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inclusiva
APRESENTAÇÃO
No Brasil e em vários outros países, a prática inclusiva representa uma realidade que produz
novos arranjos na organização das instituições de ensino e na postura de todos os profissionais
envolvidos com a educação.
Nesta Unidade de Aprendizagem, vamos conhecer mais sobre estes aspectos que facilitam a
prática da inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais nos programas regulares
de ensino.
Bons estudos.
DESAFIO
Breno é um estudante com Síndrome de Down que acaba de se matricular em uma escola de
ensino médio. A instituição disponibiliza para Breno um profissional de apoio, uma professora
recém-formada em um curso de Pedagogia, com especialização para o acompanhamento de
alunos com necessidades educacionais especiais. Era a primeira vez que a professora-assistente
acompanhava um aluno em sala de aula. Um pouco deslocada e tímida por estar em uma sala na
presença de um professor regente, a professora-assistente sentou-se do lado de Breno sem
interagir muito com ele para não tirar-lhe a concentração. Como o aluno não demonstrou
nenhuma dificuldade em acompanhar as aulas, a assistente limitou-se a acompanhar as
anotações que Breno fazia em seu caderno. Terminada a aula, o professor regente espera que os
demais alunos deixem a sala para em seguida conversar com Breno. O professor pergunta ao
aluno se este havia gostado da aula e qual havia sido o seu aproveitamento em relação à matéria
explanada. Para sua surpresa, a resposta de Breno deixou constrangida a professora-assistente
que permanecera ao lado do aluno até então. Professor, - disse o aluno - gostei muito de suas
aulas e explicações. Apenas não gostei desta moça o tempo todo do meu lado e querendo ler
tudo o que anotei! Obviamente o arranjo realizado para a assistência em sala de aula de Breno
não foi satisfatório.
INFOGRÁFICO
Leia o capítulo Em direção à uma verdadeira prática inclusiva, da obra Psicologia e a pessoa
com deficiência apresentado a seguir. Nele você conhecerá algumas formas de organização
colaborativa presentes na estruturação de um ensino inclusivo. Estas modalidades de
organização constituem a rede de aspectos funcionais que produzem a prática da inclusão.
Boa leitura!
PSICOLOGIA E
A PESSOA COM
DEFICIÊNCIA
Daiane Duarte
Em direção a uma
verdadeira prática inclusiva
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
Uma verdadeira prática inclusiva, no que tange ao campo prático e prin-
cipalmente ao ensino, diz respeito ao acolhimento de todo e qualquer
cidadão, independentemente das diferenças. Para tanto, é necessário
que cidadãos, instituições de ensino e profissionais de diversos campos
atuem no sentido de amparar a diversidade, de forma que seja possível
atingir esse objetivo.
Neste capítulo, você aprenderá sobre a importância da construção,
do desenvolvimento e amadurecimento das redes de apoio nas institui-
ções de ensino com foco na inclusão. Em seguida, você conhecerá os
profissionais que estão diretamente envolvidos no processo da educação
inclusiva, bem como as suas diferentes práticas profissionais. Ainda, serão
apresentados os aspectos que podem fazer com que esses profissionais
sejam potencializadores da inclusão. Por fim, você vai estudar de que
forma poderá participar da manutenção de um ambiente colaborativo
nas escolas, de forma a incorporar as práticas inclusivas, tanto na escola
como nas demais instituições.
2 Em direção a uma verdadeira prática inclusiva
Para a criação de uma rede de apoio que possa atuar em prol de uma inclusão efetiva,
os contornos e as diferenças encontrados nas estruturas e nos contextos sociais devem
ser valorizados, para a compreensão, formulação, implementação, execução e análise
de resultados e de impactos em todas as instâncias da comunidade escolar. Dessa
maneira, cada rede de apoio é criada e possui um funcionamento e uma atuação
específicos em cada instituição (FIGUEIREDO, 2002).
