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Universidade Pedagógica
Maputo
2020
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Supervisora:
Mestre Ornila Sande
Universidade Pedagógica
Maputo
2020
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Índice
1. Conceitos Básicos........................................................................................................................5
CAPITULO II - METODOLOGIA...............................................................................................17
1. Tipo de Pesquisa........................................................................................................................17
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3. Considerações Finais..................................................................................................................39
4. Referências Bibliográficas.........................................................................................................40
i
]DECLARAÇÃO DE HONRA
Declaro que esta Monografia é resultado da minha investigação pessoal e das orientações da
minha supervisora, o seu conteúdo é original e todas as fontes consultadas estão devidamente
mencionadas no texto, nas notas e na bibliografia final.
Declaro ainda que este trabalho não foi apresentado em nenhuma outra instituição para obtenção
de qualquer grau académico.
AGRADECIMENTO
Agradeço a, minha supervisor e minha orientadora por ter me assessorado de forma sábia e por
terem sido pacientes para a realização deste trabalho de conclusão do curso. Agradecimentos
extensivos aos docentes da Faculdade de que prepararam as suas aulas e leccionaram durante os
quatro anos da minha formação. Aos meus colegas de carteira vai a minha gratidão pelo apoio
que me prestaram durante a minha formação.
A minha família, o meu muito obrigado pelo apoio moral e conforto que me deram nesta árdua
tarefa académica.
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DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a todos que directa ou indirectamente contribuíram para o sucesso da minha
formação.
Para todos vai uma dedicatória muito especial, por terem suportado as ausências constantes nos
convívios familiares, nas preocupações e dificuldades do dia-a-dia até no acompanhamento
durante este tempo.
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LISTA DE ABREVIATURAS
A1 – Aluno um;
A2 – Aluno dois;
A3 – Aluno três;
A4 – Aluno quatro;
A5 – Aluno cinco;
A6 – Aluno seis;
TT – Tamanho da Turma;
RESUMO
O presente trabalho visa abordar o tema relacionado Estratégias da Gestão de Turmas Numerosas
– Estudo de caso da Disciplina de História da Escola Secundária da Zona Verde no Ano Lectivo
2020. As turmas numerosas são uma das principais causas que contribuem para o fraco
aproveitamento pedagógico que se verifica nos últimos anos. Face a este dilema, houve
necessidade de realizar uma pesquisa cujo objectivo é Analisar as estratégias usadas para a
gestão de turmas numerosas na disciplina de Matemática da 10ª classe no ano lectivo de 2020.
Para o alcance do objectivo acima citado, houve necessidade de se fazer um estudo de caso em
três turmas da referida classe, baseando-se numa pesquisa qualitativa, tendo como técnicas de
pesquisa o inquérito por questionário, observação participante e análise documental. Como
população tivemos professores e alunos da 10ª classe, onde foram inqueridos 7 elementos,
nomeadamente: 1 professore e 6 alunos. Para melhor trabalhar em turmas numerosas, sugere-se
que os professores usem diferentes estratégias na sala de aulas que passam por optar em uma
aprendizagem cooperativa, visando a participação activa dos alunos ao longo da aula. Os
resultados confirmam que as TNs estão associadas a um prejuízo exponencial das condições de
gestão eficaz da aula.
ABSTRACT
The present work aims to address the theme related strategies of management of numerous
Classes - a case study of the Discipline of History of Secondary School the Green Zone in the
Year 2020. Many classes are one of the main causes that contribute to the weak pedagogical
exploitation that exists in recent years. In the face of this dilemma, there was a need to carry out a
survey whose purpose is to analyze the strategies used for the management of numerous classes
in the Department of Mathematics of the 10th class in the year of 2020. To achieve the objective
mentioned above, there was a need to make a case study in three classes of that class, basing
itself on a qualitative research, having as research techniques the survey by questionnaire,
participant observation and documentary analysis. As population had students and teachers from
the 10th grade, where they were inqueridos 7 elements, namely: 1 teachers and 6 students. For
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best work in numerous classes, it is suggested that teachers use different strategies in the
classroom that pass through opt in a cooperative learning, seeking the active participation of
students throughout the lesson. The results confirm that the TNs are associated to an exponential
loss of conditions of effective management of the classroom.
1. INTRODUÇÃO
No presente trabalho, far-se-á uma abordagem acerca do seguinte tema: Estratégias da gestão de
Turmas Numerosas – Estudo de caso da Disciplina de História da 10ª da Escola Secundária da
Zona Verde no Ano Lectivo 2019.
A escola acima indicada localiza-se na província de Maputo, Distrito da Matola, ZIP número 22,
cita ao longo da Avenida 4 de Outubro, no bairro da Zona Verde a 100 metros da paragem.
A aula é a forma predominante do processo de ensino – aprendizagem. Numa sala de aulas, a
existência de um bom ambiente da aprendizagem, proporciona uma aula mais activa, onde para
tal, o professor deve seleccionar os meios didácticos e métodos de ensino adequados a realidade
da turma, tendo em conta as suas particularidades, permitindo assim, uma maior interacção dos
alunos. A planificação da actividade docente permite uma melhor selecção dos objectivos a
serem alcançados assim como a selecção dos meios e recursos de ensino para a concretização da
aula nas turmas numerosas.
Um bom ambiente da aprendizagem em turmas numerosas depende das estratégias seleccionadas
pelo professor, pós estas permitem uma maior participação dos alunos. Durante a aula, a
motivação deve ser permanente em todos os momentos. Um rácio professor – aluno elevado
reduz a qualidade das aulas se os professores não tiverem materiais didácticos à sua disposição e
não conhecem técnicas específicas para leccionar em turmas numerosas.
