergência de parcerias pedagógicas, incentivar a experimentação e
inovação pedagógica. (CORREIA, 2018, p. 47).

O professor é a pessoa mais importante no processo de aprendizagem do


aluno, como educador, deve-se buscar meios para obter uma melhor compreensão
de como o aprendizado efetivamente ocorre de acordo com Santos (2008, p.33) “A
aprendizagem somente ocorre se quatro condições básicas forem atendidas: a
motivação, o interesse, a habilidade de compartilhar experiencias e a habilidade de
interagir com os diferentes contextos”. Sendo assim, cada condição deve ser
mediada para que possam ser alcançadas em sua totalidade.
Para que a educação de crianças com TEA tenha resultados proveitosos, faz-
se necessário que a forma de ensinar seja preparada para lidar com a diversidade
que há nas salas de aula a fim de acolher adequadamente as manifestações do
transtorno, Cunha, Bordini e Caetano (2015, p. 100) reforça que “não podemos
educar sem atentarmos para o aluno na sua individualidade, no seu papel social na
conquista da sua autonomia”. A autonomia deve ser a diretriz do educador, porém,
para que se essa finalidade seja alcançada é preciso que o mundo para a criança
autista seja sinalizado e, que essa sinalização, atue como agente que permita a
interação do sujeito no meio ambiente de forma adequada e condizente com uma
interação de qualidade e representativa, possibilitando a troca entre o sujeito e o
ambiente.
Fica a cargo do educador e da instituição de ensino, a responsabilidade em
inserir a pessoa com autismo na sociedade, para que ele possa interagir de forma
mais próxima do “normal” possível. Para isso é necessário que os educadores
estejam preparados para receber tal demanda e sua necessidade. Não se pode
pensar em inclusão escolar, sem pensar em um ambiente inclusivo.
Contudo, não se deve “entender este ambiente inclusivo somente em razão
dos recursos pedagógicos, mas também pelas qualidades humanas”, Cunha, Bordini
e Caetano (2015, p. 100). Ou seja, o educador deve estar preparado para manejar
com recursos que dispõe a escola, sua sala de recursos multifuncional e o
conhecimento adquirido em capacitação, para realizar a educação do indivíduo de
forma que ele atinja a meta estabelecida. Seu papel é estimular a criança para a
formação do conhecimento.
Assim, proporcionar um trabalho interdisciplinar nos espaços escolares pode
trazer muitos benefícios para os alunos com necessidades especiais. As escolas
devem se adaptar para atender a todos os alunos, independentemente de suas
diferenças. Portanto, o foco principal deve estar na formação dos professores, pois
eles regularão o processo educacional em sala de aula.

2.5. ESTRATÉGIAS DE ENSINO PARA O PROCESSO EDUCATIVO DE ALUNOS


AUTISTAS

O papel da escola é vital para o desenvolvimento de todos os alunos. Buscar


mais conhecimento sobre o assunto, ter uma perspectiva inclusiva e preparar
professores e funcionários para trabalhar com alunos com autismo é um começo
importante. Relacionado a isso, encontrar formas e estratégias para que todos os
alunos interajam e se desenvolvam deve ser uma meta constante de uma escola
inclusiva.
Encontrar formas e estratégias para trabalhar com alunos com Transtorno do
Espectro do Autismo depende muito do comprometimento, sensibilidade e
disponibilidade do professor para se manter informado sobre os acontecimentos
atuais na área. Ao planejar, o professor deve pesquisar as estratégias de ensino que
pode empregar para adaptar o conteúdo, escolher recursos didáticos e pedagogias
para beneficiar o aprendizado de todos os alunos. Uma sociedade inclusiva acredita
que pessoas especiais têm direitos iguais aos que são considerados normais. Para
tanto, devem ser esclarecidas as ações nas diferentes esferas sociais e envidar
esforços para romper a cultura do preconceito contra as pessoas com deficiência.
Segundo Baptista (2016. p. 93) “o compromisso do educador tem como base
a apropriação de seus próprios recursos e instrumentos: a observação, o diálogo, a
negociação e a avaliação retroalimentam o agir do educador”. Desta forma, os
professores devem rever as informações, compreender e ser sensíveis às limitações
e necessidades dos alunos. A formação por si só não é suficiente, toda atividade
realizada deve refletir o lado humanístico.
Outro aspecto igualmente importante é a estrutura curricular flexível, que
atende às características da região e de cada turma sem deixar de lado a qualidade
do ensino.