O filme Como estrelas na terra, toda criança é especial ilustra a relação entre o profissional
da educação e a inclusão. Acesse o link a seguir para assisti-lo.
https://goo.gl/EuEVQ5
O vídeo produzido pela MOVA Filmes, em parceria com o grupo Porvir e a rede de
conhecimento social, propôs uma reflexão sobre Qual é a escola que respeita as indivi-
dualidades? Por meio do projeto Nossa Escola em (Re)Construção, ouviu 132 mil ado-
lescentes e jovens brasileiros. Acesse o link a seguir para assistir ao material produzido.
https://goo.gl/KQ7sf3
AINSCOW, M.; PORTER, G.; WANG, M. Caminhos para as escolas inclusivas. Lisboa: Instituto
de Inovação Educacional, 1997.
ARANHA, M. S. F. Referenciais para construção de sistemas educacionais inclusivos: a
fundamentação filosófica – a história – a formalização. Brasília: MEC/SEESP, 2003.
Versão preliminar.
BELLONI, M. L. O que é mídia-educação. Campinas: Autores Associados, 2001 (Col.
Polêmicas do Nosso Tempo, 78).
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. 1988. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em:
30 jul. 2018.
BRASIL. Ministério da Educação. Declaração de Salamanca: sobre princípios, políticas e
práticas na área das necessidades educativas especiais. 1994. Disponível em: <http://
portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/salamanca.pdf>. Acesso em: 30 jul. 2018.
CAMARGO, E. P. Inclusão social, educação inclusiva e educação especial: enlaces e
desenlaces. Ciência & Educação, Bauru, v. 23, n. 1, p. 1-6, jan./mar. 2017. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-73132017000100001&ln
g=en&nrm=iso>. Acesso em: 29 maio 2018.
CAPELLINI, V. L. M. F. Avaliação das possibilidades do ensino colaborativo no processo
de inclusão escolar do aluno com deficiência mental. 2004. 300 f. Tese (Doutorado em
Educação Especial) – Centro de Educação e Ciências Humanas, Universidade Federal
de São Carlos, São Carlos, 2004.
FIGUEIREDO, R. V. Políticas públicas de inclusão: escola-gestão da aprendizagem na
diversidade. In: ROSA, D. E. G.; SOUZA, V. C. (Org.). Políticas organizativas e curriculares:
educação inclusiva e formação de professores. Rio de Janeiro: DP&A, 2002. p. 67-78.
JANNUZZI, G. M. Educação do deficiente no Brasil. São Paulo: Autores Associados, 2004.
MENDES, E. G. Colaboração entre ensino regular e especial: o caminho do desenvolvi-
mento pessoal para a inclusão escolar. In: MANZINI, E. J. (Org.). Inclusão e acessibilidade.
Marília: ABPPE, 2006. p. 29-41.
SANT’ANA, I. M. Educação inclusiva: concepções de professores e diretores. Psicologia
em Estudo, Maringá, v. 10, n. 2, p. 227-234, 2005.
SCHAFFNER, C. B.; BUSWELL, B. Dez elementos críticos para a criação de comunidades
de ensino inclusivo e eficaz. In: STAINBACK, S.; STAINBACK, W. (Org.). Inclusão: um guia
para educadores. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1999. p. 69-85.
Em direção a uma verdadeira prática inclusiva 11
Leituras recomendadas
ADORNO, T. W. Educação e emancipação. 2. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2000.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Política Nacional
de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Brasília: MEC/SEESP, 2008.
Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/politica.pdf>. Acesso
em: 24 jun. 2018.
CARVALHO, R. E. Educação inclusiva: do que estamos falando? Revista Educação Es-
pecial, Santa Maria, n. 26, p. 19-30, 2005. Disponível em: <https://periodicos.ufsm.br/
educacaoespecial/article/view/4395>. Acesso em: 30 jul. 2018.
CARVALHO, R. E. Escola inclusiva: a reorganização do trabalho pedagógico. Porto Alegre:
Mediação, 2008.
