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FAVENI – FACULDADE DE VENDA NOVA DO IMIGRANTE

NOME DO CURSO
Gestão do Trabalho Pedagógico

Nome

INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO
ARARUAMA
2019

GESTÃO PEDAGÓGICA NA ESCOLA

Autor

Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo
foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou
integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente
referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por
mim realizadas para fins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e
administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação aos
direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços). “Deixar este texto
no trabalho conforme se apresenta, fonte e cor vermelha”.

RESUMO Esta pesquisa bibliográfica tem a finalidade de analisar a avaliação


pedagógica enquanto instrumento que merece discussões profundas nos meios
educacionais, uma vez que da sua utilização resulta o sucesso ou fracasso escolar do
educando, além de refletir, dentro da visão pedagógica, sobre o sentimento mais amplo
da avaliação, buscando analisar e diagnosticar as características educacionais. Diante
do que foi estudado, foi possível perceber como o processo de avaliação do sistema
escolar e da ação educativa que esse mesmo sistema produz e reproduz está
distorcido, evidenciando os fatores que contribuem para que a avaliação não produza
os resultados esperados. Infelizmente a avaliação foi distorcida, transformando-se num
mecanismo classificatório e excludente através da possibilidade concreta de reprovar o
educando. Cabe ainda destacar a importância de se manter um projeto pedagógico no
qual constem propostas de valorizar e compreender as característica e necessidades
individuais de cada aluno, construindo espaço no sentido de viabilizar recursos que
permitam, inicialmente, identificar os problemas/dificuldades no processo de aprender,
estimulando a intervenção pedagógica de maneira a solucionar os problemas que
surgirem na aprendizagem fazendo uso de métodos, instrumentos e técnicas que
permitam mensurar até onde a avaliação nos moldes em que está se torna responsável
pelo fracasso do educando ou ainda até que ponto ela é ‘usada’ pelo sistema escolar
como a maior vilã, encobrindo, desta forma, uma outra e maior problemática. .
PALAVRAS-CHAVE: Pedagógica. Avaliação. Escola. Professor. Aluno

1 INTRODUÇÃO

Esta pesquisa bibliográfica busca definir o perfil da avaliação quando se trata do


rendimento escolar.
Reconhece-se na escola o espaço privilegiado para a transmissão de
conhecimento cultural e cientifico, se transformando, desta maneira, no meio
propagador de transmissão ou troca de valores e saberes entre dois atores – o
educador e o educando. A realidade que se apresenta implica numa postura crítica no
que diz respeito à descoberta das causas do fracasso escolar. O modelo atual tem na
avaliação o seu maior ícone dos meios de exclusão escolar e social do indivíduo, com
reflexos em sua vida intra e extra escolar, algumas vezes acompanhando-o pelo resto
de sua vida.
Não há dúvidas de que a aprendizagem só ocorre quando encontra no aluno o
desejo de aprender, a disposição de abrir-se a novos conhecimentos, portanto, é
natural entender que a motivação se encontra no interior do ser, só ele pode fazê-la
aflorar. Nesse sentido caberá ao educador entender como se processa a dinâmica da
aquisição de conhecimento pelo aluno e de que maneira ele se apropria desse
conhecimento.
Ao optar por uma nova postura de avaliação cabe ao educador modificar seus
antigos. Hábitos, abrindo mão das antigas verdades dentro de uma visão pedagógica
refletindo sobre suas concepções e indagando-se acerca do verdadeiro significado da
ação avaliativa, desafiando o mito da avaliação classificatória e ressignificando essa
prática para transformá-la em acompanhamento do processo de construção do
conhecimento do educando. Transformação a avaliação em motivação de
aprendizagem, transformando o erro em acerto dentro do processo de busca pelo novo,
aproveitando todas as oportunidades do cotidiano da sala de aula, e não somente
aquele momento especial – a prova ou teste, para recriar o mundo do educando através
da alteração da sua própria concepção sobre o processo avaliativo.
Partindo-se do pressuposto de que ao se estruturar as habilidades,
competências, valorização do conhecimento do educando e do seu meio social, inicia-
se uma tentativa de modificar o modelo de avaliação tradicional, o que nos leva à
problematizarão: “ como diferenciar as formas de avaliação?” Desse modo surge como
objetivo geral analisar sob a ótica da literatura a concepção da avaliação. Com a
finalidade de ordenar o trabalho foram construídos objetivos específicos, a saber: a)
estabelecer como a literatura percebe as tendências pedagógicas no que se refere à
avaliação; b) verificar quais as funções e modalidades da prática avaliativa; c) identificar
a escola enquanto espaço de ensino e avaliação; d) especificar alguns instrumentos
avaliativos.
Diante das diversas questões que me inquietam no dia-a-dia, surgiu a
necessidade de realizar uma pesquisa teórica sobre as prática avaliativas utilizadas
pelo sistema educacional brasileiro. A opção pelo tema surge a partir da prática pessoal
do autor do trabalho em instituições de ensino, as quais acompanhavam a linha
pedagógica tradicionalista, com algumas nuances construtivista, uma vez que se faziam
presentes questionamentos sobre a forma com que a avaliação é tratada no ambiente
escolar, embora o corpo docente se mantivesse resistente à reflexão sobre o tema,
além de negar-se a reconhecer a crescente necessidade de se rever a prática de
avaliação educacional dentro da realidade brasileira. Até porque alguns segmentos da
sociedade e grande parte dos educadores, de uma maneira geral, considera o quadro
satisfatório.
A pesquisa limita-se a estudar a avaliação e seus instrumentos na ação
educativa, visando uma reflexão e análise do tema em questão, como o objetivo de
fomentar discussões acerca do assunto.
Este estudo encontra sua justificativa ao entender que a avaliação é uma das
questões de maior complexidade no processo pedagógico, uma vez que implica em
julgamento feito pelo educador acerca do desempenho do educando mas que, para
este, apresenta-se como condição para a sua aprovação. E encontra respaldo ainda
quando se reconhece que o ato de avaliar é utilizado como forma de castigo por alguns
educadores, o que causa uma grande falha no diagnóstico sobre os resultados da
aprendizagem. Tornando-se, desta forma, em um tema que merece um processo de
meditação mais profunda, deixando-se de lado as teorias para se pensar no impacto
que a avaliação tem para o educador.
Todo trabalho de investigação cientifica deve ter, antes mesmo de seu início, a
Metodologia definida, ou seja, um planejamento que é essencial para a construção do
trabalho. Este trabalho adotou a abordagem da pesquisa pura, uma vez que a opção
pelo tema deveu-se à uma questão de ordem intelectual do autor do trabalho que
pretende analisar sob a luz da literatura (referencial teórico já publica como livros,
artigos e outros impressos de acesso facilitado ao leigo) o papel da avaliação escolar,
investigando, analisando e interpretando as informações contidas nas obras de autores
como José Carlos Libâneo, Emilia Ferreira, Regina Cazaux Haydt, Cipriano Luckesi
entre outros.
2 DESENVOLVIMENTO

De uma maneira geral a avaliação deve acompanhar todo o processo de


aprendizagem e não se restringir a um momento privilegiado – de prova ou teste o que
faz com que ela acabe de representar uma situação carregada de ameaças, de
pressões, de terror ou mesmo de castigo.
Avaliar para Luckesi (2005, p. 33) “é um julgamento de valor sobre
manifestações relevantes da realidade tendo em vista a tomada de decisão”. E através
dos instrumentos que são utilizados na prática avaliativa que o professor exerce sobre o
aluno um poder absoluto, ou seja, ele pode, por exemplo, a seu bel prazer, sem aviso
com antecedência aplicar uma prova surpresa. Detém ainda os critérios de julgamento
sobre o grau e profundidade de conhecimento do aluno.

Há que se distinguir, inicialmente, “Avaliação e nota”.


Avaliação é um processo abrangente da existência humana,
que implica uma reflexão crítica sobre a prática, no sentido
de captar seus avanços, suas resistências, suas dificuldades
e possibilitar uma tomada de decisão sobre o que fazer para
superar os obstáculos. A nota, seja na forma de número,
conceito ou menção, é uma exigência formal do sistema
educacional. Podemos imaginar um dia em que não haja,
mas nota na escola – ou qualquer tipo de reprovação – mas
certamente haverá necessidade de continuar existindo
avaliação para poder se acompanhar o desenvolvimento dos
educando e ajudá-los em suas eventuais dificuldades.
(VASCONCELOS, 2000, p.42).

E a nota, o conceito é determinante na vida do aluno, tem um valor de vida ou


morte sobre este, uma vez que é ela quem vai decidir o destino que cada um dos
educandos terá no final do ano letivo. Partindo-se deste papel que a nota assume para
o educando, o produto da avaliação acaba por se tornar uma técnica sempre individual
e individualista, da qual teoricamente somente os melhores sobrevivem ao critério
utilizado com seleção.
Hoffmann (2001) ao formular seu pensamento em relação às alterações que a
avaliação dentro do processo pedagógico deve sofrer afirma que o conceito de
avaliação atualmente tem como objetivo o julgamento para classificação do aluno e tem
como finalidade
[...] fornecer sobre o processo pedagógico
informações que permitam aos agentes escolares decidir
sobre intervenções e redirecionamentos que se fizerem
necessários em face do projeto educativo definido
coletivamente e comprometido da garantia da aprendizagem
do aluno. (HOFFMANN, 2001, p.46).

Avaliando-se a avaliação faz-se necessário um olhar reflexivo, que vise encontrar


soluções para esta difícil tarefa que é o avaliar o outro. Para tanto o avaliador deve
considerar os elementos aflitivos, sociais, psicológicos, culturais e biológicos à que
todos os indivíduos estão sujeitos, e outros tantos fatores que são consequências
naturais dessa complexa função que é ser avaliado.
O individuo é estimulado, desde a sua infância, a julgar a classificar o outro
mediante seu comportamento e, embora falho em alguns julgamentos, via de regra
quando se torna adulto crê realizar a tarefa com perfeição e mais, com justiça. Como o
professor é, antes de mais nada um ser humano, em sala de aula não poderia ocorrer
de forma diferente, uma vez que avaliar para a Didática é julgar e emitir um juízo de
valor sobre o desempenho do aluno, tendo como base o processo de ensino-
aprendizagem. (HAYDAT, 2002 p.47).
O impacto da avaliação é tão negativo no cotidiano escolar que dia de prova ou
teste muda toda a estrutura psicológica da instituição, em especial no educando que vai
ser objeto da avaliação e do educador, que se veste de juiz que encaminha ao réu a
pena máxima: receber uma nota baixa o que pesará na decisão sobre a aprovação ou
reprovação no fim do ano letivo.
O exame combina as técnicas da hierarquia que vigia e as
sanções que normalizar. É um olhar normalizador, uma vigilância que
permite qualificar, classificar e castigar. Estabelece sobre os indivíduos
uma visibilidade, através da qual são diferenciados e são sancionados.
(FOUCAULT, 2004, p.189).

Avaliação deve ser encarada como uma forma de estimular o aluno e não como
instrumento de punição ou tortura.
Dentro deste contexto todos os alunos se encontram indefesos tais qual o ratinho
da história quando se fala em processo de avaliação como critério de classificação de
alunos, uma vez que este modelo é coercitivo, baseando-se tão somente num
julgamento de valor, poucos resultados trazem, a não ser o temor pelo momento da
prova ou do teste. E é assim que a avaliação se transforma em uma arma poderosa nas
mãos dos educadores que fazem uso dela também com a finalidade de obter ordem e
disciplina, além de uma enganosa participação no processo de ensino-aprendizagem
(LUCKESI, 2005).
1.1 AVALIAÇÃO E AS CORRENTES EDUCACIONAIS
Tendências Pedagógicas da Educação.
O modelo atual de Educação no Brasil é o resultado de uma história embasada
em tendências filosófico-políticas da Educação, caracterizadas cada uma ao seu modo
por uma listagem de idéias, e como não podiam ser diferentes a avaliação vincula sua
trajetória a essas tendências pedagógicas tal qual afirma Libâneo (1994)
De acordo com Libâneo e outros autores (1994, p.64) as tendências pedagógicas
são classificadas em dois grupos: as de cunho liberal – Pedagogia Tradicional,
Pedagogia Renovada e Tecnicismo Educacional; as de cunho progressista – Pedagogia
libertadora e Pedagogia Crítica – Social dos Conteúdos.
PEDAGOGIA PROGRESSISTA
Discrimin Libertação Crítico – Social dos
ação conteúdos
Papel da Objetiva uma Preparação do aluno
escola transformação. para o mundo adulto e suas
contradições.
Conteúdo São extraídos da Não basta que os
de ensino problematização da prática de vida conteúdos sejam apenas
dos educandos. ensinados, ainda que bem
ensinados, é preciso que se
ligue de forma indissociável,
a sua significação humana e
social.
Métodos Através de diálogos. Vai-se da ação à
compreensão e da
compreensão à ação, até a
síntese (unidade entre a
teoria e a prática
Relaciona Relação horizontal. Edu- Participação ativa do
mento professor- cando e educador se posicionam aluno.
aluno como sujeito do ato do
conhecimento.
Pressupos O que é aprendido não Verificação da
to da decorre de uma imposição ou bagagem cultural do aluno.
aprendizagem memorização, mas, do nível crítico
de conhecimento
Manifestaç Confunde-se com Interação conteúdo e
ão na prática “educação popular”. realidades sociais.
escolar
Fonte: Adaptação de Luckesi (1994, p.63-74)

PEDAGOGIA LIBERAL
Discriminaçã Tradi Renovada Renov Tecnicist
o cional Progressiva ada Não a
Diretiva
PAPEL DA Prepa Adequar Mudan Modelado
ESCOLA ração às necessidades ça na ra do
intelectual e individuais à sua educação. comportamento
moral do realidade social. Momento de humano através
aluno. psicologismo de técnicas
da educação. específicas.
CONTEÚDOS São Conteúdos Facilita Ciência
DE ENSINO separados estabelecidos r os objetiva
da através de estudantes a eliminando
experiência experiência dos buscar por si qualquer
dos alunos e alunos e da mesmo os subjetividade.
da realidade realidade social. conheciment
social. o
MÉTODOS Expos Aprender Preval Preocupa
itivo e fazendo. ecendo ção com a tele
memorizaçã quase educação.
o exclusivamen
te o esforço
do professor,
através da
sua
criatividade.
RELACIONA Predo Professor Não há O
MENTO mina a não ocupa lugar rigidez nas professor é o
PROFESSOR E autoridade de destaque. É normas elo entre a
ALUNO do professor. um auxiliar do disciplinares verdade
Aluno desenvolvimento. cientifica e o
passivo. aluno.
PRESSUPOS Repas A Auto- O ensino
TO DA sar os motivação Avaliação do é um processo
APRENDIZAGEM. conhecimen- depende do aluno de
tos para o estimulo. condicionamen-
espírito de Aprender: to, através do
criança. atividade de uso reforça
descoberta. mento das
respostas que
se quer obter.
MANIFESTA Predo Choque Prática Através
ÇÕES NA PRÁTICA minan- com uma prática não das Leis:
ESCOLAR. temente pedagógica pedagógica. 5540/68 e
autoritária. tradicional. 5692/71
Fonte: Adaptado de Luckesi(1994, p. 54-62)
2 FUNÇÕES E MODALIDADES DA AVALIAÇÃO

2.1 AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA, FORMATIVA E SOMATIVA

O modelo de Educação brasileira permite que muita das vezes o educando, em


sua trajetória escolar, seja avaliado tão somente em função da sua maior ou menor
capacidade de reter as informações que lhe são transmitidas sem dar muita ênfase ao
desenvolvimento de suas potencialidade humanas.
A avaliação tem independente do instrumento utilizado, duas funções
potenciais: classificar e diagnosticar. Por mais que tenham ocorrido avanços (e alguns
retrocessos) na Educação no último século pouco se ultrapassou da perspectiva
reducionista do processo educativo, na qual os esforços localizaram-se na
escolarização do indivíduo, tendo como finalidade dotá-lo de conhecimentos e
habilidades que o tornasse apto a competir equilibradamente com a informação que os
outros indivíduos possuem. A meta é preparar o indivíduo para superar seu
semelhante, ou pelo menos equiparar-se a este, enfatizando critérios como a
individualidade. (HAYDT, 2002).
Na avaliação classificatórios conteúdos, informações e adestramentos precisam
ser etapas que educando vence. E as técnicas que se usam na avaliação classificatória
têm a função de controle e se manifestam como provas surpresa, provões, seleção de
alunos em determinadas turmas de acordo com o rendimento. Neste tipo de
metodologia a aprendizagem e memorização 1 são confundidas, existindo o estímulo
positivo e negativo através das recompensas e castigos. Este modelo de avaliação tem
a capacidade de, ao aprovar ou reprovar determinado aluno, estimular a exclusão de
indivíduos do processo de aprendizagem, impedindo-os a ter acesso ao saber. De certa
forma a avaliação classificatória está a serviço da escola coercitiva, sendo um
instrumento de coação para obter poder e controle disciplinar.
Implícitos na avaliação diagnóstica encontram-se os processos que além de
privilegiar a autocrítica ainda fomentam a participação e o envolvimento com aços reais
e do cotidiano dos educandos. Para Sant’Anna (2000) é uma dinâmica – a avaliação
diagnóstico que permite tanto ao educando como ao educador detectarem ao longo do
processo de ensino-aprendizagem as suas falhas, seus erros, limitações, desvios,
dificuldades, diferenças de forma que possam redirecionar meios, recursos, estratégias
ou procedimentos que os façam voltarem-se à direção desejada.
1
A memorização é obtida através da repetição de exercícios sistemáticos de fixação e cópia.
Segundo Haydt (2002, p.17) a avaliação diagnóstica é aquela realizada no
início de um curso, período letivo ou unidade de ensino, com a intenção de constatar se
os alunos apresentam ou não o domínio dos pré-requisitos necessários, isto é, se
possuem os conhecimentos e habilidades imprescindíveis para as novas aprendizagens
e identificar suas possíveis causas, numa tentativa de saná-los. A avaliação diagnóstica
não pretende servir à avaliação classificatória, mas antes priorizar a análise do
processo de construção da aprendizagem, do conhecimento do educando – o seu
desenvolvimento real e potencial. Ao levar em conta aquilo que o aluno está para
conquistar, valorizam-se cada etapa de crescimento do conhecimento do aluno e
quando este momento é valoroso para o aluno, decisivo em suas futuras conquistas.
Pela avaliação diagnóstica, o professor constata se os alunos estão ou não
preparados para adquirir novos conhecimentos e identificar as dificuldades de
aprendizagem.
Nesta concepção de avaliação, ela constitui-se em um marcador pedagógico
que permite verificar o presente para programar o futuro, analisando-se as condições
de uma realidade palpável a fim de estabelecer as condições necessárias à
alteração/construção desta realidade. Aqui a recuperação acontece simultaneamente à
detecção das falhas, e a avaliação se relaciona a uma prática que tenham um fim, um
resultado social desejado.
3 CONCLUSÃO

A forma de conceber a educação reflete uma postura filosófica em face da


educação. Enquanto medir é um processo descritivo, avaliar é um processo
interpretativo, pois supõe julgamento a partir de uma escala de valores.
Em momento algum do processo de formação das teorias educacionais a
avaliação deixou de ser um dos maiores desafios para o trabalho educacional exitoso,
pois nos moldes em que se encontra representa para os educandos a abertura ou
fechamento de possibilidades de continuar os estudos, de aprender e de se construírem
como cidadãos. Na história da educação brasileira é preciso destacar o papel da
avaliação para as pedagogias tradicional, nova ou escolanovista, tecnicista, libertadora
dos conteúdos sócio-culturais.
Após analisar o significado do termo avaliação e salientar os problemas
enfrentados por professores em relação à avaliação do processo de ensino-
aprendizagem, compreende-se a necessidade de mudanças.
O trabalho executado durante o ano letivo é, pois, conseqüência, e ao mesmo
tempo, será causa de efetivos atos de aprender de todo os que compõem uma turma
escolar. Portanto, supõe-se da parte dos professores, individualmente e em grupo, o
compartilhar da responsabilidade de verificar e aferir os quanto o aluno sabe. E utilizar
estes resultados como elementos de diagnósticos para a redefinição de suas ações
pedagógicas responsáveis, não punitivas e, desta forma, capazes de reorientar
construtivamente seu trajeto escolar.
Torna-se necessário ainda destacar a avaliação predominante nas escolas,
destacando-se a urgência de se adotar uma nova postura visando a sua melhoria e a
compreensão do seu verdadeiro significado.
A avaliação não é um fim, mas um meio; para o aluno, é um meio de superar as
dificuldades e continuar progredindo na aprendizagem; para o professor, é um meio de
aperfeiçoar seus procedimentos de ensino. É desse modo que a avaliação assume um
sentido orientador.
Atualmente, a avaliação tem caráter funcional, pois se realiza em função dos
objetivos previstos.
Ao avaliar o aproveitamento escolar do aluno, o professor deve utilizar técnicas
diversas e instrumentos variados, pois, quanto maior for a amostragem, mais perfeita
será a avaliação. Deve-se ter um olhar e uma escuta clara, posicionando-se como
observador, e não como juiz que dificilmente fará um contato com a saber.
Diante de tantos questionamentos é necessário dizer que a avaliação da
aprendizagem do sistema brasileiro clama por socorro. É preciso repensar a avaliação
e a necessidade urgente desta mudança surge como um desafio, no sentido de situar o
relevante papel dos profissionais comprometidos com educação deste país,
especialmente os professores, agentes de mudança.
Quando se propõe alternativas que possibilitem ao professor redefinir sua
prática pedagógica, mudar sua postura e posicionamento em relação a avaliação da
aprendizagem, deve-se ter consciência do real significado da avaliação e de sua
utilização como função controladora e anti-democrática, desempenhando um papel
negativo na educação e favorecendo o fracasso escolar.
Avaliar também é sinônimo de garantir de êxito quando quem avalia o faz
equilibradamente. Não é fácil, mas é necessário e possível. Para finalizar podemos
conceber a avaliação como um verdadeiro diálogo, o esforço de verdade nas relações,
em que se esvaziam as conversas dos corredores, tudo o que é dito por detrás, de
forma destrutiva, e nas quais se canaliza as críticas mútuas para um profundo esforço
de construção, desenvolvimento humano e profissional.
Avaliar e educar são atribuir valores sim, mas é também fortalecer qualidade de
vida, criar esperanças, desenvolver conhecimentos, criar solidariedade. Avaliar e
educar são criar amor.
Avaliar é um dos elementos para reflexão e transformação da prática escolar e
tendo com princípio o aprimoramento da qualidade de ensino.
A avaliação escolar deve ser mais estudada e esmiuçada buscando considerar
relações e diálogo entre professor e aluno que possam ser garantidas dentro das
variadas formas de avaliação.
Ao finalizar o trabalho só se pode concordar com Vygotsky (1993) quando ele afirmar
que o melhor papel a ser assumido pelo educador é o de mediador da aprendizagem,
criando e agindo na zona de desenvolvimento proximal do aluno. Além de romper com
os mitos, ritos e crenças da escola tradicional que teimam em permanecer na
identidade docente. Nestes casos a avaliação ainda é utilizada como forma de poder e
punição, castigo e até para manter o ‘respeito’ dos educandos. Embora creiamos que a
partir do momento que o educador se tornar mediador da aprendizagem e não somente
um detentor do saber, cai por terra a prática da aplicação de prova como ferramenta do
poder.
4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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