É fundamental entender o processo de ensino visando alcançar resultados tendo como ponto de
partida o nível de conhecimentos dos alunos e determinando algumas características como: o
ensino é um processo, por isto obedece a uma direcção, este processo visa alcançar determinados
resultados como domínio de conhecimentos, hábitos, habilidades, atitudes, convicções e
desenvolvimento das capacidades cognitivas, dando ao ensino este carácter bilateral, combinando
as actividades do professor com as do aluno, (LIBÂNEO, 2006:195).
Em turmas numerosas, o professor deve adoptar estratégias que lhe permitem gerir o espaço
físico e os conflitos que podem ocorrer durante a aula, sem se esquecer de dar espaço aos alunos
para poderem dar o seu contributo.
O presente trabalho apresenta três capítulos, onde no primeiro encontraremos a fundamentação
teórica, no segundo a metodologia, no terceiro a apresentação, discussão, analise de dados,
conclusão e referências bibliográficas.
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1.1. Justificativa
A abordagem do tema em causa justifica-se pelo facto de permitir perceber como é que os
professores trabalham em turmas numerosas e, através da revisão bibliográfica, levantamento e
análise de dados, apresentar diferentes abordagens no que diz respeito às estratégias que podem
ser usadas para minimizar este dilema. Ou seja, com a abordando o presente tema, se espera
identificar as melhores práticas docentes em turmas numerosas que propiciem um ambiente para
que as actividades de ensino - aprendizagem ocorram da melhor maneira.
O outro motivo que permite a abordagem do tema em causa é o facto de pretender contribuir para
a consciencialização da sociedade moçambicana sobre as turmas numerosas, sobretudo dos
desafios que se colocam ao trabalho docente da Escola Secundária da Zona Verde, Município da
Matola, na disciplina de História, face ao fenómeno em estudo e colher sugerir algumas
estratégias para minimizar este dilema.
Na sociedade surgem debates que apontam para fracasso escolar dos alunos relacionado com a
superlotação das turmas, desvalorizando, quiçá, os constrangimentos que os professores
enfrentam na gestão das aulas em turmas numerosas. Pretende-se com esta abordagem contribuir
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1.3. Problematização
A formulação clara do problema de investigação em estudos científicos é de capital importância
porque focaliza a atenção do investigador para o tema escolhido e, ao mesmo tempo, serve de
guia na condução de toda a investigação.
Neste sentido de ideias, considera-se problema uma inquietação empírica, que precisa de um
estudo científico para a sua resolução. Um problema bem formulado, permite ao investigador
realizar a sua pesquisa com clareza e chegar a solução sem grandes dificuldades.
Tendo em conta o exposto anteriormente, interessa regressar de uma forma mais clara e
sustentada à definição do problema do estudo – Estratégias da Gestão de Turmas Numerosas,
cujo interesse do estudo surge no confronto com a realidade escolar vivida em Moçambique,
particularmente da ESZV, assim como da necessidade de querer perceber como os professores
enfrentam essa realidade.
A existência de turmas numerosas é um dilema que tem assolado as escolas do Município da
Matola, em particular a Escola Secundária da Zona Verde.
Durante a realização das Práticas Pedagógicas na E.S.Z.V, foram realizadas actividades
relacionadas com revisão de documentos normativos e de seguida a observação de aulas em
algumas turmas da 10ª classe. No âmbito da observação de aulas constatou-se a existência de
turmas numerosas, chegando a atingir 80 alunos por turma. Observou-se que o rácio professor -
aluno era muito elevado, dificultando assim o Processo de Ensino - Aprendizagem e a gestão das
mesmas. As dificuldades em gerir a turma devido ao elevado rácio professor - aluno, pode vir a
provocar vários constrangimentos no fracasso do desempenho e aproveitamento escolar dos
alunos. Para além dos feitos negativos no aproveitamento escolar dos alunos, as TNs podem
provocar outros constrangimentos como por exemplo, a mediação dos conteúdos pelo professor.
As TNs são apontadas como sendo um obstáculo ao trabalho docente.
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1.4.1. Geral
Analisar as estratégias usadas para a gestão de turmas numerosas na disciplina de História da
10ª classe da Escola Secundária da Zona Verde no ano lectivo de 2019, na cidade da Matola.
1.4.2. Específicos
Identificar as estratégias da gestão de turmas numerosas na disciplina de História da 10ª
classe da Escola Secundária da Zona Verde no ano lectivo de 2019, na cidade da Matola;
Caracterizar o ambiente da aula em turmas numerosas;
Sugerir algumas estratégias de superação dos problemas na gestão de turmas numerosas;
2. Conceitos Básicos
Estratégia implica um plano de acção para conduzir o ensino em direcção a objectivos
previamente fixados, traduzindo-se esse plano numa determinada forma de utilização de métodos
e meios de ensino para atingir os resultados desejáveis, (MOFATE, 2017:156).
Para Lopes e Silva, (2011:135), estratégias correspondem a um conjunto de acções do professor
orientadas para alcançar determinados objectivos de aprendizagem que se têm em vista ou um
guia de acções a desenvolver.
Entende-se estratégia como sendo o conjunto de acções desenvolvidas para o cumprimento dos
objectivos previamente traçados.
Gestão é o acto de trabalhar com as pessoas e através delas realizar, tanto os objectivos da
organização quanto de seus membros, (CHIAVENATO citado por ADRIANO STADLER e
MÁRCIA VALÉRIA PAIXÃO, 2010:54).
