Você está na página 1de 61

1

Zacarias João Munguambe

Estratégias da gestão de Turmas Numerosas – Estudo de caso da Disciplina de História da


Escola Secundária da Zona Verde no Ano Lectivo 2020.

Licenciatura em Ciências da Educação

Universidade Pedagógica
Maputo
2020
3

Zacarias João Munguambe

Estratégias da Gestão de Turmas Numerosas – Estudo de caso da Disciplina de História


da Escola Secundária da Zona Verde no Ano Lectivo 2020.

Monografia de Licenciatura apresentada ao Departamento de


Ciências da Educação, Faculdade de Ciências da Educação e
Psicologia, Delegação de Maputo, para a obtenção do grau
académico de Licenciatura em Ciências da Educação.

Supervisora:
Mestre Ornila Sande

Universidade Pedagógica
Maputo
2020
i

Índice

ÍNDICE DE TABELA E GRÁFICOS..............................................................................................i


AGRADECIMENTO.......................................................................................................................ii
DEDICATÓRIA.............................................................................................................................iii
LISTA DE ABREVIATURAS.......................................................................................................iv
RESUMO.........................................................................................................................................v
INTRODUÇÃO...............................................................................................................................1

CAPÍTULO I - REFERENCIAL TEÓRICO...................................................................................5

1. Conceitos Básicos........................................................................................................................5

2. Principais Estratégias para uma Gestão Eficaz de Turmas Numerosas.......................................6

2.1. Efeitos das Turmas Numerosas na Sala de Aula.......................................................................7

2.2. Factores da Variação do Tamanho de Turma e do Rácio Professor - Aluno............................8

2.2.1. Variação em Função do País..................................................................................................8

2.2.2. Variação em função do tempo................................................................................................8

2.2.3. Variação em Função de Unidade Educativa (Privada ou Pública)........................................8

2.2.4.Variação em função do tamanho da população.......................................................................9

2.3. Principais Componentes da Gestão Eficaz da Aula..................................................................9

2.4. Modelos de Ensino - Aprendizagem na Gestão da Sala de Aula............................................12

2.4.1. Modelos de Ensino Centrados no Professor.........................................................................12

2.4.2. A gestão da Sala de Aula no Modelo de Ensino centrado no professor em Turmas


Numerosas......................................................................................................................................13

2.5. Modelos de Ensino Centrados no aluno..................................................................................15

2.6. Gestão da Aula em Modelos de Ensino Centrados no Aluno em Turmas Numerosas...........14

2.7. Problemas que Dificultam a Gestão Eficaz da Sala de Aula..................................................15

CAPITULO II - METODOLOGIA...............................................................................................17

1. Tipo de Pesquisa........................................................................................................................17
ii

1.2. Técnicas e Instrumentos de Colecta de Dados da Pesquisa....................................................17

1.3. População e Amostra...............................................................................................................18

CAPITULO III - APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS..........19

1. Perfil do Professor Inquerido.....................................................................................................19

1.1. Apresentação dos Resultados..................................................................................................20

1.2. Análise e Discussão dos Resultados.......................................................................................22

2. Perfil dos Alunos Inqueridos......................................................................................................28

2.1. Análise das Resposta dos alunos.............................................................................................29

2.2. Apresentação e Análise dos Dados da Observação das aulas.................................................35

3. Considerações Finais..................................................................................................................39

4. Referências Bibliográficas.........................................................................................................40
i

]DECLARAÇÃO DE HONRA

Declaro que esta Monografia é resultado da minha investigação pessoal e das orientações da
minha supervisora, o seu conteúdo é original e todas as fontes consultadas estão devidamente
mencionadas no texto, nas notas e na bibliografia final.
Declaro ainda que este trabalho não foi apresentado em nenhuma outra instituição para obtenção
de qualquer grau académico.

Maputo, _______de __________________de 2020

(Zacarias João Mubguambe)


-----------------------------------------------------
ii

AGRADECIMENTO

Agradeço a, minha supervisor e minha orientadora por ter me assessorado de forma sábia e por
terem sido pacientes para a realização deste trabalho de conclusão do curso. Agradecimentos
extensivos aos docentes da Faculdade de que prepararam as suas aulas e leccionaram durante os
quatro anos da minha formação. Aos meus colegas de carteira vai a minha gratidão pelo apoio
que me prestaram durante a minha formação.

A minha família, o meu muito obrigado pelo apoio moral e conforto que me deram nesta árdua
tarefa académica.
iii

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a todos que directa ou indirectamente contribuíram para o sucesso da minha
formação.

Para todos vai uma dedicatória muito especial, por terem suportado as ausências constantes nos
convívios familiares, nas preocupações e dificuldades do dia-a-dia até no acompanhamento
durante este tempo.
iv

LISTA DE ABREVIATURAS

A1 – Aluno um;

A2 – Aluno dois;

A3 – Aluno três;

A4 – Aluno quatro;

A5 – Aluno cinco;

A6 – Aluno seis;

ESZV – Escola Secundária da Zona Verde;

RPA – Rácio Professor Aluno;

TT – Tamanho da Turma;

TNS – Turmas Numerosas.


v

RESUMO

O presente trabalho visa abordar o tema relacionado Estratégias da Gestão de Turmas Numerosas
– Estudo de caso da Disciplina de História da Escola Secundária da Zona Verde no Ano Lectivo
2020. As turmas numerosas são uma das principais causas que contribuem para o fraco
aproveitamento pedagógico que se verifica nos últimos anos. Face a este dilema, houve
necessidade de realizar uma pesquisa cujo objectivo é Analisar as estratégias usadas para a
gestão de turmas numerosas na disciplina de Matemática da 10ª classe no ano lectivo de 2020.
Para o alcance do objectivo acima citado, houve necessidade de se fazer um estudo de caso em
três turmas da referida classe, baseando-se numa pesquisa qualitativa, tendo como técnicas de
pesquisa o inquérito por questionário, observação participante e análise documental. Como
população tivemos professores e alunos da 10ª classe, onde foram inqueridos 7 elementos,
nomeadamente: 1 professore e 6 alunos. Para melhor trabalhar em turmas numerosas, sugere-se
que os professores usem diferentes estratégias na sala de aulas que passam por optar em uma
aprendizagem cooperativa, visando a participação activa dos alunos ao longo da aula. Os
resultados confirmam que as TNs estão associadas a um prejuízo exponencial das condições de
gestão eficaz da aula.

Palavras-chave: Estratégia. Gestão. Turmas Numerosas.

ABSTRACT

The present work aims to address the theme related strategies of management of numerous
Classes - a case study of the Discipline of History of Secondary School the Green Zone in the
Year 2020. Many classes are one of the main causes that contribute to the weak pedagogical
exploitation that exists in recent years. In the face of this dilemma, there was a need to carry out a
survey whose purpose is to analyze the strategies used for the management of numerous classes
in the Department of Mathematics of the 10th class in the year of 2020. To achieve the objective
mentioned above, there was a need to make a case study in three classes of that class, basing
itself on a qualitative research, having as research techniques the survey by questionnaire,
participant observation and documentary analysis. As population had students and teachers from
the 10th grade, where they were inqueridos 7 elements, namely: 1 teachers and 6 students. For
vi

best work in numerous classes, it is suggested that teachers use different strategies in the
classroom that pass through opt in a cooperative learning, seeking the active participation of
students throughout the lesson. The results confirm that the TNs are associated to an exponential
loss of conditions of effective management of the classroom.

Keywords: Strategy. Management. Numerous classes.


1

1. INTRODUÇÃO
No presente trabalho, far-se-á uma abordagem acerca do seguinte tema: Estratégias da gestão de
Turmas Numerosas – Estudo de caso da Disciplina de História da 10ª da Escola Secundária da
Zona Verde no Ano Lectivo 2019.
A escola acima indicada localiza-se na província de Maputo, Distrito da Matola, ZIP número 22,
cita ao longo da Avenida 4 de Outubro, no bairro da Zona Verde a 100 metros da paragem.
A aula é a forma predominante do processo de ensino – aprendizagem. Numa sala de aulas, a
existência de um bom ambiente da aprendizagem, proporciona uma aula mais activa, onde para
tal, o professor deve seleccionar os meios didácticos e métodos de ensino adequados a realidade
da turma, tendo em conta as suas particularidades, permitindo assim, uma maior interacção dos
alunos. A planificação da actividade docente permite uma melhor selecção dos objectivos a
serem alcançados assim como a selecção dos meios e recursos de ensino para a concretização da
aula nas turmas numerosas.
Um bom ambiente da aprendizagem em turmas numerosas depende das estratégias seleccionadas
pelo professor, pós estas permitem uma maior participação dos alunos. Durante a aula, a
motivação deve ser permanente em todos os momentos. Um rácio professor – aluno elevado
reduz a qualidade das aulas se os professores não tiverem materiais didácticos à sua disposição e
não conhecem técnicas específicas para leccionar em turmas numerosas.
É fundamental entender o processo de ensino visando alcançar resultados tendo como ponto de
partida o nível de conhecimentos dos alunos e determinando algumas características como: o
ensino é um processo, por isto obedece a uma direcção, este processo visa alcançar determinados
resultados como domínio de conhecimentos, hábitos, habilidades, atitudes, convicções e
desenvolvimento das capacidades cognitivas, dando ao ensino este carácter bilateral, combinando
as actividades do professor com as do aluno, (LIBÂNEO, 2006:195).
Em turmas numerosas, o professor deve adoptar estratégias que lhe permitem gerir o espaço
físico e os conflitos que podem ocorrer durante a aula, sem se esquecer de dar espaço aos alunos
para poderem dar o seu contributo.
O presente trabalho apresenta três capítulos, onde no primeiro encontraremos a fundamentação
teórica, no segundo a metodologia, no terceiro a apresentação, discussão, analise de dados,
conclusão e referências bibliográficas.
2

1.1. Justificativa
A abordagem do tema em causa justifica-se pelo facto de permitir perceber como é que os
professores trabalham em turmas numerosas e, através da revisão bibliográfica, levantamento e
análise de dados, apresentar diferentes abordagens no que diz respeito às estratégias que podem
ser usadas para minimizar este dilema. Ou seja, com a abordando o presente tema, se espera
identificar as melhores práticas docentes em turmas numerosas que propiciem um ambiente para
que as actividades de ensino - aprendizagem ocorram da melhor maneira.
O outro motivo que permite a abordagem do tema em causa é o facto de pretender contribuir para
a consciencialização da sociedade moçambicana sobre as turmas numerosas, sobretudo dos
desafios que se colocam ao trabalho docente da Escola Secundária da Zona Verde, Município da
Matola, na disciplina de História, face ao fenómeno em estudo e colher sugerir algumas
estratégias para minimizar este dilema.

1.2. Relevância do Tema


A relevância do tema em estudo será demonstrada tendo em conta diferentes razões. A primeira
deve-se ao facto da superlotação das salas de aulas ser uma das principais causas que influenciam
negativamente no processo de ensino - aprendizagem, fazendo com que os professores tenham
dificuldade em geri-las. Com o estudo do tema, espera-se que se identifiquem soluções que vão
permitir a superação deste dilema.
0.2.1. Razão Académica
Ao longo das aulas, em diferentes disciplinas, foram abordados temas relacionados com as
turmas numerosas, tendo despertado uma grande curiosidade em fazer a pesquisa relacionado
com o mesmo, com o objectivo de averiguar as dificuldades encaradas pelos professores na
gestão das turmas numerosas e a posterior, apresentar algumas estratégias de superação.
O reconhecimento da literatura sobre a gestão eficaz da sala de aula em turmas numerosas
permite trazer diferentes estratégias, que vão possibilitar aos diferentes intervenientes do
processo educativo melhorar a sua prática docente e contribuir para o sucesso escolar dos alunos.
0.2.2.Razão Social

Na sociedade surgem debates que apontam para fracasso escolar dos alunos relacionado com a
superlotação das turmas, desvalorizando, quiçá, os constrangimentos que os professores
enfrentam na gestão das aulas em turmas numerosas. Pretende-se com esta abordagem contribuir
3

para a consciencialização da sociedade moçambicana, em particular para a comunidade onde se


encontra inserida a escola em causa, sobre a existência do problema, sobretudo dos desafios que
se colocam ao trabalho docente nas aulas em turmas numerosas.
Com as estratégias desenhadas para a superação dos problemas dos professores em gerir as
turmas numerosas, os mesmos poderão melhor desempenhar as suas funções, contribuindo assim
para a resolução das inquietações da sociedade sobre a baixa qualidade da educação.