Flexibilizar o currículo, para responder a cada caso particular -


comunidade, religião, língua, etnia, necessidade específica - não é
ficar preso a conteúdos predefinidos e a ritmos e estratégias de
aprendizagem rígidas, mas antes adaptar os conteúdos, ritmos e
estilos de aprendizagem, às condições concretas de cada grupo,
subgrupo ou indivíduo (MORGADO, 2011, p. 8).

As escolas devem entender bem seus clientes para melhor atender suas
necessidades reais e não sacrificar a qualidade da educação fornecida. Trabalhar
com alunos com autismo requer o desenvolvimento de práticas e estratégias de
ensino que acolham a todos e respeitem as diferenças.

A incapacidade de desenvolver um relacionamento interpessoal se


mostra na falta de resposta ao contato humano e no interesse pelas
pessoas, associada a uma falha no desenvolvimento do
comportamento normal, de ligação ou contato. Na infância, estas
deficiências se manifestam por uma inadequação no modo de se
aproximar, falta de contato visual e de resposta facial, indiferença ou
aversão a afeto e contato físico (GAUDERER, 2021, p. 14).

Esse comportamento muitas vezes não é compreendido pela comunidade


escolar. As manifestações induzidas pelo Transtorno do Espectro do Autismo podem
levar a sentimentos de exclusão naqueles que não compreendem as características
do transtorno. Portanto, os desafios de trabalhar com alunos autistas são enormes e
exigem muito conhecimento e preparo para seu trabalho posterior, e além da
formação acadêmica, é muito importante a sensibilidade e acuidade do professor
para compreender, e trabalhar com eles.

Educar uma criança, por mais difícil que seja, aumenta o sentimento
de amor na maioria das pessoas. Os pais sentem que a criança é
parte deles e da família, não querendo que ela vá embora. Além
disso, a criança autista pode ser bastante cativante e sua própria
impotência e confusão faz brotar emoções profundas nos que lidam
com ela. Então, quando começam a fazer progresso, a alegria que
cada pequeno passo avante traz, parece muitas vezes maior do que
é dado por uma criança normal (GAUDERER, 2021, p. 127).

A educação é importante na vida de todos, portanto, dadas as situações


difíceis que os alunos com Transtorno do Espectro do Autismo e suas famílias
enfrentam, seu progresso é ainda mais importante.

Educar uma criança, por mais difícil que seja, aumenta o sentimento
de amor na maioria das pessoas. Os pais sentem que a criança é
parte deles e da família, não querendo que ela vá embora. Além
disso, a criança autista pode ser bastante cativante e sua própria
impotência e confusão faz brotar emoções profundas nos que lidam
com ela. Então, quando começam a fazer progresso, a alegria que
cada pequeno passo avante traz, parece muitas vezes maior do que
é dado por uma criança normal (GAUDERER, 2021, p. 127).

A educação é importante na vida de todos, portanto, dadas as situações


difíceis que os alunos com Transtorno do Espectro do Autismo e suas famílias
enfrentam, seu progresso é ainda mais significante.
3. METODOLOGIA

A pesquisa tem caráter qualitativo, por meio de entrevistas com professores


que acompanham alunos com Transtorno do Espectro do Autismo em ambiente
escolar, e por meio de questionários podemos conhecer as ações instrucionais
desenvolvidas para o ensino e aprendizagem desse aluno na escola.
O resultado pode ser definido como um procedimento lógico e organizado que
visa obter respostas às questões colocadas. A pesquisa é necessária quando não
há informações suficientes para responder à pergunta, ou quando a informação
disponível está em um estado de conflito e confusão que não é suficientemente
relevante para a pergunta (GIL, 2002).
Para tanto, por meio da coleta de dados, foram pesquisadas as
recomendações pedagógicas dos professores para a inclusão de alunos com
Transtorno do Espectro do Autismo.

