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Processo de avaliação da

aprendizagem em curso de Odontologia


É essencial que haja uma discussão acerca de como a aprendizagem
deve ser avaliada nos cursos de graduação.
Marcos Tarciso Masetto*, Andréa Sales do Prado**

* Professor Titular da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.


** Mestranda em Educação: Currículo - Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo.

O tema avaliação sempre é instigador quando dia-


logamos com professores por vários motivos: seja
pela insatisfação que causa em alunos e professores;
Neste estudo, iremos focar a avaliação dentro do
sistema educacional, especificamente na aprendiza-
gem, pois é justamente nessa área que ela vem produ-
seja pelos sentimentos que produz (tensão, medo, zindo efeitos mais marcantes dentro e fora do contex-
pavor, insegurança, arbitrariedade, injustiça nos alu- to das instituições educacionais, com repercussões de
nos; insegurança, certezas, poder, disciplina, indisci- caráter ético, político e pedagógico.
plina, controle, objetividade, subjetividade, justiça, No cenário educacional, historicamente, a palavra
injustiça nos professores); seja pelas conseqüências avaliação tem estado vinculada a uma dimensão clas-
que a avaliação traz: aprovação ou reprovação, forma- sificatória de atribuir juízo de valor, de julgamento,
ção de profissionais competentes ou incompetentes, de regulamentação, utilizada como um instrumento
responsabilidade social pela colocação de profissio- de poder e controle que aprova ou reprova. Transfor-
nais que atendam às necessidades da sociedade, valo- ma em valor absoluto o que pode ser relativo, é usado
rização ou não de disciplinas conforme o índice de como um artifício de punição, ocorrendo a partir de
reprovação (indicador da “seriedade e nível” da disci- um currículo pré-definido reduzindo-se a uma medi-
plina). da que por sua vez é traduzida através de provas ou
Do ponto de vista teórico são outras questões com- verificação de resultados.
plexas a serem consideradas: avaliação de produto Este artigo tem por objetivo mostrar um outro
e/ou de processo? Avaliação final classificatória? Ava- olhar sobre a avaliação educacional, numa perspecti-
liação contínua durante o processo de aprendizagem? va crítica que nos faça repensar a nossa práxis docen-
Distinguir entre processo de avaliação e técnicas ava- te como ação-reflexão, em busca de uma transforma-
liativas, hetero e auto-avaliação. ção qualitativa de ensino-aprendizagem gerando um
Todas estas provocações nos levam a refletir sobre processo de emancipação mútua, daquele que ensina
o processo de avaliação em seu conceito e em sua e daquele que aprende.
história, para posteriormente analisarmos a possibili- Quando falamos em avaliação da aprendizagem,
dade de se implantar um novo processo avaliativo em necessário se faz, em princípio, estabelecer uma rela-
cursos de Odontologia. ção de cumplicidade entre essas duas palavras, posto
que nos referimos a avaliação enquanto processo de
PROCESSO DE AVALIAÇÃO: CONCEITO E ensino-aprendizagem, onde o percurso percorrido
HISTÓRIA por professor e aluno torna-se, a priori, nosso referen-
A avaliação pode ser considerada como um pro- cial.
cesso que faz parte da nossa vida cotidiana. Apesar de Ao recorrermos à literatura recente, algumas con-
no dia-a-dia não serem necessários instrumentos for- siderações já produzidas demonstram a preocupação
mais, estamos constantemente atribuindo juízos de em ampliar e demonstrar uma nova compreensão a
valor, a tudo o que nos rodeia. respeito de avaliação da aprendizagem. Nossa inten-

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ção é de pontuar alguns acontecimentos marcantes, dos em fazer apreciações acerca do mérito dos empreen-
bem como citar alguns nomes importantes nesse mo- dimentos educacionais”1.
vimento.
O conceito de avaliação é aqui constituído numa Esta definição de avaliação como medida de alcan-
dimensão histórica, e como tal acompanha os movi- ce dos objetivos educacionais passa a ter a inclusão de
mentos e as transformações sociais, em cada época em outros instrumentos tais como testes cientificamente
diferentes espaços e contextos. construídos, objetivando a eficiência do processo de
Segundo Abramowicz1 (1996), ensino-aprendizagem como determinantes do suces-
so ou fracasso educativo.
“o estudo de avaliação da aprendizagem constitui-se no Cronbach na década de 60
ramo mais antigo da área de medida do rendimento e teve
início em 1901 com Robert Thorndike, nos Estados Unidos, “propunha uma superação da idéia de que os objetivos são
enfatizando a medida das mudanças comportamentais”. organizadores da avaliação. Para ele, a avaliação deve se
orientar pela noção do tipo de decisão que se pretende que
Durante muito tempo os estudos sobre avaliação ela sirva. As decisões a serem tomadas constituem, pois, o
foram centrados na proposta de medir o progresso centro da avaliação. Por isso avaliar as estruturas específicas
dos alunos, baseando-se em testes que eram elabora- de um programa é mais importante que fazer comparações
dos conforme objetivos pré-definidos ou com testes com outras unidades externas; o processo interno é muito
padronizados. Aos poucos esses testes começaram a importante e as decisões de mudança podem ser tomadas
ser revistos na medida em que o aluno também foi durante o desenvolvimento, não necessariamente depois
deixando de ser considerado como um depositário de de terminado o programa de curso”8.
informações, e os procedimentos avaliativos passaram
a considerar questões como opiniões, atitudes, expec- Acrescentamos a esse contexto as idéias do grupo
tativas. de estudos de Bloom (1970) que apontam para a de-
É atribuído a Tyler o pioneirismo na avaliação edu- finição da avaliação tal qual vem sendo utilizada como
cacional. Coube a ele inserir entre outros elementos, critério de atribuição de notas ao aluno, bem como
a definição de objetivos como comportamento mani- uma forma de classificá-lo. Sob a supervisão de Bloom,
festo do aluno no desenvolvimento curricular. Essas um grupo de estudos da Universidade de Chicago,
questões foram fundamentais na introdução de novos hierarquizou as tarefas de aprendizagem com aplica-
conceitos na avaliação da aprendizagem com ênfase ção de testes de curto diagnóstico e progresso do alu-
na elaboração do currículo como um instrumento no, regulando a aprendizagem dos alunos e auxilian-
para regulação do conhecimento, para o controle do do sua motivação. Definiram assim a avaliação da
planejamento, para quantificar e classificar produtos aprendizagem: “é a coleta sistemática de dados a fim
e resultados. Isto tudo dentro de uma lógica tecnicis- de verificar se, de fato, certas mudanças estão ocor-
ta vinculada à dimensão de controle e medida. Esse rendo no aprendiz bem como verificar a quantidade
modelo foi considerado na época um instrumento de de mudança ocorrida em cada aluno”1.
possibilidade de aperfeiçoamento do ensino. Scriven (1967) foi o precursor da “clássica distin-
Dentro dessa corrente tecnicista, encontramos ção entre avaliação formativa, que se realiza ao longo
Hilda Taba, Robert F. Mager, Robert Gagné, sendo do processo com introdução de modificações, e ava-
este último um propositor de que a avaliação da apren- liação somativa, realizada depois de terminado um
dizagem significava verificar se o “aluno conseguiu ou processo para verificar os resultados”8.
não realizar cada um dos comportamentos subordi- Dessa forma Bloom e colaboradores na década de
nados à tarefa final e que deveriam estar contidos no 70, propõem a discussão de uma visão de avaliação
programa de instrução”1. mais abrangente que se consolida entre outros
Em 1970, James Popham em colaboração com Eva como
Baker anunciam a idéia de que
“um método de coleta e processamento dos dados neces-
“quando se avalia, faz-se sempre algum tipo de apreciação. sários à melhoria da aprendizagem e do ensino; inclui uma
Faz-se uma estimativa ou um julgamento de valor, de algum grande variedade de dados superior ao rotineiro exame
fenômeno e, na avaliação educacional, estamos interessa- escrito final; auxilia no esclarecimento das metas e objetivos

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educacionais importantes e consiste num processo de de- radigmas, Paulo Freire representou e representa a
terminação da medida em que o desenvolvimento do aluno busca por uma educação libertadora, que conduz à
está se processando de maneira desejada; é um sistema de formação da consciência crítica, abordando a neces-
controle de qualidade pelo qual se pode determinar, a cada sidade de estarem presentes no processo de aprendi-
passo do processo ensino-aprendizagem, se está sendo efi- zagem questionamentos como: a quem se destina esse
caz ou não; e, caso não o esteja, que mudanças devem ser conhecimento? Quem são esses sujeitos? Em que rea-
feitas a fim de assegurar sua eficiência antes que seja tarde lidade eles vivem? Paulo Freire aponta para a esperan-
demais; é um instrumento na prática educacional, que per- ça, sendo essa esperança ativa, e não uma espera pas-
mite verificar se os procedimentos alternativos são igual- siva, participação e construção coletiva numa postura
mente eficazes na consecução de uma série de objetivos democrática. Busca por uma transformação social,
educacionais”1. que só pode ter valor, se for emancipatória para uma
sociedade mais justa e igualitária. Os ideais de Paulo
Fica evidente até aqui, uma forte marca da visão Freire estão presentes no dia-a-dia de muitos educa-
tecnicista que balizou todo o cenário educacional de dores, e novos caminhos hoje valorizados e sua con-
uma época, a racionalidade técnica que enfatiza pla- cepção de educação fazem parte de um universo por
nejamento e controle do trabalho escolar gerando ele idealizado.
práticas encontradas inclusive nos dias atuais. Atualmente surgem inúmeros autores que tratam
Esse período já é marcado por uma transição de especificamente da avaliação educacional como pro-
concepções, onde se nota um avanço na direção de cesso formativo. Perrenoud relata que é necessário
uma concepção subjetivista voltada para a apreensão mudar o processo de avaliação atribuindo-lhe um sig-
das habilidades já adquiridas (ou em desenvolvimen- nificado formativo; isto é mudar a escola. Alteram-se
to). as relações com as famílias, as relações pedagógicas,
Foi também no contexto dessa concepção que se a didática, os métodos de ensino. Implicará por certo
iniciou a valorização da auto-avaliação, o estudo dos em algumas exigências para os professores tais como:
aspectos afetivos e a análise das condições emocionais considerar os conhecimentos como recursos a serem
que interferem na aprendizagem. Uma “avaliação mobilizados; negociar e conduzir projetos com seus
centrada nas experiências e necessidades dos alunos” alunos; adotar um planejamento flexível e indicativo
é o que surge no pensamento de Abramowicz quando e improvisar; implementar e explicitar um novo con-
afirma que há uma avaliação onde trato didático.

“o aluno cria e a constrói, em que pode gerar ou mudar A AVALIAÇÃO FORMATIVA


significados sobre si mesmo, sobre os outros, sobre o seu Segundo Dias Sobrinho8 (2003),
mundo, isto é, se produzindo através da auto-reflexão. A
avaliação deve resultar de uma vivência, de uma prática de “a aprendizagem é uma das mais importantes dimensões
vida, não pode ser doada, trazida de fora para dentro”1. da educação. Nos processos avaliativos, precisamos adotar
uma perspectiva que dê conta de compreender vários as-
Essas exposições demonstram uma forte crítica ao pectos da complexidade da totalidade desse fenômeno.
tecnicismo com sustentabilidade na lógica do subjeti- Aprendizagem não se reduz a seus elementos visíveis, isto
vismo e a incorporação de outros tantos fatores a uma é, aquilo que pode ser demonstrado, e tampouco se limita
nova dimensão de avaliação. aos objetivos práticos mais imediatos. Sua importância não
Esse cenário internacional é fundamentalmente corresponde necessariamente ao acúmulo de conteúdos e
movimentado com Michael Apple e Henry Giroux, na informações que possam ser postos à prova”.
década de 80, que muito contribuíram para a verten-
te da avaliação como forma de poder, colocando-a Dentro de um paradigma dialético crítico, em que
num contexto sociopolítico, histórico, como instru- o aluno é visto como um ser histórico, construtor do
mento de controle social, com valores culturais, aliás, seu conhecimento, que tem voz e vez, a avaliação for-
pluri, multiculturais, autoconstruída e transformado- mativa num processo continuado de aprendizagem,
ra. surge como elemento formador de um espaço ideo-
O educador colabora para a construção de outros lógico gerador de consciência clara do que se está e
caminhos com esperança e possibilidades. porque está se fazendo, é um intenso processo de ir e
Como o grande nome precursor desses novos pa- vir, onde há valores de concretude individual, respei-

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tando a realidade de cada um em uma dimensão co- Portanto, é preciso ficar claro que alterações na
letiva. avaliação significam, necessariamente, modificações
As aulas constituem-se em momentos de diálogos no projeto político pedagógico.
participativos, com comprometimento e pertinência
mútua, com respeito às diferenças e às opiniões dos Trabalho coletivo
participantes, à valorização do aluno, onde em todo A avaliação formativa exige que seja implantada
o processo é possível ver-se e rever-se. em todas as disciplinas, pois apresenta uma orientação
Nela encontra-se flexibilidade – não está engessa- coletiva diferenciada voltada para a valorização do
do em um programa pré-definido –; o processo é mais processo de aprendizagem. Se esta orientação não for
importante do que os produtos. A avaliação formativa implementada coletivamente, corre-se o risco de a
aponta as causas das dificuldades e isso é possível em avaliação formativa ser esvaziada na comparação com
função das respostas contínuas às situações propostas. a forma tradicional de se avaliar com provas e traba-
O erro é visto como um momento de aprendizagem, lhos em momentos específicos.
pois é importante para que a atividade atenda às ne-
cessidades do aluno. A auto-avaliação ganha impor- Contrato didático
tância enquanto processo de metacognição que abre Esse contrato aparece como um acordo estabele-
espaço para a transformação emancipatória. cido e negociado entre as partes (professor e alunos)
A avaliação formativa é toda permeada pela ação- que trabalharão juntas. Fará parte dele combinar todo
reflexão. o programa de trabalho para se aprender, assim como
Abrecht2 (1994) afirma que acertar o processo de avaliação, de como alunos e
professor se conscientizarão sobre as aprendizagens
“a avaliação formativa não é uma verificação de conheci- adquiridas e os erros a serem corrigidos imediatamen-
mentos. É antes o interrogar-se sobre um processo; é o te.
refazer do caminho percorrido, para refletir sobre o pro-
cesso de aprendizagem em si mesmo, sendo útil, principal- Auto-avaliação
mente, para levar o aluno a considerar uma trajetória e não Segundo Masetto13 (2003), esta pode ser entendi-
um estado (de conhecimentos), dando sentido à sua apren- da como
dizagem e alertando-o, ao mesmo tempo, para eventuais
lacunas ou falhas de percurso, levando-o a buscar – ou, nos “a capacidade das pessoas de se aperceberem de seu pro-
casos de menor autonomia, a solicitar – os meios para ven- cesso de aprendizagem e serem capazes de oferecer a si
cer as dificuldades”. mesmas as informações necessárias para desenvolver suas
aprendizagens”.
A avaliação formativa, assim posta, assume uma
relação de ensino-aprendizagem, e não uma simples Essa auto-avaliação não pode ignorar o erro, já que
relação de controle como afirma Dias Sobrinho8 este é visto numa avaliação formativa como um mo-
(2003). mento de aprendizagem, onde se faz a retomada e sua
recomposição.
A IMPLEMENTAÇÃO DE UMA AVALIAÇÃO
FORMATIVA Os instrumentos
A viabilidade de implementação de uma avaliação Numa avaliação tradicional, o mais conhecido dos
formativa está vinculada a outras mudanças, entre as instrumentos é a prova e essa é utilizada como certifi-
quais iremos destacar: cação ou verificação de resultados. Ela avalia, julga e
classifica o que foi ensinado e não o que foi aprendido.
Articulação com o projeto político A prova é um relato instantâneo de um determinado
pedagógico momento. Esse modelo é totalmente descartado numa
Este deve ser integrador, participativo. Embora posição de avaliação formativa. O que se busca neste
muitas vezes esse projeto seja bem feito do ponto de paradigma é, entre outros objetivos, o desenvolvimen-
vista pedagógico, politicamente não é produto coleti- to de conhecimentos, habilidades e valores, e estes se
vo, gerando insatisfações. Sem a presença de um eixo mostram durante o processo de aprendizagem. Don-
organizador, ele pode se tornar fragmentado, impli- de a necessidade de lançarmos mão de diferentes ins-
cando na sua não realização. trumentos adequados àqueles objetivos que, junta-

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mente com observação constante e comunicação cesso de avaliação, saindo de uma avaliação de provas
permanente com os alunos nos permitam incentivar e de notas para uma avaliação formativa, não conse-
e motivar a aprendizagem esperada de forma contí- guiremos que os alunos se encontrem com o professor
nua. e seus colegas nas aulas para aprenderem. Os dois
movimentos precisam ser sincrônicos: inovação nos
O processo ambientes de aprendizagem e inovação no processo
Como foi explicitado desde o início, a avaliação de avaliação.
formativa ocorre num processo contínuo, onde essa O curso de Odontologia apresenta vários aspectos
travessia é o importante, todo o desenvolvimento está fundamentais para inovação em seu ensino:
preocupado mais com o percurso do que com os re- 1. Possibilidade de integrar conhecimentos, habilida-
sultados. des e atitudes: na clínica integrada, as atividades
propiciam tal fato e a própria ficha de avaliação
O papel do educador contempla estes objetivos. No entanto, seu pre-
Será o de intervir no processo de aprendizagem, enchimento mecânico ou sem lhe dar o devido
com responsabilidade e comprometimento. Ajudar o significado, torna-a sem valor como instrumento
aluno a apropriar-se do conhecimento construído, de facilitador de uma avaliação formativa. Provendo-a
lhe dar significado, de gerir diferenças, de problema- de um sentido de incentivo à aprendizagem, seu
tizar, de motivar, de provocar; enfim, de dar condições uso na clínica integrada poderia dar nova vida a
ao indivíduo de desenvolver um pensamento e um este ambiente e porque não adaptá-la também a
discurso próprios. outras disciplinas?
Acima de tudo a avaliação formativa é uma atitude 2. Possibilidade de integrar teoria e prática: nas prá-
com vista ao crescimento mútuo. ticas laboratoriais, na clínica integrada, na situação
As incertezas, as dúvidas e os medos deverão ser de atividades com manequins, pode-se fazer um
superados pelo desafio de um trabalho coletivo, de planejamento em que os conhecimentos teóricos
dimensão multilateral em busca de transformações da sejam aprendidos de forma integrada às situações
realidade. concretas e práticas, da mesma disciplina e até
mesmo de disciplinas afins, permitindo-se que
PROCESSO DE AVALIAÇÃO FORMATIVA as informações dialoguem e conversem entre si,
EM AULA NOS CURSOS DE ODONTOLOGIA independentemente se são ou não da mesma dis-
Cláudio de Moura Castro, em seu artigo “A cultu- ciplina, e com as habilidades que permitam desen-
ra da repetência” (Revista Veja, 07/01/04, p. 22) tra- volver. Por vezes, a teoria se antecipará à prática,
tando dos processos de avaliação no ensino funda- outras vezes o conhecimento adquirirá significado
mental e médio, nos traz à reflexão duas idéias que quando produzido a partir de situações e casos
cabem perfeitamente ao ensino superior: concretos que estimularão os alunos a pesquisar.
As diferentes modalidades de integração de teoria
“De tempos idos, glorificamos no Brasil a ‘cultura da repe- com a prática inspirarão diferenças no processo
tência’ em que a marca do ensino sério era reprovar muitos avaliativo contínuo, na escolha das técnicas de
alunos” e “Precisamos abandonar a discussão bolorenta da avaliação mais pertinentes e no aproveitamento
aprovação automática versus a reprovação em massa. O destas técnicas para comunicação com os alunos
desafio é: melhorar a sala de aula (o grifo é nosso), de tal ajudando-os a se motivarem para a aprendizagem
forma que os alunos sejam aprovados porque sabem o que ou corrigirem possíveis erros.
precisam saber”. 3. Possibilidade de integrar disciplinas básicas e pro-
fissionalizantes: é do conhecimento e experiência
Concordamos plenamente com estas colocações de todos os professores de Odontologia que o mo-
aplicando-as aos cursos de graduação do ensino supe- delo de Flexner para o ensino médico foi muito
rior, nos quais o desafio é melhorar a sala de aula, importante para sua época, mas que nos tempos
transformando-a em ambiente de aprendizagem, de atuais ele pode ser substituído com vantagens por
tal forma que os alunos venham a ser aprovados por- outros paradigmas curriculares que favoreçam a in-
que aprenderam o que precisavam aprender. tegração das áreas do conhecimento entre si e com
Por outro lado, se criarmos ambientes de apren- outros objetivos de aprendizagem voltados para
dizagem em nossas aulas, mas não alterarmos o pro- o desenvolvimento de habilidades e atitudes (ou

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valores). Então, por que não se alteram os currícu- avaliativo como integrante e motivador do processo
los e as grades curriculares procurando fazer com de aprendizagem, contínuo para acompanhar a
que os dois anos de disciplinas básicas seguidos aprendizagem em todos os momentos e expresso por
pelos demais com disciplinas profissionalizantes “feedbacks” que ajudem o aluno a aprender, podere-
se transformassem em seis anos com as disciplinas mos analisar mais detidamente o uso pedagógico de
integradas, de tal modo que as disciplinas básicas algumas técnicas avaliativas que auxiliem no desenvol-
fossem estudadas enquanto são necessárias para as vimento da aprendizagem:
disciplinas profissionalizantes e integradamente a 1. Casos clínicos ou casos simulados: são duas téc-
estas? Não se trata de afirmar a importância maior nicas bastante utilizadas. Elas permitem dar “fe-
ou menor desta ou daquela disciplina, mas de se edback” ao aluno sobre uma série de aspectos:
procurar a melhor maneira de os alunos aprende- domínio de informações, conceitos e teorias cor-
rem e fixarem o que for necessário. Os paradigmas retas, argumentação e fundamentação da tomada
de formação médica da Universidade de McMaster de decisão, aplicação adequada da teoria ao caso
(Canadá) e do PBL (“problem based learning” - real, busca de informações quando necessário,
aprendizagem baseada em problemas) aí estão há qualidade das fontes pesquisadas, valores assumi-
muitos anos tentando ousar modificações como dos quando da decisão tomada. Se o estudo do
estas que estamos sugerindo. E neste modelo cur- caso clínico ou simulado for em dupla ou trio,
ricular, o processo de avaliação formativa se torna podemos avaliar a capacidade de diálogo, respei-
necessário e mais fácil de ser implementado, pois, to às opiniões dos outros, abertura a outras solu-
estaremos trabalhando com unidades de aprendi- ções, capacidade de argumentar e tomar decisão.
zagem (incluindo conhecimentos, habilidades e Trata-se de duas técnicas muito ricas, mas que
atitudes) e o processo de avaliação ocorre durante precisam ser bem exploradas: o professor precisa
as mesmas, permitindo aos alunos aprenderem ou conhecer suas possibilidades, o aluno precisa estar
corrigirem seus erros durante o tempo da unidade. ciente de tudo o que se espera que ele aprenda ao
A aprendizagem ocorre por unidades e não haverá usar esta técnica, e por isso não deve estranhar o
necessidade de provas ou avaliações semestrais ou fato de ser avaliado sobre todos os aspectos acima
finais incluindo toda a matéria e decidindo, então, indicados. Mas, vale a pena observar em quanto
a aprovação ou não dos alunos. o aluno pode crescer ao trabalhar com um caso
4. Docentes com atividades profissionais concomitan- clínico. Pode-se perceber também como fica pobre
tes com a docência. Este fato que para muitos pode a avaliação de um caso clínico quando apenas se
ser considerado como impeditivo para a docência, comenta se a solução dada está certa ou errada.
poderá ser visto sob outro ângulo: os docentes em 2. Nas atividades práticas com manequins e em labo-
atividades profissionais ampliam suas experiências ratórios, a avaliação compreenderá principalmente
que podem ser usadas para colaborar com sua do- duas técnicas: observação e entrevista oral. Trata-
cência e ampliam também as possibilidades de os se de uma atividade em que o mais importante é
alunos poderem explorar ambientes profissionais que o aluno demonstre habilidade para resolver
para sua aprendizagem. Aprender nestes ambien- situações patológicas no ambiente bucal. Observar
tes, além de ser mais motivador para os alunos, aju- como ele o faz, com que procedimentos e com que
da a desenvolver sua responsabilidade profissional, sucesso, qual sua habilidade motora, e questiona-
observar e, em algumas situações, resolver casos mentos orais sobre a condução do processo e sua
concretos, interessar-se por pesquisar sobre estes fundamentação. Quando as atividades realizadas
casos; e a avaliação, através da observação, pode nos manequins forem diferenciadas, ou mesmo
incidir sobre vários aspectos de aprendizagem ofe- quando forem as mesmas, após o exercício indi-
recendo “feedback” imediato ao aluno: interesse, vidual vale a pena uma comunicação, ainda no
participação, curiosidade, pesquisa, habilidade de laboratório, entre todos os participantes daque-
diagnóstico, de terapêutica, relacionamento com la atividade naquele horário, o que permite uma
pacientes, encaminhamentos destes, e outros de- aprendizagem mais completa e abrangente dos
pendendo do ambiente profissional e da altura do aspectos realizados, suas dificuldades e soluções
curso em que o aluno se encontra. encontradas. Acrescentando-se um debate coletivo
Partindo destas possibilidades de inovação no en- pode-se oferecer maior número de “feedbacks” aos
sino de Odontologia e da compreensão do processo alunos sobre a aprendizagem esperada naquela

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atividade em manequins. tiva depende fundamentalmente de dois aspectos


3. As atividades na clínica integrada permitem o exer- a serem bem trabalhados: elaboração do roteiro
cício de uma avaliação formativa com a observa- de observações a serem realizadas nos ambientes,
ção de como acontece a relação com o paciente; em conjunto com os alunos; e o registro dessas
de que conhecimentos o aluno dispõe quanto ao observações feitas in loco para conhecimento dos
diagnóstico, aos procedimentos, ao uso de mate- demais colegas e do professor e para o debate e
riais, à terapêutica exigida; quanto à habilidade discussão delas à luz do que se está estudando nas
de utilizar as informações para aplicá-las ao caso; aulas. Com o roteiro bem organizado e os registros
quanto à destreza no manuseio dos materiais, à feitos poderemos ajudar aos alunos aprenderem
habilidade motora para trabalhar no espaço bucal. tudo o que acima indicamos como próprio de se
Também permitem observação do atendimento aprender com esta técnica.
ao paciente, e encaminhamentos necessários ao 5. Também trabalhamos com outras técnicas avaliati-
caso. Após toda esta observação, deve-se dialogar vas como as provas dissertativas, a prova de múltipla
com o aluno sobre como ele foi visto nessa ativi- escolha, a prova com consulta, com relatórios de
dade já profissional e oferecer-lhe as informações pesquisa (ou trabalhos monográficos).
necessárias tanto para confirmar o que fez acer- Trata-se de técnicas em geral usadas para se avaliar
tadamente como para corrigir o que não foi feito conhecimentos. É um objetivo para cuja avaliação elas
com acerto. Se na clínica integrada houver outros são adequadas. Só que elas podem ser usadas de uma
alunos observando seu colega, no momento do “fe- forma parcial e como se uma substituísse a outra sem
edback” ouvir primeiro o que os colegas têm a co- muita diferença entre elas.
locar, para só depois o professor se expressar. Em A percepção da diferença entre elas faz com que
todo este tempo estamos fazendo avaliação porque a riqueza de cada uma delas possa ser melhor explo-
estamos dando oportunidade para o aluno perce- rada, permitindo ao aluno aprender muito mais e
ber se aprendeu o que precisava ou ainda não, e melhor em cada uma delas.
agora é o tempo de resgatar essa aprendizagem. Assim, vejamos: uma prova dissertativa pode ser
É muito pertinente que cada aluno tenha clare- corrigida apenas como certa ou errada quanto aos
za de tudo o que se espera dele numa atividade de conceitos ali expressos (e isto é pouco para essa téc-
clínica integrada, para que ele mesmo possa fazer nica), ou pode ser uma oportunidade para que o alu-
uma auto-avaliação sobre sua performance naquele no aprenda a expressar seus conhecimentos certos ou
atendimento e a expresse até mesmo antes de o incompletos ou errados, sua capacidade de síntese,
professor comentar. Tal atitude em muito ajudaria seu pensamento lógico, sua clareza de redação, sua
o aluno a aprender a trabalhar como profissional, capacidade crítica (dependendo da formulação da
que sempre está se auto-avaliando em cada sessão pergunta), organização de pensamento e coerência
de atendimento ao cliente. na resposta.
4. O relatório é uma técnica avaliativa de grande Tudo isto o aluno pode aprender numa prova dis-
importância quando se trata de atividades peda- sertativa, desde que tenha sido colocado para ele de
gógicas como estágios, visitas técnicas a consultó- forma clara que todos estes aspectos são esperados
rios, hospitais, pronto-socorros, postos de saúde, dele nessas respostas e que depois, na correção, sobre
ambulatórios ou outros ambientes profissionais todos estes aspectos ele receba “feedback” claro e ex-
muito úteis à aprendizagem da Odontologia. plícito do professor, ou de si mesmo ou de seus cole-
O relatório permite avaliar a capacidade de gas.
observação do aluno, de retirar do ambiente o As informações sobre o que o aluno aprendeu ou
maior número de informações possível, de per- não nessas provas vai depender das formas com que
ceber a atuação dos cirurgiões-dentistas, enfer- se faça essa correção: claro está que se apenas for apos-
meiros e paramédicos presentes no ambiente, to à prova uma nota, praticamente nenhum “feedba-
de acompanhar as intervenções nos seus mais ck” se ofereceu ao aluno; se o aluno tiver acesso às
diferentes aspectos (desde o domínio de infor- provas e puder corrigi-las juntamente com o professor
mações até a compreensão dos procedimentos e e colegas avaliando todos os aspectos acima indicados,
terapêuticas empregadas), de como se faz a re- então, sem dúvida se terá construído excelente opor-
lação do profissional da Saúde com o paciente. tunidade de aprendizagem.
A utilização do relatório como técnica avalia- Uma prova de múltipla escolha não tem o mesmo

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objetivo de avaliação que uma prova dissertativa, pela nos fazerem pesquisa e apresentarem trabalho mono-
razão fundamental que tal prova se destina a identifi- gráfico, sem orientação, pois na verdade nem sempre
car os conhecimentos dos alunos quanto ao conjunto eles tiveram orientação para isso e, por vezes, nós pro-
total das informações e conceitos de uma área. A pro- fessores nos entendemos desobrigados dessa orienta-
va de múltipla escolha faz uma varredura abrangendo ção. Resultado: os alunos fazem trabalhos incorretos
todos os conceitos de uma disciplina. Isto nenhuma do ponto de vista de pesquisa, não têm “feedback”
outra técnica tem condições de fazer. É próprio dela. sobre isso e levam essa deficiência para sua vida pro-
Então os objetivos a serem avaliados são bem especí- fissional, dificultando posteriormente suas atividades
ficos: conhecimento de todos os conceitos, lógica de de mestrado ou doutorado e sua participação em con-
pensamento, raciocínio, fixação de conceitos. gressos e simpósios.
Trata-se de uma prova de difícil construção para Quanto à avaliação desta técnica, há necessidade
que possa atender a todos estes requisitos, superando que o aluno seja informado de sua aprendizagem em
a característica de aleatoriedade que é própria dela e todos os aspectos que ela envolve.
permitindo se avaliar todos os itens acima indicados. São estes alguns exemplos das técnicas que se pode
Para se preparar e aplicar tal prova buscando desen- usar para avaliação contínua e formativa nos cursos
volver a aprendizagem e se oferecer um “feedback” de graduação de Odontologia. Outras técnicas exis-
seguro há que se aprender tecnicamente como cons- tem e merecem ser exploradas e utilizadas da mesma
truí-la. forma que estas que indicamos acima como exemplos.
A prova com consulta diferentemente de como é É muito interessante que se procure sempre variar as
usada (dá-se uma prova dissertativa, facilitando ao técnicas de acordo com nossos objetivos de aprendi-
aluno consultas durante a mesma) é uma técnica mui- zagem e também para motivar os alunos.
to interessante para se avaliar atitude e comportamen- No entanto, há uma condição básica para que estas
to profissionais. Simula a situação de um profissional técnicas possam colaborar significativamente para a
que diante de um caso para o qual não tem resposta aprendizagem dos alunos: que tenhamos registrado e
imediata, recorre à pesquisa e estudos individuais ou documentado as atividades, os “feedbacks” de tal for-
até mesmo à consulta de especialistas para encami- ma que estes dados possibilitem uma diálogo objetivo
nhar o caso. Trata-se de uma prova que deve ser feita e claro com os alunos sobre o que aprenderam ou
fora de sala de aula, com tempo para pesquisa, envol- não, e o que será necessário fazer daqui para frente.
vendo um caso para o qual o aluno não tenha respos- Para isto é fundamental que o professor tenha uma
ta imediata. Quando terminada, o “feedback” deve ficha de cada aluno que registre os dados de cada um
levar em conta: a solução do problema, a justificativa e seria importante que cada aluno tivesse organizado
e fundamentação teórica da solução encontrada, e, seu portfólio.
principalmente, a qualidade das fontes pesquisadas Em que consiste este portfólio? Em um arquivo,
(se são adequadas ou inadequadas, ou se as mais im- em estilo de pasta (hoje podendo ser criada em com-
portantes fontes foram consultadas ou não). Apren- putador) onde o aluno vá arquivando todas as ativida-
der a buscar a informação nova e necessária em fontes des que realiza com os respectivos “feedbacks” que
de primeira qualidade quanto à sua seriedade é um permitam a ele ir construindo sua aprendizagem,
dos objetivos principais a serem aprendidos com esta aperfeiçoando suas atividades, tendo consciência de
técnica. Tal avaliação distingue esta técnica da prova seu crescimento, dos erros cometidos e corrigidos e
dissertativa. lhe permitindo uma auto-avaliação constante. Ao pro-
O relatório de pesquisa ou trabalhos monográficos fessor poderá servir para acompanhar o processo do
é um tipo de técnica avaliativa muito usado na gradu- aluno e não apenas os resultados finais.
ação. Esta atividade exige fazer uma pesquisa, levantar Para encerrarmos este artigo, voltamos algumas
informações, fazer fichamentos, compará-las com ou- páginas atrás, reportando-nos a Cláudio de Moura
tras, analisá-las, criticá-las, e por fim fazer uma redação Castro que nos dizia: o importante é melhorarmos
em estilo de relatório de pesquisa, com as caracterís- nossas aulas para que os alunos sejam aprovados por-
ticas de um trabalho científico, inclusive quanto à sua que aprenderam o que deveriam aprender.
organização, citações, etc. Procuramos mostrar um pouco como se podem
Estas atividades necessitam serem aprendidas pe- modificar alguns aspectos das aulas através de valori-
los alunos, tendo o acompanhamento e orientação zação de estratégias que trazem em seu bojo sugestões
dos professores. De nada adiantará mandar-se os alu- de uma avaliação formativa e contínua. Nossos leitores

Revista da ABENO • 4(1):48-56 55


Processo de avaliação da aprendizagem em curso de Odontologia • Masetto MT, Prado AS

perceberam que voltamos a algumas técnicas avaliati- São Paulo: Articulação Universidade Escola; 2001.
vas que são comuns, mas nem sempre utilizadas de 7. Cappelletti IF. Avaliação formativa: uma prática possível? No
forma a ajudar significativamente nossos alunos a de- prelo, 2003.
senvolverem aprendizagens mais complexas incluin- 8. Dias Sobrinho J. Avaliação – políticas e reformas da educação
do informação, habilidades e atitudes. As sugestões superior. São Paulo: Cortez; 2003.
que fizemos vão nesse sentido. Revistas e reelaboradas, 9. Freire P. Pedagogia da autonomia. São Paulo: Paz e Terra;
tais técnicas permitem a implantação de um sistema 1996.
de avaliação formativa e contínua em cursos de gra- 10. Freire P. Pedagogia do oprimido. São Paulo: Paz e Terra;
duação, buscando um nível mais elevado de aprendi- 1970.
zagem. 11. Giroux H. Escola crítica e política cultural. São Paulo: Cortez;
Esperamos ter contribuído para reflexão sobre o 1987.
processo de avaliação integrado ao processo de apren- 12. Hadji C. A avaliação, regras do jogo. Porto: Porto Editora;
dizagem, uma das questões mais críticas de nosso sis- 1994.
tema de ensino, e que o diálogo sobre este tema de 13. Masetto MT. Competências pedagógicas do professor universi-
relevância possa ter continuidade com a colaboração tário. São Paulo: Summus Editorial; 2003.
de nossos leitores.  14. Nóvoa A. Avaliação em educação. Porto: Porto Editora; 1993.
15. Nóvoa A. Profissão professor. Porto: Porto Editora; 1995.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 16. Perrenoud P. A profissionalização dos formadores de professo-
1. Abramowicz M. Avaliando a avaliação da aprendizagem: um res. Porto Alegre: Artmed; 2003.
novo olhar. São Paulo: Lumem; 1996. 17. Perrenoud P. Construir competências desde a escola. Porto
2. Abrecht R. A avaliação formativa. Porto: Edições Asa; 1994. Alegre: Artmed; 1999.
3. Apple M. Educação e poder. Porto Alegre: Artes Médicas; 18. Saul AM. Avaliação emancipatória: desafio a teoria e a prática
1989. de avaliação e reformulação de currículo. São Paulo: Cortez;
4. Apple M. Ideologia e currículo. São Paulo: Brasiliense; 1982. 1991.
5. Cappelletti IF. Avaliação de políticas e práticas institucionais.
São Paulo: Articulação Universidade Escola; 2002. Aceito para publicação em 11/2003
6. Cappelletti IF. Avaliação educacional: fundamentos e práticas.

!
A Revista da ABENO - Associação Brasileira de Ensino
Odontológico - tem como missão primordial contribuir
para a obtenção de indicadores de qualidade do
ensino odontológico respeitando os desejos
de formação discente e capacitação
docente, com vistas a assegurar
o contínuo progresso da
-5954
ISSN 1679

formação profissional e DA
REVISTA
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produzir benefícios volume 1
4
número ezembro
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