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Introdução

No cenário nacional Moçambicano, a supervisão escolar tornou-se “função meio”, que garante
a eficiência da tarefa educativa, através do controle da produtividade do trabalho docente.
Actualmente a inspecção escolar é aquela que tem por objectivo melhorar todo processo de
ensino - aprendizagem, incluindo todas pessoas que nele participam, a fim de se chegar aum
trabalho cooperativo e democrático. Ela é criadora, estimula e orienta os professores de
maneira democrática e cientifica para que se desenvolvam profissionalmente e sejam capazes
de obter o grau de eficiência no processo de ensino/ aprendizagem.

O enfoque fundamental da inspecção do professor é o aumento da eficácia do ensino. A


eficácia do ensino, é por definição levar o efeito das aprendizagens desejadas no aluno ou os
objectivos de um segmento particular da aula e fazer com o aluno soletre correctamente 10
palavras novas, então diz-se que o professor é eficiente, quando por meio da sua actividade de
ensino, leva todos os alunos a essa feliz conclusão. Além disso quanto mais os alunos
aprendem, mais eficaz é o ensino.O trabalho do inspector é de auxiliar o professor a aumentar
a sua eficácia, aumentando a aprendizagem do aluno.
Segundo Nérici, Imidio G (1979), a inspecção escolar é ‘’o serviço de assessoria de todas
actividades que influem sobre o processo de ensino – aprendizagem, com vista a realizar uma
melhor planificação, uma melhor coordenação e execução das mesmas, para que se atendam
de uma forma mais eficiente as necessidades e aspirações do aluno e da comunidade, assim
para que se levem a cabo mais plenamente dos objectos gerais de educação e objectivos
específicos da escola. (citado por Zivendele Sebastião, 1995).

OBJECTIVOS DA INSPECÇÃO ESCOLAR

A história da inspecção escolar no quadro da evolução dos sistemas educativos modernos e da


análise das tarefas realmente cumpridas pelos inspectores, mostra bem que as funções e a
concepção que têm da sua tarefa, a saber, a melhoria da qualidade ensino, não são uniformes.
Como é de esperar, os objectivos e as funções da inspecção variam segundo a estrutura política
e administrativa do sistema educativo do País.

Assim, considerando que a inspecção escolar deve contribuir para o desenvolvimento do


ensino, destinado a promover a educação integral da infância e da juventude e o seu
desenvolvimento moral, cívico intelectual e físico ao serviço da pátria, da descoberta da paz e
da amizade entre os povos; considerando também que, quase sempre na maioria dos Países, o
inspector é conselheiro didáctico que exerce ao mesmo tempo um direito de controlo sobre a
actividade do corpo docente e sobre administração escolar, e que ele deve contribuir na
melhoria da educação e ensino nas escolas intervindo para o efeito, tanto junto dos professores
como das autoridades superiores do ensino e não só.

Na Conferência Internacional da Educação, convocada pela UNESCO e pelo Bureau


Internacional da Educação em Genebra na 19º sessão, adoptou na sua Recomendação nº 42
sobre a Inspecção Escolar os seguintes objectivos:

a) O objectivo principal da inspecção escolar é de promover por todos os meios o


desenvolvimento e a eficácia das instituições educativas e assegurar uma ligação em ambos
sentidos, entre autoridades do ensino e as comunidades escolares;
b) A inspecção Escolar deve ser considerada como um serviço destinado, por um lado a fazer
compreender aos professores e à população, tanto a política educacional, as autoridades
escolares como as concepções e métodos moderno da educação e, por outro lado, informar `as
autoridades competentes as experiências, necessidades e aspirações dos professores e da
comunidade;

c) A Inspecção Escolar deve contribuir para assegurar aos professores os meios detrabalho que
lhes permitam realizar eficazmente a sua missão, facilitando a sua superação, evitando o seu
isolamento intelectual e garantindo o respeito da sua personalidade e da suas ideias de modo a
encoraja-los a tomar iniciativas;

d) A Inspecção Escolar deve fazer tudo o que for possível para criar a volta do professor, nos
seios dos pais e encarregado de educação e da comunidade em geral, o clima de compreensão,
de simpatia e de estima sem o qual não há obra educacional, nem participação moral e material
da comunidade na acção do professor.

Conclusão

O inspector é, nesta perspectiva, um professor como os outros, embora um professor


qualificado e experiente que, por isso, está em condições de orientar os seus colegas. Assim
sendo, o inspector precisa de ter a formação científica e pedagógica que se exige de um
docente, para além de outras competências necessárias ao exercício da função que
desempenha, como sejam capacidades de observação e organização, capacidades de iniciativa
e liderança, simpatia e afabilidade nas suas relações com os outros.

O “conceito de inspecção” vem associada ao termo supervisão, pelo que para cada escola devia
ser considerada como um sistema aberto, em inter-relação permanente e que a intervenção de
controlo do inspector devia ter sempre uma “intenção formativa de acompanhamento e
orientação pedagógica continuados, bem como ser analisada e compreendida numa
perspectiva de abordagem do tipo sistémico.
No âmbito na contribuição da acção inspectiva na melhoria qualitativa da educação, conclui-se
que os inspectores e os professores são unânimes em considerar que esta se deve aproximar da
função supervisiva. O inspector deve ter uma acção mais abrangente,ou seja, transpor a sua
acção na sala de aula para a instituição escolar. Para além do apoio ao desenvolvimento
profissional do professor, o supervisor tem também a responsabilidade pelo desenvolvimento
qualitativo da escola e de todos quanto nela trabalham. Por isso a sua função deve contribuir
para a promoção do sucesso escolar e desenvolvimento de todos quantos trabalham na
organização escola.
O inspector deve neste contexto ser, um profissional capaz de actuar conscientemente, na
coordenação pedagógica, na administração escolar, na gestão de sistemas e na docência e,
consoante o problema encontrado, deve em conjunto com o professor encontrar a devida
solução.

Diferenças

Inspeção Supervisão

A missão da IGE apresenta três componentes: A supervisão apresenta duas componentes: a


fiscalizar, controlar e apoiar; pedagógica, de acompanhamento; e a
administrativa, de controlo.
Fazer Inspecção implica um olhar a Fazer supervisão implica olhar de uma forma
diversidade dos contextos, dos problemas e abrangente, contextualizadora, interpretativa
das soluções encontradas em cada escola. e prospectiva.

Fazer Inspecção implica desenvolver nas Fazer supervisão implica produzir inovação, ou
escolas uma cultura de auto-avaliação e de seja, construir práticas e saberes mais
reflexão sobre as praticas pedagógicas. adequados aos problemas e aos desafios com
que os profissionais se confrontam.

O termo Inspecção, investido da função O termo supervisão provoca fenómenos de


fiscalizadora, é acolhido, em geral, com rejeição ou de desconfiança, por entrelaçarem
profundas reservas e desconfiança. A actuação concepções e hierarquização, normatividade e
do inspector é entendida na linha de fazer transmissividade, imobilismo e reprodução de
cumprir os regulamentos como normas práticas, inflexibilidade e desumanização.
prescritivas e estáveis, sem cuidar da
adequação às circunstâncias e realidades
concretas, e no uso da sua autoridade com
fundamento no poder hierárquico.

A auditoria deve constituir em si mesma um A dimensão formativa é um elemento


dispositivo de formação. essencial na função supervisiva.

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