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GOIÂNIA-GO
2020
SILVIA MARIA PEIXOTO FERNANDES DO NASCIMENTO
GOIÂNIA-GO
2020
Dados Internacional de Catalogação na Publicação (CIP)
Bibliotecária: Vaudice Donizeti Rodrigues CRB 9/1726
COMISSÃO EXAMINADORA
____________________________________
Me. Carlos Roberto Dutra
UNINGÁ – Centro Universitário Ingá
____________________________________
Me. Simone Vessecchi Lourenço
UNINGÁ – Centro Universitário Ingá
____________________________________
Me. Roberta Caetano Calil
UNINGÁ – Centro Universitário Ingá
GOIÂNIA
2020
Dedico este trabalho a todos aqueles que estiveram ao meu lado no decorrer
desta longa caminhada, familiares, amigos, colegas de turma, professores,
Coordenadores de curso e todos os demais profissionais que trabalham na Uningá –
Goiânia, assim como a tosos os meus queridos pacientes.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente agradeço a Deus, pelo dom da vida, por me dar sabedoria e
saúde para enfrentar mais este desafio e por tudo que sou e que tenho.
Agradeço aos meus familiares que me ajudaram tanto, e nunca deixaram de
incentivar e apoiar. Em especial aos meus filhos: Mateus e Mariana pelos dias de
ausência, ao meu amado Esposo Marielton Aparecido Netto do Nascimento, que faz
parte de minha caminhada e sempre me incentivou, obrigado de coração, meu
querido.
Aos meus colegas de turma, meus sinceros agradecimentos pelas novas
descobertas e momentos de amizade, vivenciados juntos ao longo do curso.
Aos professores no qual, sem eles não seria possível o íntegro
desenvolvimento científico deste e de minha formação, principalmente ao meu
professor e amigo Carlos Roberto Dutra, que nunca me deixou desistir.
E a todos que trabalharam ao meu lado nesta caminhada, apoiando e me
animando nos momentos que pensei não ser capaz, serão sempre lembrados pela
amizade e contribuição.
A minha orientadora, professora Roberta Caetano Calil, que muito me auxiliou,
sendo mais que uma orientadora, uma amiga. Agradeço de coração, pela forma
carinhosa e amigável de orientar. E a professora Simone Vessecchi Lourenço
principalmente pelo grande apoio e incentivo.
Também não posso esquecer da minha amada tia Ana Maria que sempre
esteve presente me tirando dúvidas a respeito deste trabalho.
Os que se encantam com a prática sem a
ciência são como os timoneiros que entram
no navio sem timão nem bússola, nunca
tendo certeza do seu destino.
Leonardo da Vinci
RESUMO
O presente trabalho tem por objetivo principal, apresentar e aprofundar o
conhecimento acerca do tratamento das más oclusões de classe II com utilização de
ancoragem esquelética mini-implantes, demostrando suas vantagens e desvantagens
e comparando esse tratamento com alguns outros tipos de ancoragem. A má oclusão
classe II caracteriza-se por uma relação deficiente entre os arcos superior e inferior,
por alterações esqueléticas, dentárias ou por ambas. Para correção compensatória
desta má oclusão, tem-se opção da extração de dois pré-molares superiores, dois pré-
molares superiores e inferiores e as vezes sem extração. A mecânica de retração mais
utilizada em casos de extrações foi a de movimentação por deslize dos seis dentes
anteriores por meio de ancoragem máxima esquelética mini-implantes. No estudo em
questão pode-se concluir que dentre os vários protocolos de tratamento, o uso de
mini-implantes associados a extrações de pré-molares tem sido a melhor opção de
tratamento, pois promove uma ancoragem eficiente, não necessitam da colaboração
do paciente, simplificam a mecânica e diminuem o tempo de tratamento.
