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PRÁTICAS DE UMA EDUCAÇÃO INCLUSIVA: Uma breve reflexão

sobre a contribuição da Educação Especial no contexto da Educação


Brasileira.

RESUMO

Este artigo tem como objetivo ressaltar a contribuição da Educação Especial para o pleno
desenvolvimento de uma Educação Inclusiva dentro do âmbito escolar. Tendo como base
princípios que se compõe de dois saberes – a inclusão e a pedagogia, pois o foco sempre
será o indivíduo que está sempre em processo de construção e reconstrução do
conhecimento. Os educadores indicaram um repensar de sua atuação e novas propostas de
trabalho, com base em processos interdisciplinares, que teriam como diretrizes a realidade
sociocultural e a produção de um trabalho voltado ao resgate da história dos educandos, e a
construção, com eles, da visão de cidadania para uma sociedade mais justa e humana.
Enfatizar a necessidade de se pensar a verdadeira revolução que começa a ocorrer em todo
o contexto educacional, pois a inclusão dos alunos com necessidades especiais passa a ser
tarefa essencial na nova empreitada educacional. Eis alguns teóricos que fundamentaram as
discussões: Reinhard (2007), Fagali (1993), Porto (2011).

Palavras chave: Educação Especial. Escola. Cidadania

INTRODUÇÃO

Atualmente fala-se muito em inclusão de alunos com necessidades


educacionais especiais nas escolas regulares. Este conceito ganhou força a partir da metade
do século XX, impulsionado por considerações que provinham de diversos campos da
ciência acerca do processo de desenvolvimento e, sobretudo, das concepções de deficiência
e de educação especial delas decorrentes (MARCHESI, 2008).
Partimos da ideia de que se existe uma classe homogênea, onde os alunos
realizam as mesmas tarefas, terá de ceder lugar à classe heterogênea, onde pessoas com
diferenças convivem e aprendem de acordo com suas particularidades. A partir daí,
dizemos que neste momento existe a necessidade de se pensar em um novo modelo
educacional a fim de incluir estes novos alunos com necessidades específicas. Temos de ir
muito além de simples recursos didáticos na escola, há (também) necessidade de se ter
educadores verdadeiramente capacitados a atender de forma mais abrangente a diversidade

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educacional existente na população escolar. Desta forma, através de inúmeras pesquisas
científicas, o grande avanço ocorrido nos estudos a respeito da Educação Especial e da
pessoa com necessidades educativas especiais, o que fortaleceu o movimento de expansão
da inclusão e possibilitou a unificação do ensino regular e especial, rumo a práticas cada
vez mais inclusivas.
Este trabalho procura, também, relacionar questões conceituais referentes à
pessoa com necessidades educativas especiais, de maneira a esclarecer alguns termos
construídos socialmente, sendo que esse estudo remonta, de forma generalizada, a um
histórico da educação especial, fazendo um viés na legislação inclusiva que proporcionou a
garantia de direitos sociais e, por fim, fortalecendo a inclusão da pessoa com necessidades
educativas especiais no contexto educacional.
A metodologia utilizada para o desenvolvimento deste estudo foi à pesquisa
bibliográfica, onde foram examinadas as literaturas atuais, periódicos, artigos e revistas
que forneceram subsídios para esclarecer, conceituar, identificar e expressar opiniões sobre
a inclusão. Portanto, contou-se com as contribuições de Fernández (1991), Melo & Silva
(2002), Ferreira e Guimarães (2003), dentre outras.

DESENVOLVIMENTO

No momento em que nós, enquanto cidadãos entendermos que somente através


da educação as possibilidades de inclusão das pessoas com necessidades especiais podem
se concretizar, a sociedade abrirá de forma natural os espaços a quem tem alguma
limitação física ou psicológica, modificando suas estruturas e serviços oferecidos,
tornando-se a cada dia um lugar onde as pessoas de todos os tipos e inteligências possam
sentir-se à vontade para desenvolver suas habilidades e aptidões de acordo com suas
possibilidades, sendo reconhecidas pelas suas potencialidades e não discriminadas e
excluídas por suas limitações
Atualmente, todo o segmento de profissionais, pais e as próprias pessoas com
necessidades educativas especiais denominam como inclusão um novo paradigma de
pensamento e ação, no sentido de incluir todos os indivíduos socialmente, inclusive no
contexto educacional.

