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Andragogia – princípios da educação de

jovens e adultos

APRESENTAÇÃO

A andragogia é a Teoria que estuda a aprendizagem de adultos. Ela surge da necessidade de uma
teoria específica voltada para o adulto e para o estudo de como a aprendizagem acontece nessa
faixa etária. Diferentemente das crianças, o adulto precisa de diferentes estímulos, dele participa
ativamente e define os percursos que as estratégias educacionais devem fazer para levá-lo ao
saber.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Reconhecer o processo de ensino-aprendizagem do educando adulto.


• Definir andragogia, através do reconhecimento de seus princípios.
• Identificar ações baseadas nos princípios andragógicos para serem aplicadas em sala de
aula.

DESAFIO

Embora a educação de adultos seja tão antiga como a própria humanidade, no século XX
surgiram as primeiras concepções voltadas para a aprendizagem de adultos. Têm-se vários
registros deste processo ao longo da história, até mesmo no Cristianismo, na forma como Jesus
ensinava a seus discípulos e apóstolos as Leis Divinas, por meio de metáforas e histórias.

Conhecer os princípios da andragogia é, portanto, uma maneira de compreender a forma como


os adultos aprendem e interagem com o processo de aprendizagem. Esta compreensão é
extremamente relevante para que o professor possa criar estratégias de aprendizagem
condizentes com esses princípios, que podem estimular e facilitar o ato de aprender do adulto.

No século XX, surgiram as primeiras concepções voltadas para a aprendizagem de adultos,


embora esta seja tão antiga como a própria humanidade. Observam-se vários registros da
aprendizagem de adultos ao longo da história, inclusive no Cristianismo, quando Jesus ensinava,
por meio de metáforas e histórias, as Leis Divinas aos seus discípulos e apóstolos. Conhecer os
princípios da andragogia é uma forma de compreender a maneira como os adultos aprendem e
interagem no processo de ensino-aprendizagem. Isso é extremamente relevante para o professor,
pois, assim, ele poderá criar estratégias de aprendizagem condizentes com esses princípios, além
de estimular e facilitar o ato de aprender no adulto. Diante do exposto, pede-se:

Após ler o texto, apresente, para cada princípio da andragogia:


- o conceito essencial de cada princípio;
- o seu benefício;
- e a dica para a prática educativa.

INFOGRÁFICO

A andragogia, teoria da aprendizagem de adultos, permite a compreensão mais abrangente de


princípios para o processo de ensino-aprendizagem de adultos e, ao mesmo tempo, diagnostica o
perfil desses alunos. Observe estes princípios no infográfico:

CONTEÚDO DO LIVRO

A andragogia é a teoria que estuda a aprendizagem de adultos. Você


sabia que é necessário haver uma teoria específica voltada para o adulto
e para o estudo de como a aprendizagem acontece nessa faixa etária?
Diferentemente das crianças, o adulto precisa de diferentes estímulos, pois participa de maneira
ativa do processo de ensino e define os percursos que as estratégias educacionais devem fazer
para levá-lo ao saber.

Aprofunde seus conhecimentos lendo o capítulo Andragogia – Princípios da Educação de


Jovens e Adultos, do livro Andragogia e educação profissional, base teórica para esta Unidade
de Aprendizagem.

Boa leitura!
ANDRAGOGIA
E EDUCAÇÃO
PROFISSIONAL

Pablo Bes
Revisão técnica:
Marcia Paul Waquil
Graduação em Serviço Social (PUCRS)
Mestrado em Educação (PUCRS)
Doutorado em Educação (UFRGS)

B554a Bes, Pablo.


Andragogia e educação profissional / Pablo Bes. – Porto
Alegre : SAGAH, 2017.
102 p. : il. ; 22,5 cm.

ISBN 978-85-9502-182-2

1. Andragogia. 2. Educação profissional. I. Título.


CDU 374.7

Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094


UNIDADE 1
Andragogia – Princípios
da educação de
jovens e adultos
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

 Definir andragogia, através do reconhecimento de seus princípios.


 Reconhecer o processo de ensino-aprendizagem do educando adulto.
 Identificar ações baseadas nos princípios andragógicos para aplicação
em sala de aula.

