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FACULDADE DE CIÊNCIAS E SAÚDE

CURSO DE LICENCIATURA EM EMFERMAGEM


CADEIRA: PEDAGOGIA E DIDACTICA
IIᵒ SEMESTRE / 3ᵒ ANO/2022

Tema:
Avaliação no Processo de Ensino e Aprendizagem

Discente: Docente:
BABU BACAR Prof. Doutor Anifo Martinho
SARIMA AMERICO
VITAL GERVASIO

Nampula,Novembro de 2022
Avaliação no Processo de Ensino e Aprendizagem

Este trabalho e de carácter Avaliativo,


ministrada no curso de licenciatura em
Enfermagem pós Laboral, no 3 Ano, na
Faculdade de Ciências de Saúde da
Universidade Lúrio, pelo docente Prof.
Doutor Anifo Martinho, na cadeira de
Pedagogia e Didactica

Nampula, Novembro de 2022


Índice
Introdução..............................................................................................................................................iv
O trabalho tem os seguintes objetivos................................................................................................iv
Objetivo geral.......................................................................................................................................iv
Objetivos específicos............................................................................................................................iv
Metodologia...........................................................................................................................................v
Enquadramento teórico...........................................................................................................................v
Um olhar sobre Avaliação no ensino e Aprendizagem.........................................................................vii
Diferentes modalidades de avaliação.....................................................................................................ix
Avaliação formativa...............................................................................................................................x
Avaliação Contínua...............................................................................................................................xi
Erro como suporte na avaliação escolar................................................................................................xii
A IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM..........xiii
O ensino, a aprendizagem e as formas de acompanhamento................................................................xiv
Quanto à mobilização para o conhecimento:........................................................................................xv
Considerações Finais..........................................................................................................................xviii
Referências bibliográficas....................................................................................................................xix
Introdução
O termo avaliação nos remete automaticamente ao processo de ensino e aprendizagem porque
se constituem em articulações indissociáveis e inquietantes na práxis pedagógica dos
docentes. Embora a pedagogia contemporânea defenda uma concepção de avaliação escolar
como instrumento de emancipação, no cotidiano escolar prevalece ainda nas práticas
avaliativas, uma ênfase nas notas obtidas pelos alunos e não na sua aprendizagem. O uso dos
resultados das avaliações encerra-se na obtenção e registro de símbolo do valor mensurável da
aprendizagem do aluno.

Estes símbolos podem ser conceitos ou notas que expressam o valor atribuído pelo professor,
supostamente, referente ao aprendizado do aluno, encerrando-se aí o ato de avaliar que, como
revela Luckesi (2005) o valor concedido pelo professor ao aprendido pelo aluno, é registrado
e, definitivamente, o aluno permanecerá nesta situação, o que equivale a ele estar
determinantemente classificado.

O presente trabalho da cadeira de Pedagogia em Enfermagem, aborda sobre Avaliação do


processo de ensino e aprendizagem O trabalho este estruturado em cinco partes, sendo a
primeira introdutória a segunda de metodologia aplicada, a terceira de desenvolvimento e a
quarta conclusiva a quinta de referências bibliográficas.

Objetivo geral

Investigar ou compreender a avaliação no processo de ensino e aprendizagem.

Objetivos específicos

Contextualizar historicamente a génese do processo de ensino e aprendizagem


Analisar as modalidades da avaliação no processo de ensino e aprendizagem.

Metodologia
O trabalho tem como tema Avaliação do processo de ensino e aprendizagem. Para a
compilação deste trabalho usou-se o método de pesquisa bibliográfica. De acordo com
Maconi e Lakatos (2003), a Pesquisa Bibliográfica é aquela baseada na análise da literatura já
publicada em forma de livros, artigos e literatura cinzenta (teses, dissertações, trabalhos
apresentados em congressos, relatórios, etc.).

Nesse contexto o trabalho resulta de uma pesquisa feita na internet, em banco de dados como
a LILACS, Pubmed, psycinfo, Google académico e Google geral. Para a obtenção da
informação foi usado os seguintes descritores. Destes, foram filtrados muitos artigos, teses,
dissertações, e manuais electrónicos que focalizam o tema em epígrafe apenas em português e
finalmente, fez -se a compilação deste trabalho.

Enquadramento teórico
A avaliação da aprendizagem conforme postula Luckesi (2014) começou a ser divulgada,
ofertada e entendida em 1930 por Raphy Tyler que observou que nessa época o índice de
reprovação era bastante elevado, com base nesses resultados ele concluiu que a aprendizagem
não sucedia aprazivelmente, sendo assim ele buscou ressaltar a importância e, destacar o
devido cuidado que os docentes precisam ter com a aprendizagem dos discentes, buscando
uma prática pedagógica competente para obter um resultado satisfatório de ensino e
aprendizagem. No Brasil a avaliação da aprendizagem é uma trajetória recente e ganhou
destaque no final de 1960 e início dos anos 1970 do século XX, porém a prática dos exames
escolares que acontece em nossas escolas até nos dias actuais é a prática pedagógica usada
pelos Jesuítas desde o século XVI em que as provas e os exames eram praticados como um
ritual e assim sucedeu até o século XVII, segundo Luckesi (2014):

“[...] Em nossas escolas, públicas e particulares, assim como


nos nossos diversos níveis de ensino, praticamos muito mais
exames escolares do que avaliação da aprendizagem. [...]
Estamos necessitando de “aprender 4 a avaliar”, pois que, ainda
estamos mais examinando do que avaliando. [...] ’’
(LUCKESI,2014, p. 23).
A avaliação escolar é fundamental sobre os rumos do sistema de ensino, além de auxiliar o
trabalho do professor, o permite conhecer seus alunos e encontrar quais são suas dificuldades.
É um mecanismo que permite definir as prioridades sobre os resultados encontrados,
direcionando sua prática para um ensino de qualidade na busca do desenvolvimento dos
educandos. Nesse caminho Sant’Anna (1995) afirma que:
A avaliação escolar é o termômetro que permite confirmar o
estado em que se encontram os elementos envolvidos no
contexto. Ela tem um papel altamente significativo na educação,
tanto que nos arriscamos a dizer que a avaliação é a alma do
processo educacional. (SANT’ANNA 1995, p.07).

O processo avaliativo se faz necessário tanto para o aluno quando ao professor, pois ao avaliar
o rendimento de seus alunos, ele também terá informações sobre o desempenho do seu
próprio trabalho, e assim saberá quais atitudes deveram ser tomadas, uma vez que sua atuação
fará toda diferença. Luckesi (2000) ‘‘[...] a avaliação só se completa com a possibilidade de
indicar caminhos mais adequados e mais satisfatórios para a ação, que está em curso [...]”.
Dessa forma procuramos destacar algumas concepções de avaliação:

Avaliação diagnóstica tem por objetivo diagnosticar, verificar o nível de conhecimento que o
aluno possui, adquiriu ou até mesmo as dificuldades que vão sendo apresentadas no cotidiano
escolar. Essa avaliação é muito importante, pois possibilita que o docente perceba a situação
que o aluno se encontra e faça uma autoanálise da sua prática pedagógica com a finalidade de
desenvolver métodos avaliativos que potencialize a aprendizagem do discente. Nessa
perspetiva Sant’Anna (1995) afirma que:

O diagnóstico se constitui por uma sondagem, projeção e


retrospecção da situação de desenvolvimento do aluno, dando
lhe elementos para verificar o que aprendeu e como aprendeu. É
uma etapa do processo educacional que tem por objetivo
verificar em que medida os conhecimentos anteriores ocorreram
e o que fez necessário planejar para selecionar dificuldades
encontradas. (SANT’ANNA, 1995, p.33).
Esse diagnóstico possibilita que o professor faça uma intervenção para o melhor resultado de
seus alunos, tomando as providências necessárias para que ele aprenda aquilo que lhe
pretenda ser ensinado, por isso é uma avaliação que deve ser feita no início de cada ciclo de
estudos, fazer o diagnóstico de seus alunos é um passo importante, é preciso saber o que o
aluno aprendeu para dar continuidade ao seu processo de ensino e aprendizagem.

Um olhar sobre Avaliação no ensino e Aprendizagem


O processo de avaliação da aprendizagem deve ser praticado com esta perspetiva dialética do
conhecimento, mas os critérios e procedimentos de avaliação muitas vezes não condizem com
a realidade vivida pelo aluno no processo de construção do conhecimento, levando-o ao
fracasso escolar. Vasconcelos (2005) propõe que o papel que se espera da escola é que possa
colaborar com a formação do cidadão pela mediação do conhecimento científico, estético,
filosófico. Para o autor,

Os alunos, desde cedo, precisariam ser orientados para dar um


sentido ao estudo; [...] na tríplice articulação entre compreender
o mundo em que vivemos, usufruir do patrimônio acumulado
pela humanidade e transformar este mundo, qual seja, colocar
este conhecimento a serviço da construção de um mundo
melhor, mais justo e solidário (p.69).

O conhecimento deve ajudar a compreender o mundo e nele intervir sendo que a principal
finalidade da avaliação no processo escolar é ajudar a garantir a formação integral do aluno
pela mediação do conhecimento e da aprendizagem por parte de seus alunos.

Esta concepção de avaliação exige uma mudança de postura do professor o qual deve investir
suas potencialidades, não no controle do que foi transmitido e sim na aprendizagem dos
alunos. Nesta concepção dialética, a forma de trabalho em sala de aula terá que sofrer
mudanças. É preciso olhar para o que cada aluno já sabe e para suas reais necessidades e, isso
significa olhar para a prática e para a teoria que sustenta essa prática, articulando-as com a
dinâmica do trabalho em sala de aula. Superar os conteúdos desvinculados da prática social
dos alunos e a metodologia passiva, uma vez que o professor, pela avaliação, vai acompanhar
a construção da aprendizagem do aluno na perspetiva de superação do senso comum.

Com uma concepção dialética da educação, supera-se o sujeito passivo da educação


tradicional, quanto o sujeito ativo da educação nova, em direção ao sujeito interativo
(VASCONCELLOS, 2005).

Hoffmann (1994) explica que a contradição entre o discurso e a prática de alguns educadores
e sua ação classificatória e autoritária exercida, encontra explicação na concepção de
avaliação do educador, reflexo de sua história de vida como aluno e como professor. Muitos
professores reproduzem em sua prática pedagógica em sala de aula, influências de sua
formação desenvolvida numa visão tradicional e classificatória da avaliação

Segundo Hoffmann (1994), as experiências que os futuros professores têm no seu processo de
formação ditam suas posturas, posteriormente, na prática de sala de aula. Como relata a
autora: “ensinou-se muito mais sobre como fazer provas e como atribuir médias, do que se
trabalhou com o significado dessa prática em benefício ao educando e ao nosso próprio
trabalho” (p.185).

Cabe à escola, buscar a socialização através das ações pedagógicas que desenvolve e realizar
tarefas coletivas cuidando para que estas sejam desenvolvidas pelo grupo e não por um único
componente. Nesse caso, é preciso ensinar os alunos a trabalhar individualmente e em grupos
e a serem responsáveis na execução do seu trabalho. Tal procedimento faz com que os
mesmos sintam-se como partes integrantes de um grupo e de um contexto social mais amplo

Na concepção pedagógica tradicional a educação é concebida como mera transmissão e


memorização de informações prontas e o aluno é visto como um ser passivo e receptivo.
Nesta pedagogia a avaliação está diretamente associada ao fazer prova, fazer exame, dar
notas, repetir ou passar de ano.

As concepções contemporâneas priorizam a avaliação do processo de construção do


conhecimento confirmando que esta avaliação se dá através de três momentos: síncrese,
análise e síntese.

O professor vai acompanhando a construção do aluno e percebendo o nível em que o mesmo


se encontra (mais ou menos sincrético), bem como “as elaborações sintéticas, ainda que
provisórias, possibilitando a interação na perspetiva de superação do senso comum”
(VASCONCELLOS, 2005, p.72).

Para explicar o exposto no parágrafo anterior dentro de um enfoque mais completo deste
processo dialéctico, buscamos em Gasparin (2005), que é perfeitamente possível no atual
momento histórico, relacionar uma nova cultura avaliativa da aprendizagem com o fazer
pedagógico sugerido na proposta dialética de trabalho docente-discente que parte da prática,
vai a teoria e retorna à prática.

O trabalho pedagógico dentro da pedagogia Histórico-crítica, tem como ponto de partida a


prática social inicial do conteúdo, onde o aluno é mobilizado a fazer a primeira leitura da
realidade, ou seja, um contato inicial com o tema a ser estudado, devendo perceber alguma
relação entre o conteúdo e seu cotidiano, das suas relações sociais, cabendo ao professor
respeitar os diferentes níveis de conhecimento que o aluno traz consigo à escola, ou seja, seu
saber anterior considerado no momento de diagnóstico
Diferentes modalidades de avaliação
Abordar as diferentes modalidades de avaliação, caracterizando ou definindo cada uma delas,
não significa separá-las. Ao contrário, significa compreender o significado de cada uma para
melhor perceber sua inter-relação (AZZI, 2001, p.16). Segundo Vianna (1997, p.36), citado
por Costa e Rocha (2004, p.70):

O mais importante, na avaliação educacional, não é comparar


variáveis que nem sempre são comparáveis, mais levantar dados
que permitam definir níveis significativos de aprendizagem e
expressá-los em termos compreensíveis para os alunos,
professores e administradores, além de refletirem o construto
que está sendo avaliado.

O eixo da relação escolar situa o professor numa posição privilegiada de avaliador, mas não
se pode esquecer que o aluno tem lentes próprias, e é importante saber como ele vê este
processo (DALBEN, 2005, p.131).

Avaliação Diagnóstica

É uma avaliação que envolve uma rede de relações em que estão incluídos aquele que ensina
e aquele que aprende, com suas histórias, suas formas de agir e pensar. É a avaliação utilizada
por aqueles que acreditam que as pessoas são sempre capazes de crescerem.

A avaliação diagnóstica acontece principalmente na fase inicial de um trabalho, com a função


de obter informações sobre o contexto em que a ação pedagógica irá ser desenvolvida,
possibilitando a definição dos objetivos do trabalho e do caminho a ser percorrido para
alcançá-los.

A avaliação diagnóstica é muito importante ao longo de todo o processo


ensino/aprendizagem, pois permite o acompanhamento do desenvolvimento do educando e
também a compreensão dos resultados obtidos, sejam eles positivos ou negativos, fornecendo
contribuições para as intervenções pedagógicas (AZZI, 2001, p.162).

Avaliação formativa
Com características bastante singulares, a avaliação formativa não tem como função atribuir
notas sem conceitos, mas determinar os avanços da aprendizagem e contribuir para melhorar a
ação didática. A avaliação formativa é muito mais que uma verificação de desempenho do
aluno.
É uma reflexão constante sobre os resultados demonstrados na sala de aula, é uma tomada de
consciência do progresso e das dificuldades dos alunos e nos permite captar avanços e as
dificuldades que forem manifestadas ao longo do processo, ainda em tempo de tomar
providências que possam afastar as dificuldades percebidas. Nessa modalidade de avaliação,
nenhum instrumento pode ser descrito como prioritário ou adotado como modelo.

O professor diversificando os instrumentos e as atividades ele deve ser coerente, com isso
possibilitará obter melhores informações sobre o trabalho em classe. Dessa forma, os alunos
são respeitados em sua individualidade e podem observar seus progressos e avanços em
relação a si próprios dentro do ritmo da aprendizagem (AZZI, 2001, p.162).

Avaliação Somativa

A avaliação somativa é associada à ideia de classificação, aprovação ou retenção, a avaliação


final, muitas vezes é desvalorizada ou desconsiderada, sobretudo no discurso sobre o trabalho
pedagógico. Essa modalidade de avaliação costuma ser criticada e descartada sem nenhuma
análise de sua função e contribuições efetivas para o processo ensino/aprendizagem.

Em uma proposta que tenha como objetivo a classificação dos alunos, esta modalidade de
avaliação faz sentido e é muito válida, pois prepara o aluno para as cobranças em qualquer
processo seletivo.

Mas quando o objetivo é a aprendizagem efetiva, esta modalidade de avaliação não é muito
significativa, pois preocupa apenas com o resultado final e não auxilia o avanço, o
crescimento e o aprendizado do educando (AZZI, 2001, p.163).

Avaliação Contínua
A avaliação contínua possibilita o acompanhamento diário da produção e desenvolvimento do
aluno. Sendo a avaliação um ato constante na vida, o momento da avaliação deixa de ser algo
tão terrível para ser comum, diminuindo ou não, gerando tanta ansiedade, possibilitando uma
coleta real e concreta de informações.

O educador com as informações reais coletadas em sala de aula poderá possibilitar que o
aluno veja como caminha o seu processo de aprendizagem e, a partir daí, possa conhecer as
facilidades e as dificuldades no seu desenvolvimento educacional.
Para que essas informações sejam aproveitadas verdadeiramente é fundamental que o
professor esteja preparado para falar dos aspectos negativos e também dos aspectos positivos,
pois quando se valoriza apenas os aspectos negativos e não se ressalta os aspectos positivos,
pode-se intervir no potencial dos educandos, desestimulando e talvez impedindo o seu
crescimento no processo educativo.

A avaliação contínua permite compreender e vivenciar o fato de que a avaliação não existe
para perseguir, nem punir o aluno. Ela existe para auxiliar o educando em todo o processo de
escolarização (AZZI, 2001, p.163).

A PROVA E O ERRO NO PROCESSO DE AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM

Prova: um instrumento de verificação

A prova é um dos instrumentos de verificação da aprendizagem e tem por finalidade oferecer


dados e informações objetivas sobre essa realidade. No entanto, como todo e qualquer
instrumento de coleta de dados, ela tem “limites” em sua elaboração e formulação.

Um dos problemas a ela relacionados localiza-se no fato de ter sido usada, de forma especial
e prevalente, como instrumento para fechar um processo. Dessa forma, sua utilização também
fica limitada porque ela deixa de ser um procedimento, um instrumento auxiliar do processo
de ensino (DALBEN, 2005, p.115).

Muitas vezes os professores elaboram suas provas para aprovar ou reprovar os alunos e não
para auxiliá-los no processo de ensino/aprendizagem. Vários professores veem a prova como
uma obrigação, que serve somente para atribuir notas, para cumprir as normas do sistema e
não como um ponto de partida para o desenvolvimento do estudante (DALBEN, 2005, p.115).

Sousa (1991, p.96), citada por Costa e Rocha (2004, p.34), comenta que:

A avaliação chega a ser confundida com os momentos de


atribuição de conceitos e os alunos não se sentem
compromissados com a aquisição de determinados
conhecimentos, mas, antes, com a conquista de determinados
conceitos. Chegaram até a não ver sentido em ir à escola quando
já atingiram o conceito necessário para a aprovação: Oh, eu já
fechei mesmo, o que vou fazer na escola? O que se percebe é
que o compromisso do aluno não se dá com a aprendizagem
propriamente dita mas o ganho de determinados pontos que lhe
garantem o sucesso escolar, os quais, da forma como são
atribuídas, não correspondem necessariamente a ocorrência de
aprendizagem.
No que se refere à aprovação e reprovação, as médias são mais fortes do que a relação
professor/aluno. Quando estes estão preocupados somente com as notas a relação entre eles
passa a ser uma relação entre coisas: as notas.

Avaliar significa muito mais que medir, é um processo de verificação da aprendizagem. Deve
ser uma atividade conjunta entre professor e aluno com responsabilidade mútua, tendo sempre
como meta a aprendizagem enquanto processo de transformação individual e social, tanto
cognitivo como emocional.

Erro como suporte na avaliação escolar


O erro na aprendizagem, não deve ser uma fonte de castigo, mas suporte para o crescimento e
a auto compreensão, seja pela busca individual ou participativa. No caso da escola o professor
conversa com o aluno, apontando-lhe os desvios cometidos em relação ao padrão
estabelecido. O erro é visto como algo dinâmico, como um caminho para o avanço
(LUCKESI, 1996, p. 57).

Nas palavras de Luckesi (1996, p.57)

O erro, como manifestação de conduta não-aprendida, decorre


do fato de que há um padrão já produzido e ordenado que dá a
direção do avanço da aprendizagem do aluno e,
consequentemente, a compreensão do desvio, possibilitando a
sua correção inteligente. Isso significa a aquisição consciente e
elaborada de uma conduta ou de uma habilidade, bem como um
passo à frente na aprendizagem e no desenvolvimento

O erro ocorrido durante as provas permite que tanto o professor se perceba como um docente,
pensando e refletindo sobre seu trabalho, quanto o aluno sobre o seu ofício de estudante,
analisando quanto investiu no estudo, na aprendizagem das disciplinas, analisando as razões
que o levaram aos resultados obtidos.

Na avaliação no cotidiano do aluno, o erro não deveria ser considerado uma forma de punir
aquele que não “aprendeu” certos conteúdos, mas segundo Piaget (1994), deveria levá-los a
pensar em uma situação distinta, buscando sempre chegar a um resultado satisfatório.
Errar faz parte da vida do ser humano e quando bem trabalhado pode ser extremamente
produtivo e significativo para o desenvolvimento do educando, tanto na vida escolar quanto
no seu convívio social (Luckesi, 1996, p.58).

A IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO NO PROCESSO DE ENSINO E


APRENDIZAGEM
 Para o aluno
Para o aluno é importante conhecer os resultados de seu empenho e esforço não só pela
satisfação da aprendizagem, mas, especialmente, pelo significado que tem o conhecimento de
suas capacidades para futuras aprendizagens.

O aprendiz tem necessidade de conhecer suas possibilidades para poder situar-se em relação
ao que está sendo proposto e buscar novos caminhos para construir novas estruturas
(MELCHIOR, 2002, p.15). Para Saul (1988, p.61) citada por Melchior (2002, p.15):

O compromisso principal da avaliação é o de fazer com que as


pessoas direta ou indiretamente envolvidas em uma ação
educacional escrevam a sua própria história e gerem as suas
próprias alternativas de ação.
Assim, a avaliação serve para os alunos como um instrumento de diagnóstico de sua situação,
tendo em vista a definição de encaminhamentos adequados para sua aprendizagem
(MELCHIOR, 2002, p.15)

 Para o professor
As informações que o professor vai obtendo no decorrer do processo auxiliam-no a modificar
gradativamente seu parecer sobre o aluno, em relação às suas potencialidades e suas
limitações, sem esquecer que cada estágio de desenvolvimento e de conhecimentos dos
indivíduos é provisório.

Com base na análise dessas informações e na conduta do aluno, é possível ao professor


formular hipóteses sobre o próprio processo ensino/aprendizagem e sobre as etapas de
desenvolvimento de cada um dos alunos (MELCHIOR, 2002, p.16).

Assim, a avaliação atingirá sua função didático-pedagógica de auxiliar o aprendiz e o


professor a obterem eficácia no processo ensino/aprendizagem quando for conduzida de
acordo com seu verdadeiro significado (MELCHIOR, 2002, p.16).
O ensino, a aprendizagem e as formas de acompanhamento

Tomando o processo avaliativo como parte e reflexo da forma de ensino e de aprendizagem


efetivada, existem considerações a fazer acerca das formas de acompanhamento, o que inclui
os instrumentos e seu uso. Pontuamos a metodologia dialética como base para a ação docente,
para o favorecimento do contínuo pensar do aluno e, portanto, para o processo de construção
do conhecimento na universidade. Os princípios desta proposta já foram explicitados em
publicações anteriores, e sem o objetivo de esgota-los ou reduzi-los, vamos pontuar alguns de
seus aspectos:

A partir da década de 80, encontramos em Saviani (1982), uma proposição para momentos a
serem considerados no trabalho de construção dos conhecimentos com os alunos e que não
ocorrem de modo estanque. São eles: o ponto de partida e de chegada é a prática social do
aluno, iniciando se da percepção que o aluno traga do objeto de estudo, em sua realidade, e
revisando-o, nos momentos que se seguem: problematização, submeter a percepção inicial a
um processo crítico de questionamento, através da instrumentalização. Nela, as sínteses já
existentes na ciência dão suporte para as buscas realizadas, visando à interiorização dos novos
elementos ou conteúdos, pela catarse, para finalmente se chegar à prática social reelaborada,
para a qual o aluno já poderá ter construído novos elementos perceptivos, nos conteúdos
apreendidos das situações organizadas pelo professor.

Encontramos também em Vasconcellos (1996), contribuições referindo-se ao método


dialético de ensino, no qual três momentos são fundamentais:

 a mobilização para o conhecimento,


 a construção do conhecimento e a elaboração da síntese do conhecimento.
 Reafirmamos o destaque desses momentos para fins didáticos, uma vez que podem
ocorrer simultaneamente, mas vejamos uma breve síntese acerca dos mesmos.

Quanto à mobilização para o conhecimento: trata-se de possibilitar ao aluno um


direcionamento para o processo pessoal de aprendizagem (que deve ser provocado, caso ainda
não esteja presente). Caberá ao professor, ao compartilhar o sabor do saber, provocar, acordar,
vincular e sensibilizar o aluno em relação ao objeto de conhecimento de tal forma que ele
permaneça saboreando durante todo o processo.
Para a mobilização, Vasconcelos (1996) sugere que se estabeleça uma articulação entre a
realidade empírica e o grupo de alunos, com suas redes de relações, visão de mundo,
percepções, linguagem, de modo que se possa estabelecer um diálogo entre o mundo dos
alunos e o campo a ser conhecido. Assim, reafirma a importância de se considerar a prática
social existente. Ter clareza dos objetivos que se pretende atingir, socializá-los e vinculá-los
aos alunos é uma maneira de se iniciar o compartilhar, com vistas a uma prática significativa
nas aulas.

O papel do professor será então de desafiar, estimular e mediar os alunos na construção de


uma relação com o objeto de aprendizagem que, em algum nível, atenda a uma necessidade
dos mesmos, auxiliando-os a tomar consciência das necessidades socialmente existentes numa
formação universitária. Isso só se fará num clima favorável à interação, tendo como temperos
à abertura, o questionamento, a divergência, adequados aos processos de pensamento crítico e
construtivo: um clima do compartilhar.

A construção do conhecimento é um momento de desenvolvimento operacional da atividade


do aluno, de sua práxis, que pode ser predominantemente perceptiva, motora ou reflexiva.
Isso se fará através de ações: estudo de textos, vídeos, pesquisa, estudo individual, debates,
grupos de trabalhos, aulas expositivas tradicionais e dialogadas, seminários, exercícios, no
qual se explicitam as relações que permitem identificar (pela análise) como o objeto de
conhecimento se constitui; daí a importância da escolha das estratégias com diversas e
significativas atividades propostas ao aluno, visando superar sua visão inicial, caótica,
sincrética sobre o objeto do conhecimento.

Vasconcelos (1996) cita algumas categorias que poderão orientar a definição das atividades
dos alunos e, portanto, a escolha das estratégias, para o momento de construção do
conhecimento:

 significação: visa estabelecer os vínculos, os nexos do conteúdo a ser desenvolvido


com os interesses e a prática social do aluno; assim, a proposta efetivada deverá ser
significativa e vinculada de forma ativa para o aluno, através das relações existentes
entre as necessidades e finalidades que ligam o aluno ao objeto do conhecimento;

 problematização: na origem da busca de todo conhecimento está colocado um


problema, cuja gênese que deve ser recuperada no estudo do conteúdo; o pensamento
do aprendiz se identifica melhor com situações onde possa mover-se, identificar-se em
diferentes posições, questionar;
 práxis: ação consciente e deliberada (motora, perceptiva, reflexiva) do sujeito sobre o
objeto a ser conhecido. Como toda a aprendizagem é ativa, exige essa ação, que
também possibilita a articulação do conhecimento com a prática social que lhe deu
origem;
 criticidade: o conhecimento deve estar ligado a uma visão crítica da realidade,
buscando a verdadeira causa das coisas, a essência dos processos naturais ou sociais,
superando a simples aparência dos mesmos;
 continuidade ruptura: partir de onde se encontra o aluno (senso comum, visão
sincrética ou inicial) para, sob o efeito da análise, pela ruptura, possibilitar a
construção de uma nova síntese que represente um conhecimento mais elaborado e
qualitativamente superior;
 historicidade: trabalhar os conhecimentos em seu quadro relacional, destacando que a
síntese existente em cada momento, por ser histórica e contextual, poderá ser superada
por novas sínteses. Além disso, identificar e deixar conhecer as etapas de elaboração
que a humanidade passou para chegar à síntese atual;
 totalidade: combinar a síntese com a análise, articulando o conhecimento com a
realidade, seus determinantes, seus nexos internos.
Igualmente importante é a elaboração da síntese do conhecimento pelo aluno. Nela ocorre a
sistematização, a expressão empírica do aluno acerca do objeto apreendido, a consolidação de
conceitos. É importante que as sínteses sejam concebidas como provisórias, pois apesar de
superadoras da visão sincrética inicial, configuram momentos do processo de construção do
conhecimento pelo aluno, visando à elaboração de novas sínteses a serem continuamente
retomadas e superadas

Nesse contexto, a interação intencional, planejada, responsável, entre aluno, professor e


objeto de conhecimento, configura a essência da relação pedagógica. Mediada pelo
conhecimento, essa relação busca o alcance da lógica própria das diversas áreas, numa
construção inovadora, mobilizando o envolvimento e o comprometimento de alunos e
professores no processo de compreensão da realidade e do seu campo profissional nela,
compartilhando os saberes e os sabores.

Na dialética, o pensamento passa necessariamente pela existência de uma afirmação ou tese


inicial, pela percepção e construção de sua contradição, ou antítese da mesma, para a se
chegar à síntese. Pontuamos que aos momentos de tese, antítese e síntese, poderemos estar
associando os momentos processuais do pensamento do aluno, como veremos a seguir.
Considerações Finais

Depois de um árduo trabalho caracterizado por profunda leitura sobre o assunto desenvolvido
foi possível concluir que, estamos, as ideias apresentadas neste trabalho de pesquisa
procuramos considerar alguns pontos importantes. Não há desenvolvimento humano sem
avaliação. A avaliação na escola sempre esteve presente, sob formas que, hoje, podem-se
considerar como inadequadas. Mas a avaliação é sempre necessária, pois constitui uma
condição essencial para a aprendizagem. O desafio é a formulação de um projeto de avaliação
que contemple as necessidades institucionais, mas que não fragmente a experiência do aluno.
A avaliação deve ser feita de forma variada para que o aluno se sinta motivado a participar de
todo o processo ensino/aprendizagem. A avaliação deve proporcionar ao educando
oportunidades para que ele possa demonstrar o que aprendeu durante todo o processo e com
isso o educador possa rever sua prática pedagógica de acordo com as necessidades dos seus
alunos.
O professor comprometido com seu trabalho sente-se responsável pelo desenvolvimento e
pela formação de alunos participativos, críticos e capazes de posicionar-se na sociedade onde
estão inseridos. Quanto mais democratizada for a ação avaliativa, tem-se mais possibilidades
de que o aluno se beneficie do processo.
Deixar de avaliar significa provocar rupturas no processo de aprendizagem e desenvolvimento
do educando, da mesma forma que fazê-lo parcialmente ou com instrumentos inadequados ou
de forma inadequada. Bem realizada, a avaliação dá suporte à ação educativa, facilita o
planejamento do professor e garante a existência de interações produtivas entre educador e
educando, assim como entre educandos.
O estudo sobre o tema escolhido não se esgota com este trabalho podendo ser objeto de outras
pesquisas, que deem continuidade à problemática proposta com vistas à melhoria do processo
ensino/aprendizagem. tenta de forma científica apresentar argumentos convincentes de todo o
processo que os indivíduos passam para alcançarem um certo nível de aprendizagem fazendo
menção desde a sua nascença.
É importante realçar que a realização deste, foi sem dúvidas um momento de muita
aprendizagem e construção de novos conhecimentos, dado que a diversidade de fontes lidas
obrigou os autores a desenvolver uma análise crítica das mesmas de modo que se entenda o
assunto de forma mais aprofundada

Referências bibliográficas

1. LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da Aprendizagem Escolar. 15. ed. São Paulo:
Cortez, 2003.
2. SANT’ANNA, Ilza Martins. Porque avaliar? Como avaliar? Critérios e instrumentos.
10 Edições. Editora Vozes. Petrópolis. 1995.
3. LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e
proposições. 17. Ed. São Paulo: Cortez, 2005.
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 GASPARIN, João Luiz. Uma didática para a pedagogia histórico-crítica. 3.ed.

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