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Esse novo paradigma de pensamento e ação visa combater conceitos
estereotipados, contribuindo para o equilíbrio do processo de desenvolvimento das PNEE,
pois somente com mecanismos de compensação das limitações apresentadas por esses
indivíduos, a escola poderá fortalecer atitudes de superação dos sentimentos de
inferioridade. Essas ações devem ser implementadas como métodos e procedimentos
especiais, que tornam possível a operacionalização de tais mecanismos.
Segundo Fonseca (apud PORTO, 2007, p. 57):

Dificuldades de aprendizagem é um termo geral que se refere a um grupo


heterogêneo de desordens manifestadas por dificuldades significativas na
aquisição e utilização de compreensão auditiva, da fala, da leitura, da escrita e do
raciocínio matemático. Tais desordens, considerada intrínsecas ao indivíduo,
presumindo-se que sejam devidas a uma disfunção do sistema nervoso central,
podem ocorrer durante toda a vida. Problemas na autorregulação do
comportamento, na percepção social e na interação social podem existir com as
dificuldades de aprendizagem. Apesar de que as dificuldades de aprendizagem
ocorrem com outras deficiências (por exemplo, deficiência sensorial, deficiência
mental, distúrbios socioemocionais) ou com influências extrínsecas (por
exemplo, diferenças culturais insuficientes ou inapropriada instrução), elas não
são resultado dessas condições

Um dos objetivos da escola inclusiva é eliminar atitudes discriminatórias, o


aluno precisa de compreensão, aceitação e valorização para se sentir seguro e melhor se
desenvolver, a interação dele com o dito “normal” poderá desenvolver relações que lhe
proporcionam esses ganhos (MELO & SILVA 2002). Segundo Sassaki (1997) os
benefícios da escola inclusiva pautam-se no aprendizado cooperativo, na educação que seja
multicultural e na educação que reconheça e ensine para inteligências múltiplas e
diferentes estilos de aprendizado, sendo assim a escola inclusiva deve ser uma escola para
todos com respeito ao tempo e ao processo singular de cada um.
Sabemos que a inclusão de um indivíduo na sociedade depende do patrimônio
cultural que ele recebe, isto faz da educação um pilar fundamental para o desenvolvimento
deste, pois é objetivo da educação adaptar e ajudar no desenvolvimento das
potencialidades, contribuindo na construção da personalidade e caráter de cada ser
humano.
Para tornar mais compreensível a abordagem do tema em questão, é importante
a definição de alguns termos fundamentais, apresentados para designar a educação
especial. A Constituição do Brasil (1988) utiliza, no artigo 208, a expressão “pessoas
portadoras de deficiência, incluindo, neste universo, pessoas com deficiência mental,

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visual, auditiva, física, motora, deficiências múltiplas, autismo, distúrbios severos de
comportamento, distúrbios de aprendizagem e superdotação”. O processo de incorporação
dessa clientela na escola regular denominava-se integração, sendo que pessoas com
necessidades especiais deveriam acompanhar os currículos das escolas regulares, tendo
que, necessariamente, adaptar-se ao espaço escolar.

O princípio fundamental das escolas inclusivas consiste em todos os alunos


aprenderem juntos, sempre que possível, independentemente das dificuldades e
das diferenças que apresentem. Estas escolas devem reconhecer e satisfazer as
necessidades diversas dos seus alunos, adaptando-se aos vários estilos e ritmos
de aprendizagem, de modo a garantir um bom nível de educação para todos,
através de currículos adequados, de uma boa organização escolar, de estratégias
pedagógicas, de utilização de recursos e de uma cooperação com as respectivas
comunidades. É preciso, portanto, um conjunto de apoios e de serviços para
satisfazer o conjunto de necessidades especiais dentro da escola (Declaração de
Salamanca, 1994, p.11-12).

A partir de 1994 o movimento de educação inclusiva eclode no cenário


mundial, em função da conferência mundial da UNESCO sobre necessidades educacionais
especiais. A partir de então houve a necessidade de se redimensionar a escola e a educação
como um todo para que todos os indivíduos com algum tipo de deficiência pudessem ser
parte integrante das escolas (KARAGIANNIS et al, 1999). Foi nessa conferência que a
declaração de Salamanca foi elaborada, tornando um documento de referência na discussão
dos sistemas educacionais, na qual ela prioriza que todos os alunos devem aprender juntos.
MITTLER, Peter (2003, p.20) afirma sobre inclusão no ato de educar:

A inclusão depende do trabalho cotidiano dos professores na sala de aula e do


seu sucesso em garantir que todas as crianças possam participar de cada aula e da
vida da escola como um todo. Os professores, por sua vez, necessitam trabalhar
em escolas que sejam planejadas e administradas de acordo com linhas
inclusivas e que sejam apoiadas pelos governantes, pela comunidade local, pelas
autoridades educacionais locais e acima de tudo pelos pais.