Introdução
A andragogia é a teoria que estuda a aprendizagem de adultos. Você
sabia que é necessário haver uma teoria específica voltada para o adulto
e para o estudo de como a aprendizagem acontece nessa faixa etária?
Diferentemente das crianças, o adulto precisa de diferentes estímulos, pois
participa de maneira ativa do processo de ensino e define os percursos
que as estratégias educacionais devem fazer para levá-lo ao saber.
Neste texto, você vai descobrir o que é a andragogia, estudar os
processos envolvidos e identificar as ações cujas bases são relativas aos
princípios andragógicos.

Os princípios da andragogia
O termo “andragogia” foi utilizado pela primeira vez em 1833 por Alexander
Kapp, professor alemão, para descrever elementos da teoria da educação de
Platão, que exercitava a indagação, a interpretação e a dialética com pequenos
12 Andragogia – Princípios da educação de jovens e adultos

grupos de jovens e adultos. Em 1921, o professor alemão Eugen Rosenstock


utilizou o termo “andragogia” para indicar a atuação de professores envolvidos
com a educação de adultos e suas bases filosóficas e metodológicas.
Em 1926, Eduard C. Lindeman publicou o resultado de sua pesquisa sobre
a educação de adultos, intitulada The meaning of adult education (O signi-
ficado da educação de adultos), em que revelou a influência de John Dewey,
filósofo e pedagogo norte-americano, que defendia a ideia de que uma escola
comprometida é aquela em que a atuação do professor proporciona a conexão
das disciplinas escolares com o interesse dos alunos, na qual prática e teoria
levariam o aluno ao desenvolvimento do pensamento científico.
Você sabe quais são os interesses dos adultos em estudar hoje? Ou, parafra-
seando as ideias de Lindeman (2015): estariam os adultos, hoje, interessados
em aprender ou simplesmente em dar continuidade aos seus estudos? Repare
que a forma como o mundo se reconfigura após a globalização – principal-
mente após os anos 1980 – faz com que surja outra lógica para a busca pela
formação intelectual ou pela apropriação de uma escolarização mais alta por
parte da sociedade.
No momento da seleção para uma vaga qualquer, são beneficiadas as pes-
soas que apresentam currículo melhor em termos de habilitações intelectuais
conseguidas através de cursos universitários de graduação, pós-graduação
ou técnicos e de extensão. A norma é esta, o que faz com que cada vez mais
pessoas busquem qualificação e educação formal e não formal que possam
mantê-las inseridas ou inseri-las no mercado de trabalho. Se o indivíduo
não consegue uma boa colocação de emprego, sua renda diminuirá e pode
impedi-lo de continuar se qualificando através dos estudos e de manter da
empregabilidade.
Aquino (2008) coloca que, em 1970, o estadunidense Malcolm Shepherd
Knowles (1913-1997) foi o mais importante representante da educação de
adultos, sugerindo uma postura de “auxiliar as pessoas a aprenderem ao invés
de ensiná-las”. Essa ideia inicial de Knowles é muito potencializada com as
ideias que remetem hoje ao “aprender a aprender” e ao “lifelong learning”, ou
seja, a tendência/obrigação de aprendermos ao longo da vida, que nos leva a
modificar e rever as formas como aprendemos.
Segundo Knowles, Holton III e Swanson (2009), são estes os princípios
da andragogia:

 necessidade do aprendiz de saber;


 autoconceito do aprendiz;
 experiência anterior do aprendiz;
Andragogia – Princípios da educação de jovens e adultos 13

 prontidão para aprender;


 orientação para aprendizagem;
 motivação para aprender.

Vamos analisar cada um desses princípios na próxima seção, procurando


estabelecer suas principais características e implicações para os alunos adultos.

O próprio termo “empregabilidade” surge nessa época de transformações e coloca


a responsabilidade pela manutenção e conquista de um bom emprego sobre o
indivíduo e não mais sobre o Estado. Ou seja, se a pessoa está desempregada, é
porque não foi sensível às exigências do mercado e não se dedicou suficientemente
na busca por uma preparação melhor e mais efetiva. Fica então a reflexão: estariam os
adultos preocupados, interessados em aprender de fato ou simplesmente precisam
continuar estudando por questões financeiras? Qualquer que seja a resposta, devem
ser planejadas aulas focando no interesse de cada aluno, o que precisa ser descoberto,
explorado pelo professor.

O processo de ensino-aprendizagem do adulto


O primeiro princípio citado é a necessidade do aprendiz de saber, o que
remete ao entendimento de que o aluno adulto precisa saber quais os moti-
vos de aprender tal conteúdo, quando isso será utilizado, isto é, o indivíduo
necessita de contextualização para que se motive e desperte o interesse pelo
que será estudado.
O segundo princípio proposto por Knowles, o autoconceito do aprendiz,
relaciona-se com a maior independência do adulto, logicamente em comparação
com a postura do educando infantil. O adulto apresenta um comportamento
independente e autônomo, devendo ser envolvido nas propostas que serão
desenvolvidas em sala de aula. Ao contrário da criança, toma suas próprias
decisões que podem ser, inclusive, as de não frequentar as aulas caso as con-
sidere infantilizadas demais ou sinta que sua participação não é querida ou
incentivada.
14 Andragogia – Princípios da educação de jovens e adultos

O terceiro princípio – a experiência anterior do aprendiz – é essencial,


uma vez que a andragogia irá valer-se de todas as experiências vividas pelos
educandos durante a vida. O professor deve procurar conhecer essas histórias
de vida particulares dos alunos e utilizá-las no desenvolvimento de suas aulas,
articulando-as aos projetos desenvolvidos e às atividades propostas para a
turma. Paulo Freire (1996, p. 123), grande expoente da EJA no Brasil, comenta
que “respeitar a leitura de mundo do educando significa tomá-la como ponto
de partida para a compreensão do papel da curiosidade, de modo geral, e da
humana, de modo especial, como um dos impulsos fundantes da produção
do conhecimento”.
Essa leitura de mundo relaciona-se àquilo que o aluno traz consigo, logo,
envolver as experiências dos adultos durante as aulas motiva e favorece a
aprendizagem de forma significativa, ao mesmo tempo em que possibilita
uma maior integração da turma por conhecerem um pouco mais das trajetórias
dos colegas, que tanto podem aproximar-se quanto distanciarem-se das suas
próprias. Esse incentivo faz surgir no aluno a prontidão para aprender.

A prontidão para aprender associa-se diretamente às exigências cada vez maiores de


cumprir certos papéis dentro da sociedade em que vivemos. Muitos adultos buscam
os estudos com a finalidade prática bem definida, querem estudar, por exemplo, para
ser promovidos no emprego, para conseguirem um emprego melhor, para melhor
ajudarem os filhos na escola, para acompanharem o desenvolvimento intelectual do(a)
companheiro(a), entre outras. O que importa ao professor é saber que o adulto estuda
com uma finalidade muito clara, um objetivo bem estabelecido.

A orientação para aprendizagem também é de extrema importância, pois


trata da aplicação imediata do que está sendo estudado. O educando adulto não
mais se contenta com explicações de que um dia aquele conteúdo será útil, pois
precisa enxergar como será aplicado agora, no momento atual para resolução
de problemas e desafios cotidianos – caso contrário, perderá o interesse.
Necessita que os conteúdos causem impactos diretamente no seu desempenho
em algum fator específico. Exemplificando, o adulto que se inscreve em um
curso de desinibição e oratória pretende terminar o curso comunicando-se
muito melhor do que quando entrou, esse é o principal motivador.
Andragogia – Princípios da educação de jovens e adultos 15

A motivação para aprender é, para o adulto muito mais intrínseca (interna)


e se associa à busca por autorrealização e reconhecimento que poderá ser
conquistado através deste investimento em estudar e qualificar-se. Embora um
salário melhor e uma projeção na sua carreira profissional (fatores externos)
possam levar à satisfação de algumas necessidades, é internamente que o
adulto percebe, sente e decide aprender algo.

Ações andragógicas em sala de aula


Uma vez conhecidos os princípios andragógicos e a forma como os educandos
adultos aprendem, pode-se nortear como poderá ser desenvolvido o trabalho
do docente em sala de aula com esse público particular e atendendo suas
especificidades.
A primeira ideia que o docente deve ter em mente ao planejar e desenvolver
seus processos educativos com os adultos é que esses devem ser envolvidos
nas escolhas dos temas, na construção dos projetos e propostas a serem de-
senvolvidas, o que garantirá a sua participação e favorecerá o seu compro-
metimento em sala de aula. Agindo desta forma, passa-se da tradicional ideia
da aprendizagem centrada no professor para aquela centrada no educando.
Paulo Freire (1996, p. 86) lembra que “[...] o fundamental é que professores
e alunos saibam que a postura deles, do professor e dos alunos, é dialógica,
aberta, curiosa, indagadora e não apassivada, enquanto fala ou enquanto ouve”.
Os projetos estabelecidos em comum acordo, dialogados e deliberados
com os alunos, estarão de acordo com suas necessidades reais e particulares,
possibilitando que os discentes, nesse caso, reconheçam os motivos que os
levaram a estudar dentro das práticas propostas. Então, antes de entregar a
proposta pronta e impor o que fazer, o professor deve dialogar e fazer com que
todos possam participar e ser ouvidos sobre as formas como os aprendizados
serão desenvolvidos.
Delegar liberdade para que alguns grupos possam sugerir e desenvolver
suas tarefas de forma livre e diferenciada é uma ótima estratégia, que fun-
ciona muito bem com o público adulto, pois permite que sejam utilizadas
vivências anteriores e exerçam sua criatividade de forma independente. Os
resultados normalmente são melhores do que aqueles simplesmente colocados
pelo professor.
16 Andragogia – Princípios da educação de jovens e adultos

Estabelecer um ambiente informal, de parceria, espírito de grupo e respeito mútuo


também funciona bem. O docente deverá estabelecer, conversando com o grupo,
questões relativas a preconceitos e aceitação das diferenças, favorecendo uma cultura
em que a diversidade cultural possa agregar aos processos que estão sendo desen-
volvidos em sala de aula.

Os processos de ensino-aprendizagem com o público adulto são diferentes


dos da criança, uma vez que devem adaptar-se às características destes, seus
anseios e expectativas. Pode-se apontar como essencial a busca pelo envolvi-
mento dos educandos nas aulas e a valorização constante de suas experiências
anteriores e de suas pretensões que os levaram a estudar novamente, como
sendo as características primordiais para o sucesso da andragogia.

O vídeo “Andragogia” mostra a você mais aspectos


dessa ciência. Confira no link ou código a seguir:

https://goo.gl/qsS4kv
Andragogia – Princípios da educação de jovens e adultos 17

1. Leia o trecho a seguir: V. na EJA, o aluno auxilia na


“Uma das grandes distinções entre definição dos conteúdos.
educação de adultos e a educação É correto o que se afirma em:
convencional é encontrada no a) I, II e III.
processo de aprendizagem em si b) III e IV.
mesmo. Nenhum outro, senão o c) I, IV e V.
humilde, pode vir a ser um bom d) II e III.
professor de adultos. Na classe de e) I, II e V.
estudantes adultos, a experiência 2. Os adultos e jovens têm crenças,
tem o mesmo peso que o valores que são construídos
conhecimento do professor. Ambos e consolidados ao longo de
são compartilhados par-a-par. De suas vidas. Por isso, o processo
fato, em algumas das melhores de ensino-aprendizagem na
classes de adultos, é difícil de se EJA deve criar situações que
distinguir quem aprende mais: o permitam ao educando:
professor ou o estudante. Este a) o autoconhecimento.
caminho duplo é refletido também b) a dependência do professor.
na divisão de autoridade. Na c) a restrição ao currículo.
educação convencional, o aluno se d) o não questionamento à
adapta ao currículo oferecido, mas, atuação do professor.
na educação de adultos, o aluno e) um aprendizado sem
ajuda na formulação do currículo. [...] compromisso.
Sobre as condições democráticas, 3. Considere o seguinte fragmento
a autoridade é do grupo. Isto é de texto, referente aos
uma lição fácil, mas enquanto princípios da andragogia:
não for aprendida, a democracia “A andragogia utiliza fatos
não tem sucesso.” (LINDEMAN, e informações das diversas
1926, p. 8-9 apud OLIVEIRA). esferas do conhecimento, não
A partir do trecho aqui reproduzido, para fins de acumulação, mas
podemos concluir que na EJA: por necessidade de solucionar
I. o conteúdo e as experiências problemas” (LINDEMAN, 1926).
do educando têm a De acordo com esse fragmento,
mesma importância. é correto afirmar que:
II. a humildade é uma característica a) o professor que atua
essencial ao educador da EJA. na EJA precisa dominar
III. nas melhores classes de EJA, o todos os conteúdos para
professor detém a autoridade. transferi-los aos alunos.
IV. a aprendizagem concentra-se b) a EJA deve se concentrar na
nas experiências do professor. transmissão de informações.
18 Andragogia – Princípios da educação de jovens e adultos

c) o adulto utiliza os assuntos têm a responsabilidade de verificar


de aprendizagem para o que é aplicável em cada situação.
resolver problemas. Nesse sentido, analise as seguintes
d) o adulto precisa acumular situações de aplicabilidade
os assuntos de todas as do método andragógico:
áreas de conhecimento. I. quando os aprendizes são
e) o aluno adulto é orientado realmente dependentes, entram
para o conteúdo, e não para em uma área de conhecimento
as situações de vida. desconhecida, sem apresentar
4. Um dos seis princípios da experiência anterior.
andragogia define que adultos II. quando os alunos não
precisam entender a necessidade compreendem a relevância de
de se aprender algo, antes de se uma área de estudo para as
interessarem pelo conteúdo. Assim, tarefas ou os problemas de vida.
algumas ferramentas devem ser III. quando os educandos precisam
utilizadas para aumentar o nível de acumular certo conjunto de
conscientização ou a necessidade conhecimento especializado,
de saber no aluno. É exemplo a fim de atingirem um
desse tipo de ferramenta: desempenho necessário.
a) o exercício de repetição. IV. quando os alunos não sentem
b) a avaliação pedagógica. a necessidade interna de
c) a realização de exercícios sem aprender o conteúdo.
um objetivo específico. V. quando os alunos apresentam
d) os jogos interativos. ao educador suas demandas
e) a memorização de conteúdos e situações de vida.
para apresentá-los verbalmente. São exemplos de situações em
5. A andragogia é uma teoria que que o método andragógico
está voltada para a aprendizagem não é recomendado:
do adulto. Contudo, podem a) III e IV.
acontecer situações em que b) III e IV.
o modelo andragógico não c) V.
provoque resultados. Na prática, d) I, II, III e IV.
isso significa que os educadores e) I.
Andragogia – Princípios da educação de jovens e adultos 19

AQUINO, C. T. E. Como aprender Andragogia e as habilidades de aprendizagem. São


Paulo: Pearson, 2008.
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
KNOWLES, M. S.; HOLTON III, E. F.; SWANSON, R. A. Aprendizagem de resultados: uma
abordagem prática para aumentar a efetividade da educação corporativa. Rio de
Janeiro: Campus, 2009.
LINDEMAN, E. C. The meaning of adult education. Cambridge: Ravenio Books, 1926.
OLIVEIRA, A. B. de. Andragogia: facilitando a aprendizagem. Brasília, DF: CNI/SESI,
[1999?]. (Programa Educação do Trabalhador, v. 3).

Leitura recomendada
VOVIO, C. L. Entre discursos: sentidos, práticas e identidades leitoras de alfabetizadores
de jovens e adultos. 2007. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade Estadual
de Campinas, São Paulo, 2007.
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
Conteúdo:
DICA DO PROFESSOR

A andragogia compreende três dimensões que interagem e permitem compreender de que forma
as situações diversas influenciam na aprendizagem dos adultos, reconhecendo e utilizando suas
diferenças. Veja no trecho a seguir:

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

EXERCÍCIOS

1) Leia o trecho a seguir:

