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Violência

contr
a
a

Mu l h e r

Onde buscar
amparo e a
quem
recorrer

ONG Temos que falar sobre isso


Há muito que se falar
quando o assunto é a
violação à integridade e à
dignidade humana das
mulheres. Assédio,
exploração sexual, estupro,
tortura, violência
psicológica, agressões por
parceiros ou familiares,
perseguição, feminicídio...
Enfim, uma cultura
historicamente machista,
geradora de violência, que
alarma com dados
crescentes e assustadores
para as diversas formas de
violência contra as
mulheres.

Temos muito a discutir


sobre a cultura que nos fez
chegar até aqui. Conhecer,
entender, identificar essa
cultura e o impacto que
ela causa em homens e
mulheres; acompanhar o
desenvolvimento e
formação do que
entendemos por "feminino"
e "masculino", para, então,
começarmos a destrinchar
a base da violência de
gênero. A mudança tem
que ser estrutural e exige
de todos nós enquanto
sociedade.

ONG TQFSI | 2017


Ser homem ou completamente
mulher, à infundadas, nos
parte do esquecemos
conceito que em
biológico, tem verdade, trata-
sua definição se de um
através da padrão
cultura e, aqui negativo:
no Brasil, Desigualdade
infelizmente de gênero,
ela ainda é do valorização e
machismo. permissividade
ao que vem do
homem,
desvalorização
e
Além do culpabilização
padrão da mulher.
discriminatório
já arraigado à
sociedade, há Contudo, além
ainda a cultura da teoria, há
de que as mulheres que
mulheres que já sofrem com a
sofrem com a situação de
situação de violência e não
violência estão sabem a quem
ali porque recorrer,
querem, sentindo-se
porque desamparadas,
merecem, julgadas, sem
porque opções.
provocaram, e Completamente
em mais uma sem esperança.
infinidade de
justificativas
ONG TQFSI | 2017
E aquela mulher que apanha
no meio da noite, calada, por
não ter para onde ir com seus
filhos àquela hora da
madrugada? E aquela mulher
que deixou a família para trás,
em outra cidade, para viver
com o homem que hoje virou
seu pior pesadelo? E aquela
mulher ameaçada de morte,
que teme pela vida e, embora
tenha denunciado o agressor,
aguarda o tempo de
investigação sob a torturante
dúvida de quando será o
próximo ataque?

A grande questão é: você já


sabe que tem e quais são os
seus direitos. Mas, aonde
encontrar amparo? A quem
recorrer?

A primeira coisa que você, que


sofre ou sofreu violência, tem
que saber é que existe o
número 180, a Central de
Atendimento à Mulher.
Através desse telefone, você
também pode obter
informações. Funciona nas
24h do dia, nos 7 dias da
semana. TUDO É SIGILOSO,
VOCÊ NÃO PRECISA SE
IDENTIFICAR.

ONG TQFSI | 2017


ENTENDA SEUS DIREITOS, 
PROCURE AJUDA!
SABEMOS QUE É DIFÍCIL, EM MEIO A UMA CRISE
PESSOAL, BUSCAR INFORMAÇÕES E, MAIS DO
QUE ISSO, ASSIMILAR QUE HÁ COMO BUSCAR E
OBTER AJUDA. PARA AUXILIAR, FIZEMOS UMA
LISTA ORIENTADORA.  

1  | Se você foi vítima de violência (física, psicológica,


moral, patrimonial ou sexual), o primeiro passo é
denunciar. Você tem direito a registrar a ocorrência.
Nenhuma autoridade da polícia pode se negar a
registrar a ocorrência e caso tente te desestimular a
registrá-la, poderá sofrer medidas disciplinares. Mas
fique atenta: nos casos em que ocorre o flagrante
da agressão, o agressor deverá ser preso
imediatamente;

2  | Você deverá ser informada sobre todos os direitos e


serviços mais próximos existentes e disponíveis para
o seu caso. É obrigação dos órgãos prestar esse tipo
de informação;

3  |  Forneça todas as provas existentes para que


possam ser usadas contra o agressor: ameaças por
redes sociais, ligações telefônicas gravadas (existem
aplicativos específicos para gravar ligações),
mensagens, cartas... Guarde tudo. Suas testemunhas
também devem ser ouvidas;