1.3. Problematização
A formulação clara do problema de investigação em estudos científicos é de capital importância
porque focaliza a atenção do investigador para o tema escolhido e, ao mesmo tempo, serve de
guia na condução de toda a investigação.
Neste sentido de ideias, considera-se problema uma inquietação empírica, que precisa de um
estudo científico para a sua resolução. Um problema bem formulado, permite ao investigador
realizar a sua pesquisa com clareza e chegar a solução sem grandes dificuldades.
Tendo em conta o exposto anteriormente, interessa regressar de uma forma mais clara e
sustentada à definição do problema do estudo – Estratégias da Gestão de Turmas Numerosas,
cujo interesse do estudo surge no confronto com a realidade escolar vivida em Moçambique,
particularmente da ESZV, assim como da necessidade de querer perceber como os professores
enfrentam essa realidade.
A existência de turmas numerosas é um dilema que tem assolado as escolas do Município da
Matola, em particular a Escola Secundária da Zona Verde.
Durante a realização das Práticas Pedagógicas na E.S.Z.V, foram realizadas actividades
relacionadas com revisão de documentos normativos e de seguida a observação de aulas em
algumas turmas da 10ª classe. No âmbito da observação de aulas constatou-se a existência de
turmas numerosas, chegando a atingir 80 alunos por turma. Observou-se que o rácio professor -
aluno era muito elevado, dificultando assim o Processo de Ensino - Aprendizagem e a gestão das
mesmas. As dificuldades em gerir a turma devido ao elevado rácio professor - aluno, pode vir a
provocar vários constrangimentos no fracasso do desempenho e aproveitamento escolar dos
alunos. Para além dos feitos negativos no aproveitamento escolar dos alunos, as TNs podem
provocar outros constrangimentos como por exemplo, a mediação dos conteúdos pelo professor.
As TNs são apontadas como sendo um obstáculo ao trabalho docente.
4

Durante a observação faz aulas, evidenciou-se a preocupação em querer compreender as acções


do professor no processo de condução da aula nestas turmas e, ao mesmo tempo, as acções dos
alunos que, em certa medida resultam das acções do professor e da forma como a sala é
preparada/organizada para esse tipo de turma.
Neste processo de observação das aulas foi possível verificar também que em algum momento,
os professores perdiam o controlo e o domínio dos alunos, criando um mau ambiente da
aprendizagem. É de frisar que um bom ambiente da aprendizagem, aliada a uma boa gestão da
sala de aula, proporciona uma aprendizagem eficaz que possibilita uma maior interacção entre o
professor e o aluno.
Neste contexto, surgem as seguintes questões de pesquisa:
 Como se processa a gestão de turmas numerosas na disciplina de História da 10ª classe da
Escola Secundária da Zona Verde no ano lectivo de 2019, na cidade da Matola?
 Que dificuldades são encaradas pelos professores da disciplina de História da 10ª classe da
Escola Secundária da Zona Verde no ano lectivo de 2019, na cidade da Matola, na selecção
de estratégias para a gestão de turmas numerosas?

1.4. Objectivos da Pesquisa

1.4.1. Geral
 Analisar as estratégias usadas para a gestão de turmas numerosas na disciplina de História da
10ª classe da Escola Secundária da Zona Verde no ano lectivo de 2019, na cidade da Matola.

1.4.2. Específicos
 Identificar as estratégias da gestão de turmas numerosas na disciplina de História da 10ª
classe da Escola Secundária da Zona Verde no ano lectivo de 2019, na cidade da Matola;
 Caracterizar o ambiente da aula em turmas numerosas;
 Sugerir algumas estratégias de superação dos problemas na gestão de turmas numerosas;

Terminada a nota introdutória do trabalho, de seguida abordar-se-á sobre o referencial teórico,


que corresponde ao primeiro capítulo. No mesmo, far-se-á menção das estratégias de gestão de
turmas numerosas na perspectiva de diferentes autores.
5

CAPÍTULO I - REFERENCIAL TEÓRICO


O presente capítulo visa elucidar diferentes abordagens no que refere as estratégias de gestão de
turmas numerosas. Para tal, primeiro irá se definir os conceitos básicos e posteriormente vai se
caracterizar o ambiente que se verifica numa turma numerosa. De seguida far-se-á menção das
principais componentes da gestão eficaz da aula, gestão da aula em modelos de ensino centrados
no aluno em turmas numerosa e estratégias de gestão de turmas numerosas. Por fim identificar-
se-á alguns problemas que dificultam a gestão eficaz da sala de aula.

2. Conceitos Básicos
Estratégia implica um plano de acção para conduzir o ensino em direcção a objectivos
previamente fixados, traduzindo-se esse plano numa determinada forma de utilização de métodos
e meios de ensino para atingir os resultados desejáveis, (MOFATE, 2017:156).
Para Lopes e Silva, (2011:135), estratégias correspondem a um conjunto de acções do professor
orientadas para alcançar determinados objectivos de aprendizagem que se têm em vista ou um
guia de acções a desenvolver.
Entende-se estratégia como sendo o conjunto de acções desenvolvidas para o cumprimento dos
objectivos previamente traçados.
Gestão é o acto de trabalhar com as pessoas e através delas realizar, tanto os objectivos da
organização quanto de seus membros, (CHIAVENATO citado por ADRIANO STADLER e
MÁRCIA VALÉRIA PAIXÃO, 2010:54).
Bárbara et al. (2008:40) define gestão como um conjunto de actividades coordenadas para dirigir
e controlar um grupo de pessoas e instalações com responsabilidade, autoridade e relações
definidas.
Entende-se gestão como sendo o acto de trabalhar com um conjunto pessoas, através de
actividades previamente planificadas, com o objectivo de alcançar objectivos comuns para o
crescimento de uma instituição
Turmas numerosas são aquelas que não oferecem condições de interacção e atenção individual
aos alunos pelo professor, (ARENDS, 2006:110).
Segundo MINED (2003:34) uma turma deve ser composta por um número de alunos igual ou
inferior a 45. Igualmente, o Plano Estratégico da Educação 2009-2015 recomenda que as turmas
do ESG não deverão exceder os 55 alunos (MINED, 2009:55).
6

Tendo em conta os conceitos acima citados, entende-se por turmas numerosas as que apresentam
um rácio professor – aluno elevado, tornando difícil o processo de mediação dos conteúdos.

2. Principais Estratégias para uma Gestão Eficaz de Turmas Numerosas


Uma das componentes de gestão eficaz da sala de aula é respeitar a gestão do espaço físico da
sala, o que tem a ver com a colocação dos materiais, das carteiras e com a organização dos alunos
(ARENDS 2008, citado por MOFATE 2017:155).
O mesmo autor argumenta que a melhor disposição das carteiras na sala de aula para as
discussões são as formações em U e em círculo, as quais permitem que os alunos se vejam uns
aos outros, o que é condição para a interacção verbal. Além disso, a formação em U permite que
os professores tenham espaço suficiente para a sua mobilidade. Neste quadro e de forma a evitar
constrangimentos relativos à gestão do espaço da sala de aula, em termos de estratégias de gestão
eficaz o professor pode preventivamente:
 Avaliar a quantidade e o tipo de mobiliário disponível na sala de aula;
 Informar-se junto da administração da escola sobre a existência ou não, de mobílias
suplementares;
 Coordenar o processo de arrumação do mobiliário na sala de aula, em função dos conteúdos a
serem ministrados, dos métodos a serem utilizados e da organização social da actividade
necessária para o efeito;
 Assegurar-se que todos os alunos conseguem ver o quadro preto sem dificuldades;
 Evitar colocar-se de costas viradas para os alunos;
 Posicionar-se junto ao quadro preto, de modo a criar um ângulo que lhe permite ver todos os
alunos na sala;
 Reservar um terço ou metade da sala de aula para a movimentação dos protagonistas desse
espaço.

Além do espaço físico, há igualmente o espaço temporal da aula, cuja gestão é tida como difícil e
complexa para os professores devido ao número elevado de alunos. Há uma relação directa entre
o tempo passado em tarefas académicas pelo aluno e a qualidade dos resultados escolares que
este produz. Os alunos em salas de aula nas quais o tempo despendido com a tarefa é elevado e
uma grande proporção deles está envolvida em actividades de aprendizagem, aprendem mais do
7

que noutras salas de aula, onde tal não se verifica. Além disso, há uma variação considerável de
professor para professor na gestão do tempo, Ibid.
Para que o professor tenha êxito ao leccionar em turmas numerosas, sugere-se que use diferentes
estratégias. Uma delas relaciona-se com a gestão do espaço físico, organizando a sala de aulas e
os diferentes matérias didácticos a que serão usados, dependendo do tipo de aula e conteúdos que
serão abordados. A boa disposição das carteiras vai permitir que o professor tenha facilidades em
circular durante a sala, acompanhando as actividades realizadas pelos alunos.
Por outro lado, a gestão do tempo da aula permite ao professor dosear as actividades de acordo
com o número de alunos que a turma apresenta, partindo duma prévia planificação da aula. Se o
professor não levar em conta a planificação das actividades tendo em conta o número de alunos,
corre o risco de não conseguir averiguar o nível de compreensão dos conteúdos leccionados, isto
porque não terá tempo suficiente para avaliar todos a maior parte dos alunos.

2.1. Efeitos das Turmas Numerosas na Sala de Aula


As TNs constituem um dilema que pode ter vários efeitos Negativos na sala de aulas. Na
perspectiva de Mofate (2017:93) em TNs os professores não organizam os alunos na perspectiva
de acrescentar o volume do trabalho, os métodos de ensino não promovem o trabalho individual,
os alunos apresentam-se na condição de audiência, relegados ao papel de ouvir o discurso dos
professores. Já em turmas reduzidas em verifica-se o contrário, sendo que os alunos empenham-
se mais nas tarefas individuais, há maior número de contactos professor - aluno, e nelas os alunos
tomam iniciativa de estabelecer interacções com os professores, os alunos constituem o foco das
atenções do professor e há mais tempo para a gestão das actividades de ensino por parte do
professor.
Por sua vez ARENDS (2008:101) defende a mesma ideia afirmando que as TNs dificultam
aproximação entre professor e aluno e, por outro lado, limitam o maior número de interacções
entre os protagonistas da aula focadas na aprendizagem. As TNs provocam efeitos muito
negativos na gestão diversificada e diferenciada do ensino, ou seja, o professor não diversifica os
modelos de ensino em virtude de as turmas serem grandes, facto que se traduz na criação de um
quadro pedagógico da aula marcado pelo recurso abusivo a fichas de trabalho individual, a ditado
de apontamentos, e sobretudo, a explicação da matéria. Na sequência disso, o professor não pode
fazer o controlo e acompanhamento individualizado da aprendizagem na aula.
8

Tendo em conta as duas perspectivas acima citadas, percebe-se que a existência de TNs limita o
contacto entre professor e o aluno, fazendo com que muitos alunos saiam da aula sem terem
contribuído. Por outro lado, o professor acaba se sentindo obrigado a recorrer varias vezes à
formação de grupos para a realização das tarefas, deixando o acompanhamento individual que
permitiria perceber as particularidades de cada aluno.

2.2. Factores da Variação do Tamanho de Turma e do Rácio Professor - Aluno


O TT e o RPA encontram - se sujeitos a grandes variações em função do país, do tempo e do tipo
da unidade educativa dentro do mesmo país (MOFATE, 2017:80).

2.2.1. Variação em Função do País


De acordo com Blatchford citado por Mofate (2017:80) o número médio por turma nos EUA
varia de 20 a 35 alunos, no Reino Unido a média é de 25 a 30 alunos e nos países em
desenvolvimento aponta-se uma média de mais de 60 alunos. Em Moçambique, o número médio
de alunos por turma no ensino secundário geral era de 77, em 2013, segundo a Estatística do
Ministério da Educação.

2.2.2. Variação em função do tempo


Nos EUA, a média do TT era de 35 alunos por turma em 2008. Sobre o mesmo país os dados da
OECD mostram que a média do TT em 2011 era de 20 alunos. Também sabemos que entre 2000
para 2011, a média do TT nos países com dados disponíveis, diminuiu um estudante tanto no
ensino primário, como no ensino secundário, Ibid.
Em Moçambique, actualmente as turmas do ESG apresentam uma média de 80 alunos por turma.

2.2.3. Variação em Função de Unidade Educativa (Privada ou Pública)


De acordo com OECD (2013), em média, nos países membros da organização, o RAP no ensino
secundário é mais favorável no ensino privado, quando comparado com o rácio das instituições
públicas. Apresentando o México como exemplo, OECD afirma que há aproximadamente 17
alunos adicionais a cargo de um professor nas instituições públicas, comparativamente ao
número de alunos à responsabilidade de um professor em instituições privadas, Ibid.
No contexto moçambicano, tal realidade não foge a regra, verificando-se um elevado rácio
professor – aluno em escolas públicas e menos nas escolas privadas.
9

2.2.4.Variação em função do tamanho da população


O aumento da população mundial como fruto da explosão demográfica contribui para o aumento
da população estudantil. Neste quadro, podemos apontar a evolução da população como um dos
factores da variação do RPA e do TT, Ibid.

2.3. Principais Componentes da Gestão Eficaz da Aula


Khan citado por MOFATE (2017:140) defende a existência de quatro componentes das acções de
gestão eficaz da sala de aula em, nomeadamente: gestão de conteúdo, gestão de conduta, gestão
da relação professor - aluno e gestão de tempo.
A gestão de conteúdo diz respeito à gestão dos conteúdos programáticos, do material didáctico,
do equipamento e do movimento das pessoas durante a sessão. Os professores considerados
eficazes demonstram fortes capacidades pessoais conducentes à criação de um ambiente de
aprendizagem onde todos os alunos se sentem confortáveis e optimistas para o sucesso
académico, (KHAN et al citado por MOFATE, 2017:140).
A gestão eficaz de conteúdo indica a definição das actividades de instrução que estão de acordo
com os objectivos de aprendizagem, a utilização de estratégias adequadas para conseguir a
atenção dos alunos antes de se dirigir a eles verbalmente, a criação de pontes de ligação entre a
lição anterior e a lição corrente, a escolha de métodos de ensino tendo em conta as
especificidades do conteúdo e do contexto em que a aula está a decorrer, a utilização de
tecnologias de informação para aumentar a performance dos alunos no processo da
aprendizagem, a promoção de actividades de ensino diversificadas para aumentar o nível de
participação e discussão dos alunos e a atribuição e correcção regular de tarefas na sala de aula,
Ibid.
A gestão de condutas refere-se aos procedimentos que o professor emprega a fim de resolver os
problemas de disciplina na sala de aula. Mediante as suas características pessoais e experiência
profissional, o professor pode efectuar a gestão eficaz das condutas através das seguintes acções:
 Solicitação dos alunos envolvidos em alguma situação perturbadora, para que estes
reconheçam e admitam os seus comportamentos incorrectos;
 A correcção dos comportamentos inapropriados;
 Adopção do silêncio perante algo incorrecto, como estratégia.
10

A gestão da relação professor - aluno supõe que se encara o grupo - turma como um sistema
social que possui os seus próprios traços, os quais o professor deve tomar em conta na gestão das
relações interpessoais na sala de aula. As acções de gestão da relação professor - aluno
envolvem:
 A criação de um clima da sala de aula que aceita todos os alunos sem discriminação;
 A demonstração de paciência e interesse no desenvolvimento de actividades de aprendizagem
na sala de aula;
 A utilização do feedback dos alunos para a melhoria da instrução;
 A apreciação dos esforços dos alunos;
 A comunicação aos pais sobre o progresso dos alunos;
 A construção de um ambiente de harmonia com os alunos;
 O diagnóstico das necessidades e interesses dos alunos;
 O encorajamento do trabalho cooperativo dos alunos nos seus respectivos grupos;
 A saudação aos alunos tratando cada um pelo seu próprio nome.

A gestão de tempo refere-se ao conjunto de habilidades, ferramentas e técnicas usadas para a


gestão de tempo no âmbito da execução de tarefas específicas. Isso inclui planificação das
actividades, definição de metas a serem alcançadas, alocação de tarefas, análise do tempo gasto
para cada actividade, monitorização das actividades em execução, organização e definição de
prioridades, (FROYEN E IVERSON citados por KHAN ET AL, 2011:141-142).
As acções de gestão de tempo envolvem:
 O cumprimento do calendário escolar sobre a execução das actividades escolares e da sala de
aula;
 O estabelecimento de tarefas tendo em vista as metas previamente definidas;
 O estabelecimento das metas tendo em conta a importância que cada uma delas representa;
 A criação das actividades específicas a serem desenvolvidas diariamente na sala de aula;
 As anotações para as actividades dos alunos;
 A planificação de aulas não prolongadas para não cansar os alunos, Iden.

Por sua vez MOFATE (2017:141) identifica as seguintes categorias sobre as quais as
intervenções de gestão eficaz da sala de aula devem ser focalizadas: o comportamento do
professor, em particular, a melhoria dos procedimentos de gestão por ele adoptados, no que
11

respeita ao sistema normativo da aula, através de acções preventivas tais como a manutenção da
ordem e a definição de regras e procedimentos de trabalho;
 A relação professor – aluno que pode ser melhorada através de acções preventivas tais como
a preocupação e atenção por parte do professor em relação aos seus alunos e o cultivo de
relações de apoio;
 O desenvolvimento sócio emocional dos alunos, potenciado pelo apoio ao desenvolvimento
das relações empáticas. Tanto intervenções preventivas, quanto as relativas, são inclusas
nesta componente.

Por sua vez, Marzano (2003:84) defende a existência de quatro componentes sobre as quais a
gestão eficaz da sala de aula deve incidir, nomeadamente: regras e procedimentos, intervenções
disciplinares, relações professor – aluno e o estado mental. A componente de regras e
procedimentos relaciona-se com uma certa variedade de categorias que inclui expectativas gerais
sobre o comportamento, início e fim da aula, transições e interrupções, equipamento e material,
trabalho de grupo e actividades orientadas pelo professor. As intervenções disciplinares incluem
um equilíbrio entre as consequências dos comportamentos inapropriados e as consequências
positivas de comportamentos apropriados. A componente nuclear que serve de suporte a todos os
outros factores de uma gestão eficaz da sala de aula é o relacionamento entre professor - aluno.
Um relacionamento professor - aluno saudável é construído na base de uma cooperação dos dois
atores, no contexto da qual o professor reconhece a individualidade dos alunos. Em relação ao
estado mental, refere-se a necessidade que há no professor no sentido de manter o seu estado
psicológico saudável.
Tendo em conta que um elevado rácio professor – aluno pode ser considerado um factor que
dificulta o PEA, o professor deve considerar determinados elementos para minimizar esse
impasse. Um dos principais aspectos a considerar é planificação das actividades a serem
realizadas pelos alunos, o que vai permitir fazer a selecção eficaz dos métodos de ensino, do
material didáctico e a gestão do tempo para cada actividade realizada durante a aula.
O outro aspecto a ter em conta é a existência de uma relação professor – aluno que favorece um
bom clima de aprendizagem.
12

2.4. Modelos de Ensino - Aprendizagem na Gestão da Sala de Aula


Segundo Arends (2008:25) modelo de ensino é um plano geral, ou guia, concebido para ajudar os
alunos a aprender determinados tipos de conhecimentos, atitudes ou competências.

2.4.1. Modelos de Ensino Centrados no Professor


Os modelos de ensino centrados no professor se baseiam nas tradicionais pedagogias
transmissivas centradas no professor e nos conteúdos de ensino, e rotulados como ensino
tradicional ou pedagogia transmissiva. Nestes modelos, o professor tem como missão
fundamental instruir e moldar o aluno com base em saberes previamente construídos (ARENDS,
2008:25).
Para Bertrand (2001) citado por Mofate (2017:100), o modelo tradicionalista de ensino é
conservador, virado ao passado, preocupando-se fundamentalmente com o que deve ser ensinado
de modo a dar ao estudante uma boa formação de base, uma visão completa dos conhecimentos.
Do ponto de vista das acções específicas de ensino que caracterizam estes modelos, salienta-se a
transmissão da matéria e da experiência do professor, tem como objectivo produzir um aumento
de conhecimentos no aluno e, por consequência, produzem alunos passivos, tomadores de notas e
memorizadores.
Ma Perspectiva de Mofate (2017:103) esses modelos podem ser classificados em:
2.4.1.1. Exposição/ explicação
Neste modelo o professor clarifica os objectivos da aula e preparação dos alunos para as
aprendizagens. No âmbito da utilização deste modelo de forma eficaz, torna-se importante iniciar
as aulas fazendo uma introdução que capte a atenção dos alunos e motive a sua participação, ou
seja, é importante iniciar a aula mostrando aos alunos a importância do assunto a ser tratado,
Ibid.
2.4.1.2. Instrução Directa
Numa perspectiva de um ensino tradicional mais melhorado e eficaz, este modelo operacionaliza-
se através da associação da aula aos conhecimentos anteriores dos alunos, na qual o professor
relaciona o que vai ser aprendido com os conhecimentos que o aluno já traz para a aula, algo que
pode ser feito através de um interrogatório, ou então por meio da correcção de exercícios feitos
na aula anterior ou em casa, Ibid.

2.4.1.3. Ensino de Conceitos


13

No âmbito de ensino - aprendizagem, o termo conceito indica a forma como o conhecimento e a


experiência são classificados e a aprendizagem de conceitos consiste em colocar coisas numa
classe e posteriormente ser capaz de reconhecer os membros dessa classe. Trata-se de um modelo
interactivo que à semelhança dos anteriores encontra-se centrado no professor, mas que no
entanto, quando utilizado de forma eficaz permitem ao aluno a aquisição dos principais conceitos
relativos a um determinado tema, (ARENDS, 2008:316).

2.4.2. A gestão da Sala de Aula no Modelo de Ensino centrado no professor em Turmas


Numerosas
Na perspectiva de Arends (2008:139) a gestão da sala de aula em contextos onde predomina o
ensino meramente tradicional, encontra-se ancorada na maioria das vezes nas abordagens de
gestão comportamentalistas. Trata-se de uma teoria que enfatiza a centralidade de
acontecimentos externos para direccionar comportamentos. Nesse quadro distinguem-se dois
tipos de reforçadores, designadamente os reforçadores positivos que são estímulos ou
recompensas destinadas a fazer com que as pessoas repitam um comportamento desejável e
reforçadores negativos, que correspondem a estímulos que são removidos, mas que também se
destinam a fazer com que os sujeitos repitam um comportamento que se pretende.
O mesmo autor defende que os reforçadores que se seguem aos comportamentos desejáveis
aumentam a probabilidade da repetição desses comportamentos. Também o reforço negativo se
operacionaliza através da remoção de um estímulo, a fim de se repor um comportamento
desejado em sala de aula. Por exemplo, o professor pode prometer aos alunos a não marcação do
habitual TPC, no caso de estes concluírem a tarefa atribuída, Ibid.
Acresce que o reforço negativo distingue-se de punições, na medida em que o reforço negativo
tem como intenção fortalecer a manifestação de um determinado comportamento, enquanto a
finalidade de uma punição é de impedir ou reduzir a ocorrência do mesmo. Os educadores
adoptaram a teoria do reforço durante muito tempo e muitos dos métodos utilizados nas aulas de
hoje derivam desta perspectiva. Os professores que aplicam os princípios de comportamento na
gestão da sala de aula utilizam recompensas na forma de notas, elogios e privilégios para reforçar
o comportamento desejado, e punições como as más notas, as repreensões e a perda de
privilégios, para desencorajar tendências ou acções indesejadas, (ARENDS, 2008:139).
Desta forma, percebe-se que a gestão da sala de aula tendo em conta este modelo em turmas
numerosas preocupa-se em obter o controlo dos alunos a fim de mantê-los obedientes no âmbito
14

da operacionalização das metas que o professor traça. A postura do professor que se evidencia
nesses contextos é predominantemente autoritária.
De uma forma geral, percebe-se que a aplicação dos modelos depende do tipo de aula e os três
modelos apresentam a mesma característica: autoridade do professor e passividade do aluno.

2.5. Modelos de Ensino Centrados no aluno


A par dos modelos de ensino centrados no professor e nos conteúdos, surgem e se desenvolvem
ao longo dos tempos, os modelos de ensino centrados no aluno. Poder-se-ia dizer que o apelo à
valorização do aluno como ser aprendente, não é algo meramente novo no campo da educação,
(MOFATE, 2017:110).
Os modelos de ensino centrados no aluno classificam-se em Aprendizagem cooperativa,
Aprendizagem baseada em problemas e Discussão em sala de aula.

2.6. Gestão da Aula em Modelos de Ensino Centrados no Aluno em Turmas Numerosas


Segundo Arends (2008) citado por Mofate defende o modo como as tarefas são geridas, contribui
para a atmosfera geral da sala de aula e o modelo da gestão adoptado. A utilização eficaz em sala
de aula requer em primeiro lugar, a criação de grupos que sejam constituídos por alunos que se
conhecem, ou seja, antes de os alunos poderem trabalhar produtivamente nos grupos de
aprendizagem cooperativa, é importante que se conheçam uns aos outros e respeitem as
diferenças de cada um.
Para criar um ambiente adequado para aprendizagem, é também recomendável, que o professor
preste atenção ao ambiente físico da sala. O ambiente físico pode promover a interacção social e
por isso, as carteiras devem ser organizadas tendo em vista a promoção de uma aprendizagem
colaborativa, na qual os alunos possam trabalhar juntos, partilhar o material, criar grupos de
discussão apoiando-se uns aos outros, (CARITA, 2005:95).
Segundo Arends (2008:71) na fase de operacionalização do modelo aprendizagem cooperativa
em turmas numerosas, aconselha-se a realização das seguintes acções de gestão:
 Escrever os passos - chave no quadro, por meio dos quais o professor os alunos a se dirigirem
para o local onde se encontra o nome das suas equipas junto à parede;
 Escolherem um membro da equipa para se dirigir à secretária do professor em busca dos
materiais de aprendizagem necessários;
 Ficarem pelo menos 10 minutos a ler a tarefa atribuída;
15

 Começarem, ao sinal do professor as suas discussões;


 Começarem a expor a informação.

De seguida o professor deve explicar as instruções de forma clara e solicitar dois ou três alunos
para as parafrasear, de forma a perceber se as instruções registadas no quadro foram ou não
compreendidas. A terceira acção consiste em identificar e assinalar com clareza a localização de
cada equipa de aprendizagem, ou seja, o professor designa com clareza os locais da sala a serem
ocupados por cada equipa criada, e em paralelo, insiste para que as equipas se instalem nesses
locais, Ibid.

2.7. Problemas que Dificultam a Gestão Eficaz da Sala de Aula


Lopes (2002:107) afirma que gerir um grupo não é tarefa simples, especialmente quando os
indivíduos que constituem esse grupo têm que cumprir tarefas que implicam concentração,
esforço e empenho continuados e, ainda, em certa medida, cooperar com quem os gere.
Por sua vez Arends (1995:18) salienta que os problemas com os quais os professores se
confrontam na sala de aula se caracterizam pela sua exclusividade. São casos únicos, os quais
exigem uma arte da prática que poderia ser ensinada, caso se revestisse de aspectos regulares e
constantes. O que acontece, porém, é que a ocorrência da maior parte dos problemas típicos da
sala de aula não é previsível, pelo que GSA implica o confronto com todos os problemas que
possam surgir durante a aula. É nestas circunstâncias que a tarefa primordial da gestão da GSA é
a de manter activamente os alunos empenhados no processo de aprendizagem, a trabalhar e a agir
sobre o material com eficácia, processo que inclui a promoção de um ambiente de paz na aula
(MOFATE, 2017:142).
Segundo Mofate (2017:143) grande parte dos problemas que constituem obstáculos para uma
gestão eficaz da sala de aula encontra-se relacionada com factores do domínio pessoal por parte
do professor e com o comportamento dos alunos. Um dos grandes problemas com o qual os
professores se confrontam é o comportamento inadequado dos alunos e a falta da planificação
das aulas pelos professores, facto que reduz as habilidades em matérias de gestão da sala de aula
em turmas numerosas.
Por sua vez Carita (2017:23-24) defende que em turmas numerosas os alunos não se envolvem
nas tarefas atribuídas, mostrando uma total despreocupação sobre o processo em curso.
16

Outros problemas que dificultam a gestão eficaz da sala de aulas estão relacionados com o
espaço físico da sala de aula. Khan citado por MOFATE (2017:144) defende que os principais
problemas enfrentados pelos professores têm a ver com as dificuldades ligadas à utilização do
espaço da sala de aula uma vez que o espaço para acomodar todos alunos é escasso. À partida, as
salas de aula de tamanho reduzido em relação ao número de alunos aí presentes constituem um
obstáculo para a mobilidade do professor. À par da insuficiência do espaço, os professores
acabam tendo dificuldades para a gestão de tempo, no sentido em que o tempo lectivo disponível
para cada aula se mostra insuficiente para a realização das actividades planificadas.
A partir das diferentes abordagens citadas, pode-se considerar que são vários os problemas com
os quais a gestão eficaz da sala de aula em turmas numerosas se debate. A planificação das aulas
permite ao professor prever as soluções dificuldades que existem na sala de aulas, desde o
comportamento dos alunos até o numero elevado destes.
Tendo em com esta diversidade de problemas, o professor para os prevenir deve reunir
qualidades que lhe permitam a concretização de uma gestão eficaz da sala de aula.
17

CAPITULO II - METODOLOGIA
No presente capítulo, falaremos da metodologia usada para a elaboração do trabalho,
nomeadamente: o tipo de pesquisa, as técnicas, os instrumentos de colecta de dados, a população,
a amostra, o cronograma e o orçamento da pesquisa.

1. Tipo de Pesquisa
Para a realização da presente pesquisa far-se-á o uso da pesquisa qualitativa participante porque
esta busca compreender o comportamento do objecto analisado, estudando as suas
particularidades e experiências individuais, onde as suas respostas costumam ser objectivas,
(MARCONE e LAKATOS, 2003:187).
A pesquisa qualitativa costuma ser realizada quando o objectivo de estudo é entender o porque de
determinados comportamentos, (GIL, 2002:55).
O uso da pesquisa qualitativa deve-se ao facto de permitir que os participantes expressem as suas
ideias sem que haja limitações, ou seja, este tipo de pesquisa tem um carácter subjectivo, o que
faz com que os resultados obtidos não sejam apresentados em números. Por outro lado, a
pesquisa qualitativa apresenta uma amostra pequena, permitindo, assim, entender o
comportamento e as ideias de cada participante.

1.2. Técnicas e Instrumentos de Colecta de Dados da Pesquisa


A presente pesquisa irá se basear no uso do inquérito (questionário), observação participante e
análise documental.
Segundo Marcone e Lakatos (2003:190) a observação é uma técnica de colecta de dados para
conseguir informações e utiliza os sentidos na obtenção de determinados aspectos da realidade.
A observação participante é uma tentativa de colocar o observador e o observado do mesmo
lado, tomando-se o observador um membro do grupo de molde a vivenciar o que eles vivenciam
e trabalhar dentro do sistema de referência deles, Ibid.
A escolha desta técnica de pesquisa deve-se ao facto da mesma permitir a participação do
pesquisador e dos participantes/pesquisados no inquérito, criando assim um bom ambiente para
uma recolha de dados eficaz.
18

Questionário é um instrumento de colecta de dados, constituído por uma série ordenada de


perguntas, que devem ser respondidas por escrito e sem a presença do entrevistador, MARCONE
e LAKATOS, 2003:201).
A pesquisa em causa irá se basear em questões abertas, onde o pesquisador fará a sua distribuição
e a sua posterior explicação para que possa ser preenchido de forma adequada. Para que os
participantes o façam adequadamente, a recolha das mesmas será feita passados dois dias.
A sua escolha para a recolha de dados deve-se ao facto da mesma ser um fulcral para que os
pesquisados se expressem a vontade (tratando-se de um questões abertas), respondendo-as sem
limitações.
No que diz respeito aos instrumentos de pesquisa far-se-á o uso do formulário de observação de
aulas e do questionário (questões abertas).
O uso do formulário de observação das aulas permitirá ao pesquisador perceber como é que o
professor lecciona numa turma superlotada e, consequentemente, observar as estratégias que usa.
O formulário terá um total de 18 questões, onde o pesquisador irá marcar com X as actividades
que este realiza durante as aulas.
O formulário do questionário é um instrumento que apresenta uma série de questões abertas,
possibilitando ao pesquisador realizar a colecta de dados, tendo como base as ideias que os
pesquisados terão ao responder o questionário. O formulário irá se apresentar num total de 24
questões, das quais 16 serão dirigidas aos professores e 8 aos alunos da 10ª classe.

1.2. População e Amostra


Para a concretização eficaz dos objectivos anteriormente traçados, a presente pesquisa tem como
população os professores e alunos da 8ª classe.
A amostra será composta por 10 elementos: 2 professores da 10ª classe e 8 alunos.

CAPITULO III - APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS


19

Neste capítulo, pretende-se apresentar os dados recolhidos ao longo da pesquisa e,


posteriormente fazer a sua respectiva análise. Para poder concretizar este objectivo, houve
necessidade observar seis (6) aulas, ministradas por um (1) professor de Matemática da 10ª
classe, em quatro (4) turmas com o objectivo de analisar as estratégias que este usa em turmas
numerosas. Num segundo momento realizou-se o inquérito ao mesmo professor a seis (6) alunos
da mesma classe, sendo que foram escolhidos dois (2) em cada turma.
Para uma melhor observação das aulas e sua posterior análise de dados recolhidos, destacaram-
se seis (6) domínios principais nomeadamente:
 Organização e Estrutura das Actividades de Ensino – aprendizagem: acções do professor
durante o PEA, acções de aprendizagem dos alunos, organização social da aprendizagem,
efeitos de TNs no trabalho do professor de Matemática e efeitos gerais de TNs no processo de
ensino – aprendizagem da ESZV.
 Organização da Sociabilidade: sistema normativo da aula, participação do aluno na aula e o
comportamento dos alunos durante a aula.
 Gestão do Espaço Físico: forma como o espaço físico da sala é utilizado e arrumado pelos
protagonistas da aula.
 Gestão do Tempo da Aula: forma como se processa a gestão do tempo disponível pelos
professores e alunos.
 Atitude dos Participantes Face às TNs: percepção dos inqueridos em relação as
consequências das TNs na ESZV.
 Minimização dos Constrangimentos de TNs: compreende ao modo como os inqueridos do
estudo procuram minimizar o impacto das TNs.

2. Perfil do Professor Inquerido


Para a realização do inquérito aos professores seguiu-se o perfil a partir da idade, sexo,
experiência profissional, área de formação, tempo de serviço na escola onde lecciona
actualmente, classes que lecciona, disciplina que lecciona.
O professor inquerido tem 41 anos de idade, sexo masculino, tem 15 anos de experiência
profissional, trabalha na ESZV a 5 anos, tendo trabalhado 10 anos no EP. É licenciado em ensino
de Matemática pela UP e lecciona o primeiro ciclo do ESG (10ª classe) na mesma disciplina.
20

1.1. Apresentação dos Resultados


Pergunta Resposta
1.De que modo as turmas As turmas numerosas afectam o meu trabalho à partir do momento que
numerosas afectam o teu não consigo interagir com todos os alunos, de modo a permitir a
trabalho docente? participação de todos os alunos na aula, comprometendo, assim, o
cumprimento do programa e o alcance dos objectivos.
2.Quais são as actividades que Para melhor gerir o tempo numa turma numerosa, organizo a mesma em
caracterizam a aprendizagem grupos de cinco alunos e atribuo tarefas que depois são apresentadas na
dos alunos nas suas aulas, tendo aula seguinte pelos mesmos.
em conta o número elevado que
compõe a turma?
3.Existem actividades de Sim, existem. O exemplo dessas actividades é a correcção das actividades
aprendizagem dos alunos que dos alunos nos cadernos e o acompanhamento adequado do aluno durante
gostaria de desenvolver mas que a aula.
não consegue, devido ao
elevado número de alunos nas
suas turmas? Se sim, apresenta
alguns exemplos.
4.Quais são os aspectos que têm Ao planificar as minhas aulas, tenho em conta os seguintes aspectos: olhar
levado em conta quando para o nível de assimilação dos conteúdos pelos alunos e gestão do tempo
planifica as suas aulas para na realização dos exercícios na sala de aulas.
leccionar em turmas
numerosas?

5.Tendo em conta o número de Tendo em conta o número de alunos que a turma apresenta, o professor
alunos que a turma apresenta, referiu que em cada grupo de actividades, passa e dá orientações e
como é que tem feito o apoio satisfação de dúvidas durante a realização das actividades.
aos alunos (individualmente ou
em grupos) na realização das
actividades durante a aula?

6.Tendo em conta a O professor referiu que em por cada grupo de actividades, escolhe-se um
superlotação das turmas, como aluno que representa o mesmo e faz a correcção das actividades no
tem sido a correcção das quadro.
actividades realizadas pelos
alunos?
7. Em caso de desordem durante Para ultrapassar este cenário, o professor inquerido respondeu que chama
a aula, que estratégias tem atenção aos alunos, atribui actividades dirigidas e individuais. Se os
usado para ultrapassar esse mesmos não demonstrarem mudanças, o professor notifica os
21

cenário? pais/encarregados de educação a comparecerem na escola.


8. Durante aula, tem se Sim, o professor cria uma motivação buscando-os de volta à aula.
verificado tempos mortos? Se
sim, que estratégias tem usado
para ultrapassá-los?
9. Na sua opinião, a existência Sim, porque o professor pode perder o controlo dos mesmos devido ao
de um número de alunos acima elevado número e fica sem saber a quem indicar para participar na mesma.
do recomendado na sala de
aulas, afecta a participação
destes na aula? Se sim, como?
10. O que tem feito para A estratégia que o professor usa para contornar esse constrangimento é de
contornar esses indicar um líder por cada grupo, que o mesmo controla os seus colegas
constrangimentos e incentivar a durante a aula e a realização das actividades.
participação dos alunos nas
tarefas?
11.Procura diversificar as O professor referiu que diversifica a organização das actividades na aula
actividades na aula, apoiando o na medida do possível, mas tem sido difícil porque a sala fica sem espaço
ensino - aprendizagem na turma para essa diversificação. Como exemplo, o professor atribui tarefas/temas
toda (no trabalho individual, no diferentes para que os grupos possam investigar.
trabalho em pares ou no
trabalho em grupo? Apresenta
um exemplo para cada caso.
12. No que concerne ao espaço Em relação a esta questão, o professor respondeu que sim, afecta. Isso
físico, na sua opinião, o elevado porque o número de carteiras na sala de aulas é maior e não permite a
número de alunos por turma circulação do professor na aula para controlar as actividades dos alunos.
afecta a disposição destes e do
mobiliário? Se sim, Como?
13. Dispõe de tempo necessário Segundo o professor, o número de alunos existentes na turma, o tempo
na aula para leccionar os disponibilizado para a aula não tem sido suficiente para o alcance dos
conteúdos planificados? Como objectivos definidos.
analisa esta situação?

14. Caso se verifiquem alunos Para o professor, os alunos que não terminam as actividades durante o
que não tenham terminado as tempo estabelecido, recomenda para que as terminem em casa e serão os
tarefas no tempo estabelecido, primeiros a apresentarem as actividades na aula seguinte.
qual tem sido o seu tratamento?
15. De acordo com a sua Os desafios são vários. Um deles é tendo em conta as dificuldades de cada
experiência profissional de aluno, assim como a criação de estratégias para ultrapassar as dificuldades
leccionação em turmas apresentadas.
numerosas, que desafios tem
22

encarado no dia-a-dia?
16. O que tem feito para superá- Para a superação dos desafios, o professor referiu que recorre no método
los? expositivo para melhor responder as dificuldades apresentadas pelos
alunos e gerir o tempo.

1.2. Análise e Discussão dos Resultados


Nesta etapa, far-se-á a análise da participação do professor inquerido, fazendo o cruzamento das
suas respostas com a base teórica anteriormente feita.
Em relação aos efeitos de turmas numerosas, o professor é da opinião de que as turmas
numerosas afectam negativamente o seu trabalho docente, facto esse que o leva ter dificuldades
para interagir com a turma toda, pondo em risco o alcance dos objectivos previamente traçados
para a aula.
O posicionamento do professor face aos efeitos das turmas numerosas no seu trabalho docente,
converge com alguns autores como é o caso de Mofate (2017:96) que defendem as TPs permitem
que haja mais atenção do aluno durante a aula em relação as TNs, redução de comportamentos
problemáticos e permitem que haja mais tempo para a realização de actividades.
Para Arends (2008:101) as TNs dificultam aproximação entre professor e aluno e, por outro lado,
limitam o maior número de interacções entre os protagonistas da aula focadas na aprendizagem.
Tendo em conta o posicionamento do professor inquerido e a visão dos actores acima citados,
percebe-se que as turmas numerosas dificultam a interacção permanente entre o professor e os
alunos, fazendo com que muitos alunos saiam da aula se terem contribuído em suas ideias sobre
os conteúdos leccionados. Pode-se entender também que a existência de um maior número de
alunos na sala de aulas limita o tempo da realização das actividades propostas pelo professor,
correndo, assim, o risco de não concretizar os objectivos previamente traçados para a aula.
No que diz respeito as actividades que caracterizam a aprendizagem dos alunos nas suas
aulas, o professor não foi claro na sua resposta, tendo afirmado que organiza os alunos em
grupos de cinco alunos e atribui tarefas, poucas vezes recorre ao trabalho individual.
Lopes (2002:107) afirma que gerir um grupo não é tarefa simples, especialmente quando os
indivíduos que constituem esse grupo têm que cumprir tarefas que implicam concentração,
esforço e empenho continuados e, ainda, em certa medida, cooperar com quem os gere. Por sua
vez Arends (2008:101) defende que em TNs o professor não diversifica os modelos de ensino em
virtude de as turmas serem grandes, facto que se traduz na criação de um quadro pedagógico da
23

aula marcado pelo recurso abusivo a fichas de trabalho individual, a ditado de apontamentos, e
sobretudo, a explicação da matéria.
Cruzando o posicionamento do professor com os dos autores acima citados, pode perceber-se que
o professor apresenta dificuldades em atribuir de as actividades de uma forma diferenciada,
devido ao elevado número de alunos que a turma apresenta, contribuindo para um fraco
acompanhamento individualizado destes.
Quanto a existem actividades de aprendizagem dos alunos que o professor gostaria de
desenvolver mas que não consegue devido ao número de alunos, o professor referiu que são
várias (como é correcção das actividades e o acompanhamento adequado do aluno durante a
aula), devido ao número elevado de alunos que acaba fazendo com que o tempo não seja
suficiente. O posicionamento do professor converge directamente com autores, como é o caso de
Mofate (2017:376) que defende que o acompanhamento do trabalho do aluno na aula, bem como
de uma adequada correcção de trabalhos em TNs são algumas das varias actividades que o
professor enfrenta, isso porque o professor não dispõe de tempo suficiente.
Com esses posicionamentos, pode-se concluir que a existência de um número elevado de alunos
na sala de aulas limita a realização de várias tarefas, o que pode vir a contribuir para o fraco
aproveitamento pedagógico dos alunos, assim como do professor. Ou seja, o professor corre o
risco de ficar sem saber se os alunos alcançaram os objectivos previamente traçados porque o
acompanhamento destes na sala de aulas é muito fraco ou mesmo inexistente.
Quanto aos aspectos que tem levado em conta quando planifica as suas aulas para leccionar
em turmas numerosas, o professor frisou que procura olhar para o nível de assimilação dos
conteúdos pelos alunos e gestão do tempo na realização dos exercícios na sala de aulas.
Na perspectiva de Pereira e Zini (2003:78) a aula é o verdadeiro ponto de convergência do
pensamento e da acção do professor.
Matos e Gomes (1992:81) referem que o plano de aula deve conter a organização das situações
de aprendizagem, de modo coerente, incorporando as decisões tomadas, tendo em conta os
alunos a matéria de ensino, com as suas potencialidades educativas no cumprimento das
exigências didáctico - metodológicas fundamentais. O autor defende ainda que ao planificar as
suas aulas, o professor deve garantir um elevado tempo de acção motora por parte dos alunos,
motivar e estimular a participação do aluno na aula, apresentar os objectivos da aula de uma
forma clara.
24

Tendo em consideração a resposta do professor e os posicionamentos dos dois autores acima


citados, conclui-se que para durante a planificação da aula em turmas numerosas há necessidade
de ter em conta a realidade dos alunos em sala de aulas. Ao longo da planificação das suas aulas,
o professor deve saber gerir o tempo da realização das actividades, assim como planificar as
actividades que vão permitir maior interacção dos alunos durante a aula. Em suma, ao planificar
uma aula em turmas numerosas, deve-se prever as estratégicas metodológicas que possam
permitir que os alunos sejam mais activos na aula.
No que diz respeito ao número de alunos que a turma apresenta, o professor referiu que dá
apoio durante a realização das actividades em cada grupo, passa e dá orientações e satisfação de
dúvidas durante a realização das actividades.
À par da insuficiência do espaço, os professores acabam tendo dificuldades para a gestão de
tempo, no sentido em que o tempo lectivo disponível para cada aula se mostra insuficiente para a
realização das actividades planificadas, (KHAN citado por MOFATE, 2017:144).
De acordo com o posicionamento do professor e do autor, entende-se que a atribuição de tarefas
em grupos em turmas TNs facilita ao mesmo gerir melhor o tempo e satisfazer as necessidades
dos grupos durante a realização das actividades. Em suma, em TNs não é fácil fazer um
acompanhamento individualizado dos alunos, tornando difícil o cumprimento do programa de
ensino estabelecido pelo MINEDH. Por outro lado, este método permite que os educandos
possam entre eles, fazer o intercâmbio das suas ideias em relação a actividade atribuída.
Para ultrapassar este cenário, o professor inquerido respondeu que chama atenção aos alunos,
atribui actividades dirigidas e individuais. Se os mesmos não demonstrarem mudanças, o
professor notifica os pais/encarregados de educação a comparecerem na escola.
A resposta dada pelo professor acerca de medidas correctivas dos alunos criadores de distúrbios
na sala de aulas converge com alguns autores, como é o caso de Mofate (2017:365) que defende
que a aplicação de medidas correctivas (solicitação dos pais/encarregado de educação)
correspondem a estratégias de regulação aproximada a intervenções centradas no comportamento
do professor, atentas a aspectos tais como a manutenção da ordem na sala, ou na definição das
regras e procedimentos.
Por outro lado Carita citado por Mofate (2017:366) defende que uma excessiva carga nas acções
de gestão correctiva das normas por parte do professor pode gerar implicações negativas no
processo educativo, como, por exemplo, o não reconhecimento das normas por parte dos alunos e
25

a assunção de uma posição de distanciamento em relação aos objectivos pelos quais tal correcção
ocorre. Morzano (2003:84) defende que as intervenções disciplinares incluem um equilíbrio
entre as consequências dos comportamentos inapropriados e as consequências positivas de
comportamentos apropriados.
Na concepção das ideias dos autores em relação a resposta do professor, percebe-se que as
medidas correctivas dos comportamentos desajustados dos alunos são necessárias para manter a
ordem e um bom ambiente na sala de aulas, tendo em conta as normas estabelecidas no PEA.
Porém, o professor deve ter atenção na aplicação dessas medidas correctivas, no sentido de não
exagerar porque pode contribuir para um ambiente desagradável dos alunos, criando assim,
rebeldia destes durante as aulas.
No que diz respeito a existência de tempos mortos durante as aulas o professor respondeu que
estes têm se verificado e que para evitá-los, cria uma motivação buscando-os de volta à aula.
De acordo com o posicionamento do professor em relação a esta questão, percebe-se durante as
aulas estes momentos, onde o professor deve ser criativo para supera-los. Um dos momentos
mortos pode ser a fadiga (cansaço) dos alunos. Sendo, assim o professor deve criar uma
motivação de modo a buscar os alunos de volta a aula.
Quanto a existência de um número de alunos acima do recomendado na sala de aulas, o
professor referiu que afecta na participação destes na aula porque pode perder o controlo dos
mesmos devido ao elevado número e fica sem saber a quem indicar para participar na mesma.
Por sua vez ARENDS (2008:101) afirma que as TNs dificultam aproximação entre professor e
aluno e, por outro lado, limitam o maior número de interacções entre os protagonistas da aula
focadas na aprendizagem. O mesmo autor defende ainda que as TNs comprometem uma
adequada gestão da participação do aluno na aula.
A existência de um elevado número de alunos na sala de aulas contribui negativamente para na
participação dos alunos no PEA na medida em que estes não conseguem interagir frequentemente
com o professor, assim como a maior parte dos alunos ficam na expectativa que os outros
respondam as questões colocadas durante na aula, fazendo com que existam mesmos alunos mais
interventivos. Por outro lado, as TNs fazem com que o professor recorra aos mesmos alunos para
que participem mais, como forma de gerir o seu tempo, o que pedagogicamente não está correcto.
26

Analisando as estratégias que o professor usa para ultrapassar a fraca participação dos
alunos em TNs, o professor referiu que forma grupos e dentro de cada grupo deve existir um
líder com competências e capaz de orientar as actividades atribuídas.
A estratégia do professor inquerido é viável, tendo a problemática que se faz sentir em TNs. Por
outro lado, o professor deve ter a capacidade de supervisionar os grupos, em particular o próprio
líder de modo a não criar desinteresse dos colegas na participação das actividades e nas aulas.
O professor referiu que diversifica a organização das actividades na aula na medida do possível,
mas tem sido difícil porque a sala fica sem espaço para essa diversificação. Como exemplo,
atribuição de tarefas/temas diferentes para que os grupos possam investigar.
Em TNs, o professor enfrenta várias dificuldades para diversificar as actividades devido ao
elevado número de alunos existentes, impossibilitando que o este consiga elaborar actividades
individualizadas. Por outro lado, percebe-se que diversificar as actividades nos grupos, implica
levar mais tempo na correcção das mesmas, enquanto sendo as mesmas actividades para todos os
grupos, a correcção é mais flexível, permitindo a gestão de tempo para outras actividades.
Em relação a esta questão da gestão do espaço físico, o professor respondeu que sim, afecta.
Isso porque o número de carteiras na sala de aulas é maior e não permite a circulação do
professor na aula para controlar as actividades dos alunos.
Sobre esta questão, Khan citado por MOFATE (2017:144) defende que os principais problemas
enfrentados pelos professores têm a ver com as dificuldades ligadas à utilização do espaço da
sala de aula uma vez que o espaço para acomodar todos alunos é escasso. À partida, as salas de
aula de tamanho reduzido em relação ao número de alunos aí presentes constituem um obstáculo
para a mobilidade do professor.
A disposição do mobiliário na sala de aulas em TNs afecta negativamente na gestão do espaço
físico na sala de aulas, fazendo com que o professor seja estático durante a aula por
impossibilidade da sua circulação, os corredores ficam todos preenchidos pelas carteiras e os
pequenos corredores existentes são preenchidos pelos alunos que sentam no chão. Esta
problemática faz com que os alunos tenham receio de se levantar para contribuir na aula.
Quanto a gestão do tempo da aula, o professor referiu que o número de alunos existentes na
turma faz com que o tempo disponibilizado para a aula não seja suficiente para o alcance dos
objectivos definidos.
27

A gestão de tempo refere-se ao conjunto de habilidades, ferramentas e técnicas usadas no âmbito


da execução de tarefas específicas. Isso inclui planificação das actividades, definição de metas a
serem alcançadas, alocação de tarefas, análise do tempo gasto para cada actividade,
monitorização das actividades em execução, organização e definição de prioridades, (FROYEN e
IVERSON citados por KHAN ET AL, 2011:141-142).
Para uma boa gestão de tempo durante a aula, o professor na planificação das suas actividades,
deve olhar para o número de alunos existentes, analisar o tempo que será gasto em cada função
didáctica. Há necessidade de se planificar o tempo a ser gasto durante a realização de cada
actividade realizada durante a aula, permitindo o maior controlo das actividades realizadas pelos
alunos. Em turmas numerosas, tem sido difícil para que o professor alcance corrige as actividades
de todos os alunos devido ao factor tempo, o que faz que com que este não alcance os objectivos
traçados na totalidade, pós a maior parte dos alunos não apresenta as actividades realizadas
durante a aula.
No que concerne a questão relacionada as estratégias usadas pelo professor quando os alunos que
não terminam as actividades durante o tempo estabelecido, este referiu que recomenda para que
os alunos terminem em casa, sendo que estes devem ser os primeiros a apresentar as actividades
na aula seguinte.
A resposta dada pelo professor inquerido pode ser analisada em duas vertentes:
Tendo em conta que para que haja uma boa percepção dos conteúdos e realização das actividades
pelos alunos deve haver um acompanhamento constante do professor pelos grupos formados
(tendo em conta que o professor usa mais este método nas suas aulas), com o objectivo de
satisfazer as dúvidas que estes têm, pode-se constatar que no caso acima mencionado pelo
professor inquerido pode ter havido um fraco acompanhamento dos alunos, fazendo com que
alguns tenham ficado distraídos.
Por outro lado percebe-se que apesar de ter havido um fraco acompanhamento durante a aula, o
professor mostra-se preocupado com o facto de ter observado que alguns alunos não terminaram
as actividades, razão pela qual acaba adoptando diferentes estratégias para que estes possam
realizar as actividades com mais tempo e as apresentem no dia seguinte para que o professor
possa avaliar o nível de compreensão da matéria.
Quanto a questão relacionada com os desafios encarados pelo professor, este referiu que são
vários. Um deles relaciona-se com a insuficiência do tempo durante a aula, para identificar as
28

dificuldades de cada aluno, assim como a criação de estratégias para ultrapassar as dificuldades
apresentadas.
De acordo com a resposta do professor inquerido, percebe-se que o elevado número de alunos na
sala de aulas limita os professores no que diz respeito as estratégias de ensino – aprendizagem
nestas turmas, criando um mau ambiente de aprendizagem. Desta forma, nota-se dificuldades
para o alcance dos objectivos preconizados para as aulas e, consequentemente, dificuldades para
o cumprimento dos programas de ensino, assim como o baixo rendimento pedagógico.
Para ultrapassar esses desafios, o professor inquerido referiu que recorre no método expositivo
para melhor responder as dificuldades apresentadas pelos alunos e gerir o tempo.
Os modelos de ensino centrados no professor se baseiam nas tradicionais pedagogias
transmissivas centradas no professor e nos conteúdos de ensino, e rotulados como ensino
tradicional ou pedagogia transmissiva. Nestes modelos, o professor tem como missão
fundamental instruir e moldar o aluno com base em saberes previamente construídos (ARENDS,
2008:25).
Para Bertrand (2001) citado por Mofate (2017:100), o modelo tradicionalista de ensino é
conservador, virado ao passado, preocupando-se fundamentalmente com o que deve ser ensinado
de modo a dar ao estudante uma boa formação de base, uma visão completa dos conhecimentos.
O uso da exposição pelo professor torna o aluno mero espectador e passivo durante a aula, ou
seja, o aluno limita-se a memorizar os conteúdos que são apresentados pelo professor, não
havendo espaço para sua opinião. Neste sentido, recomenda-se que o professor opte por modelos
que deixam o aluno mais activo e criativo durante a aula.

1.3. Perfil dos Alunos Inqueridos


Os alunos inqueridos frequentam o curso diurno, 10ª classe. Participaram do inquérito seis (6)
alunos cuja idade está compreendida entre 15 a 16 anos de idade, dos quais três (3) são do sexo
feminino, o que corresponde a 50% respectivamente.
29

Género

100%
80%
60%
40%
20%
0%
Homem Mulher HM

Figura 1: Relação dos alunos por género.

Idade

100%
80%
60%
40%
20%
0%
Homem Mulher HM

Figura 2: Relação dos alunos por idade.

1.4. Análise das Resposta dos alunos


A tabela abaixo apresenta as perguntas, respostas e análise de cada uma das respostas dadas pelos
alunos inqueridos. É de frisar que o inquérito foi feito em três turmas, onde em cada turma
30

Importa referir que nesta abordagem recorre-se várias vezes à utilização de códigos, de forma a
encurtar certas designações que se repetem. Os códigos referidos são A1 (Aluno1), A2 (Aluno2),
A3 (Aluno3) A4 (Aluno4) A5 (Aluno5) e A6 (Aluno6).

Perguntas Respostas Análise


A1. Sim, uma vez que torna-se A superlotação da turma é um
difícil o professor controlar factor que torna difícil a
1.A superlotação da turma em todos os alunos e cadernos realização das actividades dos
que se encontra afecta a durante a aula. alunos devido a vários factores.
A2. Afecta pós dificulta ao
realização das suas actividades Um dos factores relaciona-se
professor conferir na totalidade
na aula? Se sim, afecta em que com o facto de o professor não
as actividades e o grau de
sentido? conseguir controlar
dedicação dos colegas.
adequadamente o nível de
A3. Sim, porque há colegas que
realização das actividades dos
provocam barulho durante a
alunos devido ao elevado
aula e desconcentram os outros.
A4. Sim, afecta porque quando número, o que faz com que
o professor explica, alguns muitos alunos saiam da aula
colegas murmuram e quando sem terem apresentado as
são indicados para responder actividades ou mesmo sem
certas perguntas não conseguem terem as realizado,
fazê-lo correctamente. aproveitando-se da superlotação
A5. Este referiu que a da sala de aulas. O outro factor
superlotação da sala de aulas relaciona-se com a dificuldade
afecta porque durante as aulas o que os alunos enfrentam para se
professor não consegue concentrarem na realização das
controlar a turma devido ao actividades devido ao enorme
número elevado de alunos e, ruído criado pelos colegas de
consequentemente, estes tem turma.
saído da aula sem tem entendido De acordo com a unanimidade
a matéria dada. das respostas dos seis alunos
A6. Sim, porque os alunos que
inqueridos, conclui-se que as
se encontram distantes do
TNs contribuem para um fraco
quadro são lentos para copiar as
aproveitamento dos alunos na
notas colocadas no mesmo e
realização das actividades,
para escutar a explicação do
podendo também afectar no
professor.
aproveitamento pedagógico
destes.
31

A1. Este referiu que cria formas Tendo em conta o elevado


de participar activamente nos número de alunos por turma, os
2.O que tem feito para trabalhos em grupo, participar professores devem ser capazes
ultrapassar as dificuldades activamente na aula e apresentar de motivar os alunos a
encaradas durante as aulas, dúvidas. apresentarem dúvidas sempre
A2. Para ultrapassar as
provocadas pelo elevado que não perceberem
dificuldades, este aluno referiu
número de alunos? determinados conteúdos, assim
que procura ser mais activo
como sugerir algumas
centrando a sua aprendizagem
estratégias para que os alunos
na pesquisa e consulta ao
possam ser mais activos na aula.
professor.
A criação de grupos de estudos
A3. Este aluno disse que tem
na sala de aulas é uma estratégia
falado com o professor para
que para além de facilitar na
chamar atenção aos colegas que
gestão do tempo, permite que os
provocam barulho/desordem na
alunos criem debates, onde cada
aula.
A4. Para ultrapassar as membro do grupo tem
dificuldades durante as aulas, oportunidade de opinar sobre as
este tem prestado mais atenção e questões colocadas.
sempre o seu desejo é de Esta estratégia é mais eficaz
responder todas as questões quando o professor circula pelos
colocadas, apresentar dúvidas e grupos formados, com o
ir ao quadro. objectivo de satisfazer as
A5. Este aluno referiu que possíveis duvidas dos grupos.
estuda em grupo na sua zona Em suma, os seis (6) alunos
para que possa passar de classe. inqueridos, foram unânimes nas
A6. Para ultrapassar as
suas respostas, afirmando que
dificuldades encaradas durante a
optam em dialogar com o
aula, o professor organiza a
professor para ultrapassar as
turma de modo que todos
dificuldades encaradas em TNs.
possam participar na aula. Este
referiu também que procura
interagir sempre que pode na
aula.
A1. Não, porque as Considera-se participação na
oportunidades são escassas aula, aquelas acções do aluno
devido ao elevado número de que consistem em fazer
alunos. perguntas ou comentários sobre
A2. Este referiu que tem sido
32

difícil participar nas aulas a aula, que podem durar poucos


3.Tem participado com porque são muitos que segundos ou, mais tempo
frequência nas aulas, apresentam opiniões. (ROCA citado por MOFATE
A3. O aluno referiu que a sua
considerando a existência de 2017:289).
participação nas aulas tem sido
muitos alunos na turma? Tendo em conta que a
limitada devido ao elevado
participação dos alunos nas
número de alunos.
aulas implica a existência de
A4. Sim, este referiu que tem
questões ou comentários
participado muito nas aulas e
durante a aula, percebe-se que
faz sempre o trabalho de casa.
A5. O aluno em causa referiu quatro dos seis alunos
que tem participado com inquiridos não têm participado
frequência nas aulas porque adequadamente devido as
gosta de estudar e este é o seu limitações que o ambiente da
direito. aula apresenta (barulho e
A6. Sim, mas as oportunidades participação dos mesmos alunos
têm sido poucas devido ao em quase todas as questões).
número elevado de alunos. Neste sentido, o professor deve
criar mecanismos que permitam
a participação dos demais
alunos existentes, pedindo que
os mais participantes dêem
espaço para a participação dos
outros colegas, criando desta
forma, igualdade na
participação. Por outro lado, a
participação dos alunos na aula
pode ser mais eficaz quando o
professor anuncia o tema da
aula seguinte para que os
alunos possam investigar,
permitindo que na aula seguinte
estes tragam diferentes ideias
acerca do tema dado como TPC.
A1. Sim, isto porque há colegas As respostas dos alunos
que não permitem a sua inqueridos apresentam uma
participação na aula. harmonia em comparação a
A2. Sim, devido aos seguintes
alguns autores que abordam este
factores: barulho, interferência
33

na comunicação e o tempo. tema.


A3. Este referiu que sim, porque
4.Na tua opinião, a existência de Na percepção de Arends
são muitos e a concorrência na
um elevado número de alunos (2008:101) as TNs dificultam
participação na aula é maior e as
na turma influencia a tua aproximação entre professor e
oportunidades para participar
participação nas aulas? Se sim, aluno e, por outro lado, limitam
são reduzidas.
como? o maior número de interacções
A4. Sim, porque existem muitos
entre os protagonistas da aula
colegas que querem responder
focadas na aprendizagem.
as questões feitas pelo
Por sua vez Mofate (2017:93)
professor.
A5. Sim, porque até os colegas afirma que em TNs os alunos
têm dito o mesmo (que são apresentam-se na condição de
muitos). audiência, relegados ao papel de
A6. Este defende que sim, ouvir o discurso dos
porque todos os alunos querem professores.
participar ao mesmo tempo, Neste sentido, percebe-se que
criando, assim, distúrbios na em TNs os alunos apresentam
aula. dificuldades para interagirem
com o professor, ou mesmo para
apresentarem as suas opiniões
acerca de um determinado tema.
Isso deve-se a vários factores,
nomeadamente: a existência de
alunos que promovem barulho
durante a aula, alunos que
sempre são os mesmos a
participar durante a aula, assim
como o tempo da aula que acaba
sendo escasso para a
participação devido ao elevado
número de alunos.
Desta forma, maior parte dos
alunos acaba saindo da aula sem
ter participado da aula,
comprometendo a sua percepção
sobr0e a matéria dada.
A1. Sim, porque todos os alunos No0 que refere a existência da
querem participar ao mesmo desordem nas TNs, cinco do
5.Na tua opinião, a existência de tempo. alunos foram unânimes em
34

um número elevado de alunos A2. Sim, devido aos dizendo que a existência de um
influencia para que haja número elevado de alunos na
seguintes factores: pouco
desordem na sala de aulas? Por sala de aulas possibilita a
tempo e indisciplina.
quê? existência de desordem, devido
A3. Sim, porque o
as dificuldades que o professor
professor não tem
enfrenta para controlar a turma.
conseguido controlar todos Cabe ao professor tomar
os alunos durante a aula e algumas medidas para superar
outros colegas que este desafio e manter a ordem
na sala de aulas. Tais
provocam barulho durante
pronunciamentos são
a aula.
defendidos por diferentes
A4. Sim, mas o professor
autores como é o caso de
ajuda a manter a ordem
Mofate (2017:365) que defende
sempre que estiver na sala que a aplicação de medidas
de aulas. correctivas (solicitação dos
A5. Segundo este aluno, o pais/encarregado de educação)
elevado número de alunos correspondem a estratégias de
na sala de aulas cria regulação aproximada a
intervenções centradas no
dificuldades na percepção
comportamento do professor,
da matéria dada.
atentas a aspectos tais como a
A6. Este aluno defende
manutenção da ordem na sala,
que não porque o professor
ou na definição das regras e
deve-se fazer sentir nas procedimentos.
aulas, colocando ordem e Por outro lado Morzano
proibir um mau (2003:84) defende que as
intervenções disciplinares
comportamento durante a
incluem um equilíbrio entre as
aula.
consequências dos
comportamentos inapropriados
e as consequências positivas de
comportamentos apropriados.

Por sua vez, o A6 defende que


as TNs não influenciam para
que haja desordem na sala de
35

aulas, devido a presença do


professor. Neste caso concreto,
a que realçar que a presença do
professor na sala de aulas
permite a tranquilidade dos
alunos, mas em alguns casos
este perde o controlo da turma
devido ao número elevado de
alunos, criando-se a desordem.
Como foi referido
anteriormente, para ultrapassar
este cenário há que se usar
diferentes estratégias, como a
solicitação dos
pais/encarregados de educação
dos mentores da desordem.

2. Apresentação e Análise dos Dados da Observação das aulas


Para permitir uma melhor compreensão das estratégias usadas em turmas numerosas foram
observadas seis (6) aulas, ministradas por um (1) professor de Matemática da 10ª classe, em
quatro (3) turmas com o objectivo de analisar o decurso das aulas nestas turmas.
Segundo os dados recolhidos ao longo da observação das aulas, verificou-se que em todas turmas
por onde o professor observado passou não ajuda os alunos a procurar localizar os seus lugares.
Ajudar os alunos a localizarem os seus lugares permite uma maior organização da sala de aulas e
esses ocupam os seus lugares adequadamente.
Relativamente ao controlo das presenças, observou-se que nas 6 aulas que o professor realizou a
chamada em algumas aulas. Por outro lado, verificou-se que o professor anuncia o tema em todas
as aulas observadas. Quando o professor anuncia o tema da aula, permite que os alunos fiquem
mais interessados na aula e sejam mais participativos.
No que refere a explicação dos objectivos da aula, observou-se que em nenhum momento o
professor explica os objectivos. Neste caso, verificou-se que ao iniciar as aulas, simplesmente
anuncia o tema e de seguida ia directamente ao seu desenvolvimento, sem se preocupar com a
explicação dos objectivos. Quando ocorre a explicação dos objectivos da aula, deixa-se claro o
que se pretende que o aluno deve fazer durante toda a aula.
36

No que se refere a explicação das actividades, observou-se que o professor explica claramente os
alunos em todas as aulas. Neste caso, notou-se uma maior preocupação do professor em envidar
esforços para que todos os alunos percebessem a matéria dada. É tarefa do professor identificar
os alunos que por um dado motivo não tenham percebido a matéria, adoptar diferentes estratégias
para que esses percebam a matéria. Quanto as funções didácticas, observou-se que na maior parte
das aulas o professor realizou as actividades correspondentes a cada momento da aula.
O acompanhamento dos alunos pelo professor é satisfatório porque foi constante nas aulas
observadas. Uma vez que na sua maioria os exercícios eram realizados em grupos, o professor
passava de cada grupo para conhecer as necessidades de cada grupo. A preocupação do professor
em fazer o acompanhamento dos alunos, permite conhecer as necessidades de cada aluno e
adequar os conteúdos de acordo com essas necessidades destes. Das seis aulas observadas,
verificou-se que o professor realiza a avaliação de acordo com os conteúdos leccionados. A
avaliação formativa permite ao professor observar se os alunos alcançaram os objectivos traçados
para a aula.
Quanto ao anúncio da aproximação do fim da aula aos alunos, observou-se que este aspecto não
foi frequente durante as aulas. Anunciar a aproximação do final da aula é muito importante
porque desperta atenção dos alunos em realizar as tarefas tendo a noção do tempo estipulado para
cada actividade. Sobre as recomendações da aula seguinte, observou-se que o professor deixou-se
recomendações em na maior parte das aulas. Neste caso, o professor anunciava o tema que seria
tratado na aula seguinte, para que os alunos se apresentassem preparados e fossem mais
participativos durante as aulas, facto que em algumas aulas foi notável em alguns alunos.
Verificou-se que o nas seis aulas observadas, o professor iniciou as aulas minutos depois do
tempo regulamentado em 3 aulas e, consequentemente terminava-as fora do tempo
regulamentado. As dificuldades de cumprir o tempo regulamentado para o inicio e o fim das
aulas, deveu-se a facto do professor apresenta-se ligeiramente atrasado nas aulas,
comprometendo o alcance dos objectivos traçados para cada aula. Sobre o tempo limite para cada
actividade atribuída aos alunos, observou-se que o professor conseguiu estabelecer esse tempo,
Estipular o tempo para a realização das actividades, ajuda o professor a poupar o tempo da aula,
assim como realizar a correcção das actividades, tendo em conta que o professor se encontra em
turmas numerosas. Ademais, esta estratégia permite que haja maior contacto entre o professor e
os alunos.
37

Quanto a questão da organização da sala de aulas, verificou-se que em seis aulas observadas nas
diferentes turmas, o professor apenas orientou que os alunos organizassem a sala em duas aulas.
Para que haja um bom ambiente da aprendizagem há necessidade de se ter a sala de aulas
devidamente preparada, é necessário que o mobiliário e os alunos estejam organizados. Neste
sentido, uma sala de aulas deve se estar arrumada no início, assim como no fim de cada aula.
Durante as aulas observadas, o professor preocupava-se com a sua visibilidade e dos meios de
ensino em relação aos alunos. Para uma boa interacção com os alunos é muito preponderante que
durante a mediação, o professor procure se posicionar adequadamente para que permitir que
todos os alunos consigam interagir com ele, facto esse que aconteceu com frequência com o
professor observado.
Quanto a questão relacionada com as vias de circulação do professor na sala de aulas, observou-
se que poucas vezes essas encontravam-se devidamente delimitadas. Com as vias de circulação
devidamente delimitadas, verificou-se que o professor tinha mais espaço para circular em cada
fila ou grupos para observar as actividades que os alunos se encontravam a realizar, tendo deste
modo um maior controlo da turma. Nas aulas em que as vias de circulação não estavam
devidamente organizadas, foram notórias as dificuldades do professor em circular pela sala,
limitando em mediar a aula estando num único espaço (a frente dos alunos).
Quanto a organização do espaço em função da natureza da organização social das actividades em
curso, observou-se que esta acção decorreu de uma forma constante. Na maior parte das aulas
observadas, foi notória a preocupação do professor em manter a sala organizada tendo em conta o
tipo de actividades a serem realizadas. Por exemplo, nos dias em que as actividades eram
realizadas em grupos, as carteiras eram colocadas na forma circular para permitir que os alunos
pudessem se comunicar adequadamente.

3. Considerações Finais
A existência das turmas numerosas é um dilema que assola realidade educativa do país, em
particular a ESZV. Ao longo da presente pesquisa, foram notórias as dificuldades que os
professores encaram para a superação deste dilema, dentre eles, a dificuldade em traçar
estratégias eficazes para trabalhar nessas turmas.
38

Motivado para conhecer as estratégias que os professores adoptam nas TNs, houve necessidade
de se fazer o estudo nestas turmas, concretamente na disciplina de matemática 10ª classe, tendo
como base domínios de gestão da aula, o ensino aprendizagem, o espaço físico e o tempo da aula.
Tratou-se pois de compreender como se desenvolve a dinâmica de estratégias de gestão daquelas
aulas e naqueles domínios, de modo a procurar esclarecer as condições de eficácia que são
proporcionadas pela excessiva dimensão das turmas à gestão das aulas por parte dos professores.
No que diz respeito ao domínio de gestão da aula, verificou-se nas aulas observadas que os
professores encaravam dificuldades em manter o controlo das turmas, associando-se aos
murmuras dos alunos em grande parte das aula, facto que se deve a extensão das turmas. Devido
a esta problemática, verificou-se o uso da exposição dos conteúdos por parte do professor. Com
efeito, as acções dos alunos, que consistem sobretudo na colocação de dúvidas, no registo de
apontamentos de forma intercalada com alguma explicação esclarecedora e, uma vez ou outra, na
realização de tarefas, foram muito restritiva, o que compromete a eficácia das mesmas
No que concerne a aprendizagem, observou-se que maior parte dos alunos saia da aula sem ter
participado da aula, isto porque na havia sempre os mesmos alunos a intervirem nas aulas.
Paralelamente a gestão do espaço físico nas turmas que constituíram objecto de estudo, não vai
de acordo com a gestão eficaz desse domínio adoptadas como critérios de análise no presente
estudo. Esta situação deveu-se à excessiva dimensão numérica dessas turmas e ao seu
desfasamento relativamente ao espaço e equipamentos disponíveis. Por outro lado,
notabilizaram-se várias dificuldades para que o professor pudesse circular pelos corredores da
sala, isto porque não havia espaço para tal devido ao número de carteiras lá existentes para que os
alunos pudessem se acomodar.
Para melhor gerir o tempo, foi notória a adopção pelo professor do trabalho em grupos. Porém,
nem sempre este método foi adequado porque algumas aulas terminavam sem que alguns grupos
colocassem o resultado das suas pesquisas. Por outro lado, a gestão do tempo foi comprometida
pela dificuldade do professor em respeitar o tempo do termino da aula e, em algumas vezes do
início.
Tendo em conta os resultados obtidos na pesquisa, percebeu-se que a o processo de ensino
-aprendizagem em turmas numerosas não é eficaz devido a insuficiência de estratégias de gestão
dos professores nessas turmas. Por outro lado, os alunos dificilmente mantêm o contacto com o
professor, isto porque o professor acaba fazendo a exposição dos conteúdos.
39

É de realçar que na realização da presente pesquisa foram encarados alguns constrangimentos,


onde a principal foi a demora em realizar o trabalho de campo devido a dificuldade em obter
permissão dos gestores da escola em causa para a realização da mesma.
Relativamente a forma de superação dos problemas verificados durante a pesquisa sugere-se que
haja espaço e condições para a concretização de uma estratégia colaborativa de reforço da
formação contínua dos professores, através de capacitações dos em matéria de estratégias de
gestão de turmas numerosas.
Por outro lado sugere-se que haja diversificação das estratégias de aprendizagem, nomeadamente
trabalhos de projectos e aulas fora da sala de aula habitual.

4. Referências Bibliográficas
ARENDS, R. I. Aprender a ensinar. 7ª Edição. Lisboa, 2008.
CARITA, A. A gestão da sala de aula. Revista O professor. 2017.
CARITA, A. Conflito, moralidade e cidadania na aula. Porto: Editores, S.A. 2005.
GIL, António Carlos. Como elaborar um projecto de pesquisa. S.E. Editora Atlas, S.A. 1996.
40

GOMES, Paulo e MATOS, Zigmar. Educação na Escola Primária. Vol II. Porto Editora, 1992.
LAKATOS, E. M. MARCONI, M. de A. Metodologia do trabalho científico. 4ª. Ed. São Paulo,
Atlas S.A., 2009.
LOPES, J. A. Problemas de comportamento, problemas de aprendizagem e problemas de ensino.
Quarteto Editora, Coimbra, 2002.
MINED. Regulamento do ESG. 2003.
MOFATE, Óscar Luís. Gestão da sala de aulas em turmas grandes. Lisboa, 2017.
PEREIRA, Paulo. A Planificação dos Professores. Revista Horizonte, 2003.
STADLER, Adriano. PAIXÃO, Márcia Valéria. Modelos de Gestão. Curitiba, 2012.

Apêndice
41

Inquérito aos Professores


O presente questionário faz parte de uma investigação relacionada com as Estratégias da Gestão de Turmas
Numerosas. O mesmo tem o objectivo de analisar as estratégias que o professor usa para a gestão de turmas
numerosas. Com vista a satisfazer este objectivo, pede-se a sua colaboração através do preenchimento do
presente questionário e que o faça considerando a sua própria experiência de sala de aula, tendo em conta o
tamanho das turmas que lecciona. É de frisar que o anonimato será assegurado e os dados colhidos serão
confidenciais, destinando-se exclusivamente à presente investigação.

Dados Pessoais

Assinale com X as características que correspondem à sua situação.

1. Género: F M

2.Idade: 25 a 30 31 a 45 46 a 55 + 55 anos

3. Habilitações académicas:

Curso: Médio Bacharelato Licenciatura Mestrado Doutoramento

Outro

Qual?___________________________________________________

4. Área de formação
Ensino de História Port. Mat. Outra

Qual?___________________________

5. Experiência profissional
- 2 anos 3 a 10 anos 11 a 20 + 20 anos

6. Tempo de serviço na escola onde lecciona actualmente

- 2 anos 3 a 10 anos 11 a 20 + 20 anos

7. Classes que lecciona:


8ª Classe 9ª Classe
10ª Classe

8. Turno que leciona:


Noite
Manhã Manhã e tarde
42

9. Disciplina que leciona: Hist. Geog. Fil. Port Ing. Mat. Outra
.
Qual?______________

1.De que modo as turmas numerosas afectam o seu trabalho docente?

…………………………………………………………………………………………………………………………
…………………………………………………………………………………………………………………………
………………………………………………………………………………………………………………..
3. Quais são as actividades que caracterizam a aprendizagem dos alunos nas suas aulas, tendo em conta o
número elevado que compõe a turma?

…………………………………………………………………………………………………………………………
…………………………………………………………………………………………………………………………
………………………………………………………………………………………………………………..
4. Existem actividades de aprendizagem dos alunos que gostaria de desenvolver mas que não consegue, devido
ao elevado número de alunos nas suas turmas? Se sim, apresenta alguns exemplos.

…………………………………………………………………………………………………………………………
…………………………………………………………………………………………………………………………
……………………………………………………………………………………………………………………….
4. Quais são os aspectos que tem levado em conta quando planifica as suas aulas para leccionar em turmas
numerosas?
…………………………………………………………………………………………………………………………
…………………………………………………………………………………………………………………………
……………………………………………………………………..

5. Tendo em conta o número de alunos que a turma apresenta, como é que tem feito o apoio aos alunos ou grupos na
realização das actividades durante a aula?
…………………………………………………………………………………………………………………………
…………………………………………………………………………………………………………………………
………………………………………………………………………………………………………………………..

6. Tendo em conta a superlotação das turmas, como tem sido a correcção das actividades realizadas pelos alunos?
43

…………………………………………………………………………………………………………………………
…………………………………………………………………………………………………………………………
………………………………………………………………………………………………………………

7. Em caso de desordem durante a aula, que estratégias tem usado para ultrapassar esse cenário?
…………………………………………………………………………………………………………………………
…………………………………………………………………………………………………………………………

8. Durante aula, tem se verificado tempos mortos? Se sim, que estratégias tem usado para ultrapassá-los?
…………………………………………………………………………………………………………………………
…………………………………………………………………………………………………………………………
………………………………………………………………………………………………………………………..

9. Na sua opinião, a existência de um número de alunos acima do recomendado na sala de aulas, afecta a
participação destes na aula? Se sim, como?
…………………………………………………………………………………………………………………………
………………………………………………………………………………………………………………………..
10. O que tem feito para contornar esses constrangimentos e incentivar a participação dos alunos nas tarefas?
…………………………………………………………………………………………………………………………
…………………………………………………………………………………………………………………………
…………………………………………………………………………………………………………………………

11. Procura diversificar a organização da aula, apoiando o ensino - aprendizagem na turma toda (no trabalho
individual, no trabalho em pares ou no trabalho em grupo? Apresenta um exemplo para cada caso.
…………………………………………………………………………………………………………………………
…………………………………………………………………………………………………………………………
…………………………………………………………………………………………………….
…………………………………………………………………………………………………………………………
……………………

12. No que concerne ao espaço físico, na sua opinião, o elevado número de alunos por turma afecta a disposição
destes e do mobiliário? Se sim, Como?
…………………………………………………………………………………………………………………………
…………………………………………………………………………………………………………………………
………………………………………………………………………………………………………………………..

13. Dispõe de tempo necessário na aula para leccionar os conteúdos planificados? Como analisa esta situação?
44

…………………………………………………………………………………………………………………………
…………………………………………………………………………………………………………………………
……………………………………………………………………………………….

14. Caso se verifiquem alunos que não tenham terminado as tarefas no tempo estabelecido, qual tem sido o seu
tratamento?
…………………………………………………………………………………………………………………………
…………………………………………………………………………………………………………………………
……………………………………………………………………………………….

15. De acordo com a sua experiência profissional de leccionação em turmas numerosas, que desafios tem encarado
no dia-a-dia?
…………………………………………………………………………………………………………………………
…………………………………………………………………………………………………………………………
……………………………………………………………………………………….

16. O que tem feito para superá-los?


…………………………………………………………………………………………………………………………
…………………………………………………………………………………………………………………………
…………………………………………………………………………………………………………………………
…………………………………………………………………………………………………………………………

Obrigado pela atenção dispensada!

Inquérito aos Alunos


O presente questionário faz parte de uma investigação relacionada com as Estratégias da Gestão de Turmas
Numerosas. O mesmo tem o objectivo de analisar as estratégias que o professor usa para a gestão de turmas
numerosas. Com vista a satisfazer este objectivo, pede-se a sua colaboração através do preenchimento do
presente questionário e que o faça considerando a sua própria experiência de sala de aula, tendo em conta o
45

tamanho das turmas que lecciona. É de frisar que o anonimato será assegurado e os dados colhidos serão
confidenciais, destinando-se exclusivamente à presente investigação.

Dados Pessoais

Assinale com X as características que correspondem à sua situação.

1. Género: F M

2. Idade: 12 a 16 17 a 20 21 a 22 + 22

3. Classe: 8ª 9ª 10ª 11ª 12ª

1. A superlotação da turma em que se encontra afecta a realização as suas actividades na aula? Se sim, afecta em que
sentido?

…………………………………………………………………………………………………………………………
…………………………………………………………………………………………………………………………
…………………………………………………………………………………………………………………………
…………………………………………………………………………………………………………………………

1. O que tem feito para ultrapassar as dificuldades encaradas durante as aulas, provocadas pelo elevado número de
alunos?

…………………………………………………………………………………………………………………………
…………………………………………………………………………………………………………………………
…………………………………………………………………………………………………………………………
…………………………………………………………………………………………………………………………

2. Tem participado com frequência nas aulas, considerando a existência de muitos alunos na turma?

…………………………………………………………………………………………………………………………
…………………………………………………………………………………………………………………………
3. Na tua opinião, a existência de um elevado número de alunos na turma influencia a tua participação nas aulas?
Se sim, como?
46

…………………………………………………………………………………………………………………………
…………………………………………………………………………………………………………………………
…………………………………………………………………………………………………………………………
………………………………………………………………………………………………………………………...

4. Na tua opinião, a existência de um número elevado de alunos influencia para que haja desordem na sala de
aulas? Por quê?

…………………………………………………………………………………………………………………………
…………………………………………………………………………………………………………………………
…………………………………………………………………………………………

Obrigado pela atenção dispensada

Formulário da Observação de Aulas


Nº Questões Sim Não

1 Ajuda os alunos a encontrar lugares para se sentarem?


2 Faz o controlo das presenças?
3 O professor anuncia o tema da aula?
4 Explica os alunos sobre os objectivos da aula?
5 Efectua em cada passo uma explicação clara sobre o que propõe os
alunos a fazer?
47

6 Respeita as actividades a serem realizadas em cada função didáctica?

7 Faz o acompanhamento das actividades dos alunos?


8 Esclarece as dúvidas dos alunos?
9 Realiza a avaliação formativa focada nos conteúdos leccionados?

10 Comunica a aproximação do fim da aula aos alunos?


11 Deixa alguma recomendação sobre a aula seguinte?
12 Inicia e termina a aula dentro do tempo regulamentado?
13 Estabelece tempo limite para cada actividade que atribui aos alunos?

14 Orienta a arrumação da sala?


15 Garante que a sala de aula mantenha-se arrumada depois da aula?

16 Preocupa-se com a sua visibilidade dos meios de ensino em relação aos


alunos?
17 As vias de circulação encontram-se devidamente delimitadas?
18 Mantém o espaço organizado em função da natureza da organização
social das actividades em curso?

Fotografias da Escola onde fez-se o Estudo de Caso


48
49
50

Você também pode gostar