ABSTRACT
The present work has as main objective, to present and deepen the knowledge about
the treatment of class II malocclusions with the use of mini-implant skeletal anchorage,
demonstrating its advantages and disadvantages and comparing this treatment with
some other types of anchorage. Class II malocclusion is characterized by a deficient
relationship between the upper and lower arches, skeletal, dental changes or both. To
compensate for this malocclusion, it is possible to extract two upper premolars, two
upper and lower premolars and sometimes without extraction. The most used
retraction mechanism in cases of extractions was the sliding movement of the six
anterior teeth by means of maximum skeletal anchorage for mini-implants. In the study
in question, it can be concluded that among the various treatment protocols, the use
of mini-implants associated with extraction of premolars has been the best treatment
option, as it promotes an efficient anchorage, they do not need the patient's
collaboration, simplify mechanics and shorten treatment time.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 – Miniimplantes com diferentes comprimentos (ponta ativa e perfil
transmucoso) ........................................................................................ 14
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 11
3 DISCUSSÃO .......................................................................................................... 27
4 CONCLUSÃO ......................................................................................................... 30
REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 31
11
1 INTRODUÇÃO
2 REVISÃO DA LITERATURA
Marassi et al. (2005) relataram que os mini-implantes têm sido utilizados como
um importante método de ancoragem na Ortodontia, não necessitando da cooperação
do paciente, servindo de apoio para movimentações ortodônticas complexas, como
alternativas às ancoragens tradicionais. Citam-se diversas indicações clínicas dos
mini-implantes, como em casos de retração em massa dos elementos dentários
anterossuperiores; em retração anterior superior e inferior com ancoragens máximas
para biprotrusos; na intrusão de molares superiores; distalização de molares
superiores com uso de molas nitinol; na mesialização de molar inferior; verticalização
de molares; tracionamento de caninos impactados e bloqueios intermaxilares para
casos cirúrgicos, entre outros. A instalação e remoção dos mini-implantes é
relativamente simples, pois é de tamanho reduzido e sua inserção pode ser feita em
vários locais, o que possibilita várias aplicações clínicas com mínima colaboração do
paciente. Com o uso de mini-implantes foi possível realizar casos mais complexos
tornando o tratamento mais fácil.
Araújo et al. (2006) afirmaram que devido ao tamanho reduzido dos mini-
implantes, diminuiu-se consideravelmente as limitações do local de sua inserção,
sendo que com tais possibilidades de localização, os mini-implantes foram utilizados
como ancoragem nos mais variados tipos de movimentação dentária. A indicação
mais citada nessa literatura foi a retração de dentes anteriores com o uso de mini-
implantes, além de biprotrusões severas ou classe II de Angle completas - com
exodontia de pré-molares, diastemas anteriores a serem fechados por retração de
incisivos e caninos. A retração dos dentes anteriores pode ser de duas formas,
iniciando por retração de caninos, seguida de retração dos quatro incisivos ou com
retração em massa dos dentes anteriores. Os mini-implantes resistiram bem na
retração dos seis dentes anteriores, tendo como vantagem a diminuição do tempo de
tratamento. Concluíram, então, que a ancoragem esquelética proporcionou um
adequado controle de forças tanto em magnitude quanto em direção e que os mini-
implantes são uma opção a mais no tratamento ortodôntico, simplificando a mecânica
e diminuindo o tempo de tratamento. As Figuras 1 e 2 apresentam diferentes tipos de
miniimplantes, em relação aos comprimentos e descrição de suas partes:
14
maior do que no tratamento com quatro extrações, pois com quatro extrações a
quantidade de movimentação distal dos dentes superiores é bem maior. Os pacientes
tratados com extrações de dois pré-molares superiores apresentam melhores
resultados em relação aos pacientes sem extrações. Concluíram que a escolha do
protocolo é de suma importância no que se refere ao tratamento com ou sem
extrações dentárias e que o tratamento deve se basear na severidade da relação
oclusal da má oclusão e não no seu padrão facial.