Bárbara et al. (2008:40) define gestão como um conjunto de actividades coordenadas para dirigir
e controlar um grupo de pessoas e instalações com responsabilidade, autoridade e relações
definidas.
Entende-se gestão como sendo o acto de trabalhar com um conjunto pessoas, através de
actividades previamente planificadas, com o objectivo de alcançar objectivos comuns para o
crescimento de uma instituição
Turmas numerosas são aquelas que não oferecem condições de interacção e atenção individual
aos alunos pelo professor, (ARENDS, 2006:110).
Segundo MINED (2003:34) uma turma deve ser composta por um número de alunos igual ou
inferior a 45. Igualmente, o Plano Estratégico da Educação 2009-2015 recomenda que as turmas
do ESG não deverão exceder os 55 alunos (MINED, 2009:55).
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Tendo em conta os conceitos acima citados, entende-se por turmas numerosas as que apresentam
um rácio professor – aluno elevado, tornando difícil o processo de mediação dos conteúdos.
Além do espaço físico, há igualmente o espaço temporal da aula, cuja gestão é tida como difícil e
complexa para os professores devido ao número elevado de alunos. Há uma relação directa entre
o tempo passado em tarefas académicas pelo aluno e a qualidade dos resultados escolares que
este produz. Os alunos em salas de aula nas quais o tempo despendido com a tarefa é elevado e
uma grande proporção deles está envolvida em actividades de aprendizagem, aprendem mais do
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que noutras salas de aula, onde tal não se verifica. Além disso, há uma variação considerável de
professor para professor na gestão do tempo, Ibid.
Para que o professor tenha êxito ao leccionar em turmas numerosas, sugere-se que use diferentes
estratégias. Uma delas relaciona-se com a gestão do espaço físico, organizando a sala de aulas e
os diferentes matérias didácticos a que serão usados, dependendo do tipo de aula e conteúdos que
serão abordados. A boa disposição das carteiras vai permitir que o professor tenha facilidades em
circular durante a sala, acompanhando as actividades realizadas pelos alunos.
Por outro lado, a gestão do tempo da aula permite ao professor dosear as actividades de acordo
com o número de alunos que a turma apresenta, partindo duma prévia planificação da aula. Se o
professor não levar em conta a planificação das actividades tendo em conta o número de alunos,
corre o risco de não conseguir averiguar o nível de compreensão dos conteúdos leccionados, isto
porque não terá tempo suficiente para avaliar todos a maior parte dos alunos.
Tendo em conta as duas perspectivas acima citadas, percebe-se que a existência de TNs limita o
contacto entre professor e o aluno, fazendo com que muitos alunos saiam da aula sem terem
contribuído. Por outro lado, o professor acaba se sentindo obrigado a recorrer varias vezes à
formação de grupos para a realização das tarefas, deixando o acompanhamento individual que
permitiria perceber as particularidades de cada aluno.
A gestão da relação professor - aluno supõe que se encara o grupo - turma como um sistema
social que possui os seus próprios traços, os quais o professor deve tomar em conta na gestão das
relações interpessoais na sala de aula. As acções de gestão da relação professor - aluno
envolvem:
A criação de um clima da sala de aula que aceita todos os alunos sem discriminação;
A demonstração de paciência e interesse no desenvolvimento de actividades de aprendizagem
na sala de aula;
A utilização do feedback dos alunos para a melhoria da instrução;
A apreciação dos esforços dos alunos;
A comunicação aos pais sobre o progresso dos alunos;
A construção de um ambiente de harmonia com os alunos;
O diagnóstico das necessidades e interesses dos alunos;
O encorajamento do trabalho cooperativo dos alunos nos seus respectivos grupos;
A saudação aos alunos tratando cada um pelo seu próprio nome.
Por sua vez MOFATE (2017:141) identifica as seguintes categorias sobre as quais as
intervenções de gestão eficaz da sala de aula devem ser focalizadas: o comportamento do
professor, em particular, a melhoria dos procedimentos de gestão por ele adoptados, no que
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respeita ao sistema normativo da aula, através de acções preventivas tais como a manutenção da
ordem e a definição de regras e procedimentos de trabalho;
A relação professor – aluno que pode ser melhorada através de acções preventivas tais como
a preocupação e atenção por parte do professor em relação aos seus alunos e o cultivo de
relações de apoio;
O desenvolvimento sócio emocional dos alunos, potenciado pelo apoio ao desenvolvimento
das relações empáticas. Tanto intervenções preventivas, quanto as relativas, são inclusas
nesta componente.
Por sua vez, Marzano (2003:84) defende a existência de quatro componentes sobre as quais a
gestão eficaz da sala de aula deve incidir, nomeadamente: regras e procedimentos, intervenções
disciplinares, relações professor – aluno e o estado mental. A componente de regras e
procedimentos relaciona-se com uma certa variedade de categorias que inclui expectativas gerais
sobre o comportamento, início e fim da aula, transições e interrupções, equipamento e material,
trabalho de grupo e actividades orientadas pelo professor. As intervenções disciplinares incluem
um equilíbrio entre as consequências dos comportamentos inapropriados e as consequências
positivas de comportamentos apropriados. A componente nuclear que serve de suporte a todos os
outros factores de uma gestão eficaz da sala de aula é o relacionamento entre professor - aluno.
Um relacionamento professor - aluno saudável é construído na base de uma cooperação dos dois
atores, no contexto da qual o professor reconhece a individualidade dos alunos. Em relação ao
estado mental, refere-se a necessidade que há no professor no sentido de manter o seu estado
psicológico saudável.