Observamos aqui de acordo com o autor que esta tarefa vai muito além da sala
de aula e não depende tão somente do educador. O aprendizado inclusivo desta forma deve
ser construído dia após dia com o auxílio e acompanhamento de todas as esferas sociais
desde a família ao governo.
Ao olharmos a prática educacional nas últimas décadas vem sofrendo
modificações nos aspectos históricos, culturais e sociais. Neste sentido, PERRENOUD
(1988) apud NÓVOA, Antônio (2007 p.14) diz que:

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Ao longo das últimas décadas, os especialistas da educação têm-se esforçado por
racionalizar o ensino procurando controlar a priori os fatores aleatórios e
imprevisíveis do ato educativo, expurgando o cotidiano pedagógico de todas as
práticas, de todos os tempos que não contribuem para o trabalho escolar
propriamente dito.

Essa “reforma” educacional a que se refere Perrenoud, a fim de tornar a


educação mais objetiva no trabalho escolar deve-se segundo RODRIGUES, David (2006),
ao desenvolvimento tenaz da exclusão, o que estimulou os responsáveis políticos a unir
esforços em campanhas para sua eliminação, nos mais diversos domínios sociais.
Nesses domínios sociais citados por Rodrigues, inclui-se também a base da
sociedade: A Educação. O que consoante a MITTLER, Peter (2003, p.15), sobre a reforma
tratada por Perrenoud, não foi apenas por causa dos políticos, como afirma Rodrigues, tão
pouco porque estes políticos aguardaram os pesquisadores dizerem a palavra certa, mas
porque a sociedade exigiu tais mudanças. Todos os sistemas existentes, só são passíveis de
mudanças, quando esta passa a incomodar o regime de imposição de seus governantes.
Essa exigência acabou causando nas últimas décadas várias mudanças no
ensino, nos currículos escolares, nas leis de acessibilidade e principalmente a criação de
um novo modelo educativo: A Educação Inclusiva.
Este novo modo de educar vem propor novos questionamentos, talvez
impensáveis até o momento, mais criativos e com melhores resultados como podemos ver
nas escolas inclusivas.
MITTLER, Peter (2003, p.16) a este respeito afirma que:

A inclusão não diz respeito a colocar as crianças nas escolas regulares, mas a
mudar as escolas para torná-las mais responsivas às necessidades de todas as
crianças, diz respeito a ajudar todos os professores a aceitarem a
responsabilidade quanto à aprendizagem de todas as crianças que estão atual e
correntemente excluídas das escolas por qualquer razão. Isto se refere a todas as
crianças que não estão beneficiando-se com a escolarização, e não apenas
aquelas que são rotuladas com o termo “necessidades educacionais especiais”.
Espera-se que com a educação inclusiva sejam abandonadas definitivamente as
barreiras celetistas de aprendizagem observado ao longo das décadas, onde poucos eram
privilegiados com o acesso ao saber como afirma FREITAS, Soraia Napoleão Apud
RODRIGUES (2006 p.162):

Percorrendo os diferentes períodos da história universal, desde os mais remotos


tempos, evidenciam-se teorias e práticas segregadoras, inclusive quanto ao

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acesso ao saber. Poucos podiam participar dos espaços sociais nos quais se
produziam e transmitiam conhecimento.

Mas afinal por onde começar as mudanças para que estas práticas possam ser
reformuladas a fim de atender as diversidades e as necessidades educacionais? Sabe-se que
não podemos inovar todos os dias, mas se houver desejo, assessoria e disponibilidade,
podemos testar muitas habilidades em salas de aulas, que virão a ajudar no
desenvolvimento intelectual destes alunos.
A inclusão dos alunos com necessidades educativas especiais depende não só
da boa prática ou excelente formação do professor. Incluir com a finalidade educacional
exige atitude e colaboração dos colegas em relação aos alunos integrados, a família, a
comunidade, fatores socioeconômicos e socioculturais. Mas e a escola, qual o seu papel?
No mundo capitalista e de cultura individualista típico do mundo pós-industrial
em que vivemos, onde o egoísmo e o preconceito fazem parte do cotidiano da sociedade e
onde a tendência é o incentivo à competitividade, como numa selva que só sobrevive o
“mais forte”, ou neste caso o “o mais preparado”, é papel fundamental da educação é fazer
as pessoas refletirem sobre como superar os desafios impostos pela mesma sociedade que
exige a “inclusão”.
Neste sentido FERREIRA E GUIMARÃES (2003, p. 121) afirmam:

“Presencia-se a emergência de uma postura científica não mais limitada a


situações simplificadoras, idealizadas, mas que coloca o indivíduo diante da
complexidade do mundo real, o advento de uma ciência que permita a
criatividade humana manifestar-se como expressão singular de um traço
fundamental de todos os níveis da natureza”.

