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André Isidro

Eunice Mino Baptista


Faurida Vasco Albino
Issufo Assane
Lucrécia Filomena da Costa Bulha Wazoe
Messe Captine Machaieie
Samuel João

Avaliação Escolar
(Licenciatura em Ensino Básico – 9º Grupo/Distrito de Rapale)

Universidade Rovuma
Nampula
2021
1

André Isidro
Eunice Mino Baptista
Faurida Vasco Albino
Issufo Assane
Lucrécia Filomena da Costa Bulha Wazoe
Messe Captine Machaieie
Samuel João

Avaliação Escolar

Trabalho de carácter avaliativo, da


cadeira de Didática de Ciências
Sociais, 3º ano, curso de Licenciatura
em Ensino Básico, leccionada pela
docente: Mingas Eduardo

Universidade Rovuma
Nampula
2021
2

Índice

Introdução ....................................................................................................................................... 3

1. Conceito de Avaliação ................................................................................................................ 4

2. O Processo de Avaliação actual .................................................................................................. 4

3. Premissas para a realização da avaliação escolar ....................................................................... 5

4. Tipos e funções de avaliação escolar .......................................................................................... 6

4.1. Avaliação somativa .................................................................................................................. 6

4.2. Avaliação diagnóstica .............................................................................................................. 7

4.3. Avaliação formativa ................................................................................................................. 8

5. Os instrumentos de avaliação...................................................................................................... 9

6. Métodos de avaliação ................................................................................................................ 17

6.1. Apresentações ........................................................................................................................ 17

6.2. Avaliação entre alunos ........................................................................................................... 17

6.3. Autoavaliação ........................................................................................................................ 18

6.4. Conselho de classe ................................................................................................................. 18

6.5. Definição de objetivos ........................................................................................................... 18

6.6. Debate .................................................................................................................................... 18

6.7. Relatório individual ............................................................................................................... 19

6.8. Seminário ............................................................................................................................... 19

6.9. Trabalho em grupo ................................................................................................................. 19

7. Importância de avaliação escolar .............................................................................................. 20

Conclusão...................................................................................................................................... 21

Referências Bibliográficas ............................................................................................................ 22


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Introdução

O presente trabalho tem como tema “Avaliação escolar”. Falar da avaliação escolar é falar
maioritariamente do trabalho do professor, pois ele necessita compreender a avaliação como
parte do processo educativo. Isso implica em avançar no sentido de analisar suas finalidades ou
funções. O professor necessita compreender para que avaliar. Avalia-se para informar, para
situar o professor e o aluno no percurso escolar, para aperfeiçoar o ensino, para acompanhar e
regular a aprendizagem do aluno.

Nesse contexto, o professor precisa refletir ainda, o que será feito com os resultados, como serão
analisados, como serão devolvidos, o que será realizado após os resultados, conforme o nível de
aprendizagem dos alunos, bem como, definir qual a melhor forma de avaliar seus alunos,
considerando o momento e a modalidade de avaliação.

A avaliação necessita estar atrelada à prática metodológica do professor. Avaliação e


metodologia são indissociáveis e necessitam estar coerentes. Não há como pensar em avaliação
de maneira isolada da metodologia, dos conteúdos ou dos objetivos. É a relação existente entre
esses elementos que sustenta o sucesso do processo de ensino e aprendizagem. Um ensino
reflexivo e questionador, que problematize e proponha desafios, pressupõe uma avaliação
coerente com a maneira de se realizar.

O ato avaliativo envolve os tipos de atividades e maneiras de se articular, ou seja, seqüências


didáticas (ZABALA, 1998, p.53). Estas se traduzem em propostas metodológicas organizadas de
forma a propiciar a aprendizagem dos conteúdos necessários ao desenvolvimento das
capacidades definidas nos objetivos educativos, que constituem o referencial teórico básico de
todo processo de ensino.

Para a efectivação do trabalho, recorreu-se a consulta bibliográfica de vários autores incluindo


diversos Manuais atinentes ao módulo de Didática de Ciências Sociais, assim como a consulta
electrónica “internet”, cujas referências estão devidamente identificadas na última página do
trabalho.
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1. Conceito de Avaliação

Segundo KRAEMER (2006), avaliação vem do latim, e significa valor ou mérito ao objeto em
pesquisa, junção do ato de avaliar ao de medir os conhecimentos adquiridos pelo individuo. È
um instrumento valioso e indispensável no sistema escolar, podendo descrever os
conhecimentos, atitudes ou aptidões que os alunos apropriaram. Sendo assim a avaliação revela
os objetivos de ensino já atingidos num determinado ponto de percurso e também as dificuldades
no processo de ensino aprendizagem.

Para SANT’ANNA (1998, p.29, 30) avaliação é m processo pelo qual se procura identificar,
aferir, investigar e analisar as modificações do comportamento e rendimento do aluno, do
educador, do sistema, confirmando se a construção do conhecimento se processou, seja este
teórico (mental) ou prático.

Partindo desse pressuposto, avaliação não consiste em só avaliar o aluno, mas o contexto escolar
na sua totalidade, permitindo fazer um diagnóstico para sanar as dificuldades do processo de
aprendizagem, no sentido teórico e prático. A avaliação na concepção de BOTH (2007) vem
atrelada ao processo, onde se direciona a qualidade do desempenho sobre a quantidade de
atividades propostas, tanto para o aluno quanto para o professor, ficando em um processo
comparativo. Porém na visão do autor, o foco principal é a qualidade do ensino, ultrapassando os
limites da verificação.