Tendo em conta que um elevado rácio professor – aluno pode ser considerado um factor que
dificulta o PEA, o professor deve considerar determinados elementos para minimizar esse
impasse. Um dos principais aspectos a considerar é planificação das actividades a serem
realizadas pelos alunos, o que vai permitir fazer a selecção eficaz dos métodos de ensino, do
material didáctico e a gestão do tempo para cada actividade realizada durante a aula.
O outro aspecto a ter em conta é a existência de uma relação professor – aluno que favorece um
bom clima de aprendizagem.
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da operacionalização das metas que o professor traça. A postura do professor que se evidencia
nesses contextos é predominantemente autoritária.
De uma forma geral, percebe-se que a aplicação dos modelos depende do tipo de aula e os três
modelos apresentam a mesma característica: autoridade do professor e passividade do aluno.
De seguida o professor deve explicar as instruções de forma clara e solicitar dois ou três alunos
para as parafrasear, de forma a perceber se as instruções registadas no quadro foram ou não
compreendidas. A terceira acção consiste em identificar e assinalar com clareza a localização de
cada equipa de aprendizagem, ou seja, o professor designa com clareza os locais da sala a serem
ocupados por cada equipa criada, e em paralelo, insiste para que as equipas se instalem nesses
locais, Ibid.
Outros problemas que dificultam a gestão eficaz da sala de aulas estão relacionados com o
espaço físico da sala de aula. Khan citado por MOFATE (2017:144) defende que os principais
problemas enfrentados pelos professores têm a ver com as dificuldades ligadas à utilização do
espaço da sala de aula uma vez que o espaço para acomodar todos alunos é escasso. À partida, as
salas de aula de tamanho reduzido em relação ao número de alunos aí presentes constituem um
obstáculo para a mobilidade do professor. À par da insuficiência do espaço, os professores
acabam tendo dificuldades para a gestão de tempo, no sentido em que o tempo lectivo disponível
para cada aula se mostra insuficiente para a realização das actividades planificadas.
A partir das diferentes abordagens citadas, pode-se considerar que são vários os problemas com
os quais a gestão eficaz da sala de aula em turmas numerosas se debate. A planificação das aulas
permite ao professor prever as soluções dificuldades que existem na sala de aulas, desde o
comportamento dos alunos até o numero elevado destes.
Tendo em com esta diversidade de problemas, o professor para os prevenir deve reunir
qualidades que lhe permitam a concretização de uma gestão eficaz da sala de aula.
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CAPITULO II - METODOLOGIA
No presente capítulo, falaremos da metodologia usada para a elaboração do trabalho,
nomeadamente: o tipo de pesquisa, as técnicas, os instrumentos de colecta de dados, a população,
a amostra, o cronograma e o orçamento da pesquisa.
1. Tipo de Pesquisa
Para a realização da presente pesquisa far-se-á o uso da pesquisa qualitativa participante porque
esta busca compreender o comportamento do objecto analisado, estudando as suas
particularidades e experiências individuais, onde as suas respostas costumam ser objectivas,
(MARCONE e LAKATOS, 2003:187).
A pesquisa qualitativa costuma ser realizada quando o objectivo de estudo é entender o porque de
determinados comportamentos, (GIL, 2002:55).
O uso da pesquisa qualitativa deve-se ao facto de permitir que os participantes expressem as suas
ideias sem que haja limitações, ou seja, este tipo de pesquisa tem um carácter subjectivo, o que
faz com que os resultados obtidos não sejam apresentados em números. Por outro lado, a
pesquisa qualitativa apresenta uma amostra pequena, permitindo, assim, entender o
comportamento e as ideias de cada participante.
5.Tendo em conta o número de Tendo em conta o número de alunos que a turma apresenta, o professor
alunos que a turma apresenta, referiu que em cada grupo de actividades, passa e dá orientações e
como é que tem feito o apoio satisfação de dúvidas durante a realização das actividades.
aos alunos (individualmente ou
em grupos) na realização das
actividades durante a aula?
6.Tendo em conta a O professor referiu que em por cada grupo de actividades, escolhe-se um
superlotação das turmas, como aluno que representa o mesmo e faz a correcção das actividades no
tem sido a correcção das quadro.
actividades realizadas pelos
alunos?
7. Em caso de desordem durante Para ultrapassar este cenário, o professor inquerido respondeu que chama
a aula, que estratégias tem atenção aos alunos, atribui actividades dirigidas e individuais. Se os
usado para ultrapassar esse mesmos não demonstrarem mudanças, o professor notifica os
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14. Caso se verifiquem alunos Para o professor, os alunos que não terminam as actividades durante o
que não tenham terminado as tempo estabelecido, recomenda para que as terminem em casa e serão os
tarefas no tempo estabelecido, primeiros a apresentarem as actividades na aula seguinte.
qual tem sido o seu tratamento?
15. De acordo com a sua Os desafios são vários. Um deles é tendo em conta as dificuldades de cada
experiência profissional de aluno, assim como a criação de estratégias para ultrapassar as dificuldades
leccionação em turmas apresentadas.
numerosas, que desafios tem
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encarado no dia-a-dia?
16. O que tem feito para superá- Para a superação dos desafios, o professor referiu que recorre no método
los? expositivo para melhor responder as dificuldades apresentadas pelos
alunos e gerir o tempo.
aula marcado pelo recurso abusivo a fichas de trabalho individual, a ditado de apontamentos, e
sobretudo, a explicação da matéria.
Cruzando o posicionamento do professor com os dos autores acima citados, pode perceber-se que
o professor apresenta dificuldades em atribuir de as actividades de uma forma diferenciada,
devido ao elevado número de alunos que a turma apresenta, contribuindo para um fraco
acompanhamento individualizado destes.