Questionário é um instrumento de coleta de dados, constituído por


uma série ordenada de perguntas, que devem ser respondidas por
escrito e sem a presença do entrevistador. Em geral, o pesquisador
envia o questionário ao informante, pelo correio ou por um portador;
depois de preenchido, o pesquisado devolve-o do mesmo modo.
(LAKATOS, 2007, p.203).

Percebemos que, a partir das respostas dos participantes, procura-se


entender são as práticas do professor na interação do aluno autista no cotidiano
escolar, para que compreendamos melhor como ele estava lidando com esse aluno
em sala de aula.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Questionários foram realizados com os dados coletados por meio de


entrevista com professores do Ensino Fundamental, que possuam em suas salas de
aulas alunos autistas, e analisamos os resultados de estudos de campo em escolas
públicas. Reunindo as informações obtidas e dando-lhes significado, assim foi
analisado as respostas relevantes às questões de pesquisa.
Neste sentido, as ferramentas selecionadas são utilizadas para observação
direta dos dados coletados, entrevistas semiestruturadas e análise documental para
buscar mais fatos existentes no campo de estudo. Para o desenvolvimento de um
trabalho de destaque, optamos por procedimentos metodológicos que caracterizam
a pesquisa qualitativa.
Este estudo de caso foi realizado em uma escola pública da cidade do Recife.
Para obter os dados, utilizamos observações diretas em ambiente de sala de aula, e
aplicação de entrevistas, com professores que possuem alunos autistas em sala de
aula.
A Tabela 1 representa uma síntese das análises de entrevistas de três
professores com alunos que apresentam Transtorno do Espectro do Autismo em
ambiente escolar. Durante a entrevista foram esclarecidas as características e
diferenças, as atividades realizadas com este discente e se os docentes têm alguma
formação para receber este alunado, observamos os relatos de análise dos
seguintes questionários:

Tabela 1: Questionário realizado com professores


Perguntas Professor (1) Professor (2) Professor (3)
1º. Você antes já Sim, é direito de incluir Sim, é lei mais é um Sim, eu sei que é lei mais
tinha qualquer aluno com grande desafio pois é não estou preparada para
conhecimento de deficiência na escola. muito difícil fazer um atender este aluno com
aluno autismo no trabalho diferenciado com deficiência na escola.
ambiente este aluno.
escolar?
2º. Qual sua Faço atividades de Realizo uma rotina de Utilizo atividades que
metodologia Linguagem e atividade concretas com o envolvam a linguagem
utilizada para comunicação oral para aluno para memória seu oral para facilitar interagir
inclusão deste que o aluno autista possa cotidiano no ambiente com a turma.
aluno em sala de interagir com os colegas escolar.
aula? na sala.
3º. Você possui Não, sou especialista em Não, sou especialista em Não, sou psicopedagogia
alguma formação psicopedagogia é o curso Educação Infantil, na lembro que uma
da área para o não dar esclarecimento grande curricular do curso professora do curso falou
atendimento com claro de atendimento a não tem nada sobre sobre aluno com
alunos com TEA? aluno com deficiência no educação especial. deficiência mais muito
ambiente escolar. rápido.

4º. Qual a relação Os alunos respeitam o A turma tenta se Os colegas tratar bem o
dos colegas de aluno com autista, mais o aproximar do aluno autista aluno autista, mais o
classe com este mesmo não interagir mais o mesmo não que se mesmo não quer
aluno autista? devido tem dificuldade de comunicar com os comunicação com a
oralidade com o colega. colegas na sala de aula. turma.

