Você está na página 1de 11

SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO

NOME DO CURSO

TIAGO MATHEUS DE OLIVEIRA

A INCLUSÃO DOS ALUNOS DA EDUCAÇÃO ESPECIAL NO


ENSINO REGULAR

Gramado
2018
TIAGO MATHEUS DE OLIVEIRA

A INCLUSÃO DOS ALUNOS DA EDUCAÇÃO ESPECIAL NO


ENSINO REGULAR

Trabalho de atividade interdisciplinar apresentado à


Universidade Pitágoras Unopar, como requisito parcial
para a obtenção de média bimestral na disciplina de
História.

Gramado
2018
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 4

2 A EDUCAÇÃO ESPECIAL NO ENSINO REGULAR ........................................... 5

3 CONCLUSÃO ..................................................................................................... 10

4 REFERENCIAS .................................................................................................. 11
4

1 INTRODUÇÃO

A educação especial inclusiva tem mostrado avanços nos últimos anos no


Brasil. Isso pode ser comprovado pelo aumento do número de matrículas de alunos
com deficiência na rede regular de ensino. Entretanto, ainda há obstáculos a serem
superados para que o objetivo maior de promover uma inclusão mais abrangente
seja alcançado. Para superá-los, é necessária a ação dos poderes públicos por meio
de medidas efetivas, capazes de proporcionar o acesso à educação de qualidade
aos portadores de deficiência nas escolas convencionais.

É possível considerar que no desenvolvimento de uma nova perspectiva de


educação, com características de inclusão, a escola não deve ser aberta apenas a
inclusão, é preciso haver mudanças estruturais, atitudinais, metodológicas e
organizacionais do ambiente escolar para receber, estimular, manter e educar
alunos com qualquer tipo de deficiência.
5

2 A EDUCAÇÃO ESPECIAL NO ENSINO REGULAR

Os debates sobre a constituição de uma escola inclusiva são muito presentes


na atualidade. Diante disso, são necessárias pesquisas que identifiquem aspectos
da escola inclusiva que tem auxiliado na formação de estudantes com deficiências,
transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação,
caracterizados pela Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da
Educação Inclusiva (2008) como Estudantes Público-Alvo da Educação Especial
(EPAEE).

De acordo com as legislações vigentes, esses estudantes devem ser


incluídos nas classes comuns das escolas regulares. Segundo o art. 3º, inciso IV, a
Declaração de Salamanca (1994) descreve:

[...] todas as escolas deveriam acomodar todas as crianças,


independentemente de suas condições físicas, intelectuais, sociais,
emocionais, linguísticas ou outras. Deveriam incluir todas as crianças
deficientes e superdotadas, crianças de rua e que trabalham, crianças de
origem remota ou população nômade, crianças pertencentes a minoria
linguísticas, étnicas ou culturais e crianças de outros grupos em
desvantagem ou marginalizados. As escolas têm que encontrar a maneira
de educar com êxito todas as crianças, inclusive as que tem deficiências
graves.

A escola como espaço social, ao reconhecer esses direitos, provoca


mudanças em todo o seu sistema, especialmente nas práticas pedagógicas, que
passam a ter a necessidade de incluir todos os estudantes. Segundo Figueiredo
(2002, p.68), Efetivar a inclusão, é preciso (...) transformar a escola, começando por
desconstruir praticas segregacionistas. (...) a inclusão significa um avanço
educacional com importantes repercussões políticas e sociais, visto que não se trata
de adequar, mas de transformar a realidade das práticas educacionais.

Portanto, a escola tem papel fundamental no desenvolvimento dos EPAEE, e


com isso deve levar em conta a formação dos professores e de toda a equipe
escolar, assim como deve rever suas estruturas, organização, acessibilidade,
Projeto Político-Pedagógico (PPP), recursos didáticos, metodologias e estratégias
de ensino, e inclusive práticas avaliativas, com o intuito de aprimorar as
6

possibilidades de aprendizagem de todos os estudantes. A inclusão escolar busca


transformar as escolas, tornando-as espaços de formação e de ensino de qualidade
para todos. Segundo a Constituição Federal Brasileira de 1988, o acesso ao ensino
regular deve ser oferecido para todas as crianças e adolescentes. No caso dos
EPAEE, devem receber um Atendimento Educacional Especializado (AEE)
complementar ou suplementar, preferencialmente nas instituições de ensino. Para
isso, faz-se necessária a reestruturação das escolas, com apoios pedagógicos
aprimorados. Segundo Camacho (2003, p.9) as mudanças têm como propósito
Estabelecer um tipo de escola capaz de adaptar-se, acolher e cultivar as diferenças
como um elemento de valor positivo, e a abertura de um espaço pluralista e
multicultural, no qual se mesclam as cores, os gêneros, as capacidades, permitindo
assim o acesso a uma escola, uma educação, na qual todos, sem exclusão,
encontrem uma resposta educativa de acordo com as suas necessidades e
características peculiares.

Não há dúvida que, nesse contexto, a escola torna-se um sistema de suporte


permanente e afetivo para os EPAEE, pois o AEE não é um sistema educacional
paralelo, mas um conjunto de estratégias e recursos que a escola regular deverá
dispor para atender os estudantes. Para tanto, a escola precisa incluir socialmente
aqueles que vêm sendo excluídos. Um dos desafios da constituição de uma
educação inclusiva consiste em romper com o preconceito, uma vez que a educação
na nossa sociedade é baseada na ideia de que todos são iguais, e devem ser
tratados iguais. Portanto, algumas escolas ainda não criam espaços para que as
crianças demonstrem suas habilidades e potencial. É preciso repensar essa postura
e questionar até que ponto a escola está conduzindo a formação da criança,
precisamos de uma educação que respeite os direitos e promova a equidade,
visando o respeito as diferenças, Segundo Baptista (2006, p.91) A educação desse
movimento mostra uma tendência que mantém e atualiza princípios norteadores de
uma educação “ampla”, propondo a inclusão escolar, cujos pontos fundamentais
seriam uma ampliação dos sujeitos inseridos em contextos comuns de ensino e a
necessária transformação da escola e das alternativas educacionais, no sentido de
promover a educação dos alunos em geral.

Os alunos com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), como no caso de


Paulo apresentam algumas singularidades que envolvem dificuldades de linguagem,
7

interação social, interesses restritos etc. Além disso, como algumas oralizam e
outras não, atividades realizadas com comunicação alternativa podem contribuir
significativamente para o aprendizado e desenvolvimento delas. Tais atividades
ainda podem ser apresentadas aos demais alunos, de modo a favorecer a interação
social entre todas as crianças. É importante também não deixar de dialogar com a
criança e investir em seu potencial, tendo clareza e objetividade naquilo que deseja
apresentar a ela, bem como daquilo que espera dela como resposta. Lembre-se
que, frases longas demais e dúbias atrapalham sua compreensão.

Além disso, ainda cabe a nós como futuros educadores promover a


participação da criança nas diversas atividades junto aos colegas, para que ela
desenvolva sua capacidade de socialização. Contudo, é necessário respeitar suas
singularidades e suas escolhas, entendendo que cada criança é um universo
diferente e que o diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA) não a define.

A família constitui o primeiro grupo social do qual o indivíduo faz parte, tendo
normas, regras, crenças, valores, papéis próprios e previamente definidos,
caracterizando-se como a primeira mediadora, por excelência, entre indivíduo e
sociedade. De acordo com Bock, Furtado e Teixeira (1999), “a função social
atribuída à família é transmitir os valores que constituem a cultura, as ideias
dominantes em determinado momento histórico, isto é, educar as novas gerações
segundo padrões dominantes e hegemônicos de valores e de condutas” (p.249). A
família, portanto, é responsável pela sobrevivência física e psíquica da criança, uma
vez que se constitui como o primeiro grupo de mediação do indivíduo com a
sociedade (Bock, Furtado & Teixeira, 1999). Sua constituição histórica, cultural e
material influenciará, portanto, na apreensão do meio pelo indivíduo, atuando como
formadora de repertório comportamental, ações e resoluções de problemas (Dessen,
& Polonia, 2007), assim como influenciará a formação da identidade e a aquisição
de valores pela criança. Portanto, é no ambiente familiar que a criança aprende o
que e como responder ao seu meio, isto é, aprende a administrar e resolver
conflitos, expressar-se afetiva e emocionalmente, conviver com outros, constituindo
assim sua identidade como pessoa. O nascimento de um filho acarreta várias
mudanças no contexto familiar, podendo transformar profundamente a dinâmica
familiar, modificando os papéis sociais (de marido para marido e pai, de filho para
filho e irmão, por exemplo), transformando assim a própria identidade de seus
8

membros e alterando até mesmo os vínculos externos familiares, como


relacionamento com amigos e equipe de trabalho. Contudo, além das
transformações já esperadas no ciclo de vida familiar, o nascimento de uma criança
com deficiência poderá gerar algumas peculiaridades, como ambivalência de
sentimentos e luto pela criança ideal esperada (Glat, 1996). Paniagua (2004) afirma
que desde o momento da notícia de que o filho terá alguma deficiência, instala-se
nos pais uma preocupação que acompanha a família por toda a vida, relacionada ao
presente e futuro daquela criança, variando em maior ou menor intensidade,
dependendo da família, seus recursos pessoais e suporte social. O autor ainda
aponta que um dos principais contextos de suporte para a família da criança com
deficiência será o escolar. A escola é o segundo ambiente mediador entre indiví- duo
e ambiente. É no meio escolar que o saber culturalmente organizado e
historicamente construído é transmitido de maneira mais sistemática. Além disso, é
nesse ambiente que os alunos irão aprender novas formas de interação,
comportamentos e serão apresentados a novos valores, tendo importância
fundamental na socialização infantil, no desenvolvimento e na aprendizagem. De
acordo com Polônia e Dessen (2007, p.304) “a escola deve visar não apenas a
apreensão de conteúdo, mas ir além, buscando a formação de um cidadão inserido,
crítico e agente de transformação, já que é um espaço privilegiado para o
desenvolvimento das ideias, ideais, crenças e valores”. Assim, de acordo com as
autoras, compete à escola fornecer recursos psicológicos responsáveis pela
evolução e desenvolvimento intelectual, social e cultural do homem.

De fato, o sucesso na relação entre família-escola tem sido apontado na


literatura como um dos principais fatores facilitadores da inclusão escolar (Glat,
1996; Dessen, & Polônia, 2005, 2007). Sabe-se que na realidade escolar o
envolvimento e desempenho acadêmico do aluno, sua adesão às normas e rotinas
da escola são atribuídas, em parte, à participação ou ausência da família em
reuniões de pais e atividades escolares. Carvalho (2000) aponta que
tradicionalmente o sucesso escolar fica sujeito, na maioria das vezes, ao “apoio
direto e sistemático da família que investe nos filhos” (p.2). Para tal, é necessário
compreender o papel e o envolvimento da família no desenvolvimento humano e
assim sua influência nas relações sociais e redes de apoio da criança com
deficiência, como a escola.
9

Mas temos que pensar que para que a inclusão se efetue não basta estar garantido
na legislação. Essas mudanças deverão levar em conta o contexto sócio. -
econômico, além de serem gradativos, planejadas e contínuas para garantir uma
educação de ótima qualidade (Bueno, 1998). Portanto a inclusão depende de
mudança de valores da sociedade e a vivência de um novo paradigma direcionando
a comunidade escolar a uma nova reflexão, pais, alunos e comunidade, levando em
conta as diferenças. Como colocar no mesmo espaço demandas tão diferentes e
específicas se muitas vezes, nem a escola especial consegue dar conta desse
atendimento de forma adequada, já que lá também temos demandas diferentes?
Kunc (1992), fala sobre inclusão:

[...]“o principio fundamental da educação inclusiva é a valorização da


diversidade e da comunidade humana. Quando a educação inclusiva é
totalmente abraçada, nós abandonamos a idéia de que as crianças devem
se tornar normais para contribuir para o mundo” .Kunc,1992.

Portanto as mudanças são fundamentais para inclusão, mas exige esforço de


todos possibilitando que a escola possa ser vista como um ambiente de construção
de conhecimento, deixando de existir a discriminação de idade e capacidade
dificuldades, poderá beneficiar-se dos programas educacionais, desde que sejam
dadas as oportunidades adequadas para seu desenvolvimento.
10

3 CONCLUSÃO

Apesar das dificuldades, as escolas devem atuar como mediadoras,


auxiliando os EPAEE, seja nos casos de dificuldade motora geral ou acessibilidade,
limitações motoras que necessitem de um período de adaptação, dificuldades
comportamentais de estudantes agressivos que colocam em risco sua própria
integridade, dificuldades de concentração e impulsividade de estudantes com TDAH,
dificuldades de leitura, de comunicação e interação.

A escola tem o papel de buscar alternativas educacionais, visando estar o


mais próximo possível da realidade do aluno, em uma perspectiva de educação
inclusiva com igualdade para a participação de todos. Para isso, é importante
identificar de que maneira o processo de ensinar e de aprender tem contribuído para
a inclusão de EPAEE, considerando o papel fundamental que a escola e seus
processos educacionais que devem ser seguidos através do currículo nacional
escolar. Essa realidade escolar requer professores especialistas que desenvolvam
estratégias de ensino voltadas a todos os estudantes, mas também necessitam
saber como intervir face às diferenças entre os estudantes de uma mesma turma,
deve ser capaz de adequar as estratégias de ensino às dificuldades e
potencialidades dos alunos. As instituições educacionais devem atender as
necessidades dos estudantes em todas as áreas do seu desenvolvimento. Assim, as
escolas têm por finalidade rever planos e estratégias utilizadas pelo professor para
avaliar todos os estudantes, verificando o grau de dificuldade e habilidade de cada
um, descobrindo suas potencialidades, que precisam ser exploradas, para melhor
desenvolvimento na aprendizagem.
11

4 REFERENCIAS

BAPTISTA, C. R.; BEYER, H. O. Inclusão e Escolarização: múltiplas


perspectivas. Porto Alegre. Mediação, 2006.

DECLARAÇÃO DE SALAMANCA. 1994. Disponível em:


http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/salamanca.pdf Acesso em: 01 maio.
2018.

Brasil (2013). Lei Nº 12.796, de 4 de abril de 2013. Diretrizes e Bases da


Educação Nacional. Disponível em: http:// www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-
2014/2013/lei/l12796.htm Acesso 01 maio. 2018.

LEGISLAÇÕES. Disponível em: http://apaebrasil.org.br/artigo/legislacoes


Acesso em 01 maio. 2018.

Goitein, P. C., & Cia, F. (2011). Interações familiares de crianças com


necessidades educacionais especiais: revisão da literatura nacional. Psicologia
Escolar e Educacional, 15 (1), 43-51.

Inclusão de alunos com autismo na escola: dicas e exemplos para a


prática. Disponível em: http://diversa.org.br/inclusao-de-alunos-com-autismo-na-
escola-dicas-e-exemplos-para-pratica/ Acesso 02 maio. 2018.

A família na educação inclusiva. Disponível em:


http://diversa.org.br/artigos/a-familia-na-educacao-inclusiva/ Acesso em 02 maio.
2018.

Você também pode gostar