Quanto a existem actividades de aprendizagem dos alunos que o professor gostaria de
desenvolver mas que não consegue devido ao número de alunos, o professor referiu que são
várias (como é correcção das actividades e o acompanhamento adequado do aluno durante a
aula), devido ao número elevado de alunos que acaba fazendo com que o tempo não seja
suficiente. O posicionamento do professor converge directamente com autores, como é o caso de
Mofate (2017:376) que defende que o acompanhamento do trabalho do aluno na aula, bem como
de uma adequada correcção de trabalhos em TNs são algumas das varias actividades que o
professor enfrenta, isso porque o professor não dispõe de tempo suficiente.
Com esses posicionamentos, pode-se concluir que a existência de um número elevado de alunos
na sala de aulas limita a realização de várias tarefas, o que pode vir a contribuir para o fraco
aproveitamento pedagógico dos alunos, assim como do professor. Ou seja, o professor corre o
risco de ficar sem saber se os alunos alcançaram os objectivos previamente traçados porque o
acompanhamento destes na sala de aulas é muito fraco ou mesmo inexistente.
Quanto aos aspectos que tem levado em conta quando planifica as suas aulas para leccionar
em turmas numerosas, o professor frisou que procura olhar para o nível de assimilação dos
conteúdos pelos alunos e gestão do tempo na realização dos exercícios na sala de aulas.
Na perspectiva de Pereira e Zini (2003:78) a aula é o verdadeiro ponto de convergência do
pensamento e da acção do professor.
Matos e Gomes (1992:81) referem que o plano de aula deve conter a organização das situações
de aprendizagem, de modo coerente, incorporando as decisões tomadas, tendo em conta os
alunos a matéria de ensino, com as suas potencialidades educativas no cumprimento das
exigências didáctico - metodológicas fundamentais. O autor defende ainda que ao planificar as
suas aulas, o professor deve garantir um elevado tempo de acção motora por parte dos alunos,
motivar e estimular a participação do aluno na aula, apresentar os objectivos da aula de uma
forma clara.
24
a assunção de uma posição de distanciamento em relação aos objectivos pelos quais tal correcção
ocorre. Morzano (2003:84) defende que as intervenções disciplinares incluem um equilíbrio
entre as consequências dos comportamentos inapropriados e as consequências positivas de
comportamentos apropriados.
Na concepção das ideias dos autores em relação a resposta do professor, percebe-se que as
medidas correctivas dos comportamentos desajustados dos alunos são necessárias para manter a
ordem e um bom ambiente na sala de aulas, tendo em conta as normas estabelecidas no PEA.
Porém, o professor deve ter atenção na aplicação dessas medidas correctivas, no sentido de não
exagerar porque pode contribuir para um ambiente desagradável dos alunos, criando assim,
rebeldia destes durante as aulas.
No que diz respeito a existência de tempos mortos durante as aulas o professor respondeu que
estes têm se verificado e que para evitá-los, cria uma motivação buscando-os de volta à aula.
De acordo com o posicionamento do professor em relação a esta questão, percebe-se durante as
aulas estes momentos, onde o professor deve ser criativo para supera-los. Um dos momentos
mortos pode ser a fadiga (cansaço) dos alunos. Sendo, assim o professor deve criar uma
motivação de modo a buscar os alunos de volta a aula.
Quanto a existência de um número de alunos acima do recomendado na sala de aulas, o
professor referiu que afecta na participação destes na aula porque pode perder o controlo dos
mesmos devido ao elevado número e fica sem saber a quem indicar para participar na mesma.
Por sua vez ARENDS (2008:101) afirma que as TNs dificultam aproximação entre professor e
aluno e, por outro lado, limitam o maior número de interacções entre os protagonistas da aula
focadas na aprendizagem. O mesmo autor defende ainda que as TNs comprometem uma
adequada gestão da participação do aluno na aula.
A existência de um elevado número de alunos na sala de aulas contribui negativamente para na
participação dos alunos no PEA na medida em que estes não conseguem interagir frequentemente
com o professor, assim como a maior parte dos alunos ficam na expectativa que os outros
respondam as questões colocadas durante na aula, fazendo com que existam mesmos alunos mais
interventivos. Por outro lado, as TNs fazem com que o professor recorra aos mesmos alunos para
que participem mais, como forma de gerir o seu tempo, o que pedagogicamente não está correcto.
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Analisando as estratégias que o professor usa para ultrapassar a fraca participação dos
alunos em TNs, o professor referiu que forma grupos e dentro de cada grupo deve existir um
líder com competências e capaz de orientar as actividades atribuídas.
A estratégia do professor inquerido é viável, tendo a problemática que se faz sentir em TNs. Por
outro lado, o professor deve ter a capacidade de supervisionar os grupos, em particular o próprio
líder de modo a não criar desinteresse dos colegas na participação das actividades e nas aulas.
O professor referiu que diversifica a organização das actividades na aula na medida do possível,
mas tem sido difícil porque a sala fica sem espaço para essa diversificação. Como exemplo,
atribuição de tarefas/temas diferentes para que os grupos possam investigar.
Em TNs, o professor enfrenta várias dificuldades para diversificar as actividades devido ao
elevado número de alunos existentes, impossibilitando que o este consiga elaborar actividades
individualizadas. Por outro lado, percebe-se que diversificar as actividades nos grupos, implica
levar mais tempo na correcção das mesmas, enquanto sendo as mesmas actividades para todos os
grupos, a correcção é mais flexível, permitindo a gestão de tempo para outras actividades.
Em relação a esta questão da gestão do espaço físico, o professor respondeu que sim, afecta.