2. O Processo de Avaliação actual

A avaliação exige uma observação sistemática dos alunos para saber se eles estão aprendendo
como estão aprendendo e em que condições ou atividades eles encontram maior ou menor
dificuldade. Essa avaliação não se refere apenas ao domínio de conteúdos específicos, mas
também ao desenvolvimento das capacidades. Portanto, importa avaliar o aluno como um todo,
nas diversas situações que envolvem aprendizagem: no relacionamento com os colegas, no
empenho para solucionar problemas propostos, nos trabalhos escolares, nas brincadeiras, etc.

Outro aspecto fundamental é que nas atividades específicas de avaliação, uma prova, por
exemplo, fique claro para o aluno o que se pretende avaliar e sejam usadas situações semelhantes
às de aprendizagem. A avaliação pode se tornar também um instrumento de aprendizagem,
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estimular o aluno a fazer a auto-avaliação é uma forma dele aprender a analisar seus trabalhos,
desenvolvendo seu senso crítico e sua autonomia.

Para LUCKESI (2006) a avaliação praticada nas escolas é a avaliação da culpa e as notas
praticadas são utilizadas para classificar os alunos, onde são comparados desempenhos e não os
objetivos que se pretende atingir. Esta prática de avaliação se explícita por uma relação
autoritária e conservadora que permite ao professor manter a disciplina e atenção dos alunos,
desta forma a avaliação da aprendizagem torna-se um instrumento de controle que tudo pode, de
forma que coercitiva o aluno, não lhe dando alternativas que desenvolva meios para que alcance
o aprendizado. Nesta concepção é possível perceber que a avaliação tem sido utilizada como um
instrumento estático e freador do processo de crescimento, com o objetivo de desempenhar um
papel disciplinador tornando o padrão de exigência critério do professor que ao planejar suas
aulas não estabelece um mínimo de necessário a ser aprendido pelos alunos e utiliza-se de
“médias” de notas para estabelecer a competência do aluno. “A média então é realizada a partir
da quantidade e não da qualidade, não garantindo o mínimo de conhecimento” (LUCKESI,
2006). Esta forma de avaliação retira dos alunos a espontaneidade, a criatividade e a criticidade,
gerando insegurança e medo, o aluno passa a ser conduzido a estudar em função da nota e não
pela obtenção do saber, a aprendizagem deixa de ser algo prazeroso e passa a ser um processo
desmotivador, contribuindo para a seletividade social.

3. Premissas para a realização da avaliação escolar

HOFFMANN (1993) propõe para a realização da avaliação, na perspectiva de construção, duas


premissas fundamentais:

✓ Confiança na possibilidade do aluno construir as suas próprias verdades; e


✓ Valorização de suas manifestações e interesses.

Para Hoffmann, o aparecimento de erros e dúvidas dos alunos, numa extensão educativa é um
componente altamente significativo ao desenvolvimento da ação educacional, pois permitirá ao
docente a observação e investigação de como o aluno se coloca diante da realidade ao construir
suas verdades. Ela distingue o diálogo entre professor e aluno como indicador de aprendizagem,
necessário, à reformulação de alternativas de solução para que a construção do saber aconteça. A
reflexão do professor sobre seus próprios posicionamentos metodológicos, na elaboração de
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questões e na análise de respostas dos alunos deve ter sempre um caráter dinâmico. Portanto, em
um processo de aprendizagem toda resposta do aluno é ponto de partida para novas interrogações
ou desafios do professor. Devem-se ofertar aos alunos muitas oportunidades de emitir ideias
sobre um assunto, para ressaltar as hipóteses em construção, ou as que já foram elaboradas. Sem
tais atitudes, não se idealiza, de fato, um processo de avaliação contínua e mediadora.

4. Tipos e funções de avaliação escolar

De acordo com os estudos de BLOOM (1993) a avaliação do processo ensino-aprendizagem,


apresenta três tipos de funções: diagnóstica (analítica), formativa (controladora) e somativa
(classificatória).

São funções gerais da avaliação: fornecer as bases para o planejamento; Possibilitar a seleção e a
classificação de pessoal (professores, alunos, especialistas, etc.) Ajustar políticas e práticas
curriculares.

O pressuposto é que avaliar é uma maneira de possibilitar a aprendizagem, acompanhando o


processo de desenvolvimento das ideias, dos conceitos e das aspirações dos educandos. De
acordo com Benjamin Bloom, um importante pesquisador da área da aprendizagem, em especial
da avaliação da aprendizagem, a avaliação pode ser classificada em três categorias: somativa,
diagnóstica e formativa (BLOOM; HASTINGS; MADAUS, 1983, p. 8).

Em razão da relevância desse autor para o tema em questão, seguiremos a classificação proposta
por ele para tratar dos tipos de avaliação.

4.1. Avaliação somativa

Também chamada de somatória, a avaliação somativa compreende a soma de vários


instrumentos avaliativos. Assim, no decorrer de um período letivo (bimestre, por exemplo), em
que o aluno realizou diversas atividades (trabalhos, pesquisas e provas), este recebe uma nota
única pela soma desses resultados. Essa nota deve refletir o desempenho e as aprendizagens
desse estudante no período em questão.

