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Tema:
Avaliação no Processo de Ensino e Aprendizagem
Discente: Docente:
BABU BACAR Prof. Doutor Anifo Martinho
SARIMA AMERICO
VITAL GERVASIO
Nampula,Novembro de 2022
Avaliação no Processo de Ensino e Aprendizagem
Estes símbolos podem ser conceitos ou notas que expressam o valor atribuído pelo professor,
supostamente, referente ao aprendizado do aluno, encerrando-se aí o ato de avaliar que, como
revela Luckesi (2005) o valor concedido pelo professor ao aprendido pelo aluno, é registrado
e, definitivamente, o aluno permanecerá nesta situação, o que equivale a ele estar
determinantemente classificado.
Objetivo geral
Objetivos específicos
Metodologia
O trabalho tem como tema Avaliação do processo de ensino e aprendizagem. Para a
compilação deste trabalho usou-se o método de pesquisa bibliográfica. De acordo com
Maconi e Lakatos (2003), a Pesquisa Bibliográfica é aquela baseada na análise da literatura já
publicada em forma de livros, artigos e literatura cinzenta (teses, dissertações, trabalhos
apresentados em congressos, relatórios, etc.).
Nesse contexto o trabalho resulta de uma pesquisa feita na internet, em banco de dados como
a LILACS, Pubmed, psycinfo, Google académico e Google geral. Para a obtenção da
informação foi usado os seguintes descritores. Destes, foram filtrados muitos artigos, teses,
dissertações, e manuais electrónicos que focalizam o tema em epígrafe apenas em português e
finalmente, fez -se a compilação deste trabalho.
Enquadramento teórico
A avaliação da aprendizagem conforme postula Luckesi (2014) começou a ser divulgada,
ofertada e entendida em 1930 por Raphy Tyler que observou que nessa época o índice de
reprovação era bastante elevado, com base nesses resultados ele concluiu que a aprendizagem
não sucedia aprazivelmente, sendo assim ele buscou ressaltar a importância e, destacar o
devido cuidado que os docentes precisam ter com a aprendizagem dos discentes, buscando
uma prática pedagógica competente para obter um resultado satisfatório de ensino e
aprendizagem. No Brasil a avaliação da aprendizagem é uma trajetória recente e ganhou
destaque no final de 1960 e início dos anos 1970 do século XX, porém a prática dos exames
escolares que acontece em nossas escolas até nos dias actuais é a prática pedagógica usada
pelos Jesuítas desde o século XVI em que as provas e os exames eram praticados como um
ritual e assim sucedeu até o século XVII, segundo Luckesi (2014):
O processo avaliativo se faz necessário tanto para o aluno quando ao professor, pois ao avaliar
o rendimento de seus alunos, ele também terá informações sobre o desempenho do seu
próprio trabalho, e assim saberá quais atitudes deveram ser tomadas, uma vez que sua atuação
fará toda diferença. Luckesi (2000) ‘‘[...] a avaliação só se completa com a possibilidade de
indicar caminhos mais adequados e mais satisfatórios para a ação, que está em curso [...]”.
Dessa forma procuramos destacar algumas concepções de avaliação:
Avaliação diagnóstica tem por objetivo diagnosticar, verificar o nível de conhecimento que o
aluno possui, adquiriu ou até mesmo as dificuldades que vão sendo apresentadas no cotidiano
escolar. Essa avaliação é muito importante, pois possibilita que o docente perceba a situação
que o aluno se encontra e faça uma autoanálise da sua prática pedagógica com a finalidade de
desenvolver métodos avaliativos que potencialize a aprendizagem do discente. Nessa
perspetiva Sant’Anna (1995) afirma que:
O conhecimento deve ajudar a compreender o mundo e nele intervir sendo que a principal
finalidade da avaliação no processo escolar é ajudar a garantir a formação integral do aluno
pela mediação do conhecimento e da aprendizagem por parte de seus alunos.
Esta concepção de avaliação exige uma mudança de postura do professor o qual deve investir
suas potencialidades, não no controle do que foi transmitido e sim na aprendizagem dos
alunos. Nesta concepção dialética, a forma de trabalho em sala de aula terá que sofrer
mudanças. É preciso olhar para o que cada aluno já sabe e para suas reais necessidades e, isso
significa olhar para a prática e para a teoria que sustenta essa prática, articulando-as com a
dinâmica do trabalho em sala de aula. Superar os conteúdos desvinculados da prática social
dos alunos e a metodologia passiva, uma vez que o professor, pela avaliação, vai acompanhar
a construção da aprendizagem do aluno na perspetiva de superação do senso comum.
Hoffmann (1994) explica que a contradição entre o discurso e a prática de alguns educadores
e sua ação classificatória e autoritária exercida, encontra explicação na concepção de
avaliação do educador, reflexo de sua história de vida como aluno e como professor. Muitos
professores reproduzem em sua prática pedagógica em sala de aula, influências de sua
formação desenvolvida numa visão tradicional e classificatória da avaliação
Segundo Hoffmann (1994), as experiências que os futuros professores têm no seu processo de
formação ditam suas posturas, posteriormente, na prática de sala de aula. Como relata a
autora: “ensinou-se muito mais sobre como fazer provas e como atribuir médias, do que se
trabalhou com o significado dessa prática em benefício ao educando e ao nosso próprio
trabalho” (p.185).
Cabe à escola, buscar a socialização através das ações pedagógicas que desenvolve e realizar
tarefas coletivas cuidando para que estas sejam desenvolvidas pelo grupo e não por um único
componente. Nesse caso, é preciso ensinar os alunos a trabalhar individualmente e em grupos
e a serem responsáveis na execução do seu trabalho. Tal procedimento faz com que os
mesmos sintam-se como partes integrantes de um grupo e de um contexto social mais amplo
Para explicar o exposto no parágrafo anterior dentro de um enfoque mais completo deste
processo dialéctico, buscamos em Gasparin (2005), que é perfeitamente possível no atual
momento histórico, relacionar uma nova cultura avaliativa da aprendizagem com o fazer
pedagógico sugerido na proposta dialética de trabalho docente-discente que parte da prática,
vai a teoria e retorna à prática.
O eixo da relação escolar situa o professor numa posição privilegiada de avaliador, mas não
se pode esquecer que o aluno tem lentes próprias, e é importante saber como ele vê este
processo (DALBEN, 2005, p.131).
Avaliação Diagnóstica
É uma avaliação que envolve uma rede de relações em que estão incluídos aquele que ensina
e aquele que aprende, com suas histórias, suas formas de agir e pensar. É a avaliação utilizada
por aqueles que acreditam que as pessoas são sempre capazes de crescerem.
Avaliação formativa
Com características bastante singulares, a avaliação formativa não tem como função atribuir
notas sem conceitos, mas determinar os avanços da aprendizagem e contribuir para melhorar a
ação didática. A avaliação formativa é muito mais que uma verificação de desempenho do
aluno.
É uma reflexão constante sobre os resultados demonstrados na sala de aula, é uma tomada de
consciência do progresso e das dificuldades dos alunos e nos permite captar avanços e as
dificuldades que forem manifestadas ao longo do processo, ainda em tempo de tomar
providências que possam afastar as dificuldades percebidas. Nessa modalidade de avaliação,
nenhum instrumento pode ser descrito como prioritário ou adotado como modelo.
O professor diversificando os instrumentos e as atividades ele deve ser coerente, com isso
possibilitará obter melhores informações sobre o trabalho em classe. Dessa forma, os alunos
são respeitados em sua individualidade e podem observar seus progressos e avanços em
relação a si próprios dentro do ritmo da aprendizagem (AZZI, 2001, p.162).
Avaliação Somativa
Em uma proposta que tenha como objetivo a classificação dos alunos, esta modalidade de
avaliação faz sentido e é muito válida, pois prepara o aluno para as cobranças em qualquer
processo seletivo.
Mas quando o objetivo é a aprendizagem efetiva, esta modalidade de avaliação não é muito
significativa, pois preocupa apenas com o resultado final e não auxilia o avanço, o
crescimento e o aprendizado do educando (AZZI, 2001, p.163).
Avaliação Contínua
A avaliação contínua possibilita o acompanhamento diário da produção e desenvolvimento do
aluno. Sendo a avaliação um ato constante na vida, o momento da avaliação deixa de ser algo
tão terrível para ser comum, diminuindo ou não, gerando tanta ansiedade, possibilitando uma
coleta real e concreta de informações.
O educador com as informações reais coletadas em sala de aula poderá possibilitar que o
aluno veja como caminha o seu processo de aprendizagem e, a partir daí, possa conhecer as
facilidades e as dificuldades no seu desenvolvimento educacional.
Para que essas informações sejam aproveitadas verdadeiramente é fundamental que o
professor esteja preparado para falar dos aspectos negativos e também dos aspectos positivos,
pois quando se valoriza apenas os aspectos negativos e não se ressalta os aspectos positivos,
pode-se intervir no potencial dos educandos, desestimulando e talvez impedindo o seu
crescimento no processo educativo.
A avaliação contínua permite compreender e vivenciar o fato de que a avaliação não existe
para perseguir, nem punir o aluno. Ela existe para auxiliar o educando em todo o processo de
escolarização (AZZI, 2001, p.163).
Um dos problemas a ela relacionados localiza-se no fato de ter sido usada, de forma especial
e prevalente, como instrumento para fechar um processo. Dessa forma, sua utilização também
fica limitada porque ela deixa de ser um procedimento, um instrumento auxiliar do processo
de ensino (DALBEN, 2005, p.115).
Muitas vezes os professores elaboram suas provas para aprovar ou reprovar os alunos e não
para auxiliá-los no processo de ensino/aprendizagem. Vários professores veem a prova como
uma obrigação, que serve somente para atribuir notas, para cumprir as normas do sistema e
não como um ponto de partida para o desenvolvimento do estudante (DALBEN, 2005, p.115).
Sousa (1991, p.96), citada por Costa e Rocha (2004, p.34), comenta que:
Avaliar significa muito mais que medir, é um processo de verificação da aprendizagem. Deve
ser uma atividade conjunta entre professor e aluno com responsabilidade mútua, tendo sempre
como meta a aprendizagem enquanto processo de transformação individual e social, tanto
cognitivo como emocional.
O erro ocorrido durante as provas permite que tanto o professor se perceba como um docente,
pensando e refletindo sobre seu trabalho, quanto o aluno sobre o seu ofício de estudante,
analisando quanto investiu no estudo, na aprendizagem das disciplinas, analisando as razões
que o levaram aos resultados obtidos.
Na avaliação no cotidiano do aluno, o erro não deveria ser considerado uma forma de punir
aquele que não “aprendeu” certos conteúdos, mas segundo Piaget (1994), deveria levá-los a
pensar em uma situação distinta, buscando sempre chegar a um resultado satisfatório.
Errar faz parte da vida do ser humano e quando bem trabalhado pode ser extremamente
produtivo e significativo para o desenvolvimento do educando, tanto na vida escolar quanto
no seu convívio social (Luckesi, 1996, p.58).
O aprendiz tem necessidade de conhecer suas possibilidades para poder situar-se em relação
ao que está sendo proposto e buscar novos caminhos para construir novas estruturas
(MELCHIOR, 2002, p.15). Para Saul (1988, p.61) citada por Melchior (2002, p.15):
Para o professor
As informações que o professor vai obtendo no decorrer do processo auxiliam-no a modificar
gradativamente seu parecer sobre o aluno, em relação às suas potencialidades e suas
limitações, sem esquecer que cada estágio de desenvolvimento e de conhecimentos dos
indivíduos é provisório.
A partir da década de 80, encontramos em Saviani (1982), uma proposição para momentos a
serem considerados no trabalho de construção dos conhecimentos com os alunos e que não
ocorrem de modo estanque. São eles: o ponto de partida e de chegada é a prática social do
aluno, iniciando se da percepção que o aluno traga do objeto de estudo, em sua realidade, e
revisando-o, nos momentos que se seguem: problematização, submeter a percepção inicial a
um processo crítico de questionamento, através da instrumentalização. Nela, as sínteses já
existentes na ciência dão suporte para as buscas realizadas, visando à interiorização dos novos
elementos ou conteúdos, pela catarse, para finalmente se chegar à prática social reelaborada,
para a qual o aluno já poderá ter construído novos elementos perceptivos, nos conteúdos
apreendidos das situações organizadas pelo professor.
Vasconcelos (1996) cita algumas categorias que poderão orientar a definição das atividades
dos alunos e, portanto, a escolha das estratégias, para o momento de construção do
conhecimento:
Depois de um árduo trabalho caracterizado por profunda leitura sobre o assunto desenvolvido
foi possível concluir que, estamos, as ideias apresentadas neste trabalho de pesquisa
procuramos considerar alguns pontos importantes. Não há desenvolvimento humano sem
avaliação. A avaliação na escola sempre esteve presente, sob formas que, hoje, podem-se
considerar como inadequadas. Mas a avaliação é sempre necessária, pois constitui uma
condição essencial para a aprendizagem. O desafio é a formulação de um projeto de avaliação
que contemple as necessidades institucionais, mas que não fragmente a experiência do aluno.
A avaliação deve ser feita de forma variada para que o aluno se sinta motivado a participar de
todo o processo ensino/aprendizagem. A avaliação deve proporcionar ao educando
oportunidades para que ele possa demonstrar o que aprendeu durante todo o processo e com
isso o educador possa rever sua prática pedagógica de acordo com as necessidades dos seus
alunos.
O professor comprometido com seu trabalho sente-se responsável pelo desenvolvimento e
pela formação de alunos participativos, críticos e capazes de posicionar-se na sociedade onde
estão inseridos. Quanto mais democratizada for a ação avaliativa, tem-se mais possibilidades
de que o aluno se beneficie do processo.
Deixar de avaliar significa provocar rupturas no processo de aprendizagem e desenvolvimento
do educando, da mesma forma que fazê-lo parcialmente ou com instrumentos inadequados ou
de forma inadequada. Bem realizada, a avaliação dá suporte à ação educativa, facilita o
planejamento do professor e garante a existência de interações produtivas entre educador e
educando, assim como entre educandos.
O estudo sobre o tema escolhido não se esgota com este trabalho podendo ser objeto de outras
pesquisas, que deem continuidade à problemática proposta com vistas à melhoria do processo
ensino/aprendizagem. tenta de forma científica apresentar argumentos convincentes de todo o
processo que os indivíduos passam para alcançarem um certo nível de aprendizagem fazendo
menção desde a sua nascença.
É importante realçar que a realização deste, foi sem dúvidas um momento de muita
aprendizagem e construção de novos conhecimentos, dado que a diversidade de fontes lidas
obrigou os autores a desenvolver uma análise crítica das mesmas de modo que se entenda o
assunto de forma mais aprofundada
Referências bibliográficas
1. LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da Aprendizagem Escolar. 15. ed. São Paulo:
Cortez, 2003.
2. SANT’ANNA, Ilza Martins. Porque avaliar? Como avaliar? Critérios e instrumentos.
10 Edições. Editora Vozes. Petrópolis. 1995.
3. LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e
proposições. 17. Ed. São Paulo: Cortez, 2005.
4. VASCONCELLOS, Celso. Avaliação: concepção dialética libertadora do processo de
avaliação escolar. 15. Ed. São Paulo: Libertad, 2005.
5. AZZI, Sandra. Avaliação escolar: desafio a educação. Coleção Veredas Formação
Superior de Professores, Guia de estudo, Módulo 6. Vol. 3, Belo Horizonte, 2001.
6. MELCHIOR, Maria Celina. Avaliação pedagógica: função e necessidade/Maria
Celina Melchior. 3. ed. Porto Alegre: Mercado Aberto, 2002.
7. PIAGET, Jean. Psicologia e Pedagogia. Rio de Janeiro: Ed Forense Universitária Ltda,
1994.
8. COSTA, Sebastião Moreira; ROCHA, Érica Ramos. Avaliação Escolar com a palavra
o aluno. Cotia, São Paulo: Íbis, 2004.
9. HOFFMANN, Jussara Maria Lerch. Avaliação Mediadora. Porto Alegre: Editora
Mediação, 1996.