Isso porque o número de carteiras na sala de aulas é maior e não permite a circulação do
professor na aula para controlar as actividades dos alunos.
Sobre esta questão, Khan citado por MOFATE (2017:144) defende que os principais problemas
enfrentados pelos professores têm a ver com as dificuldades ligadas à utilização do espaço da
sala de aula uma vez que o espaço para acomodar todos alunos é escasso. À partida, as salas de
aula de tamanho reduzido em relação ao número de alunos aí presentes constituem um obstáculo
para a mobilidade do professor.
A disposição do mobiliário na sala de aulas em TNs afecta negativamente na gestão do espaço
físico na sala de aulas, fazendo com que o professor seja estático durante a aula por
impossibilidade da sua circulação, os corredores ficam todos preenchidos pelas carteiras e os
pequenos corredores existentes são preenchidos pelos alunos que sentam no chão. Esta
problemática faz com que os alunos tenham receio de se levantar para contribuir na aula.
Quanto a gestão do tempo da aula, o professor referiu que o número de alunos existentes na
turma faz com que o tempo disponibilizado para a aula não seja suficiente para o alcance dos
objectivos definidos.
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dificuldades de cada aluno, assim como a criação de estratégias para ultrapassar as dificuldades
apresentadas.
De acordo com a resposta do professor inquerido, percebe-se que o elevado número de alunos na
sala de aulas limita os professores no que diz respeito as estratégias de ensino – aprendizagem
nestas turmas, criando um mau ambiente de aprendizagem. Desta forma, nota-se dificuldades
para o alcance dos objectivos preconizados para as aulas e, consequentemente, dificuldades para
o cumprimento dos programas de ensino, assim como o baixo rendimento pedagógico.
Para ultrapassar esses desafios, o professor inquerido referiu que recorre no método expositivo
para melhor responder as dificuldades apresentadas pelos alunos e gerir o tempo.
Os modelos de ensino centrados no professor se baseiam nas tradicionais pedagogias
transmissivas centradas no professor e nos conteúdos de ensino, e rotulados como ensino
tradicional ou pedagogia transmissiva. Nestes modelos, o professor tem como missão
fundamental instruir e moldar o aluno com base em saberes previamente construídos (ARENDS,
2008:25).
Para Bertrand (2001) citado por Mofate (2017:100), o modelo tradicionalista de ensino é
conservador, virado ao passado, preocupando-se fundamentalmente com o que deve ser ensinado
de modo a dar ao estudante uma boa formação de base, uma visão completa dos conhecimentos.
O uso da exposição pelo professor torna o aluno mero espectador e passivo durante a aula, ou
seja, o aluno limita-se a memorizar os conteúdos que são apresentados pelo professor, não
havendo espaço para sua opinião. Neste sentido, recomenda-se que o professor opte por modelos
que deixam o aluno mais activo e criativo durante a aula.
Género
100%
80%
60%
40%
20%
0%
Homem Mulher HM
Idade
100%
80%
60%
40%
20%
0%
Homem Mulher HM
Importa referir que nesta abordagem recorre-se várias vezes à utilização de códigos, de forma a
encurtar certas designações que se repetem. Os códigos referidos são A1 (Aluno1), A2 (Aluno2),
A3 (Aluno3) A4 (Aluno4) A5 (Aluno5) e A6 (Aluno6).
um número elevado de alunos A2. Sim, devido aos dizendo que a existência de um
influencia para que haja número elevado de alunos na
seguintes factores: pouco
desordem na sala de aulas? Por sala de aulas possibilita a
tempo e indisciplina.
quê? existência de desordem, devido
A3. Sim, porque o
as dificuldades que o professor
professor não tem
enfrenta para controlar a turma.
conseguido controlar todos Cabe ao professor tomar
os alunos durante a aula e algumas medidas para superar
outros colegas que este desafio e manter a ordem
na sala de aulas. Tais
provocam barulho durante
pronunciamentos são
a aula.
defendidos por diferentes
A4. Sim, mas o professor
autores como é o caso de
ajuda a manter a ordem
Mofate (2017:365) que defende
sempre que estiver na sala que a aplicação de medidas
de aulas. correctivas (solicitação dos
A5. Segundo este aluno, o pais/encarregado de educação)
elevado número de alunos correspondem a estratégias de
na sala de aulas cria regulação aproximada a
intervenções centradas no
dificuldades na percepção
comportamento do professor,
da matéria dada.
atentas a aspectos tais como a
A6. Este aluno defende
manutenção da ordem na sala,
que não porque o professor
ou na definição das regras e
deve-se fazer sentir nas procedimentos.
aulas, colocando ordem e Por outro lado Morzano
proibir um mau (2003:84) defende que as
intervenções disciplinares
comportamento durante a
incluem um equilíbrio entre as
aula.
consequências dos
comportamentos inapropriados
e as consequências positivas de
comportamentos apropriados.
No que se refere a explicação das actividades, observou-se que o professor explica claramente os
alunos em todas as aulas. Neste caso, notou-se uma maior preocupação do professor em envidar
esforços para que todos os alunos percebessem a matéria dada. É tarefa do professor identificar
os alunos que por um dado motivo não tenham percebido a matéria, adoptar diferentes estratégias
para que esses percebam a matéria. Quanto as funções didácticas, observou-se que na maior parte
das aulas o professor realizou as actividades correspondentes a cada momento da aula.