Ao optar-se por uma avaliação somativa, assumem-se duas vertentes: a classificação e a


aprovação. A classificação diz respeito à quantidade de conhecimentos que o aluno demonstrou
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ter adquirido, o que o coloca em comparação com os demais estudantes em relação ao seu
desempenho. A aprovação atesta que o educando está apto a frequentar o próximo nível de
ensino. “A avaliação somativa é uma avaliação muito geral, que serve como ponto de apoio para
atribuir notas, classificar o aluno e transmitir os resultados em termos quantitativos, feita no final
de um período” (BLOOM; HASTINGS; MADAUS, 1983, p. 100). Um dos problemas
identificados nesse tipo de avaliação é o fato de ela poder resumir-se a mera classificação
(avaliação classificatória), o que acarreta danos ao processo educacional. Imaginemos, por
exemplo, que determinado aluno estuda por um tempo, realiza suas avaliações, recebe por elas
resultados numéricos e simplesmente, no final desse processo, procura sua colocação num
ranking com os demais estudantes, como se só bastasse ser aprovado para o ano seguinte, e não
aprender. É justamente essa visão que se procura mudar atualmente nas práticas educativas.
Como argumenta HOFFMANN (1998, p. 57), a avaliação não deve ser classificatória, pois ela
“considera as tarefas numa linearidade, sem a articulação de uma com a outra, o que as torna
independentes e estáticas”. Assim, cada atividade que o aluno faz tem valor por ela mesma, sem
estar ligada a outra, sem ser parte de outro conhecimento maior.

4.2. Avaliação diagnóstica

Esse tipo de avaliação funciona como um diagnóstico da realidade que se pretende examinar,
fornecendo uma informação prévia acerca dos aspectos enfocados. Nas práticas da escola, em
linhas gerais, conforme FERREIRA (2009, p. 33), a avaliação diagnóstica pode ser utilizada
para: • conhecer o aluno, sua bagagem cognitiva e/ou suas habilidades; • identificar possíveis
dificuldades de aprendizagem; • verificar o que o aluno aprendeu ou não aprendeu, identificando
causas de não aprendizagem; • caracterizar o aluno quanto a interesses ou necessidades; •
replanejar o trabalho. MACHADO (1995, p. 33) observa que “A avaliação diagnóstica
possibilita ao educador e educando detectarem, ao longo do processo de aprendizagem, suas
falhas, desvios, suas dificuldades, a tempo de redirecionarem os meios, os recursos, as estratégias
e procedimentos na direção desejada” (MACHADO, 1995, p. 33). Um de suas funções consiste,
portanto, na garantia de que todos poderão aprender, além de ser:

➢ Um estímulo ao crescimento e ao fortalecimento das dinâmicas entre professor e aluno;


➢ Um processo na busca do equilíbrio sem censuras, repressões e punições;
➢ Uma segurança na caminhada pedagógica;
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➢ Uma garantia dos interesses e do direito das pessoas e das instituições;


➢ Um meio para superar limites sem traumas;
➢ Uma ajuda para o aluno saber tomar decisões, por causa da transitoriedade dos
conhecimentos. (MACHADO, 1995 p. 37)

A avaliação diagnóstica também tem a função de ajustar os conhecimentos dos educandos em


relação aos programas de ensino, ou vice-versa. O professor pode detectar que está ensinando
com base num programa muito fácil para o nível de determinados alunos e alterar o programa ou,
da mesma forma, perceber as dificuldades dos estudantes em relação a um programa e ajudá-los
a compreender melhor o que está sendo ensinado (HADJI, 2001, p. 19).

É importante observar que não é o diagnóstico em si que faz a diferença (embora ele seja muito
importante), mas sim a ação que se desenvolve depois de formulado o diagnóstico. Quando, após
uma avaliação diagnóstica, o professor retoma o sentido da aprendizagem, tendo a formação do
aluno como eixo principal.

4.3. Avaliação formativa

Ao longo deste trabalho, destacamos que a avaliação é uma parte do processo de ensino-
aprendizagem, devendo também formar o aluno, e não só “cobrar” dele. A terceira categoria de
avaliação identificada por Bloom é a avaliação formativa, que se caracteriza como aquela em que
se busca manter o princípio básico da educação, isto é, ensinar (BLOOM; HASTINGS;
MADAUS, 1983).

Entretanto, a avaliação formativa está bastante relacionada à avaliação diagnóstica, pois propõe o
uso do feedback que o diagnóstico pode dar, mas ao mesmo tempo contempla o uso de recursos
para que os déficits identificados sejam superados e a aprendizagem seja efetivada. Não se trata
de aumentar a nota dos educandos, mas de ampliar sua aprendizagem. É, de fato, o tipo de
avaliação que visa transformar a prática pedagógica. “Uma avaliação formativa (...) dá
informações, identifica erros, sugere interpretações quanto às estratégias e atitudes dos alunos e,
portanto, alimenta diretamente a ação pedagógica” (PERRENOUD, 2008, p. 68).

De forma geral, para que seja possível colocar em prática a avaliação formativa, é necessário
abandonar algumas ações associadas à avaliação – estigmatizada pelo senso comum –, no intuito
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de desenvolver um trabalho muito mais ético, responsável e comprometido, que vise realmente
formar o estudante, e não somente quantificar seu desempenho.

Conforme apontado por FERREIRA (2009, p. 53), o professor:

▪ Não deve ironizar respostas pessoais de seus alunos em situação de prova ou de outros
instrumentos de avaliação;
▪ Deve justificar seus julgamentos, pois o aluno tem direito de saber por que errou;
▪ Deve procurar não proceder a correções que gerem ambiguidades;
▪ Deve evitar a todo custo “marcar” alunos, castigando-os na correção com nota baixa,
dando a entender que o processo educativo é baseado somente na nota;
▪ Deve respeitar o aluno e avisar quando e como vai avaliá-lo;
▪ Em hipótese nenhuma, pode subtrair pontos do aluno (pois é um direito adquirido dele).