4  | A polícia deverá identificar o agressor e intimá-lo


a depor;

5  | Caso deseje retirar bens de sua casa, mas tenha


medo de buscá-los, você tem direito à escolta
policial;
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6  | Após o registro da ocorrência, você deverá ser
encaminhada ao hospital e ao IML para realizar o
exame de corpo de delito - Esse exame
comprovará a agressão. Saiba que mesmo que o
agressor confesse, esse exame é indispensável, pois
o agressor pode posteriormente negar o crime e
você ficará sem a prova caso não faça o exame;

7  | Se você estiver correndo risco, existem medidas


protetivas de urgência que podem determinar que
o agressor não se aproxime de você ou de seus
filhos - o que restringirá ou suspenderá a visitação
aos filhos menores;

8  | A polícia deverá fazer o pedido dessas medidas


protetivas em até 48 horas;

9  | O juiz poderá decretar a prisão preventiva do


agressor;

10  | O juiz é responsável por determinar a sua inclusão


em cadastros de programas assistenciais dos
governos federal, estadual e municipal, de acordo
com a sua necessidade;

11  | Também poderá determinar o afastamento do


agressor da residência, bem como proibir qualquer
tipo de contato com você, seus familiares e
testemunhas do processo judicial, por qualquer
meio de comunicação;

12  | Além disso, tem direito a atendimento judiciário


na região de seu domicílio, no lugar onde ocorreu a
agressão ou no domicílio do agressor, caso sejam
em locais diversos. Essa assistência deverá ser feita
pela Defensoria Pública INDEPENDENTEMENTE do
seu nível de renda.
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13  | Você tem direito ao acesso prioritário a programas
sociais, habitacionais, de emprego e renda, bem
como aos serviços de acolhimento especializado;

14  | Você também tem direito ao atendimento de


saúde e psicossocial especializado e continuado, se
necessário;

15  | A violência que você sofreu deverá ser notificada


formalmente ao Ministério da Saúde, para fins de
produção de dados estatísticos e políticas públicas.
É dessa forma que o governo poderá direcionar
cada vez mais os atendimentos e especializar os
cuidados com as vítimas;

16  | Pode haver, ainda, a determinação para que o


agressor pague pensão provisória antes mesmo do
julgamento da ação;

17  | Caso avalie ser necessário, o juiz poderá


determinar a manutenção do vínculo empregatício
por até seis meses em caso de afastamento do
trabalho;

18  | Se você é servidora pública, poderá ter acesso


prioritário a mudança de cidade ou estado do local
de trabalho;

19  | O juiz garantirá a restituição de seus bens


subtraídos pelo agressor;

20  | Garantirá, ainda, a suspensão de procurações por


você assinadas, bem como proibição de que o
agressor celebre contratos relativos aos bens de
vocês, entre outras medidas de proteção ao
patrimônio;

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21  | O juiz poderá ainda, proibir o agressor de
frequentar lugares em que você se sinta ameaçada
ou que a exponha a constrangimento;

22  | Poderá ocorrer a suspensão da posse ou restrição


do porte de armas,se for o caso;

23  | Você tem direito à acompanhamento psicológico e


cirurgias plásticas reparadoras, decorrentes de
violência doméstica e/ou sexual, que deverão ser
fornecidas pelo SUS;

24  | Se você foi vítima de violência sexual, entenda: ela


pode ocorrer tanto com um desconhecido quanto
com seu companheiro, marido. QUALQUER ATO
SEXUAL SEM SEU CONSENTIMENTO É ESTUPRO;

2 5   | Para casos de estupro, também existe atendimento


psicossocial especializado;

26  | Deverá, ainda, ser feito o diagnóstico e tratamento


das lesões físicas no aparelho genital e nas demais
áreas afetadas;

27  | Em decorrência da violência sexual, você tem


direito à facilitação do registro de ocorrência e
encaminhamento ao IML, para que seja feito o
exame de corpo de delito.

28  | Deverá ser coletado o material para realização do


exame de HIV, bem como preservado qualquer
material que possa servir de prova contra o
agressor, ficando este sob responsabilidade do
hospital ou do IML;

29  | Você tem direito à profilaxia de gravidez e contra


DSTs (doenças sexualmente transmissíveis).

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Existe uma rede de Juizado de Violência
atendimento, que reúne Doméstica e Familiar
ações e serviços em diversas Contra a Mulher; Órgãos da
áreas - assistência social, Defensoria Pública; Serviços
justiça, segurança pública e de Saúde Especializados
saúde. para o Atendimento dos
Casos de Violência Contra a
Esta rede de atendimento é Mulher e Casas Abrigo.
composta por serviços
especializados como os Sobre as Casas Abrigo:
Centros de Referência de muito importante saber e
Atendimento à Mulher divulgar. Elas oferecem asilo
(CRAM), Centros de protegido e atendimento
Referência Especializados integral (psicossocial e
de Assistência Social jurídico) a mulheres em
(CREAS) e não- situação de violência
especializados, como os doméstica sob risco de
Centros de Referência de morte. Abrigam também os
Assistência Social (CRAS). filhos dessas mulheres e os
locais são sigilosos, só tendo
Também fazem parte dessa o endereço divulgado a
rede as Delegacias quem para lá for
Especializadas de encaminhado.
Atendimento à Mulher
(DEAMs);
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www.temosquefalarsobreisso.com

Peça ajuda, você não está sozinha.


Procure uma rede de apoio,
informe-se, busque ajuda. Você é
muito mais, você vale muito à
pena!

Se você sabe de alguém que está


em situação de violência, antes de
tudo, APÓIE, AMPARE, ABRACE.
NINGUÉM, NINGUÉM MESMO,
APANHA PORQUE QUER!

Quanto mais acesso à informação


pudermos dar, mais seguras
faremos sentir as vítimas de
abuso. Compartilhe informação,
compartilhe amor!

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Se você conhece alguma
MULHER EM SITUAÇÃO DE
VIOLÊNCIA; Se VOCÊ sofre
violência, seguem alguns locais
de ajuda a estes casos no estado
do Rio de Janeiro:
* SECRETARIA ESPECIAL DE POLÍTICAS PARA AS
MULHERES/SPM-RIO

Praça Pio X, nº 119, 7º andar, Centro – Rio de Janeiro


CEP.: 20.040-020 / Telefone: 2976-7455.

* CENTRO ESPECIALIZADO DE ATENDIMENTO À


MULHER CHIQUINHA GONZAGA

Rua Benedito Hipólito, n° 125 – Praça Onze – Centro


– Rio de Janeiro CEP: 20.211-130
Telefone: 2517-2726

*CENTRO INTEGRADO DE ATENDIMENTO À MULHER


(CIAM) MÁRCIA LYRA

Rua Regente Feijó, n° 15, Centro/Rio de Janeiro CEP:


20.060-060
Tel.: (21) 2332-7199 (Recepção) / 2332-7200
(Administrativo)

*CENTRO DE REFERÊNCIA DE MULHERES DA MARÉ


CARMINHA ROSA

Rua 17, s/n°, Vila do João – Maré (Anexo ao Posto de


Saúde)
Tel./Fax: 3104-9896/ 3104-5170
Horário de Funcionamento: 2ª à 5ª feira de 9:00h às
16:00 horas

*CENTRO DE REFERÊNCIA PARA MULHERES SUELY


SOUZA DE ALMEIDA

Praça Jorge Machado Moreira, 100 - Cidade


Universitária - Rio de Janeiro - CEP 21941-598
Telefones 3938-3773 / 3938-3720 32
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* CASA DA MULHER DE MANGUINHOS

Av. Dom Hélder Câmara, n° 1184/Casa de Tijolos


Tel: 2334-8913 / 2334-8914
Horário de atendimento: de segunda a quinta, de
9h às 17h

CASAS ABRIGO

* CASA ABRIGO LAR DA MULHER (ENDEREÇO


SIGILOSO) Triagem realizada pelo Centro
Especializado de Atendimento à Mulher vítima de
violência.

* CASA ABRIGO CORA CORALINA (ENDEREÇO


SIGILOSO) Triagem realizada pelo Centro
Especializado de Atendimento à Mulher vítima de
violência.