Upadhyaya et al. (2009) evidenciaram que a má oclusão de classe II –
moderada a grave –, causa problemas estéticos e funcionais, além de problemas
psicológicos, dependendo da quantidade de discrepância ântero-posterior. Nestes
casos, o tratamento inclui a extração de dois pré-molares superiores ou dois pré-
molares superiores e dois pré-molares inferiores, com ancoragem de mini-implantes,
para o fechamento dos espaços das extrações por retração dos dentes anteriores. A
mecânica utilizada para tratamento na retração dos dentes anteriores foi realizada
com uso de mini-implantes na região interdental das raízes do primeiro molar superior
e segundo pré-molar, com uma força de 150 g aplicada bilateralmente. Os efeitos do
tratamento foram analisados por cefalogramas laterais. Os resultados encontrados na
retração dos dentes anteriores superiores foi (5,18 +- 2,74 mm) e intrusão (1,32 +-
1,08 mm). Houve também uma movimentação distal e intrusão do primeiro molar
superior sem muita significância. Os lábios superiores e inferiores também foram
retraídos em 2,41 e 2,73 mm e tiveram o ângulo de convexidade reduzidos em mais
de 2 graus. Concluíram que os mini-implantes promovem uma ancoragem esquelética
absoluta quando colocados no osso Inter radicular da maxila e ajudaram a gerar
maiores níveis de alterações esqueléticas, dentárias e de tecidos moles.
Basha et al. (2010) mediram e compararam a diferença entre as taxas de
retração em massa com mini-implante e ancoragem molar, comparando casos de 14
pacientes do sexo feminino divididos em dois grupos. O primeiro grupo utilizou 7
molares não implantados como ancoragem na retração em massa dos dentes
anteriores (idade média de 16 anos). No segundo grupo o mini-implante foi utilizado
como ancoragem para retrair os dentes anteriores (idade média de 17 anos). Nos dois
grupos foram extraídos os primeiros pré-molares e após o nivelamento e alinhamento
foram colocados mini-implantes de 1,3 mm de diâmetro e 8 mm de comprimento entre
as raízes do segundo pré-molar e primeiro molar superior no grupo de implantes.
Utilizaram uma carga de força sobre os implantes e cefalogramas laterais de retração
18
Guo et al. (2014) apontaram que as extrações são bem aceitas para tratamento
de más oclusões de classe II, divisão 1 de Angle, embora as evidências científicas no
planejamento do tratamento ortodônticos sejam fracas e improváveis como bases nas
decisões de extração. Ao investigar as características morfológicas de indivíduos
classe II, divisão 1, envolvendo estratégias de extração, constaram que as extrações
são influenciadas de acordo com o apinhamento anterior inferior, relação molar e
crescimento facial. A escolha de extração dos primeiros pré-molares pode ser
explicada para liberar o apinhamento severo. Foram utilizadas 110 amostras de más
oclusões de classe II, divisão 1, com boa qualidade oclusal e facial. Após o tratamento,
os resultados foram divididos em quatro grupos de acordo com diferentes padrões e
para cada caso foram analisados modelos de pré tratamento e radiografias laterais.
Várias análises foram utilizadas para decisões de extração. Concluíram que as más
oclusões de classe II, divisão 1 de Angle apresentam várias características
morfológicas e cabe aos ortodontistas escolherem o melhor tipo de extração para o
tratamento dessa má oclusão.