O acompanhamento dos alunos pelo professor é satisfatório porque foi constante nas aulas
observadas. Uma vez que na sua maioria os exercícios eram realizados em grupos, o professor
passava de cada grupo para conhecer as necessidades de cada grupo. A preocupação do professor
em fazer o acompanhamento dos alunos, permite conhecer as necessidades de cada aluno e
adequar os conteúdos de acordo com essas necessidades destes. Das seis aulas observadas,
verificou-se que o professor realiza a avaliação de acordo com os conteúdos leccionados. A
avaliação formativa permite ao professor observar se os alunos alcançaram os objectivos traçados
para a aula.
Quanto ao anúncio da aproximação do fim da aula aos alunos, observou-se que este aspecto não
foi frequente durante as aulas. Anunciar a aproximação do final da aula é muito importante
porque desperta atenção dos alunos em realizar as tarefas tendo a noção do tempo estipulado para
cada actividade. Sobre as recomendações da aula seguinte, observou-se que o professor deixou-se
recomendações em na maior parte das aulas. Neste caso, o professor anunciava o tema que seria
tratado na aula seguinte, para que os alunos se apresentassem preparados e fossem mais
participativos durante as aulas, facto que em algumas aulas foi notável em alguns alunos.
Verificou-se que o nas seis aulas observadas, o professor iniciou as aulas minutos depois do
tempo regulamentado em 3 aulas e, consequentemente terminava-as fora do tempo
regulamentado. As dificuldades de cumprir o tempo regulamentado para o inicio e o fim das
aulas, deveu-se a facto do professor apresenta-se ligeiramente atrasado nas aulas,
comprometendo o alcance dos objectivos traçados para cada aula. Sobre o tempo limite para cada
actividade atribuída aos alunos, observou-se que o professor conseguiu estabelecer esse tempo,
Estipular o tempo para a realização das actividades, ajuda o professor a poupar o tempo da aula,
assim como realizar a correcção das actividades, tendo em conta que o professor se encontra em
turmas numerosas. Ademais, esta estratégia permite que haja maior contacto entre o professor e
os alunos.
37
Quanto a questão da organização da sala de aulas, verificou-se que em seis aulas observadas nas
diferentes turmas, o professor apenas orientou que os alunos organizassem a sala em duas aulas.
Para que haja um bom ambiente da aprendizagem há necessidade de se ter a sala de aulas
devidamente preparada, é necessário que o mobiliário e os alunos estejam organizados. Neste
sentido, uma sala de aulas deve se estar arrumada no início, assim como no fim de cada aula.
Durante as aulas observadas, o professor preocupava-se com a sua visibilidade e dos meios de
ensino em relação aos alunos. Para uma boa interacção com os alunos é muito preponderante que
durante a mediação, o professor procure se posicionar adequadamente para que permitir que
todos os alunos consigam interagir com ele, facto esse que aconteceu com frequência com o
professor observado.
Quanto a questão relacionada com as vias de circulação do professor na sala de aulas, observou-
se que poucas vezes essas encontravam-se devidamente delimitadas. Com as vias de circulação
devidamente delimitadas, verificou-se que o professor tinha mais espaço para circular em cada
fila ou grupos para observar as actividades que os alunos se encontravam a realizar, tendo deste
modo um maior controlo da turma. Nas aulas em que as vias de circulação não estavam
devidamente organizadas, foram notórias as dificuldades do professor em circular pela sala,
limitando em mediar a aula estando num único espaço (a frente dos alunos).
Quanto a organização do espaço em função da natureza da organização social das actividades em
curso, observou-se que esta acção decorreu de uma forma constante. Na maior parte das aulas
observadas, foi notória a preocupação do professor em manter a sala organizada tendo em conta o
tipo de actividades a serem realizadas. Por exemplo, nos dias em que as actividades eram
realizadas em grupos, as carteiras eram colocadas na forma circular para permitir que os alunos
pudessem se comunicar adequadamente.
3. Considerações Finais
A existência das turmas numerosas é um dilema que assola realidade educativa do país, em
particular a ESZV. Ao longo da presente pesquisa, foram notórias as dificuldades que os
professores encaram para a superação deste dilema, dentre eles, a dificuldade em traçar
estratégias eficazes para trabalhar nessas turmas.
38
Motivado para conhecer as estratégias que os professores adoptam nas TNs, houve necessidade
de se fazer o estudo nestas turmas, concretamente na disciplina de matemática 10ª classe, tendo
como base domínios de gestão da aula, o ensino aprendizagem, o espaço físico e o tempo da aula.
Tratou-se pois de compreender como se desenvolve a dinâmica de estratégias de gestão daquelas
aulas e naqueles domínios, de modo a procurar esclarecer as condições de eficácia que são
proporcionadas pela excessiva dimensão das turmas à gestão das aulas por parte dos professores.
No que diz respeito ao domínio de gestão da aula, verificou-se nas aulas observadas que os
professores encaravam dificuldades em manter o controlo das turmas, associando-se aos
murmuras dos alunos em grande parte das aula, facto que se deve a extensão das turmas. Devido
a esta problemática, verificou-se o uso da exposição dos conteúdos por parte do professor. Com
efeito, as acções dos alunos, que consistem sobretudo na colocação de dúvidas, no registo de
apontamentos de forma intercalada com alguma explicação esclarecedora e, uma vez ou outra, na
realização de tarefas, foram muito restritiva, o que compromete a eficácia das mesmas
No que concerne a aprendizagem, observou-se que maior parte dos alunos saia da aula sem ter
participado da aula, isto porque na havia sempre os mesmos alunos a intervirem nas aulas.