* DISQUE MULHER

Rua Regente Feijó, 15, Centro/RJ (21) 2332-8249

* DISQUE ASSEMBLÉIA DIREITOS DA MULHER

Telefone: 08002820119
E-mail:cddm@alerj.rj.gov.br

* DISQUE DENÚNCIA
Telefone: (21) 2253-1177
E-mail: misiji@gmail.com

* DEAM Centro

Av. Visconde do Rio Branco, n° 12, Centro


Referência: perto da Praça Tiradentes
Telefones Plantão: (21) 2334-9859 / 3657-4323
Fax: (21) 2332-9996

* DEAM LEGAL Oeste

Rua Cesário de Melo, n° 4138 - Campo Grande CEP:


23050-100
Telefone: (21) 2333-6941 / 2333-6944 / 2333-6940 /
2332-7588 / 2332-7537 / 2332-7549 / 2332-7548 /
2333-6944 Fax: 2332-7588
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* DEAM LEGAL Jacarepaguá

Rua Henriqueta, 197 - Tanque


Referência: Rua do Posto de Saúde, do Corpo de
Bombeiros e da CEDAE. Telefone Plantão: (21)
2332-2578/2574

*NUAM COMPLEXO DO ALEMÃO 45ª DP

Rua Nova sem número, Itararé (entrada pela


Estação Itararé do Teleférico)
Telefone: 3885-4486

* NUAM ROCINHA 11ª DP

Rua Bertha Lutz, 84, São Conrado


Telefone: 2334-6772

* NUAM SANTA CRUZ 36º DP

AV. D. João VI, 67


Plantão:2333-7246

* I JUIZADO DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR


CONTRA A MULHER

Lâmina 2 do Complexo do Judiciário, na Avenida


Erasmo Braga, 115, 12º andar, sala 1204.
Tel.: (21) 3133-3820

* II JUIZADO DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR


CONTRA A MULHER

Rua Carlos da Silva Costa, 141, Bloco III, Térreo,


Centro, Campo Grande CEP.: 23050-230
Secretaria: Telefone: (21) 3407-9731 / 3407-9732

* III JUIZADO DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E


FAMILIAR CONTRA A MULHER

Rua Professora Francisca Piragibe, 80 – Taquara –


Jacarepaguá CEP.: 22710-195
Tel.: 2444-8171

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* IV JUIZADO DA VIOLENCIA DOMÉSTICA E
FAMILIAR CONTRA A MULHER

Rua 12 de Fevereiro, s/nº Bangu – CEP: 21.810-050


Telefone: (21) 3338-2030/3338-2031

* V JUIZADO DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR


CONTRA A MULHER

Endereço: Av. Erasmo Braga, nº 115 - 12º andar - sala


1204 – Centro – Rio de Janeiro – CEP: 20.020-903
Telefone: (21) 3133-3938/3133-3939

* VI JUIZADO DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E


FAMILIAR CONTRA A MULHER

Fórum Regional da Leopoldina. Rua Filomena


Nunes, 1071, Sala 106, Olaria - CEP: 21021-380
Secretaria: Telefone: (21) 3626-4200/4371/4372

* CEJEM - COMISSÃO JUDICIÁRIA DE ARTICULAÇÃO


DOS JUIZADOS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E
FAMILIAR CONTRA A MULHER DO PODER
JUDICIÁRIO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Av. Erasmo Braga, n° 115, Lâmina I - Sala 905.


Castelo - Rio de Janeiro/RJ Tel.: 3133-2996 Fax:
3133-3309

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www.temosquefalarsobreisso.com

FONTES DE PESQUISA:

WWW.BRASIL.GOV.BR

WWW.COMPROMISSOEATITUDE.ORG.BR

WWW.PLANALTO.GOV.BR

WWW.ACESSOAJUSTICA.GOV.BR

WWW.AGENCIAPATRICIAGALVAO.ORG.
BR/DOSSIE/VIOLENCIAS/CULTURA-
E-RAIZES-DA-VIOLENCIA/

Texto e Pesquisa:
Luíse Bravo

Ilustração:
Alex Falcó Chang

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