Embora de acordo com o autor haja dificuldades e desestimulo dos educadores,


por parte das pessoas que estão no topo do sistema educacional, que por coincidência são
os mesmos que pressionam para uma reformulação educacional a fim de acolher e incluir
todos na escola, apesar disto carecemos lembrar aos nossos educadores que o trabalho de
vocês vai muito além do repasse da matéria, há também o compromisso social, moral e
humano, que contribuirá para a formação de pessoas que vão construir o conhecimento
com criticidade e futuramente mudar este quadro social em que estamos presenciando.
A construção do conhecimento, portanto não está apenas nas mãos daqueles
que repassam o conteúdo, precisamos de pessoas preparadas para ensinar sim, mas acima
de tudo aprender, de falar aos seus ouvintes, mas também que saiba escutá-los, ver, mas

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querendo também enxergar o outro e também a si mesmo, pois é neste momento que há a
interação aluno versus professor e a construção do saber.
Sistematizar os pensamentos, estar atento à procura do desejo de melhor
ensinar, aprendendo também a acompanhar o ritmo de seu aluno estando em sintonia com
este, fazer novas experiências, arriscar-se em novos métodos talvez seja necessário, como
afirma WERNECK, Cláudia, (Apud FERREIRA E MARLY 2003 p. 121): “Traga dúvidas
e incerteza, doses de ansiedade, construa e desconstrua hipóteses, pois aí reside à base do
pensamento cientifico do novo século. Um século cansado de verdades, mas sedento de
caminhos”. A educação, portanto, deve lançar olhar para o futuro, refazer a prática
pedagógica, observando as modificações estruturais do mundo com a finalidade de aliar
cada vez mais teoria a prática.
Neste sentido de acordo com Perrenoud, em seu livro “A prática Reflexiva no
oficio do professor”, os profissionais da educação, que possuem competências
disciplinares, didáticas e transversais inconsistentes, sofre no cotidiano a perda de controle
de sua classe e tentam desenvolver estratégias mais eficazes, aprendendo com
experiências, o que na sua visão é um desperdício, pois:

Por um lado, eles descobrem por meio de tentativa e erro, não sem sofrimento,
conhecimentos elementares que teriam podido construir em sua formação
profissional, por exemplo, que as crianças não são adultas, que todas elas são
diferentes, que elas precisam de confiança, que elas constroem por si mesmas
seus saberes. Por outro lado, para sobreviver, desenvolvem práticas ofensivas
que, embora não propiciem aprendizado, ao menos lhes permitem manter o
controle da situação por isso, alguns evitam, durante muito tempo, aplicar
métodos ativos e dialogar com outros profissionais. (PERRENOUD, 2002
p.195).

Aqui percebemos que entre estes dois autores que é preciso, práticas novas e
mais eficazes, mas elas não devem ser feitas como “experimentos” a “sorte”, mas baseá-las
nas competências profissionais. A participação do professor, por inteiro, (corpo,
organismo, inteligência e desejo) nessa relação, na sala de aula, no processo ensino-
aprendizagem demanda a participação dos alunos também por inteiro. O organismo,
transversalizado pela inteligência e o desejo, irá se mostrando em um corpo, e é deste
modo que intervém na aprendizagem, já corporizado. (FERNÁNDEZ, 1990).

É fundamental a participação do professor, por inteiro, nessa relação, na sala de


aula, no processo ensino-aprendizagem demanda a participação dos alunos
também por inteiro. O organismo, transversalizado pela inteligência e o desejo,

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irá se mostrando em um corpo, e é deste modo que intervém na aprendizagem, já
corporizado. (FERNÁNDEZ, 1990, p.62).

