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UNIVERSIDADE ROVUMA

FACULDADE DE EDUCAÇÃO E PSICOLOGIA

Cadeira: Necessidades Educativas Especiais, Curso: Licenciatura Ensino Básico, EaD.

Turma: 1, 3º Ano, II Semestre

Inspecção Escolar

Estudante:

Cláudio Fibione Paulo Dzindua

Docente: MA. Gilberto Daniel Rafael.

Nampula, Dezembro de 2022


Cláudio Fibione Paulo Dzindua

Cadeira: Necessidades Educativas Especiais, Curso: Licenciatura Ensino Básico, EaD,

Turma: 1, 3º Ano, II Semestre

Inspecção Escolar

Trabalho de carácter avaliativo, Faculdade de


Educação e Psicologia, Cadeira de Supervisão e
Inspecção Educacional da Escola Básica, 3º
Ano, Curso: Licenciatura em Ensino Básico,
Turma: 1, com o tema: Inspecção Escolar: tipos
básicos de inspecção; estilos de inspecção;
conceito de inspecção educacional: diferença
entre a supervisão e inspecção e objectivos da
inspecção e finalmente dos tipos de inspecção:
inspecção pedagógica; administrativa e
sindicância. A ser entregue ao

Docente: MA. Gilberto Daniel Rafael.

Nampula, Dezembro de 2022


Índice
Introdução ........................................................................................................................... 4

Definição do conceito de Inspecção .................................................................................... 5

Tipos Básicos da Inspecção ................................................................................................ 5

Estilo de inspecção .............................................................................................................. 6

Conceito de Inspecção educacional..................................................................................... 7

O director da escola e o papel da supervisão ...................................................................... 7

Objectivos da inspecção ...................................................................................................... 8

Diferença entre a supervisão e inspecção............................................................................ 9

Tipos de inspecção ............................................................................................................ 10

Inspecção Pedagógica ....................................................................................................... 10

Inspecção Administrativa .................................................................................................. 10

Inspecção de Sindicância .................................................................................................. 10

Conclusão .......................................................................................................................... 11

Bibliografia ....................................................................................................................... 12
Introdução
O enfoque fundamental da inspecção do professor é o aumento da eficácia do ensino. A
eficácia do ensino, é por definição levar o efeito das aprendizagens desejadas no aluno ou os
objectivos de um segmento particular da aula e fazer com o aluno soletre correctamente 10
palavras novas, então diz-se que o professor é eficiente, quando por meio da sua actividade de
ensino, leva todos os alunos a essa feliz conclusão. Além disso quanto mais os alunos
aprendem, mais eficaz é o ensino. O trabalho do inspector é de auxiliar o professor a aumentar
a sua eficácia, aumentando a aprendizagem do aluno.

No cenário nacional Moçambicano, a supervisão escolar tornou-se “função meio”, que


garante a eficiência da tarefa educativa, através do controle da produtividade do trabalho
docente. Actualmente a inspecção escolar é aquela que tem por objectivo melhorar todo
processo de ensino - aprendizagem, incluindo todas pessoas que nele participam, a fim de se
chegar a um trabalho cooperativo e democrático. Ela é criadora, estimula e orienta os
professores de maneira democrática e cientifica para que se desenvolvam profissionalmente e
sejam capazes de obter o grau de eficiência no processo de ensino/ aprendizagem.

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Definição do conceito de Inspecção
De acordo com Ferreira (2001) citado por Diógenes e Pauferro (2017, p. 124), a palavra
inspecção significa revista, fiscalização, carga semântica negativa que expressa a aversão dos
professores à figura do inspector.

Já para a ordem de ideia de Augusto (2010, p. 28) citado por Madivádua et al (2016, p. 48), o
termo “inspecção” define como sendo “um órgão especial do controlo e supervisão do
cumprimento das disposições e normas pedagógicas, administrativas, jurídicas, financeiras e
outras vigentes em todos os órgãos e instituições do ministério da educação.”

Parafraseando esses dois autores, podemos definir num olhar a inspecção como sendo acto de
examinar ou observar com atenção aos detalhes. O termo inspecção refere-se a uma análise
criteriosa feita com o objectivo de encontrar problemas ou a um estudo técnico detalhado.