Aidar (2016) relatou um caso clínico de um menino de 13 anos e 9 meses, com
surto de crescimento, propondo a correção de uma má oclusão com discrepância
negativa e deficiências nos sentidos transversal, sagital e vertical. Utilizou mecânicas
que proporcionaram espaços nas arcadas dentárias, controlando o crescimento facial,
otimizando a correção sagital das bases ósseas e adequando o trespasse vertical. O
resultado da análise facial apresentou um perfil convexo e sem vedação labial em
repouso. O terço inferior do rosto era ligeiramente maior que o esperado. O exame
intraoral e de modelos de estudo classificaram o paciente em má oclusão de classe
II, divisão 1, curva profunda de Spee, mordida profunda e overjet 9mm. A mecânica
utilizada para o tratamento foi eficiente na correção da má oclusão. Seu perfil facial
tornou-se mais harmonioso depois que houve avanço do lábio inferior, melhorando a
relação do lábio superior e selamento labial adequado. Foi obtida uma oclusão normal
entre os molares e caninos e o overjet e o overbite foram corrigidos proporcionando
uma oclusão excelente. Os cefalogramas revelaram melhora da relação ântero-
posterior, pois todas as metas funcionais e estéticas foram atingidas e continuaram
estáveis por 8 anos após a conclusão do tratamento.
Ali et al. (2016) analisaram as alterações do movimento dentário tratados sem
extração e com ancoragem de mini-implante ortodôntico em 17 pacientes de má
oclusão de classe II, divisão 1. Existem algumas limitações para essa técnica de
22
3 DISCUSSÃO
extração pode-se verificar o benefício de utilizar esse aparelho comprovando que não
houve perda de ancoragem superior.
Lopes et al. (2013) descreveram a correção de má oclusão classe II,
distalizando molares e convertendo-os de classe II para classe I, através de aparelhos
extra e extrabucais. Os autores não relatam desvantagens nos trabalhos citados e sim
diferenças nas mecânicas aplicadas. Em sentido contrário, Marassi e Marassi (2008)
apontaram que os mini-implantes podem ser úteis em várias situações clínicas como
em retração em massa dos elementos ântero-posterior, onde o mini-implante é
instalado entre os segundos pré-molares e o primeiro molar superior; em retração
anterior- superior e inferior com ancoragens máximas para pacientes com biprotrusão;
intrusão de molares superiores; distalização de molares superiores; estabilização de
molares superiores através de implante no palato ligado a barra transpalatina e aos
primeiros molares superiores; ancoragem indireta no arco inferior; mesialização de
molar inferior; verticalização de molares; tracionamento de caninos impactados e
bloqueio intermaxilar em indivíduos que irão fazer cirurgia ortognática.
Conforme Jardim (2009), os mini-implantes têm como vantagens, não
dependerem da colaboração do paciente para sua ativação, produzindo melhora no
perfil, diminuição do tempo de tratamento em até 6 meses, retração de até 6 dentes
anteriores simultaneamente, além de fornecer ancoragem absoluta, reduzir o risco de
lesão radicular, permitir carga imediata, ser de fácil manipulação, instalação e
remoção, com menor irritação de tecidos e uma mecânica ortodôntica controlada,
determinando uma boa relação custo-benefício, com eficácia comprovada.
Maetevorakul e Viteporn (2016), como desvantagens, citaram o acometimento de
possíveis nervos e vasos durante a cirurgia; irritação e hiperplasia gengival devido a
má higiene; possível fratura do mini-implante durante a inserção; tendência a
inclinação em relação ao eixo de aplicação da força; aproximação com as raízes e
cobertura do parafuso pela gengiva.
30
4 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S217694512017000500047&script=sci_arttext.
Acesso em: 3 fev. 2020.
http://marassiortodontia.com.br/siteantigo/port/artigos/artigo_marassi_miniimplantes_
revista_spo.pdf. Acesso em: 8 abr. 2020.
XU, Y.; XIE, J. Comparison of the effects of mini-implant and traditional anchorage
on patients with maxillary dentoalveolar protrusion. Angle Orthodontist, v. 87, n. 2,
p. 320-327, 2017. Disponível em: https://meridian.allenpress.com/angle-orthodon
tist/article/87/2/320/59498/Comparison-of-the-effects-of-mini-implant-and. Acesso
em: 3 fev. 2020.