SEKKEL, M. C. Reflexões sobre possibilidades e limites da educação inclusiva. Boletim
de Psicologia, São Paulo, v. 55, n. 122, p. 43-58, 2005.
Conteúdo:
DICA DO PROFESSOR
As redes de apoio em prol da Educação Inclusiva surgem com o engajamento dos variados
segmentos envolvidos com a prática educadora. Confira suas principais características nesta
videoaula.
EXERCÍCIOS
A) As práticas pedagógicas não constituem empecilho, pois continuam as mesmas nas escolas
regulares, sendo que o aluno incluído vai se adaptando a elas.
C) Os conhecimentos e práticas repassados aos professores fazem com que não encontrem
dificuldades para lidar com o processo de inclusão.
B) Gestores e educadores têm suas áreas de atuação definidas e não podem interferir no
trabalho de cada um.
D) Para que a inclusão aconteça de modo satisfatório, basta que as escolas se atenham às
politicas e legislação educacional.
A) A falta de oportunidade e de tempo faz com que professores de uma mesma escola não
devam buscar se consolidar como agentes de apoio mútuo.
B) A presença de mais outro profissional de apoio na sala de aula gera uma situação sempre
bem-vinda para o professor da classe.
C) O "apoio apropriado" se destina especificamente ao aluno com necessidades especiais e é
dado pelo Assistente de Apoio.
E) O professor, no seu dia a dia com o aluno, já se torna um agente de apoio quando, atento às
necessidades dele, busca formas de saná-las.
4) Sônia, uma professora de Ensino Fundamental, costumava pedir aos alunos que
terminavam suas tarefas antes dos demais, para ajudarem a algum outro aluno,
selecionado por ela, que estivesse apresentando mais dificuldades. O aluno solicitado
pela professora tornava-se então um apoio para outros colegas, ocupava-se e não
prejudicava a harmonia da classe. Em relação a situações como esta e de acordo com
seus conhecimentos sobre um procedimento educacional eficaz no qual crianças
apoiam crianças, assinale a alternativa CORRETA.
B) Alunos considerados apoio, quando designados pelo professor a ajudar outro aluno,
acabam por fazer a atividade para o colega, atrapalhando seu processo de aprendizagem.
C) Infelizmente em classes com grande número de estudantes, como no caso da maior parte
das escolas públicas brasileiras, um processo de apoio entre os estudantes não é possível.
D) Exemplo de apoio educacional entre crianças, na China, é dever das crianças mais capazes
oferecer apoio aos que apresentam maiores dificuldades.
E) O processo de apoio entre crianças precisa ser sempre planejado anteriormente pelo
professor, e transmitido à criança que dará o apoio. Não há espaços para a informalidade
neste tipo de prática.
D) Os pais devem deixar a solução dos problemas dos filhos a cargo da equipe pedagógica da
escola e dos profissionais de saúde.
NA PRÁTICA
André é um menino de oito anos de idade que apresenta enorme defasagem em relação a
aprendizagem. Ao ser matriculado em uma escola regular, a família informou ao coordenador
que cuida dos aspectos da educação especial que o diagnóstico de André vai de uma Transtorno
do Desenvolvimento Intelectual a um Transtorno Global do desenvolvimento em estudo.
Posteriormente, o coordenador fez uma reunião com o psicólogo, o professor de apoio que
assistiu André nas primeiras aulas e o professor da classe onde o aluno foi alocado em sua
primeira manhã de aulas. Ao término desta primeira reunião, o coordenador decidiu realizar um
trabalho interdisciplinar: no turno oposto àquele em que André frequentava a aula, ele passou a
ser atendido pelo professor de apoio na sala de recursos da escola. Esse educador fazia contatos
sistemáticos com o psicólogo e com um psicanalista encarregado do caso. Em seguida, buscava
com a professora da classe quais as melhores atividades poderiam ajudar André. Veja o que
aconteceu após isso.
SAIBA +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do
professor: