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Indice

1. Introdução.................................................................................................................................2

2. Objectivos.................................................................................................................................2

2.1. Objectivo Geral.....................................................................................................................2

2.2. Objectivos específicos..........................................................................................................2

3. Metodologias............................................................................................................................2

4. Conceitos da supervisão...........................................................................................................3

5. Conceito de inspecção..............................................................................................................6

6. Diferença da inspecção e supervisão........................................................................................7

7. Conclusão.................................................................................................................................9

8. Bibliografia.............................................................................................................................10
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1. Introdução
A inspecção e a supervisão escolar constituem funções sistémicas imprescindíveis para a
regulação sistémica.

O professor, o aluno bem como a escola em geral precisam de um acompanhamento e monitoria


constante com vista a minimizar os possíveis e contínuos confrontos no processo de construção
de saber e no aprimoramento de serviço educativo.

Neste sentido, o presente trabalho faz abordagem em termo de Supervisão e Inspeção como uma
das áreas mais cruciais no processo de ensino-aprendizagem.

O trabalho foi estruturado em três secções: na primeira é a parte introdutória, já na segunda


secção é o desenvolvimento, e por fim a conclusão que retoma sinteticamente as ideias
apresentadas ao longo do trabalho.

2. Objectivos

2.1. Objectivo Geral


 Compreender os conceitos e diferença de supervisão e inspecção.

2.2. Objectivos específicos


 Definir os conceitos de supervisão e inspecção;
 Diferenciar a supervisão da inspecção.

3. Metodologias
Para a elaboração do presente trabalho, recorreu-se à pesquisa bibliográfica, que consistiu na
consulta de vários materiais já elaborados, que versam sobre a matéria em reflexão, constituindo
principalmente por livros e artigos científicos.
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4. Conceitos da supervisão

A confusão na maneira de encarar a supervisão e a inspeção pode estar ligada à etimologia da


própria palavra.

Como GASPAR, e NEVES (2012:30) mostraram como o termo supervisão integra duas palavras
de origem latina onde “super” significa sobre e vídeo significa ver, facto que se alinha com a sua
interpretação linear, dando azo à sua conotação com a ideia de inspecionar, fiscalizar, controlar,
avaliar, chefiar, comandar, entre outros termos que se assemelham a essa ideia.

A recordação de FIALHO (2016:16) citado por IMBALI (2020:10) nos faz lembrar que a
supervisão, inicialmente, associava-se à inspeção virada para controlo e autoritarismo. Só a partir
dos anos 90 é que começou a ganhar novos significados.

Actualmente, a supervisão é entendida como a assistência e a orientação profissional, dadas por


pessoas formadas e competentes em matéria de educação, visando o aperfeiçoamento do
processo ensino-aprendizagem.

Segundo NEAGLEY e EVANS (1961:11) citado por QUEIROGA (2007:12) supervisão


consiste num serviço técnico destinado fundamentalmente a estudar e melhorar
cooperativamente todos os factores que influem no crescimento e desenvolvimento do educando.

Para o autor, a moderna supervisão é, pois, a acção positiva e democrática destinada a melhorar o
ensino, mediante a formação contínua de todos os interessados: educando, professor, supervisor,
administrador e pais, ou outra pessoa interessada no problema.

Segundo ALRCÃO & TAVARES (1987:18) supervisão é um processo em que um professor, em


princípio mais experiente e mais informado orienta um outro professor no seu desenvolvimento
humano e profissional.

Para os autores acima citados a supervisão dá-se num tempo continuado, pois, só assim poderá
ser definida como um processo, e tem como o principal objectivo desenvolver o professor como
profissional, isto é, orientar o docente na sua acção profissional.
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CRHISTOPHER (1999) citado por CABRAL (2010:35) afirma que o supervisor é necessário
examinar, analisar considerar e negociar para atingir melhores conhecimentos a vários níveis.

Nesse sentido, o autor acima citado define supervisão como sendo um processo de interação,
onde há lugar para observação, discussão, reflexão e avaliação, dando espaço a correção de
práticas pedagógicas promotoras do sucesso educativo dos alunos e do sucesso profissional do
professor.

Na perspectiva de ALARCÃO (1996:93) a supervisão é um processo de coordenação, apoio e


decisão nas áreas pedagógicas e curriculares que tem como meta, facilitar o desenvolvimento do
professor. Por conseguinte, o supervisor surge como alguém que deve ajudar, monitorar, criar
condições de sucesso, desenvolver aptidões e capacidades no professor.

Para NERICI (1973:54), a Supervisão visa adaptar-se ao educando e à comunidade, e ainda,


auxiliar o professor e por isso pode ser tida como " assistência às actividades docentes, de
maneira a dar-lhes coordenação, unidade e continuidade, para que mais eficientemente a escola
alcance os seus objectivos.

De acordo com HÍKS (1976) citado por ANDRADE (1979:51) a supervisão deve ser entendida
como orientação profissional e assistência dadas por pessoas competentes em matéria de
educação, quando e onde forem necessárias, visando o aperfeiçoamento da situação total
ensino/aprendizagem.

Um outro autor, RANGEL (1979) o conceito de Supervisão é algo mais amplo que surge com a
Supervisão Pedagógica e não só como supervisão escolar. Assim será: "um trabalho de
assistência ao professor em forma de planeamento, acompanhamento, coordenação, controle,
avaliação e actualização do desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem".

Conforme RIBEIRO (1996:36) supervisor é alguém que deve acompanhar, ajudar, desenvolver
aptidões e capacidades, enfim, criar condições de acesso ao futuro professor/educador. O
professor, é uma pessoa geralmente mais experiente, que tem como missão ajudar o professor a
aprender e desenvolver-se para através dele, influenciar a aprendizagem e o desenvolvimento dos
alunos.
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No dizer de VIEIRA (1993:28), a supervisão pode ser abordada como uma actuação de
monitorização sistemática da prática pedagógica, sobretudo através de procedimentos de reflexão
e experimentação nas suas dimensões analítica e interpessoal, de observação como estratégia de
formação e de didáctica como campo especializado de reflexão /experimentação pelo professor.
Desta definição decorrem os seguintes pressupostos: o objecto da supervisão é a prática
pedagógica do professor; a sua função primordial é a monitorização dessa prática; os seus
processos centrais são a reflexão e a experimentação.

Contudo, a supervisão, deve ser considerada como processo de preparação técnica, metodológica
e didáctico - pedagógica que permita o desenvolvimento das competências profissionais e sua
aplicação, sobre a acção duma reflexão conjunta entre supervisor/professor e professor/aluno.

Tendo em conta as definições acima citadas percebemos que a supervisão é efectuada por um
individuo experiente, nesse caso, tendo em conta á supervisão escolar, o grupo defende que o
supervisor deve ser alguém que já deu aulas no ensino básico, alguém que está munido de
saberes didácticos pedagógicos, como planificar de forma adequada, domínio dos métodos de
ensino, dentre outros. Por outro lado, deve ser um individuo pesquisador que está sempre
actualizado, de modo que esteja sempre preparado para ajudar a pessoa supervisionada a superar
as dificuldades por ela encaradas, melhorando assim a qualidade de ensino no nosso país.

De todos os autores que nos trazem dentro desse trabalho, os conceitos de supervisão nos
identificamos com a definição de Nerici (1973:54), que defende que a supervisão visa adaptar-se
ao educando e à comunidade, e ainda, auxiliar o professor e por isso pode ser tida como "
assistência às actividades docentes, de maneira a dar-lhes coordenação, unidade e continuidade,
para que mais eficientemente a escola alcance os seus objectivos.

Com essa definição entendemos que a supervisão é uma formação contínua que não visa
apenas auxiliar o professor a alcançar os objectivos preconizados, mas também, através de
visitas supervisionais o supervisor vai se envolver nos problemas dos alunos e da
comunidade e por fim propor medidas para a solução dos mesmos. É uma actividade do
carácter pedagógico que consiste na monitorização do trabalho docente orientando o
desenvolvimento contínuo do professor com vista ao desempenho mais eficiente e eficaz de
todas as suas funções educativas, permitindo que este torne mais consciente e responsáveis
na promoção qualitativa do processo de ensino-aprendizagem.
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5. Conceito de inspecção
MENESES (1977) citado por PERREIRA (2012:17) situa em seu trabalho que a palavra
inspeção vem do latim “inspectio”, “onis”, e significa “acção de olhar; exame, verificação”.
Portanto, de acordo com este autor, no sentido de acção: “inspecção é acercar-se de alguma coisa
ou alguém para compreender, controlar, cuidar, examinar, fiscalizar, guardar, observar, olhar,
revistar, superintender, supervisar, ver, verificar, vigiar, vistoriar”.

Para o autor, esta visão foi fortemente influenciada pelas teorias da Administração, em que uma
função, que é propriamente de fiscalização, é exercida pela própria administração através de uma
inspeção interna, ou seja, vigilância por parte das autoridades da empresa sobre os trabalhadores;
e por parte de um organismo estranho – quase sempre o Estado, para verificar se as leis estão
sendo cumpridas.

Nesse sentido, a inspeção, no contexto educacional, não diferiria do sentido em que é executada
nas empresas. A expressão “Inspeção Escolar” não estaria ligada somente à vigilância e ao
controle, mas também à orientação da acção, conforme aponta o Ou seja, no entendimento de
Meneses a Inspeção Escolar tem como objectivo observar, orientar e examinar as unidades que
compõem os sistemas de ensino para o seu desenvolvimento.

Inspetor Escolar é visto e entendido, como o profissional da educação comprometido com a


garantia de direitos e deveres.

De acordo com NÉRICI (1973:15) a inspecção é um órgão especial de controlo e supervisão do


cumprimento das disposições, normas pedagógicas, administrativas, jurídicas, financeiras e
outras vigentes em todos os órgãos da Educação.

A inspecção zela pelo bom funcionamento das instituições vinculadas ao sistema estadual de
ensino - público e particular - avaliando-as, permanentemente, sob o ponto de vista educacional e
institucional. Para que isso ocorra, as escolas estão submetidas à vigilância constante através das
visitas periódicas de inspecção para que a Secretaria mantenha o controle em relação ao que
acontece nas escolas.
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Avaliar e fiscalizar a realização da educação escolar, tendo em vista a prossecução dos fins e dos
objectivos estabelecidos.

Portanto, sob o ponto de vista educacional, cabe ao Inspetor verificar se o direito à educação está
sendo garantido (condições de acesso e permanência dos alunos, ou seja, matrícula e frequência);
se os procedimentos pedagógicos estão em consonância com a legislação (elaboração e o
cumprimento do Projecto Pedagógico, cumprimento da carga horária mínima exigida por lei,
cumprimento da matriz curricular).

Sob o ponto de vista institucional, cabe ao Inspector verificar as condições da estrutura física das
unidades escolares, escrituração escolar, a carência de docentes e funcionários e os
procedimentos administrativos da gestão.

O inspector é, e tende a ser cada vez mais, um profissional que actua em âmbito
macroeducacional, orientando e coordenando escolas dentro do sistema, enquanto o supervisor
está situado no plano da microeducação, orientando e coordenando a actividade de professores
dentro da escola.

6. Diferença da inspecção e supervisão


Os termos inspecção e supervisão são frequentemente usados de forma intercambiável em muitas
aplicações. Há no entanto uma diferença notável entre os termos. Além disso, há uma diferença
significativa entre o escopo do trabalho realizado por inspectores e supervisores. Este subtítulo
revela essas diferenças.

NÉRICI (1973:15) afirma que, o que diferencia inspecção da supervisão é o facto de, a inspecção
procurar-se com a avaliação do cumprimento dos padrões educacionais (o que foi feito e como
foi feito), enquanto a supervisão é uma acção constante e regular que a inspecção, centrando-se
na orientação e aconselhamento dos professores.

A partir das leituras dos conceitos em estudo, o grupo criou uma tabela das diferenças de
supervisão e inspeção.
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Supervisão Inspecção
É um acto de supervisionar continuamente, ao É um acto de avaliar o trabalho, para verificar
mesmo tempo em que dá ordens e garante que se ordens, padrões de qualidade,
as tarefas sejam executadas com eficácia, isto regulamentos, leis e regras se estão sendo
e, a supervisão tem a ver com garantir que as seguidos., isto é, presta assistência técnica aos
pessoas executem da maneira desejada as estabelecimentos de ensino e vela pelo fiel
tarefas. cumprimento da legislação e normas vigentes.

Monitora e promove a qualidade de ensino ou Orienta, controla, fiscaliza e avalia as


da eficiência e a eficácia da acção educativa; actividades técnico-administrativas

Acompanhamento do desenvolvimento Verificação do cumprimento das normas


qualitativo da organização escolar e da acção referentes ao ensino e recolha de evidências
dos seus actores; ou comprovações relativas ao processo
educativo

Formação contínua; É ocasional


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7. Conclusão
A supervisão escolar, procura estabelecer uma cultura de trabalho reflexiva e orientada para o
questionamento, que desenvolva a independência e interdependência e promova o
desenvolvimento de professores capazes de serem autores de si próprios, responsáveis e
empenhados numa auto-renovação colaborativa para benefício de todos os alunos.

A supervisão é um contributo para a melhoria não apenas do desempenho profissional de


indivíduos, mas também do desenvolvimento qualitativo da escola, estimulando o potencial de
cada um para o desenvolvimento coletivo da escola enquanto organização, com vista ao
cumprimento dos seus objetivos e melhorando-a na sua globalidade. Desta forma, a escola é uma
instituição aprendente, um espaço reflexivo, construído a partir da investigação-ação, de forma a
ser um local de aprendizagem e onde se constrói o conhecimento sobre a ação.

Concluindo, a supervisão e a inspecção pressupõe estilos, atitudes e comportamentos comuns,


contém elementos e métodos semelhantes, bem como apresentam finalidades convergentes,
designadamente e de contribuir para a garantia da qualidade do serviço de educação.
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8. Bibliografia
 ANDRAIDE. Supervisão em Educação. Rio de Janeiro; Livros técnicos e Científicos.
1979.
 ALARCÃO. Formação Reflexiva de professores, estratégias de supervisão. Porto
Editora, 1996
 ALARCÂO & Tavares, Supervisão da prática pedagógica: Uma perspectiva de
desenvolvimento e aprendizagem (2ª ed.). Portugal: ALMEDINA, 1987.
 CABRAL, Inspeção em Educação: Controlo e ou/supervisão Pedagógica na área de
especialidade de Jardim de Infância, 1º Ciclo, Ponta Delgada. 2010.
 NÉRICE. Indeo. Introdução à Supervisão. São Paulo. Atlas, 1973.
 PEREIRA, Ruth da Cunha; SANTOS, Diná Oliveira. Definições das atribuições do
supervisor educacional em atuação nos três níveis do sistema de ensino e dos pré-
requisitos mínimos para o exercício da supervisão. Rio de Janeiro: UERJ,2012.
 QUEIROGA, Supervisão Pedagógica: Supervisão/ ou Reflexão. Dissertação apresentada
para a obtenção do grau de Mestre em Supervisão e Coordenação da Educação à
Universidade Portucalense Infante D. Henrique, 2007.
 RANGEL, M. Supervisão Pedagógica – Princípios e práticas. Campinas: Papiros
Editora, 1979.
 RIBEIRO. Modelos e estilos de supervisão facilitadores dos processos de autonomia.
Dissertação de mestrado. Departamento de Didáctica e Tecnologia Educativa da
Universidade de Aveiro, 1996.
 VIEIRA, F. Supervisão - Uma Prática Reflexiva de Formação. Rio Tinto: Asa. 1993.

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