Tipos Básicos da Inspecção


De acordo com o M. A. I (1998, p. 2) destaca quatro (4) tipos de inspecção básicas:

a) Inspecção de Controlo

A inspecção de controlo é um tipo de inspecção que visa controlar, verificar o nível de


implementação das recomendações deixadas e avaliar qualquer acção levada a cabo, para
atingir os resultados estabelecidos.

b) Inspecção Geral

A inspecção-geral é o momento que uma escola é examinada como um lugar de aprendizagem


em todas as áreas do seu trabalho, de forma a aconselha-la a melhorar através de um relatório
avaliativo.

c) Inspecção Parcial

A inspecção parcial esta inspecção ocorre na medida em que os inspectores examinam e


avaliam um número limitado de aspectos de vida escolar, tais como: o ensino, sem se
preocupar com outros aspectos.

d) Inspecção Especial:

A inspecção especial é a inspecção que incide sobre as áreas específicas da vida de escola:
greve numa escola, um acto de má conduta de um professor.

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Já para o BR de Moçambique, (2019, p. 766), existem dois tipos básicos de inspecção: a
inspecção ordinária e a extraordinária.

a) Inspecção ordinária

Inspecção Ordinária: sempre que a inspecção realizada acontece no âmbito do plano de


actividades da inspecção e é precedida por uma comunicação prévia com antecedência de 15
dias.

b) Inspecção extraordinária

Inspecção Extraordinária: quando a inspecção é realizada em situações específicas, em


seguimento de orientação superior. Ela pode ocorrer nos casos de denúncia de irregularidades,
queixas e situações similares, podendo efectivar-se com pré-aviso ou não.

Estilo de inspecção
De acordo com Varela, os estilos de inspecção são: estilo autocrático ou tradicional; estilo
laissez-faire e estilo democrático ou de supervisão.

a) Estilo laissez-faire

O inspector neste estilo tende apresentar-se como orientador, conselheiro e amigo do


professor, a que ajuda na sua auto-superação, na resolução das suas dificuldades de
desempenho profissional. Portanto, o inspector se centra no professor e visa a melhoria do seu
desempenho escolar, dando-lhe uma margem de participação.

b) Estilo autocrático ou tradicional

No estilo autocrático o inspector assume o papel de vigilante, fiscalizador e sancionador de


professores. Nesse contexto, a imagem que se tem do inspector, de algum modo idêntica à de
polícia, é a de um agente autoritário que, através de visitas quase sempre de surpresa, vai,
sobretudo, à procura de infracções que são transmitidas às entidades hierárquicas competentes
para efeitos de tomada de medidas sancionatórias.

c) Estilo democrático ou de supervisão

Neste estilo, o inspector trabalha com equipas de professores e com a ajuda de diversos
especialistas para conhecer e melhorar a situação total de uma escola ou instituição educativa,
região educativa ou mesmo do sistema educativo a nível nacional.

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Conceito de Inspecção educacional
Segundo Nérici, (1979), a inspecção educacional é “o serviço de assessoria de todas
actividades que influem sobre o processo de ensino – aprendizagem, com vista a realizar uma
melhor planificação, uma melhor coordenação e execução das mesmas, para que se atendam
de uma forma mais eficiente as necessidades e aspirações do aluno e da comunidade, assim
para que se levem a cabo mais plenamente dos objectos gerais de educação e objectivos
específicos da escola.”

O director da escola e o papel da supervisão


O papel do director da Escola:

 Proteger os professores das exigências descabidas da parte do público, quanto ao


emprego;

 Ajudar o professor a melhor compreenderem os objectivos reais da educação e o papel


real da escola na consecução dos mesmos;

 Auxiliar os professores a melhor compreenderem os problemas e necessidades dos


educandos e atende-los na medida do possível;

 Estabelecer fortes laços morais entre os professores no trabalho de tal forma que
actuem em estreita cooperação para que os fins sejam atingidos;

 Identificar o tipo de trabalho mais adequado para cada professor, de forma a


desenvolver as suas capacidades noutras direcções promissoras;

 Ajudar os professores a adquirir maior competência didáctica e orientar os


principiantes no sentido de se adaptarem á sua profissão;

 Exercer liderança democrática sob as seguintes formas: Promoção do aperfeiçoamento


profissional da escola e das suas actividades; Estabelecimento de boas relações com o
seu pessoal; Estimulação do desenvolvimento dos professores em exercício;
Aproximação estreita da escola com a comunidade.

Supervisão é responsável pela avaliação do desempenho do docente, sempre voltando-se a


uma óptica formadora, reflexiva e interactiva.

A supervisão pedagógica também responsabiliza-se pela:

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Adopção de estilos de liderança que sejam eficientes e eficazes, sempre preocupando-
se pelo equilíbrio entre pessoas/grupos e tarefas/objectivos.

Análise e orientação de diversas actividades pedagógicas

Identificação de necessidades de desenvolvimentos, tanto pessoal quanto profissional,


tendo em vista as condições necessárias para que o aprendizado seja contínuo.