“Uma das grandes distinções entre educação de adultos e a educação convencional é


encontrada no processo de aprendizagem em si mesmo. Nenhum outro, senão o
humilde pode vir a ser um bom professor de adultos. Na classe de estudantes adultos,
a experiência tem o mesmo peso que o conhecimento do professor. Ambos são
compartilhados
par-a-par. De fato, em algumas das melhores classes de adultos, é difícil de se
distinguir quem aprende mais: o professor ou o estudante. Este caminho duplo é
refletido também na divisão de autoridade. Na educação convencional, o aluno se
adapta ao currículo oferecido, mas na educação de adultos, o aluno ajuda na
formulação do currículo [...] Sobre as condições democráticas, a autoridade é do
grupo. Isto é uma lição fácil, mas enquanto não for aprendida, a democracia não tem
sucesso.” (LINDEMAM, 1926, p.8-9 apud OLIVEIRA)

A partir do trecho acima, podemos concluir que na educação de jovens e adultos:

I- O conteúdo e as experiências do educando possuem a mesma importância.


II- A humildade é uma característica essencial ao educador da EJA.
III- Nas melhores classes de EJA, o professor detém a autoridade.
IV- A aprendizagem concentra-se nas experiências do professor.
V- Na educação de jovens e adultos, o aluno auxilia na definição dos conteúdos.
É CORRETO o que se afirma em:

A) I, II e III.

B) III e IV.

C) I, IV e V.

D) II e III.

E) I, II e V.

2) Os adultos e jovens possuem crenças, valores, que são construídos e consolidados ao


longo de suas vidas. Por isso, o processo de
ensino-aprendizagem na EJA deve criar situações que permitam ao educando:

A) o autoconhecimento.

B) a dependência do professor.

C) a restrição ao currículo.

D) o não questionamento à atuação do professor.

E) um aprendizado sem compromisso.

3) Considere o seguinte fragmento de texto, referente aos princípios da andragogia:

"A andragogia utiliza fatos e informações das diversas esferas do conhecimento, não
para fins de acumulação, mas por necessidade de solucionar problemas."
(LINDEMAN, 1926).

De acordo com esse fragmento, é CORRETO afirmar que:

A) O professor que atua no EJA precisa dominar todos os conteúdos para transferi-los aos
alunos.

B) A educação de jovens e adultos deve se concentrar na transmissão de informações.

C) O adulto utiliza os assuntos de aprendizagem para resolver problemas.

D) O adulto precisa acumular os assuntos de todas as áreas de conhecimento.

E) O aluno adulto é orientado para o conteúdo, e não para as situações de vida.

4) Um dos seis princípios da andragogia define que adultos precisam entender a


necessidade de se aprender algo, antes de se interessarem pelo conteúdo. Assim,
algumas ferramentas devem ser utilizadas para aumentar o nível de conscientização
ou a necessidade de saber no aluno. É exemplo desse tipo de ferramenta:

A) o exercício de repetição.

B) a avaliação pedagógica.

C) a realização de exercícios sem um objetivo específico.

D) o jogo interativo.

E) a memorização de conteúdos para apresentá-los verbalmente.


5) A andragogia é uma teoria que está voltada para a aprendizagem do adulto.
Contudo, pode acontecer de em situações em que o modelo andragógico não
provoque resultados. Na prática, isso significa que os educadores têm a
responsabilidade de verificar o que é aplicável em cada situação. Nesse sentido,
analise as seguintes situações de aplicabilidade do método andragógico quando os:

I - aprendizes são realmente dependentes – entram em uma área de conhecimento


desconhecida, sem possuir experiência anterior.
II - alunos não compreendem a relevância de uma área de estudo para as tarefas ou
os problemas de vida.
III - educandos precisam acumular certo conjunto de conhecimento especializado, a
fim de atingirem um desempenho necessário.
IV - alunos não sentem a necessidade interna de aprender o conteúdo.
V - alunos apresentam ao educador suas demandas e situações de vida.

São exemplos de situações em que o método andragógico NÃO é recomendado:

A) III e IV apenas.

B) III e IV.

C) V apenas.

D) I, II, III e IV.

E) I apenas.

NA PRÁTICA

Veja agora um exemplo que ilustra como a valorização da experiência de vida e percepção de
mundo dos alunos da EJA pode contribuir para a motivação destes em seu processo de ensino-
aprendizagem.
SAIBA +

Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do
professor:

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