Para que se efetivem ambientes escolares inclusivos, novas reflexões devem


ser realizadas no âmbito da comunidade escolar, a fim de definir estratégias de ação,
participação e organização do ensino, garantindo e melhorando o atendimento às PNEE,
combatendo atitudes discriminatórias e construindo uma sociedade inclusiva, na qual as
oportunidades sociais sejam garantidas a todos os cidadãos.
A escola também tem papel fundamental para a aprendizagem e facilitação da
inclusão, como fornecer materiais didáticos adaptados, oferecer cursos aos educadores com
a finalidade de conhecer novas práticas de ensino e adaptação no currículo escolar, por
exemplo.
Conforme afirma Edler Carvalho (2011, p. 49):
Como a expressão necessidades educacionais especiais é muito abrangente e se
consagrou na educação especial, o que se constata é a rotulação de todos os
alunos que se encaixam na nomenclatura como deficientes, alunado da educação
especial, ainda percebida como a outra educação, que não a regular.

Assim, a educação inclusiva envolve um processo de reestruturação social,


onde não deverá somente a escola estar preparada para receber essa clientela. A sociedade
em geral deverá acreditar em novas perspectivas em relação às PNEE, deixando de olhar
pelo ângulo da incapacidade ou limitação, passando a olhar sob o aspecto das
possibilidades e competências e proporcionando alternativas para o desempenho de
diferentes habilidades sociais.
O processo de inclusão é marcado por quatro fases que ocorrerão ao longo do
processo de desenvolvimento da história da inclusão. Sendo elas a fase da exclusão, onde
não havia nenhuma atenção com as pessoas deficientes ou com necessidades especiais, elas
eram mortas. A fase da segregação institucional onde as pessoas com deficiência eram
afastadas de suas famílias e recebiam tratamentos especiais em instituições filantrópicas e
religiosas. A fase de integração no qual a pessoa era encaminhada as escolas regulares,
após passarem por teste de inteligência, sendo preparados para adaptar- se a sociedade. E a
fase de inclusão onde todas as pessoas com deficiências devem ser inseridas em classes
comuns, sendo que os processos educativos é que devem ser adaptados aos alunos
conforme as suas necessidades (FRIAS, 2008).
Desse modo ressaltamos a importância da aprendizagem para o processo de
desenvolvimento do indivíduo, como afirma Porto (2011, p.14):

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A aprendizagem constitui-se em um processo, uma função, que vai além da
aprendizagem escolar e que não se circunscreve exclusivamente à criança. A
aprendizagem, como experiência, guarda um elemento universal do humano, na
medida em que permite a transmissão do conhecimento e, por meio desse
processo, garante a semelhança e a continuidade do coletivo, ao mesmo tempo
permitindo a diferenciação e a transformação. O aprender envolve
simultaneamente a inteligência, os desejos e as necessidades e, por meio do
cognitivo, busca–se semelhanças, enquanto que, por meio dos desejos e das
necessidades, buscam-se o individual, o subjetivo e o diferente.

Nesse âmbito, temos que contar com o contexto cultural, financeiro ou físico
para atender a todos os alunos que possuem algum tipo de dificuldade de aprendizado.
Esse é um processo que deve ser construído, dia após dia com a participação de todos os
membros da sociedade.
É preciso analisar e atuar com visão crítica e reflexiva sobre as questões
culturais, políticas, da formação profissional e pessoal, dos envolvidos com o problema. A
atuação do profissional docente não engloba somente seu espaço físico de atuação, mas
também sua maneira de pensar a Educação Inclusiva e seu conhecimento a respeito da
área.

CONCLUSÃO
O processo de inclusão caminha por uma nova ordem de pensamento e ação,
longe de obter respostas imediatas para a problemática da inclusão do portador de
necessidades educativas especiais no contexto educacional, apenas visualizando uma
variedade de perspectivas e desafios para a efetiva implementação dessa nova modalidade
de ensino.
Desta forma a escola deve estar empenhada com a mudança, com a
modificação da cultura e da organização da escola. Ressaltando que não basta uma
formação na área inclusiva para valorizar a diferença humana.
O professor tem que ter uma postura e acreditar na inclusão para ela acontecer,
assim como toda equipe aceitar os desafios que se terá não só com esses alunos, mais com
outros, e em diferentes aspectos, afinal cada sala de aula ele encontrará a diversidade e
devendo estar preparado para trabalhar e se por acaso não estiver, deverá buscar, aprender,
criar, saber articular maneiras e jamais desistir da sua função de educador diante das

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barreiras que poderá encontrar. Sendo assim o educador capaz de transformar a sociedade,
quebrando preconceitos, pois ele tem que acreditar que a mudança e possível e buscar que
essa aconteça.

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