5º. Qual o Realizar atividades Atividades que facilitam Utilizo atividades com os
processo de explorando jogos os movimentos repetitivos recursos da estimulação
Ensino concretos que o aluno que é perfil do aluno sensorial para incentivar a
Aprendizagem do possa memória os autista com jogos produção da escrita e
aluno autista na conteúdos trabalhos na sensoriais com sons e registro do aluno autista.
escola? sala. cores.
6º. Qual a Os pais não realizar as A mãe levar o aluno para Os pais são participativos
participação dos atividades devido não ter o atendimento na sala de na escola, e acompanhar
pais para o tempo, é não levar para a recursos multifuncionais o aluno autista na Sala de
processo de sala de recursos Atendimento Educacional Atendimento Educacional
aprendizagem multifuncionais - AEE pois Especializado - AEE no Especializado - AEE, no
escolar do seu fica muito longe de sua horário da tarde. contraturno.
filho autista? casa.

Fonte: Elaborado pelo autor

Analisando as entrevistas, observou-se que as falas dos professores que não


tinham experiência com alunos autistas na escola corresponderam às características
mais marcantes. Em primeiro lugar, é importante ressaltar que o conhecimento dos
professores parece ter uma base de influência muito importante na convivência com
os alunos relevantes em sala de aula. Ambos desconheciam o Transtorno do
Espectro do Autismo antes de ensinar os alunos e afirmaram não receber orientação
da escola, como evidenciam os depoimentos a seguir:

Sobre o aluno autista na escola, todos os professores afirmam que


“Sei que é lei qualquer aluno com deficiência” (Prof.1). “Mais é um
grande desafio pois é muito difícil fazer um trabalho diferenciado com
este aluno” (Prof.2). “É lei mais não estou preparada para atender
este aluno com deficiência na escola” (Prof. 3).

As escolas inclusivas têm o direito de acolher alunos com quaisquer


necessidades especiais, e no caso de alunos com Transtorno do Espectro do
Autismo, o professor deve adaptar a sua abordagem a esse aluno. As escolas estão
abrindo as portas para essas crianças, mas o que acaba acontecendo é a inserção
de mais um aluno na sala de aula sem condições adequadas.

O desenvolvimento de escolas inclusivas - escolas capazes de


educar a todas as crianças- não é, portanto unicamente uma forma
de assegurar o respeito dos direitos das crianças com deficiências de
forma que tenham acesso a um ou outro tipo de escola, senão que
constitui uma estratégia essencial para garantir que uma ampla gama
de grupos tenha acesso a qualquer forma de escolaridade
(SANCHES 2015, p.13).

Nessa perspectiva, o profissional da educação deve diferenciar sua


abordagem de incorporação de alunos autistas no ambiente escolar, como
observamos na análise do nosso relato:

“Faço atividades de Linguagem e comunicação oral para que o aluno


autista possa interagir com os colegas na sala” (Prof.1). “Realizo uma
rotina de atividade concretas com o aluno para memória seu
cotidiano no ambiente escolar” (Prof.2). “Utilizo atividades que
envolvam a linguagem oral para facilitar interagir com a turma” (Prof.
3).

Dessa forma, por meio de metodologias diferenciadas e engajamento dos


alunos é possível um maior engajamento dos professores no atendimento às
necessidades individuais sem comprometer o nível de desenvolvimento de toda a
sala pela qual este profissional é responsável. Mais importante ainda, para aplicar
essa assistência de forma eficaz, também é necessário criar programas de trabalho,
atividades orais e sensoriais para engajar os alunos com deficiência.
Segundo Aguiar (1997), as crianças com autismo podem aprender por meio
da rotina e de um conjunto de dicas que podemos chamar de ajudas. No entanto a
aprendizagem não é significativa, permanece codificada, não estabelece uma
relação com os conhecimentos prévios.
Nessa visibilidade, esses métodos são apenas alguns indicadores de como
trabalhar com pessoas com autismo de forma aplicada, mas os professores
precisam desenvolver um olhar sensível para conseguir perceber as necessidades
especiais que os alunos autistas apresentam em sala de aula e, bem como, em
relação com a família. Também é importante melhorar o processo de ensino e
aprendizagem para essas crianças.
Quanto mais significativo para a criança forem os professores,
maiores serão as chances dela promover novas aprendizagens, ou
seja, independentemente da programação estabelecida, ela só
ganhará dimensão educativa quando ocorrer uma interação entre o
aluno autista e o professor (SCHWARTZMAN; ASSUNÇÃO JUNIOR,
1995).

