MATRIZ DE ATIVIDADE INDIVIDUAL

Estudante: Amanda

Disciplina: Gestão Estratégica de Carbono

Turma: GECAEAD_00_01-2022_20_GECAEAD_1122

1. Introdução
Indique a organização escolhida e o setor da economia a que ela
pertence.

Com o slogan “Transformar respeitando a natureza e valorizando a vida” a

empresa utilizada como base para esta atividade é a Papirus Industria de Papel S.A.
Há 70 anos no mercado nacional a Papirus Industria de Papel destaca-se por ser a
única empresa do mercado na produção de papel cartão para embalagens e
aplicações gráficas. Fundada em 1952, mas em 1972 construiu sua planta industrial
localizada na região de Limeira, cerca de 131 km da capital do Estado, São Paulo
(Papirus Industria de Papel S.A., 2022).
Atualmente, a empresa conta com 400 funcionários contratados e mais de 50
terceirizados, produzindo aproximadamente 100 mil toneladas de papelão por ano e
comercializando tanto no Brasil, quanto exportando para mercados consumidores na
América do Norte, Europa, África, Ásia e demais países da América Latina (Papirus
Industria de Papel S.A., 2022).
Nos últimos anos, a empresa tornou-se a terceira maior produtora de papel
cartão do país e a número um em tecnologia de fabricação de papel cartão 100%
reciclado. A aplicação deste produto envolve vários campos, incluindo: embalagem
alimentar, farmacêutica e cosmética, higiene e limpeza, brinquedos, calçado,

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editorial e papelaria, produtos eletrônicos, tabaco e produtos para animais de
estimação.
Nesta indústria, a fabricação de papel é dividida em 5 áreas: recebimento de
matéria-prima, preparação de massa, máquina de papel, conversão e transporte,
onde cada área tem sua responsabilidade para garantir a qualidade do produto final.

2. Etapa 1 – gerenciamento de riscos

a) Impactos relacionados às mudanças climáticas

Diversos são os gases de efeito estufa, dentre eles destaca-se o dióxido de

carbono (CO2), gas de efeito estufa mais frequente nas emissões globais. Dentre os
setores que mais emitem gases de efeito estufa destacam-se os setores de o uso da
terra e as mudanças do uso da terra e o setor energético (SCHUCHOVSKI; LEITE,
2022).
Diante desse cenário da mudança climática global, com diversos desafios
para o desenvolvimento sustentável para uma sociedade de baixo carbono é notório
as mudanças no cotidiano das pessoas, vide a crise hídrica de de 2014/2015 em
São Pualo e em 2017 no Distrito Federal (PBMC, 2017).
Fomentar atividades com bases energéticas renováveis e empresas que
compactuem com metas ambiciosas em relação ao clima, alinhadas à ciência
climática são essenciais. À vista disso, para a produção de papel, A Papirus
Industria de Papel S.A. está instalada na bacia do rio Jaguari, importante rio federal,
com nascente no Estado de Minas Gerais. Sua bacia abrange quatro municípios
mineiros e quinze paulistas. O rio passa pelas instalações da Papirus e depois se
torna o rio Piracicaba ao receber água do sistema da Cantareira (SABESP, 2006).
Em decorrência da escassez de água no período, o órgão ambiental considerou
alterar o direito de captação da água entre a indústria papeleira e o sistema
Cantareira em datas diferentes (IPEA, 2015).
Uma das medidas tomadas na época foi a perfuração de poços para atender
preventivamente às necessidades de produção quando da implantação do rodízio. A