A participação pedagógica do professor na avaliação formativa é muito maior. Na verdade, não


há como conceber esse tipo de avaliação sem o comprometimento docente com todo o processo
de formação do aluno, compreendendo que a avaliação é parte da aprendizagem e como tal deve
ser analisada.

Se o maior objetivo da escola é que os educandos aprendam e com isso se desenvolvam, a


avaliação deve estar a serviço desse pressuposto. Deve então constituir-se como um ato de
investigação da qualidade das aprendizagens dos alunos, configurando-se como avaliação
diagnóstica e, a partir desta, motivar a proposta de ações que aproximem o desempenho real dos
estudantes daquele que se deseja que eles alcancem (LUCKESI, 2011, p. 175).

Contudo, no contexto da avaliação formativa, o professor se transforma em pesquisador da


prática pedagógica.

5. Os instrumentos de avaliação

Os instrumentos de avaliação possibilitam o acompanhamento da aprendizagem do aluno, visto


que expressam o que o aluno aprendeu, deixou de aprender ou ainda precisa aprender. Os
instrumentos apresentam registros de diferentes naturezas: expresso pelo próprio aluno (provas,
cadernos, textos e outros) ou expresso pelo professor (pareceres, registro de observação, fichas e
outros). Há instrumentos de avaliação que são mais utilizados e precisam ser refletido quanto a
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sua elaboração; adequação aos objetivos, conteúdo e metodologia; aplicabilidade; correção e


devolução dos resultados.

Segundo VASCONCELLOS (2003), a reflexão crítica dos instrumentos de avaliação remete o


professor a alguns questionamentos voltados ao como são preparados os instrumentos, como
analisados e corrigidos, como é feita a comunicação dos resultados e o que se faz com os
resultados obtidos. Todos esses aspectos necessitam ser amadurecidos pelo professor. Porém, a
elaboração do instrumento é um ponto crucial nessa reflexão.

Ao elaborar um instrumento de avaliação, VASCONCELLOS (2003), chama a atenção para


alguns critérios que o professor necessita considerar, ou seja, verificar se são essenciais,
reflexivos, abrangentes, contextualizados, claros e compatíveis com o trabalho realizado pelo
professor com o aluno. Ao lado dos aspectos que envolvem a escolha do instrumento de
avaliação, professor dispõe ainda, de um número significativo de instrumentos. Assim, os
instrumentos mais comuns no uso diário do professor e que propiciam maior possibilidade de
aplicação na prática diária são:

➢ A prova, a observação, o portfólio, o relatório, conselhos de classe e o mapa conceitual.

Prova

A prova é o instrumento de avaliação mais comumente utilizado na escola. Em algumas escolas


todo seu processo avaliativo é centrado em provas, visto que possibilita fidedignidade na
aprovação do aluno e na devolução dos resultados a comunidade escolar.

Segundo VASCONCELLOS (2003, p.125) na prática, alguns motivos levam o professor a usar a
prova. É mais cômodo (permite um tempo para “respirar”, corrige tudo de uma vez, etc.);

✓ O docente tema visão de que “sempre foi assim”;


✓ Não percebe a necessidade de mudar; não sabe como fazer diferente;
✓ Sentes-se segura assim, já que há uma legitimação social para este tipo de prática
(especialmente em termos de preparação para os exames);
✓ Existe a possibilidade de usá-lo como ameaça para o aluno (forma de controle do
comportamento); e
✓ Localiza o problema no aluno, não se questiona o processo.
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Porém, é necessário refletir de forma que a prova não seja o único instrumento de avaliação ou a
própria representação da avaliação, visto que essa necessita estender-se ao trabalho do professor,
ao sistema ao projeto político pedagógico e ao processo educativo.

Contudo, a prova ainda é um instrumento de avaliação bastante utilizado pelos professores das
diversas áreas do conhecimento e em diversas situações. O que se defende aqui, não é abolição
da prova, mas a necessidade de se refletir sobre a utilização e construção desse instrumento,
tomando alguns cuidados em sua elaboração e correção.

Segundo MORETTO (2003), o professor deve contemplar alguns aspectos na elaboração de


provas. A contextualização, na qual o texto de cada questão deve falar por si próprio e conduzir o
aluno na elaboração da resposta, ou seja, não deve ser apenas ilustrativo. A parametrização, que
consiste na indicação dos critérios de correção de forma clara e precisa. A exploração da
capacidade de leitura e de escrita do aluno, colocando textos que obriguem que o aluno leia para
chegar à resposta, como também elabore respostas que evidenciem sua aprendizagem. A
proposição de questões que ultrapassem a simples transcrições de informações e exijam
operações mentais mais complexas, demonstrando o que o aluno aprendeu.

Observação

A observação é um instrumento de avaliação utilizado na escola com fim informal. Nem sempre
é reconhecida pelo professor e outros envolvidos como parte do processo avaliativo ou como
instrumento que traduz resultados significativos. Utilizada dessa forma, os dados colhidos que
poderiam tornar-se valiosas informações para a condução do processo de ensino e aprendizagem,
são desprezados na tomada de decisão. Considerar o valor da observação como instrumento de
avaliação é caminhar no sentido de construção de uma avaliação mais formativa.

No entanto, para isso, necessário utilizá-la com de forma direta e organizada. Realizada de forma
direta e no dia a dia, a observação proporciona continuidade, possibilitando o acompanhamento e
a regulação da aprendizagem do aluno. Porém, alguns cuidados devem ser tomados pelo
professor ao adotar esse instrumento. Um deles é a atenção para se evitar a subjetividade. Para
isso, o professor necessita organizar formas de registros que expressem os dados coletados
durante a observação.
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Segundo ALVAREZ MÉNDEZ (2002), ao utilizar a observação como instrumento é importante


delimitar e estabelecer seus campos, isto é, o que vale a pena ser observado, qual a importância
atribuída aos dados observados e qual o papel dos sujeitos observados no processo. Também é
importante que os envolvidos, no caso, os alunos, conheçam as regras do jogo, ou seja, o que
será observado, o uso que será feito dos dados coletados na observação, o que será transformado
em nota, entre outras informações.

SANT’ANNA (1995) defende que, quando inserida no processo de avaliação, a observação pode
trazer algumas vantagens, como:

➢ Possibilita ao professor registrar o fato, comportamento ou desempenho durante o


processo, de forma imediata ou em prazo curto de tempo, evitando o esquecimento.
➢ Permite um registro fiel e mais exato, conforme a forma de registro organizada pelo
professor. Não requer a colaboração de quem é observado, visto que é realizada por
quem observa e não por quem é observado.
➢ É específica e limita-se a um número específico de características, num determinado
tempo, permitindo um olhar mais aprofundado sobre essa.
➢ Fornece dados reais sobre o aluno e sua aprendizagem, propiciando a intervenção
imediata nas dificuldades.
➢ Possibilita o acompanhamento da aprendizagem, detectando dificuldades e falhas que
podem estar ocorrendo na condução do ensino pelo professor.
➢ Fornece dados que permitem ao professor argumentar frente as colocações do aluno,
indicando as defasagens no ensino e na aprendizagem.
➢ É fácil de ser associada a outros instrumentos de avaliação.

A observação necessita ser planejada, a fim de apontar o que é, realmente importante a ser
observado, como será realizada a observação e como será feito o seu registro. Precisa ser
coerente com os objetivos, conteúdos e metodologia desenvolvida pelo professor em sala de
aula.

Relatório

Relatório escolar pode ser utilizado como instrumento de avaliação. Constitui um documento
escrito pelo aluno, em forma de narrativa, a fim de expressar um estudo ou uma atividade
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desenvolvida. “Tem por finalidade informar, relatar, fornecer resultados, dados experiências”
(SANT’ANNA ,1995, p.120) ao professor e a todos os envolvidos. A estrutura do relatório, tanto
com relação a forma quanto ao conteúdo, pode ser pré-definida pelo professor ou definida em
conjunto com os alunos, em conformidade da atividade desenvolvidos, com os objetivos e
conteúdo trabalhado. O uso do relatório é indicado para situações que envolvam relatos de
experimentos ou práticas vivenciadas pelo grupo, como excursões, visitas a museus, feiras ou
outros ambientes e outras situações de ensino, nas quais prevaleça a necessidade de um relato.

Os elementos que irão compor o relatório devem ser apresentados ao aluno antes da realização
da atividade. A apresentação anterior ao trabalho possibilita que ao aluno volte seu olhar para
aspectos importantes desenvolvidos na atividade. O relatório pode ser associado a uma
apresentação, desde que previsto e informado no contrato didático. Se o relatório for utilizado
com fins de agregar valor á nota do aluno, é necessário esclarecer ao aluno o que será avaliado.

Portfólio

O portfólio é um instrumento de avaliação constituído pela “organização de uma coletânea de


registros sobre aprendizagens do aluno que favoreçam ao professor, aos próprios alunos e às
famílias uma visão evolutiva do processo” (HOFFMANN, 2002, p.201). Deve ser organizado
pelo aluno, sob orientação do professor. Porém, uma simples coletânea na constitui um portfólio.
È preciso que contribua para entender o processo de aprendizagem do aluno e indicar ao professo
que caminho seguir. São as intenções de quem o organiza o torna significativo. Para se organizar
um portfólio é preciso ter clareza dos propósitos que se pretende com esse instrumento. É
necessário uma organização de atividades que proporcionem a percepção do desenvolvimento,
da aprendizagem do aluno e o progresso na construção do conhecimento. “Precisa constituir-se
em um conjunto de dados que expresse avanços, mudanças conceituais, novos jeitos de pensar e
fazer, alusivos à progressão do estudante” (HOFFMANN, 2002, p.202).

Segundo OKUDA (2001), o portfólio estimula o aluno a desenvolver habilidades necessárias


para ser um estudante independente. Por meio dele, o aluno obtém uma visão compreensiva e
contextualizada do seu desempenho, possibilitando ao professor, o acompanhamento da sua
aprendizagem. As discussões realizadas pelo professor com o a aluno, a partir do seu portfólio,
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necessitam conduzir o aluno a refletir sobre seu próprio processo de aprendizagem. Dessa forma,
promove o desenvolvimento do pensamento crítico.

O portfólio pode ser composto por atividades, tarefas, trabalhos, relatórios elaborados pelos
alunos. Pode incluir ainda, as anotações e registro do professor, advindas inclusive da observação
direta em sala. Porém, não basta só reunir o material, é preciso analisá-lo, discutir com o aluno
sua caminhada e seus avanços, superando a subjetividade de ambos os envolvidos.

Segundo OKUDA (2001), compete ao professor esclarecer os alunos sobre os objetivos e


composição do portfólio, bem como orientá-lo na organização e desenvolvimento. A autora
aponta alguns aspectos a serem considerados na utilização do portfólio como instrumento de
avaliação tais como:

❖ O conteúdo e a forma de apresentação do portfólio refletem as experiências de


aprendizagem, resultante das atividades do curso, porém são de natureza pessoal.
❖ A produção do aluno realizada no curso (trabalhos, exercícios, tarefas, entrevistas e
outros) constitui parte obrigatória do portfólio. Porém, o aluno pode usufruir de sua
liberdade, incluindo trabalhos de iniciativa própria ou outros sugeridos pelo professor.
❖ O portfólio não é compilação aleatória ou uma exposição dos melhores trabalhos do
aluno. Deve conter produções que evidenciem o desenvolvimento da aprendizagem
durante o curso.
❖ Os trabalhos não devem ser anexados aleatoriamente. Cada atividade deve ter
informações que explicitem do que se trata, qual sua importância e significado e porque
foi selecionado para o portfólio.
❖ Durante a construção do portfólio, o aluno deve escrever uma reflexão crítica
fundamentada sobre sua produção e aprendizado. Esse texto deve ser orientado pelo
professor e advir das reflexões conjuntas do professor com o aluno.

Conselho de classe

O conselho de classe constituiu um instrumento de avaliação do aluno, usado às vezes com


propósito de aprovação ou reprovação do aluno. É relido por meio de reuniões periódicas dos
professores de uma mesma série, diretor, supervisor, coordenador, orientador, representante de
pais ou alunos, com o fim de analisar e conhecer mais a turma e o aluno individualmente.
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Para ver o aluno no grupo e de acordo com sua própria medida, considerando sua
capacidade pessoal e seu esforço, é preciso pensar a avaliação como um procedimento
referente não apenas ao aluno como indivíduo; é preciso levar em conta todo o processo
escolar e em particular todos os aspectos do currículo (SANT’ANNA, 1995, p.89).

O conselho de classe não deve avaliar somente o aluno, destacando seu comportamento, como
algumas vezes é encontrado na escola. Mas, necessita ser um momento de discussão e reflexão,
no sentido de buscar alternativas e propor ações que promovam a melhoria da turma como um
todo e do aluno em particular.

Segundo LIBÂNEO (2004, p. 303), o conselho de classe:

É a instância que permite acompanhamento dos alunos, visando a um conhecimento mais


minucioso da turma e de cada um e análise do desempenho do professor com base nos
resultados alcançados. Tem a responsabilidade de formular propostas referentes à ação
educativa, facilitar e ampliar as relações mútuas entre os professores, pais e alunos, e
incentivar projetos de investigação.

A formulação de propostas com vista à intervenção na prática e melhoria a ação educativa é o


propósito máximo do conselho de classe. Porém, na realidade escolar, muitas vezes é deixado de
lado, permanecendo o conselho apenas como uma discussão e desabafo do professor com ralação
ao aluno, destituída de encaminhamentos.

Mapa conceitual

O Mapa conceitual pode ser utilizado como recurso de ensino ou como instrumento de avaliação.
Quando inserido como parte do processo avaliativo, é necessário que os alunos sejam informados
e sejam orientações quanto à construção da atividade, visto que essa possui características
específicas. Os Mapas Conceituais podem ser realizados a partir de um conteúdo trabalhado em
sala de aula e indicam conceitos e as relações existentes entre esses conceitos, desenvolvidos em
uma disciplina ou em uma parte dela ou ainda, em qualquer outra fonte de conhecimento. Para
MOREIRA & BUCHWEITZ (1987, p. 9) o mapa conceitual “é uma técnica de análise que pode
ser usada para ilustrar a estrutura conceitual de uma fonte de conhecimentos”.
16

O uso de mapa conceitual possibilita ao professor, verificar as concepções prévias dos alunos e
acompanhar a evolução durante o processo de aprendizagem. Por meio dele, o professor pode
ainda, relacionar as concepções dos alunos com conceitos mais inclusivos do conteúdo
trabalhado. Dessa forma, cria-se uma “rede progressiva de significados” (GURUCEAGA &
GONZÁLEZ GARCÍA, 2004, p. 117).

Segundo (MOREIRA & BUCHWEITZ, 1987, p. 43), o mapa conceitual possibilita:

1) Enfatizar a estrutura de uma disciplina e o papel dos sistemas conceituais no seu


desenvolvimento;
2) Mostrar que os conceitos de certa disciplina diferem quanto ao grau de inclusividade
e generalidade e apresentar esses conceitos numa certa ordem hierárquica de
inclusividade que facilite a aprendizagem e retenção dos mesmos;
3) Promover uma visão integrada do assunto e uma espécie de listagem daquilo que foi
abordado nos materiais instrucionais.

Assim, seu uso tanto como recurso para melhoria do ensino, quanto como instrumento de
avaliação, contribui como processo de ensino e aprendizagem. Especificamente como
instrumento de avaliação, possibilita perceber o tipo de estrutura que o aluno apresenta sobre um
determinado conjunto de conceitos. Evidencia ainda, como o aluno “organiza, relaciona,
diferencia e integra conceitos de uma determinada unidade de estudo” (MOREIRA &
BUCHWEITZ, 1987, p. 45).

O mapa conceitual utilizado antes do início de um novo conteúdo, ou seja, como avaliação
diagnóstica, propicia verificar o conhecimento que o aluno desse conteúdo, o ponto de partida do
estudo, a s decisões a serem tomadas e os encaminhamentos a serem realizados.

Quanto construído durante o processo, permite averiguar as mudanças ocorridas após a


intervenção do professor sobre o conteúdo e a evolução da aprendizagem do aluno. Evidencia
conceitos ou ligações equivocadas apresentadas pelo aluno, permitindo ao professor
reformulação ações ainda durante o processo. Quando utilizado ao final de um trabalho com
determinado conteúdo, retrata a aprendizagem apropriação realizada pelo aluno, transparecendo
sua evolução.
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Assim, como todo instrumento de avaliação, o mapa conceitual exige cuidados na elaboração,
aplicação e avaliação dos resultados. Um bom instrumento de avaliação não assegura o sucesso
do processo avaliativo, mas sim, a intenção do professor e o trabalho que é realizado com esse e,
a partir desse instrumento.

6. Métodos de avaliação

Os métodos de avaliação da aprendizagem dos alunos estão sempre passando por diversas
discussões. Algumas escolas e professores preferem utilizar a prova convencional para medir se
os estudantes aprenderam os conteúdos passados em sala de aula. Já outros, experimentam novas
metodologias como forma de verificar o aprendizado e também para inovar o ensino.

Desse modo, a avaliação escolar é sempre um desafio para os alunos, que demonstram muita
ansiedade neste momento e, também, para os professores, uma vez que eles precisam selecionar
a forma de avaliar a turma pelos conteúdos que foram ensinados, os conceitos, fórmulas etc.
Contudo, existem alguns métodos alternativos em relação à avaliação tradicional. Eles podem
indicar como está sendo construído o desenvolvimento do aluno, além de oferecer uma visão
mais ampla do processo de ensino-aprendizagem ao professor. Assim, destacamos os seguintes
metodos de avaliacao, prontos a aplicar em nossas escolas:

6.1. Apresentações

Ao longo dos últimos anos, outras formas de avaliar se os estudantes conseguiam absorver os
conteúdos foram desenvolvidas. Assim, se percebeu a importância em utilizar diferentes métodos
de avaliação e como eles podem ser aplicados para melhorar a prática pedagógica. As
apresentações motivam e ajudam os estudantes a aprenderem o conteúdo melhor, já que eles
podem se preparar com tempo para pesquisar e repassar aos colegas o conhecimento adquirido.

6.2. Avaliação entre alunos

Nesse método, são os próprios alunos que avaliam os trabalhos dos outros colegas de turma.
Contudo, o professor precisa oferecer o apoio necessário para a realização dessa tarefa, assim
como falar sobre os feedbacks que deverão ser dados, ou seja, cada ponto necessário para a
avaliação.
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6.3. Autoavaliação

Estimular os alunos a fazerem uma autoavaliação sobre determinada matéria é um dos métodos
de avaliação que fornece ao professor uma maneira de analisar o que e como melhorar seu
processo de ensino. Além disso, os estudantes têm a oportunidade de desenvolverem seu senso
crítico e refletirem sobre os temas em que precisam se esforçar mais em aprender.

6.4. Conselho de classe

Essa famosa reunião, tão temida pelos alunos, é um dos métodos de avaliação muito presente nas
escolas e serve para resolver pautas e assuntos diversos da comunidade escolar, incluindo os de
interesse dos estudantes, como provas, notas e recuperação.

Como se trata de uma reunião realizada em períodos determinados pela escola com professores
de muitas áreas e coordenadores pedagógicos, ela é uma excelente oportunidade para discutir
sobre o perfil de determinada turma ou de um aluno em específico, já que cada professor
apresenta um aspecto diferente do que ocorre dentro da sala de aula, embasando, assim, a tomada
de decisões. Seu objetivo é realizar a troca de informações, diagnosticar problemas, buscar
soluções e avaliar o processo de aprendizagem e desempenho dos alunos por parte dos
professores.

6.5. Definição de objetivos

Por meio dessa proposta, o professor estabelece as metas de ensino, a fim de definir, claramente,
o que os alunos irão aprender, as habilidades que serão desenvolvidas e as atitudes eles precisam
tomar para alcançar tais metas. Feito isso, o professor exibe um mapa para que todos façam
sugestões de mudanças e melhorias no que será ensinado. Dessa forma, os alunos também estão
atuando de forma proativa no seu processo de ensino-aprendizagem.

6.6. Debate

Esse é um dos métodos de avaliação que serve para estimular os estudantes a mostrarem seu
ponto de vista e a defenderem determinada ideia, baseando em argumentos construídos por meio
de leituras, vídeos, textos, reportagens e outros materiais de apoio sugeridos pelo professor. O
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debate é uma excelente atividade para desenvolver a oratória, além de fazer com que o aluno
aprenda a escutar opiniões contrárias, respeitando a diversidade e a liberdade de expressão.

Entretanto, o professor deve atentar para a organização do debate e desenvolver a mediação entre
os alunos, dando oportunidades iguais de fala e sem inibir nenhum comentário, ainda que se
identifique com algum pensamento. O importante é não apontar vencedores ou perdedores,
mesmo porque, em uma discussão isso não existe. Ao contrário, o professor deve estimular a
participação e o fluxo de informações.

6.7. Relatório individual

O relatório individual nada mais é que uma redação produzida pelo aluno ao final de alguma
atividade ou projeto desenvolvido. É por meio desse texto que o professor consegue medir com
exatidão o grau de apreensão do conteúdo do aluno. Assim, é possível realizar uma reorientação
de todo processo, já que ele é um ótimo indicador da compreensão dos conteúdos trabalhados em
sala de aula e o professor pode planejar novas práticas de ensino, conforme
a dificuldade apresentada nos relatórios.

6.8. Seminário

O seminário também é um dos métodos de avaliação que possuem o objetivo de aprofundar o


envolvimento do aluno com um determinado tema ensinado em sala de aula de forma a estimulá-
lo a expor suas ideias. O seminario também visa estimular a pesquisa e o uso de material de
apoio por parte do aluno e o professor tem papel de apoiar a preparação do conteúdo. Ele precisa
ajudar na definição dos temas com os alunos, determinar qual o recorte deverá ser dado na
apresentação, como também na sugestão da bibliografia: livros, revistas, jornais, filmes, vídeos,
gráficos, charges, ilustrações etc.

Outro aspecto importante a ser analisado é identificar os pontos positivos e negativos dos alunos
e ajudá-los a resolver dificuldades com relação à pesquisa, oratória, etc.

6.9. Trabalho em grupo

O trabalho em grupo está entre os mais comuns métodos de avaliação utilizados na escola. Seu
objetivo é estimular o contato e o apoio entre os alunos com ideias, métodos e características
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diferentes. Dessa maneira, ele também avalia como o aluno se relaciona com os colegas, se
existe a divisão de tarefas, como ele se comporta no compartilhamento de informações e como
ajuda seus colegas. Também é importante verificar se todos os alunos participaram e
colaboraram com o trabalho e como foram tomadas as decisões dentro do grupo. Portanto, é
fundamental avaliá-los conforme alguns quesitos: conteúdo, organização, trabalho em conjunto e
colaboração.

Estes são os métodos de avaliação mais utilizados nas escolas e, vale lembrar que o ideal é que o
professor consiga mesclar as avaliações de acordo com o perfil da turma de forma a obter uma
melhor aprendizagem. Toda essa atenção contribui para que os alunos se interessem mais em
aprender.

7. Importância de avaliação escolar

A avaliação escolar fornece informações muito importantes para o educador, pois a partir das
respostas dadas pelos alunos o professor consegue reavaliar alguns conceitos e muitas vezes
repensar a sua didática de trabalho, para que assim haja um maior aproveitamento da turma e
uma troca de conhecimentos entre colegas e educador, bem como tirar o maior proveito no PEA.

Vale salientar a importância da prática avaliativa continua, pois, somente assim, o professor será
capaz de fazer um acompanhamento do desempenho do aluno no processo de aprendizagem, o
que favorecerá um aprendizado mais significativo. A importância da avaliação vem crescendo na
medida em que a educação ganha mais espaço. No entanto, é difícil dizer que há, hoje, apenas
uma visão a esse respeito. Existem muitas concepções teóricas e muitas práticas distintas acerca
do que significa avaliar. Assim, quando se fala em avaliação precisamos esclarecer o que
estamos falando.

A partir dos estudos de Bloom, a avaliação possui três funções principais, que consiste em
função de diagnosticar os conhecimentos prévios dos alunos, para planejar incutindo o
conhecimento anterior de cada um, também tem como função a avaliação formativa que preza
controlar verificando se os alunos estão atingindo os objetivos propostos anteriormente
auxiliando o professor na identificação de deficiências, e por último temos a função somativa
que tem como objetivo a classificação dos alunos no final de um módulo ou curso de acordo com
o rendimento de cada aluno.
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Conclusão

O acto de avaliar é mais exigente que o ato de examinar tanto para o professor como para o
estudante (LUCKESI, 2005). O ato de examinar, do ponto de vista do professor, exige somente a
elaboração, aplicação, correção de provas, atribuição de notas e registro dos dados; já do ponto
de vista do estudante exige responder as provas e aguardar os resultados. Por outro lado, exige do
professor: elaborar instrumentos adequados (ou seja, de qualidade satisfatória) do ponto de vista
da investigação do desempenho do estudante; correção, reorientação dos estudantes se
necessária, re-avaliação. E, do lado do estudante, exige estudo, dedicação, investimento,
aprofundamento, busca dos melhores resultados. Portanto, o ato de avaliar é muito mais exigente
que o ato de examinar, pois que o primeiro exige qualidade de aprendizagem para o maior
número de estudantes senão de todos, o que implica em maior exigência tanto para o professor
como para o estudante.

Entretanto, não basta o "qualquer resultado está bem", mas sim importa o melhor resultado
possível, o que implica em buscar qualidade na prática educativa, o que, por sua vez, significa
investimento na busca de resultados satisfatórios. Enfim, do ponto de vista pedagógico e da
qualidade dos resultados, o ato de avaliar é mais exigente que o ato de examinar. É possível que
essa exigência traga alguma resistência do professor em transitar do ato de examinar para o de
avaliar, pois, implicam em acompanhamento, planejamento e re-orientação permanente da
aprendizagem. Os processos avaliativos fazem parte do dia a dia de sala de aula, e são
fundamentais para que o professor possa medir a evolução dos alunos e compreender suas
dificuldades. Ao entender o nível de aprendizado dos alunos, é possível ajustar o plano de ensino
à realidade deles, tornando a construção do conhecimento mais dinâmica e efetiva. Também é
através das avaliações que os pais e responsáveis conseguem observar o desempenho dos alunos
e monitorar o seu progresso, já que não acompanham presencialmente cada etapa da rotina
escolar. Isso também facilita a sua participação mais ativa no processo de ensino.

Contudo, salienta-se a importância de trabalhar todas as avaliações em conjunto. Ao cruzar os


resultados de cada uma, é possível obter uma visão holística do processo de aprendizado de cada
aluno. Dessa forma, os educadores podem investir nos procedimentos pedagógicos mais
adequados para garantir uma educação de qualidade.
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