Paralelamente a gestão do espaço físico nas turmas que constituíram objecto de estudo, não vai
de acordo com a gestão eficaz desse domínio adoptadas como critérios de análise no presente
estudo. Esta situação deveu-se à excessiva dimensão numérica dessas turmas e ao seu
desfasamento relativamente ao espaço e equipamentos disponíveis. Por outro lado,
notabilizaram-se várias dificuldades para que o professor pudesse circular pelos corredores da
sala, isto porque não havia espaço para tal devido ao número de carteiras lá existentes para que os
alunos pudessem se acomodar.
Para melhor gerir o tempo, foi notória a adopção pelo professor do trabalho em grupos. Porém,
nem sempre este método foi adequado porque algumas aulas terminavam sem que alguns grupos
colocassem o resultado das suas pesquisas. Por outro lado, a gestão do tempo foi comprometida
pela dificuldade do professor em respeitar o tempo do termino da aula e, em algumas vezes do
início.
Tendo em conta os resultados obtidos na pesquisa, percebeu-se que a o processo de ensino
-aprendizagem em turmas numerosas não é eficaz devido a insuficiência de estratégias de gestão
dos professores nessas turmas. Por outro lado, os alunos dificilmente mantêm o contacto com o
professor, isto porque o professor acaba fazendo a exposição dos conteúdos.
39
4. Referências Bibliográficas
ARENDS, R. I. Aprender a ensinar. 7ª Edição. Lisboa, 2008.
CARITA, A. A gestão da sala de aula. Revista O professor. 2017.
CARITA, A. Conflito, moralidade e cidadania na aula. Porto: Editores, S.A. 2005.
GIL, António Carlos. Como elaborar um projecto de pesquisa. S.E. Editora Atlas, S.A. 1996.
40
GOMES, Paulo e MATOS, Zigmar. Educação na Escola Primária. Vol II. Porto Editora, 1992.
LAKATOS, E. M. MARCONI, M. de A. Metodologia do trabalho científico. 4ª. Ed. São Paulo,
Atlas S.A., 2009.
LOPES, J. A. Problemas de comportamento, problemas de aprendizagem e problemas de ensino.
Quarteto Editora, Coimbra, 2002.
MINED. Regulamento do ESG. 2003.
MOFATE, Óscar Luís. Gestão da sala de aulas em turmas grandes. Lisboa, 2017.
PEREIRA, Paulo. A Planificação dos Professores. Revista Horizonte, 2003.
STADLER, Adriano. PAIXÃO, Márcia Valéria. Modelos de Gestão. Curitiba, 2012.
Apêndice
41
Dados Pessoais
1. Género: F M
2.Idade: 25 a 30 31 a 45 46 a 55 + 55 anos
3. Habilitações académicas:
Outro
Qual?___________________________________________________
4. Área de formação
Ensino de História Port. Mat. Outra
Qual?___________________________
5. Experiência profissional
- 2 anos 3 a 10 anos 11 a 20 + 20 anos
9. Disciplina que leciona: Hist. Geog. Fil. Port Ing. Mat. Outra
.
Qual?______________
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3. Quais são as actividades que caracterizam a aprendizagem dos alunos nas suas aulas, tendo em conta o
número elevado que compõe a turma?
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4. Existem actividades de aprendizagem dos alunos que gostaria de desenvolver mas que não consegue, devido
ao elevado número de alunos nas suas turmas? Se sim, apresenta alguns exemplos.
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4. Quais são os aspectos que tem levado em conta quando planifica as suas aulas para leccionar em turmas
numerosas?
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5. Tendo em conta o número de alunos que a turma apresenta, como é que tem feito o apoio aos alunos ou grupos na
realização das actividades durante a aula?
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6. Tendo em conta a superlotação das turmas, como tem sido a correcção das actividades realizadas pelos alunos?
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7. Em caso de desordem durante a aula, que estratégias tem usado para ultrapassar esse cenário?
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8. Durante aula, tem se verificado tempos mortos? Se sim, que estratégias tem usado para ultrapassá-los?
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9. Na sua opinião, a existência de um número de alunos acima do recomendado na sala de aulas, afecta a
participação destes na aula? Se sim, como?
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10. O que tem feito para contornar esses constrangimentos e incentivar a participação dos alunos nas tarefas?
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11. Procura diversificar a organização da aula, apoiando o ensino - aprendizagem na turma toda (no trabalho
individual, no trabalho em pares ou no trabalho em grupo? Apresenta um exemplo para cada caso.
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12. No que concerne ao espaço físico, na sua opinião, o elevado número de alunos por turma afecta a disposição
destes e do mobiliário? Se sim, Como?
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13. Dispõe de tempo necessário na aula para leccionar os conteúdos planificados? Como analisa esta situação?
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14. Caso se verifiquem alunos que não tenham terminado as tarefas no tempo estabelecido, qual tem sido o seu
tratamento?
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15. De acordo com a sua experiência profissional de leccionação em turmas numerosas, que desafios tem encarado
no dia-a-dia?
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tamanho das turmas que lecciona. É de frisar que o anonimato será assegurado e os dados colhidos serão
confidenciais, destinando-se exclusivamente à presente investigação.
Dados Pessoais
1. Género: F M
2. Idade: 12 a 16 17 a 20 21 a 22 + 22
1. A superlotação da turma em que se encontra afecta a realização as suas actividades na aula? Se sim, afecta em que
sentido?
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1. O que tem feito para ultrapassar as dificuldades encaradas durante as aulas, provocadas pelo elevado número de
alunos?
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2. Tem participado com frequência nas aulas, considerando a existência de muitos alunos na turma?
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3. Na tua opinião, a existência de um elevado número de alunos na turma influencia a tua participação nas aulas?
Se sim, como?
46
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4. Na tua opinião, a existência de um número elevado de alunos influencia para que haja desordem na sala de
aulas? Por quê?
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