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perfuração foi autorizada mediante as outorgas necessárias exigidas pelo
Departamento de Água e Energia Elétrica do Estado (DAEE) (BRASIL, 2017).
Não apenas a escassez, mas também os excessos de água podem produzir
dificuldades em toda cadeia logística da empresa. Em decorrência das mudanças
climáticas, as fortes precipitações pluviométricas, principalmente nos primeiros
meses do ano, dificultam a entre de insumos, principalmente o eucalipto utilizado
nas caldeiras de biomassa. Apesar das dificuldades o processo de estoque é
constantemente adaptado reduzindo os riscos nesses períodos mais críticos (ASSAD;
MONTEIRO; PUGLIERO, 2021). Dessa forma, atitudes de gestão eficiente da água em
empresas privadas podem refletir consideravelmente no ciclo da água e por
consequência na mitigação das mudanças climáticas.
Em busca do atingimento do equilíbrio almejado para o desenvolvimento
sustentável do planeta e da sociedade a empresa tem buscado atender, também,
alguns Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) alinhados com sua filosofia
de trabalho, como (IPEA, 2019):
ODS 8 - Trabalho Decente e Crescimento Econômico - A empresa tem
conseguido melhorar as condições de trabalho por meio de projetos internos, não
apenas em termos de segurança no trabalho, mas também em termos de qualidade
de vida dos trabalhadores. Também devido ao seu trabalho interno, acabou por
adicionar pessoal nos últimos meses em benefício da comunidade envolvida.
ODS 9 - Indústria, Inovação e Infraestrutura - Um ponto chave a ser
destacado é a renovação dos equipamentos de controle de emissões atmosféricas
para caldeiras de biomassa. Atendendo às exigências do órgão ambiental, a
empresa vem atualizando os equipamentos de controle de forma complementar ao
longo dos últimos anos, fontes de nergia eficientes e eficazes.
ODS 12 - Consumo e Produção Responsáveis - Nesta fábrica, quaisquer
desvios de produção ou produtos fora do padrão são reaproveitados e o papel é
reciclado, novamente sendo transformado em fibra, e finalmente, em novo papel. Em
2020, a empresa substituiu pontes rolantes e equipamentos de rebobinagem de
papel, aumentando a capacidade e reduzindo o desperdício de equipamentos em
aproximadamente 40%, o que significa menos retrabalho no processo e, bem como,

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redução de consume energético. Além disso, esta iniciativa privada no fomento a
economia circular utiliza para parte da produção do papel cartão fibras recicladas pré
e pós-consumo advindos das cooperativas de catadores de materias recicláveis
(Papirus Industria de Papel S.A., 2022).
ODS 15 – Vida na terra – A empresa possui uma plantação de eucalipto em
um terreno com cerca de 30 mil metros quadrados. A madeira coletada não se
destina extração de celulose para fabricação de papel, mas ao consumo da caldeira
de biomassa. Neste mesmo terreno existem áreas protegidas como Áreas de
Preservação Permanente (APP), mantendo preservação de no mínimo 17% de
espécies nativas, garantindo a interligação, integração e representação ecológica.
Ademais, a empresa
Apesar de não possuírem florestas plantadas, a empresa tem a certificação
internacional (selo FSC®) de garantia de que as fibras utilizadas para a produção de
seu papel cartão são produzidas com fibras recicldas e virgens de boas práticas de
manejo Florestal. Este selo só é concedido a empresas que promovem boa prática
florestal e controle de todo o material recuperado (PAPIRUS INDUSTRIA DE PAPEL
S.A, 2022).

b) Situação e posicionamento atual da gestão de GEE e gestão

estratégica do carbono dentro da organização

A Papirus Industria de Papel S.A., em decorrência de seu espírito

transformador e por ter surgido, inicialmente, como uma recicladora, tem em suas
diretrizes a preocupação com as questões ambientais. Em 2021, embarcou na
jornada para certificar empresas no sistema “B”, buscando melhor se posicionar nas
questões sociais, ambientais e de transparência (NETZERO, 2021).
Nesse contexto, a empresa opera uma caldeira de biomassa desde 2014, e
os requisitos apresentados pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo
(CETESB) foram atualizados duas vezes para minimizar as emissões. Para essas
atualizações, a empresa busca utilizar a melhor tecnologia disponível, entendendo
que esse é um processo contínuo e necessário (INFANTE, 2021).

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 Além disso, em 2019, a empresa passou a utilizar a ferramenta GHG Protocol
para autodeclaração de gases de efeito estufa, que verifica suas emissões, sejam de
fontes estacionárias ou não, em três escalas diferentes. Os resultados foram
fundamentais para a tomada de decisões estratégias visando a captura de carbono
(INFANTE, 2021).
Outra fonte de grandes emissões de gases de efeito estufa da empresa são
as lagoas biológicas usadas para tratar águas residuais. Uma fábrica de papel usa
grandes quantidades de água para quebrar as fibras e quase toda a água pode ser
devolvida aos corpos d'águas após o uso. Nesse sentido, a empresa instalou em
2022 duas novas torres de 600m³ para armazenar "grandes quantidades" de papel
proveniente de desperdícios, resíduos e, bem como, outras questões industriais do
processo de fabricação, com o objetivo de reduzir a quantidade de matéria orgânica
enviada para as propriedades biológicas das lagoas e produzir um maior
reaproveitamento deste material como matéria-prima. Destaca-se que os benefícios
desse projeto seguem em observação e análise. Os mais otimistas acreditam que é
possível, no processo, desativar dois dos quatro lagos que existem hoje, reduzindo
ainda mais a emissão de gases (MARTIN, 2021).
As ações e programas instituídas Papirus Industria de Papel S.A em favor da
economia de baixo carbono, desde o registro público de emissões a programas
inovadores em dirimir emissão de poluentes e na gestão de resíduos, a partir da
economia circular são significativos na gestão estratégica do carbono dentro da
organização (INFANTE, 2021).