Portanto, ao contribuir para a formação de alunos com Transtorno do


Espectro do Autismo, observamos que não é tarefa apenas do educador, mas de
cada pessoa envolvida no ensino regular, porém, a figura do professor e a relação
que este tem com seu aluno são fundamentais para o processo do ensino e a
aprendizagem. Outro ponto que os dois professores comentaram na entrevista é que
eles são especialistas, mas não na área de Educação Especial para o atendimento
com alunos com TEA.
Isso é muito difícil no contexto das interações sociais dos alunos autistas com
a turma, pois os alunos autistas não têm mais comunicação verbal em sala de aula,
e suas interações são principalmente com o professor por causa de sua ação
pedagógica.

“Os alunos respeitam o aluno com autista, mais o mesmo não


interagir devido tem dificuldade de oralidade com o colega” (Prof.1).
“A turma tenta se aproximar do aluno autista mais o mesmo não que
se comunicar com os colegas na sala de aula” (Prof. 2). “Os colegas
tratar bem o aluno autista, mais o mesmo não quer comunicação
com a turma” (Prof. 3).

Para Cunha, Bordini e Caetano (2015, p. 93), é importante a implementação


de práticas de ensino pensadas para incluir alunos com autismo e sustentar a ideia
de que esse aluno é capaz de atuar em sala de aula, exercendo as funções de um
sujeito engajado e reflexivo. O autor destaca áreas de aprendizagem do aluno que
podem ser desenvolvidas em atividades específicas:

Memória, concentração e equilíbrio: em atividades que estimulem


a organização do material de trabalho;
Socialização, direitos e deveres: em exercícios que trabalhem
limites e vida prática;
Organização do pensamento e da linguagem: na ordem de execução
das atividades;
A internalização do papel do aprendente no aluno: em atividades
que valorizem a escola e os seus atores;
Socialização, alteridade, afetividade e inclusão: em atividades
com a participação do grupo discente, em atividades de vida prática
e durante as refeições com demais aluno. (CUNHA; BORDINI;
CAETANO, 2015, p. 93).

Com base nessas considerações, fica claro que os professores devem estar
atentos ao planejar e desenvolver práticas instrucionais que estimulem a
concentração do aluno e estimulem a atividade e o envolvimento da família, o que
auxilia no aprendizado do aluno. Mas, infelizmente na entrevista com a professora 1,
os pais do aluno autista não levam seu filho a escola fica muito distante de sua casa
e alegar ter filho melhor que dificuldade o atendimento do aluno:

“Os pais não realizar as atividades devido não ter tempo, é não levar
para a sala de recursos multifuncionais - AEE pois fica muito longe
de sua casa” (Prof.1).

A partir dos resultados das perguntas do professor 1, a sala de recursos


multifuncional é organizada em um espaço que presta Atendimento Educacional
Especializado (AEE), permitindo que os professores desenvolvam estratégias,
recursos didáticos mais sólidos, pois os alunos com Transtorno do Espectro do
Autismo têm necessidades sensoriais, e respondam a práticas pedagógicas lúdicas,
estimulando a comunicação e a percepção de autistas em ambiente escolar.

“A mãe levar o aluno para o atendimento na sala de recursos


multifuncionais Atendimento Educacional Especializado - AEE no
horário da tarde” (Prof.2). “Os pais são participativos na escola, e
acompanhar o aluno autista na Sala de Atendimento Educacional
Especializado - AEE, no contraturno” (Prof.3).

No entanto, o envolvimento da família nas atividades escolares pode ajudar a


determinar o sucesso ou fracasso do processo de inclusão do aluno autista na
escola. As famílias são responsáveis pelo companheirismo na sala de AEE,
confiando que seus filhos possam desenvolver suas habilidades por meio da prática
pedagógica dos professores da sala de recursos polivalentes. Nessa relação entre a
adesão e o apoio que a família recebe no meio social, o papel do professor é
importante.
Em consonância com a Política Nacional de Educação Especial na
Perspectiva da Educação Inclusiva, atualizar o conceito de educação especial que
complementa o processo de ensino na sala de dia. Desta forma, a Assistência
Educacional Especializada caracteriza-se como uma atividade de educação especial
voltada para a promoção da acessibilidade independente à deficiência, mas no
trabalho que está desenvolvendo foca-se na incerteza da educação especial. De
acordo com a Política:

O atendimento educacional especializado identifica, elabora e


organiza recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as
barreiras para a plena participação dos alunos, considerando as suas
necessidades específicas. As atividades desenvolvidas no
atendimento educacional especializado diferenciam-se daquelas
realizadas na sala de aula comum, não sendo substitutivas à
escolarização. Esse atendimento complementa e/ou suplementa a
formação dos alunos com vistas à autonomia e independência na
escola e fora dela (BRASIL, 2008, p.15).

No entanto, os métodos de ensino propostos para crianças com autismo terão


que ser modificados de acordo com as necessidades e barreiras apresentadas pela
criança, que será auxiliada pelos professores, não esquecendo que precisará do
apoio das famílias e outros profissionais.
É verdade que o professor deve respeitar suas limitações, mas também deve
propor atividades estimulantes visando o desenvolvimento desses alunos. Assim, a
educação especial na perspectiva da educação inclusiva vem sendo normatizada
por meio de leis e estatutos que visam redefinir a ação e a prática como assistência
educacional profissional e desmistificar a prática tradicional da educação especial.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Concluímos que o processo de inclusão de um aluno autista em um ambiente


escolar é um grande desafio para o professor, pois ele deve implementar estratégias
diferenciadas de aprendizagem para compreender esse aluno no ensino regular.
Assim, percebe-se que a inclusão é um desafio que, se enfrentado corretamente
pelas escolas regulares, podem levar a melhorias na qualidade da educação básica
e, consequentemente, nos demais níveis de ensino.
Não é fácil para os profissionais da educação trabalhar com alunos com ou
sem deficiência em sala de aula para que ambos tenham direitos que sejam
realmente colocados em prática, mas os professores devem atender
especificamente a ambos os públicos e conduzir o processo de ensino de forma
verdadeira e eficaz. No entanto, ele conhece não apenas professores, mas toda uma
rede de ensino, desde estruturas físicas favoráveis a recursos didáticos e auxiliares
de sala de aula profissionais para realmente colocar seu trabalho em prática.
Por fim, damos ênfase à educação continuada do educador deste serviço
para um aluno diagnosticado com autismo, onde ele necessita de ajuda especial
para que possa alcançar um desenvolvimento benéfico mesmo que seja pequeno,
pois pequeno é algo muito maior, desta forma e à luz do aprendizado do aluno ele
só precisa de cuidados especializados, é único porque eles vieram ao mundo para
serem realmente diferentes, onde as pessoas e inventores mais inteligentes do
mundo tinham traços de autismo.
A ideia original de que a aprendizagem deve se desenvolver em um processo
de construção contínuo, por meio da interação contínua do indivíduo com a família e
o ambiente escolar, o que requer apoio constante para que essas parcerias se
tornem realidade. Não basta apenas identificar o transtorno, mas construir
alternativas para superar as situações que fazem com que a criança diagnosticada
não consiga se desenvolver para o transtorno, para que ela se encontre no
desenvolvimento do mesmo.
Em suma, o estudo do autismo do ponto de vista do professor, destacando os
comportamentos de ensino que desenvolve em sala de aula, cuja finalidade é
responder às necessidades dos alunos com dificuldades de aprendizagem, a
necessidade de criar possibilidades para que ele se integre com sua classe e
profissionais da educação social, educacional e emocionalmente. Esperamos que
esta investigação contribua para a sensibilização dos professores para que revejam
a sua prática perante um aluno com autismo, permitindo-lhe uma verdadeira
integração no ambiente escolar.

REFERÊNCIAS

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estudo da avaliação e intervenção psicoeducacional em casos de autismo. Tese de
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