Objectivos da inspecção
A história da inspecção escolar no quadro da evolução dos sistemas educativos modernos e da
análise das tarefas realmente cumpridas pelos inspectores, mostra bem que as funções e a
concepção que têm da sua tarefa, a saber, a melhoria da qualidade ensino, não são uniformes.
Como é de esperar, os objectivos e as funções da inspecção variam segundo a estrutura
política e administrativa do sistema educativo do País.

Assim, considerando que a inspecção escolar deve contribuir para o desenvolvimento do


ensino, destinado a promover a educação integral da infância e da juventude e o seu
desenvolvimento moral, cívico intelectual e físico ao serviço da pátria, da descoberta da paz e
da amizade entre os povos; considerando também que, quase sempre na maioria dos Países, o
inspector é conselheiro didáctico que exerce ao mesmo tempo um direito de controlo sobre a
actividade do corpo docente e sobre administração escolar, e que ele deve contribuir na
melhoria da educação e ensino nas escolas intervindo para o efeito, tanto junto dos
professores como das autoridades superiores do ensino e não só.

Na Conferência Internacional da Educação, convocada pela UNESCO e pelo Bureau


Internacional da Educação em Genebra na 19º sessão, adoptou na sua Recomendação nº 42
sobre a Inspecção Escolar os seguintes objectivos:

a) O objectivo principal da inspecção escolar é de promover por todos os meios o


desenvolvimento e a eficácia das instituições educativas e assegurar uma ligação em
ambos sentidos, entre autoridades do ensino e as comunidades escolares;
b) A inspecção Escolar deve ser considerada como um serviço destinado, por um lado a
fazer compreender aos professores e à população, tanto a política educacional, as
autoridades escolares como as concepções e métodos moderno da educação e, por
outro lado, informar `as autoridades competentes as experiências, necessidades e
aspirações dos professores e da comunidade;

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c) A Inspecção Escolar deve contribuir para assegurar aos professores os meios de
trabalho que lhes permitam realizar eficazmente a sua missão, facilitando a sua
superação, evitando o seu isolamento intelectual e garantindo o respeito da sua
personalidade e da suas ideias de modo a encoraja-los a tomar iniciativas;
d) A Inspecção Escolar deve fazer tudo o que for possível para criar a volta do professor,
nos seios dos pais e encarregado de educação e da comunidade em geral, o clima de
compreensão, de simpatia e de estima sem o qual não há obra educacional, nem
participação moral e material da comunidade na acção do professor.

Diferença entre a supervisão e inspecção


Inspecção Supervisão
A missão da IGE apresenta três componentes: A supervisão apresenta duas componentes: a
fiscalizar, controlar e apoiar. pedagógica, de acompanhamento; e a
administrativa, de controlo.
Fazer Inspecção implica um olhar a Fazer supervisão implica olhar de uma forma
diversidade dos contextos, dos problemas e abrangente, contextualizadora, interpretativa
das soluções encontradas em cada escola. e prospectiva.
Fazer Inspecção implica desenvolver nas Fazer supervisão implica produzir inovação,
escolas uma cultura de auto-avaliação e de ou seja, construir práticas e saberes mais
reflexão sobre as praticas pedagógicas. adequados aos problemas e aos desafios com
que os profissionais se confrontam.
O termo Inspecção, investido da função O termo supervisão provoca fenómenos de
fiscalizadora, é acolhido, em geral, com rejeição ou de desconfiança, por entrelaçarem
profundas reservas e desconfiança. A concepções e hierarquização, normatividade e
actuação do inspector é entendida na linha de transmissibilidade, imobilismo e reprodução
fazer cumprir os regulamentos como normas de práticas, inflexibilidade e desumanização.
prescritivas e estáveis, sem cuidar da
adequação às circunstâncias e realidades
concretas, e no uso da sua autoridade com
fundamento no poder hierárquico.
A auditoria deve constituir em si mesma um A dimensão formativa é um elemento
dispositivo de formação. essencial na função supervisiva.

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Tipos de inspecção

Inspecção Pedagógica
A Inspecção Pedagógica visa averiguar a conformidade do decurso do processo de ensino-
aprendizagem verificando o perfil do corpo docente e/ou formadores, dos estudantes e/ou
formandos, dos programas e conteúdos de leccionação, metodologias de ensino, materiais
didácticos, equipamentos escolares, entre outros aspectos necessários para a correcta
orientação das actividades de ensino e formação.

Inspecção Administrativa
A Inspecção Administrativa é aquela que tem como âmbito conceber, planear e realizar
missões de inspecção, auditoria, inquérito e sindicância e demais actos inspectivos julgados
necessários para a observância da legislação em vigor em todas as unidades orgânicas
centrais, instituições tuteladas e subordinadas públicas, instituições da ciência e tecnologia,
ensino superior e técnico profissional.

Para Chipanga (2001) citado por Lucas (2005, p. 13) afirma que, a Inspecção Administrativa
assume um papel importante no processo da Reforma do sector Público tendo em conta que a
reforma é um processo que decorre nos serviços públicos sendo realizada pelos funcionários e
agentes do Estado.

Inspecção de Sindicância
Segundo o estatuto referido acima destina­se a averiguação geral do funcionamento dos
serviços. Após o término é elaborado um relatório pelo sindicante no qual formulara
propostas concretas sobre o funcionamento da estrutura orgânica para seu melhoramento se
for o caso, cabendo ao referido dirigente a tomada de medidas reputadas necessárias.

Ao iniciar o processo de sindicância o sindicante fará constar tal facto por meio de editais ou
anúncios a afixar em local próprio para que toda pessoa que tenha razão de queixa ou agravo
contra o regular funcionamento do serviço sindicado se lhe apresente no prazo indicado nos
editais, a fim de prestar declarações.

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Conclusão
Chega ao fim da pesquisa, conclui-se que O “conceito de inspecção” vem associada ao termo
supervisão, pelo que para cada escola devia ser considerada como um sistema aberto, em
inter-relação permanente e que a intervenção de controlo do inspector devia ter sempre uma
“intenção formativa de acompanhamento e orientação pedagógica continuados, bem como ser
analisada e compreendida numa perspectiva de abordagem do tipo sistémico. Portanto, a
realização de várias visitas às escolas provoca, nos professores uma nova visão da Inspecção.

O inspector é, nesta perspectiva, um professor como os outros, embora um professor


qualificado e experiente que, por isso, está em condições de orientar os seus colegas. Assim
sendo, o inspector precisa de ter a formação científica e pedagógica que se exige de um
docente, para além de outras competências necessárias ao exercício da função que
desempenha, como sejam capacidades de observação e organização, capacidades de iniciativa
e liderança, simpatia e afabilidade nas suas relações com os outros.

No âmbito na contribuição da acção inspectiva na melhoria qualitativa da educação, conclui-


se que os inspectores e os professores são unânimes em considerar que esta se deve aproximar
da função supervisiva. O inspector deve ter uma acção mais abrangente, ou seja, transpor a
sua acção na sala de aula para a instituição escolar. Para além do apoio ao desenvolvimento
profissional do professor, o supervisor tem também a responsabilidade pelo desenvolvimento
qualitativo da escola e de todos quanto nela trabalham. Por isso a sua função deve contribuir
para a promoção do sucesso escolar e desenvolvimento de todos quantos trabalham na
organização escola.
O inspector deve neste contexto ser, um profissional capaz de actuar conscientemente, na
coordenação pedagógica, na administração escolar, na gestão de sistemas e na docência e,
consoante o problema encontrado, deve em conjunto com o professor encontrar a devida
solução.

A qualidade da educação é uma missão, que compete a toda a sociedade, a todos os


profissionais da educação. Entretanto a contribuição da Inspecção Educativa, designadamente,
no seguimento das acções de terreno, na verificação do cumprimento das normas, dos
princípios das determinações superiores e no apoio aos professores e outros agentes
educativos, é bastante significativa.

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Bibliografia
BR. Publicação oficial da república de Moçambique. I SÉRIE — Número 73, Terça-feira,
16 de Abril de 2019.

CUNHA, A.G. Dicionário Etimológico. Nova Fronteira da Língua Portuguesa. Rio de


Janeiro, 1994.

DIÓGENES, Elione Maria Nogueira; PAUFERRO, Nezilda do Nascimento Silva. Matrizes


históricas da inspecção escolar no Brasil: mecanismo de controle do trabalho docente em
Alagoas nos Oitocentos. Revista Linhas. Florianópolis, v. 18, n. 36, p. 121-151, jan./abr.
2017.

INE. Inspecção escolar.

LUCAS, Lucina M. M. Eficácia da Inspecção Administrativa do Estado. UEM. 2005.

MADIVÁDUA, Elídio et al. Temas de reflexão para estágio pedagógico. Maputo, 2016.

NERICI, Imídio G. Introdução a Supervisão Escolar. 3. Ed. São Paulo: Atlas, 1979.

VARELA, Bartolomeu L. Inspecção educativa: paradigmas, modalidades e


características de actuação. Praia, 2005.

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