c) Situação e posicionamento atual da gestão de GEE fora da

organização

Um dos principais concorrentes que podemos citar no mesmo ramo de

atuação é a empresa Suzano Papéis, empresa de renome mundial e com uma
cultura organizacional mais avançada em termos de sustentabilidade e meio
ambiente. Eles declararam publicamente suas metas de controle de emissões em
seu relatório (SUZANO, 2020).

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 De acordo com a Suzano, a empresa possui uma base florestal significativa,
totalizando cerca de 2,4 milhões de hectares, incluindo plantações de eucalipto e
uma das maiores florestas nativas protegidas de forma privada do Brasil, com cerca
de 400.000 hectares. Florestas nativas e plantações de eucalipto juntas contribuem
diretamente para a remoção e armazenamento de CO 2. Até 2025, a Suzano Papéis
pretende remover 40 milhões de toneladas de carbono da atmosfera.
Em contraponto, a Papirus Industria de Papel S.A. tem se posicionado de
forma bastante interessante no cenário nacional de Gestão Estartégica de Carbono.
A utilização de energia elétrica com base em biomassa florestal, mas
especificamente o eucalípito. A crescente importância, no mundo, para o consumo
de estratégico de recursos naturais, alavanca o aproveitamento de resíduos sob o
conceito da economia celular. O etanol celulósico, utilizado a partir dos resíduos da
fibra de celulose, é considerado o combustível principal do Programa Combustíve do
Futuro (PCF), lançado pelo Ministério de Minas e Energia em 2021 (BERNI, 2021).
O registro público de emissões da empresa ao programa GHG Protocol,
também, proporciona que Papirus Industria que dê transparência à sociedade
quanto aos instrumentos e padrões de qualidade internacional para contabilização
das emissões e publicação dos inventários dos seus produtos.

3. Etapa 2 – gerenciamento de oportunidades

a) Recomendações relacionadas às emissões de GEE já mapeadas

Dado o levantamento realizado em 2019 e anos seguintes, também foram

mapeados pontos adicionais de interesse em relação às emissões de gases de
efeito estufa da Papirus Industria de Papel S.A. Embora seja a energia produzida
pelas usinas hidrelétricas, suas necessidades operacionais têm grande impacto no
meio ambiente, como em Belo Monte.
A empresa também se associou à Indústria Brasileira de Árvores (IBA),
associação responsável pela cadeia produtiva de árvores plantadas do campo à
indústria e pela representação das instituições de seus principais stakeholders. No

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último fórum, foram apresentadas as metas priorizadas pelo ESG (Environmental,
Social and Governance) (IBA, 2022).
Essas metas estão na agenda de mudanças climáticas e incorporadas às
metas da Comissão do Clima. Os objetivos do Comitê estão agrupados em grandes
temas, uma vez que complementam e dão maior especificidade aos objetivos gerais
definidos pelo ESG (MOTTA, 2018).

 Mercados/precificação de carbono;
 Metas e critérios contábeis para o setor florestal;
 Supervisionar e influenciar as regras de contabilidade de carbono no CBAM
(Carbon Border Adjustment Mechanism);
 Critérios do investidor;
 Adaptar e comunicar.

b) Oportunidades de melhoria para a gestão de GEE dentro da

organização

Diante dos levantamentos de emissões atmosféricas que vêm sendo

realizados, as empresas estão analisando propostas de investimentos, tanto de
pequeno quanto de grande porte. Podemos citar: (INFANTE, 2021).

 Geração de Energia através do Escoamento de Fluidos em Dutos - As

empresas de papel e celulose possuem grandes volumes de escoamento de
líquidos, mesmo que a concentração seja diferente, podendo movimentar
equipamentos para geração de energia elétrica. Estamos falando de
dispositivos que podem ser instalados a cada 3 metros nas tubulações sem
atrapalhar seu fluxo, mas ajudando a gerar eletricidade.
 Instalação de painéis solares - Está sendo estudada a viabilidade de
instalação de painéis solares em grandes prédios da indústria e em terrenos
do entorno da indústria, com o objetivo não de mudar a matriz energética,
mas de passar a gerar recursos de processo sustentáveis.

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 c) Oportunidades para gestão de GEE fora da organização

A meta da Suzano Papéis é novamente atingir um balanço significativo de

remoção líquida de carbono, resultando em um balanço positivo entre remoções e
emissões. Para isso, segundo relatório da empresa (SUZANO, 2020), as áreas
protegidas e os plantios serão ampliados, conforme ações desenhadas para o
primeiro ano previsto.
É importante ressaltar que essas áreas trarão grandes ganhos para a meta
nos primeiros anos devido a uma expansão significativa da base, seguida de uma
queda nos níveis de remoção nos anos finais da meta, sustentada pelo aumento
contínuo das áreas protegidas derrubadas.
Até 2025, a Suzano papéis também tomará medidas para reduzir a
intensidade de suas emissões de Escopo 1, Escopo 2 e Escopo 3, reduzindo o
consumo de insumos geradores de GEE em todas as suas operações. Além disso, a
empresa analisa a possibilidade de geração de créditos de carbono por meio de
projetos florestais (eucalipto e nativos) e de engenharia, que poderiam ajudar no
alcance das metas.
No caso da Papirus Indústria de Papel S.A. abre em 2023 a comemoração
dos 70 anos. No processo de conclusão do plano de investimentos de R$ 30 milhões
para 2017-2023, a empresa está a caminho de atingir a meta de capacidade de
produção de 110.000 toneladas estabelecida em 2023, enquanto trabalha a plena
capacidade para atender a demanda do mercado. A Papirus, cuja atuação depende
em grande parte do uso de matéria-prima reciclada, estuda a possibilidade de
implementar novos planos de expansão para atender à demanda crescente por
produtos e embalagens sustentáveis nos mercados-alvo nos próximos 70 anos,
privilegiando o papelcartão como alternativa a outros materiais (O PAPEL, 2022).
A empresa se posiciona muito bem no mercado nacional, abrindo um amplo
espaço para oportunidades na GEE. Na contramão do mercado Brasileiro de
papelcartão, que caiu 1,9% de janeiro a julho, comparativamente ao mesmo período
de 2021, segundo dados do IBÁ, as vendas da Papirus até agosto acumulam alta de

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9% no volume faturado no mercado interno, e de 7% no faturamento no mercado
externo. Em 2023, a previsão é crescer de 10% a 12%, e já em setembro a empresa
deve cumprir a meta de EBITDA orçada para todo o ano (O PAPEL, 2022).
Atualmente, 40% da matéria-prima utilizada na produção de papelcartão é
composta por sucata pós-industrial e pós-consumo e 60% de fibra virgem. A Papirus
oferece produtos com diversos graus de conteúdo reciclado, com um portfólio de
produtos que vai desde 100% papel produzido a partir de fibra virgem até 100%
papel reciclado, incluindo a utilização de até 30% de resíduos pós-consumo em
alguns produtos, ou seja, o que o consumidor final descarta papel de embalagem,
destinado diretamente à reciclagem por meio do sistema de logística reversa da
empresa, apoiado por uma parceria colaborativa (O PAPEL, 2022).
A Papirus se possiciona com tecnologia, conhecimento e um processo de
reciclagem aberto e totalmente controlado. como uma empresa pronta para todas as
etapas da economia circular, podendo reaproveitar embalagens, reduzir o
desperdício e até gerar créditos de reciclagem.
Em síntese, diante desse cenário da mudança do climática global, com
diversos desafios para o desenvolvimento sustentável são necessárias estratégias
de desenvolvimento de baixo carbono para curto, médio e longo prazo com fontes
de investimentos, tecnologias inovadoras e profissionais capacitados.
Incluir a bioeconomia nesse processo para utilização da biotecnologia no
desenvolvimento de soluções que atendam aos desafios do desenvolvimento em
diversos setores, como energia, agricultura, pecuária, indústria, gestão de resíduos e
saúde humana, além de inovações nas áreas de transição energética, economia
circular, pagamento por serviços ambientais e ecossistêmicos para novas
oportunidades no mercado de carbono e na gestão dos gases de efeito estufa
globais.

*Referências bibliográficas
Caso faça uso de fontes de pesquisa, liste-as de acordo com os referenciais da
ABNT

https://www.papirus.com/historia-papirus/

9
ASSAD, E. D.; MONTEIRO, J. E. B. A.; PUGLIERO, V. S. Mudanças do clima e a cultura do
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