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Lei Maria da penha 11.

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Destinatário: Só a mulher, aos homens não se aplica esta lei.

Quem pode praticar a violência? (sujeito ativo)


Qualquer pessoa. Seja homem contra mulher ou mulher contra outra mulher.

Violência doméstica e familiar contra a mulher é qualquer ação ou omissão baseada em


gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual, psicológico, dano moral ou
dano patrimonial.
A violência pode ocorrer em:

Unidade doméstica: pessoas com ou sem vínculo familiar, inclusive agregados.


(ex: empregada doméstica)

Família: são ou se consideram aparentados, um sentido amplo de família.


Relação íntima de afeto: com quem conviva ou tenha convivido, independente de coabitação.

FORMAS DE VIOLÊNCIA

Física: afeta a integridade física ou a saúde corporal da mulher.


Psicológica: afeta o emocional, causa diminuição da autoestima.
Sexual: forçar o sexo não consentido, forçar a participar de orgias entre outras.
Patrimonial: gerar prejuízo ao patrimônio próprio da mulher.
Moral: caluniar, difamar ou injuriar a mulher.
Algumas medidas de assistência à mulher:

- As medidas protetivas de urgência vigorarão enquanto persistir risco à integridade física,


psicológica, sexual, patrimonial ou moral da ofendida ou de seus dependentes.

- Articulação da União, Estados e Municípios para capacitar às mulheres.

- Integração dos órgãos mais variados para proteger e assistir a mulher em situação
vulnerável.

- Realizar estudos, pesquisas e estatísticas sobre os casos envolvendo a mulher.

- Divulgar pelos meios de comunicações formas de coibir as visões preconceituosas.

- Buscar parcerias e convênios com unidades não governamentais para auxiliar a mulher.

- Ter um atendimento policial especializado.


Algumas medidas que o JUIZ poderá fazer:

- Ordenar a restituição de bens em posse do acusado para a mulher vítima;

- Determinar que o agressor pague verbas alimentícias provisórias à mulher e dependentes

- Poderá proibir o agressor de visitar os dependentes menores;

- Encaminhar a mulher para a assistência jurídica quando o caso de a mulher pedir divórcio
ou separação.

- Conceder medidas protetivas de urgência a pedido da mulher ou do MP.


Atendimento policial à vítima:

- Deve ser ininterrupto;

- Deve ser especializado, de preferência por servidores do sexo feminino e


previamente capacitados. (é preferencialmente e não obrigatoriamente)

- Criar DEAM delegacias especializadas em atender mulheres.


Regras para inquirir as mulheres (colher informações):

- Proteger a integridade física, psíquica e emocional da vítima;

- Em nenhuma hipótese o agressor poderá ter contato com a mulher, seus dependentes,
testemunhas ou familiares da mulher nesse momento de investigação;

- Não revitimização a mulher vítima. (aqui é o ficar perguntando e como foi a violência toda
vez que mulher for na delegacia ou juízo;

- - Deverá haver um lugar especialmente criado para o momento de inquirição da mulher;

- Se precisar, a inquirição poderá ser intermediada por profissional especializado (ex:


psicólogo);

- O registro do depoimento deve ser preferencialmente em material digital ou magnético.


A autoridade policial poderá:

Fornecer proteção policial se for necessário e neste caso, vai comunicar imediatamente o MP e
o JUIZ;

Encaminhar a mulher para hospital, posto de saúde e IML para fazer corpo de delito;

Se necessário oferecer transporte para a mulher e seus dependentes para um abrigo ou outro
lugar seguro;

Se precisar, poderá acompanhar para a retirada de pertences da vítima do lugar da agressão.

A mulher se precisar poderá solicitar por medidas protetivas de urgência: art.12


Afastamento do agressor do lar:

A regra é ser determinado pelo JUIZ; Em caso de risco atual ou iminente de vida poderá:

Pela Autoridade policial, quando o município não for sede de comarca, ou seja, não possuir juiz
próximo a região;

Pelo policial que estiver atendendo a ocorrência, quando o município não for sede de comarca
e não houver delegado disponível no momento.

Ocorrendo esses dois casos, o juiz deve ser comunicado no máximo em 24h para decidir se
mantém ou não o afastamento do agressor. Após receber a comunicação o juiz terá mais 24h
para decidir.
BIZUS DA LEI MARIA DA PENHA!!!

Crimes no âmbito de violência familiar contra a mulher que forem de ação pública
condicionada, caberá retratação, mas será feita perante o juiz e o MP será ouvido.
(Não é ir só lá no tribunal ou delegacia e falar que quer desistir);

A retratação aqui nesta lei é até antes do recebimento da denúncia; no processo penal é até o
oferecimento da denúncia, então cuidado com a pegadinha;

O juizado especial JECRIM (lei 9099/95) NÃO se aplica aos crimes que envolvam a lei maria da
penha;

O único crime nesta lei é o de descumprimento de medidas protetivas de urgência judiciais ou


civis. Detenção 3 m a 2 anos.
BIZUS DA LEI MARIA DA PENHA!!!

Aplica-se esta lei independente de orientação sexual, desde que a vítima seja mulher.
(relações homo ou hetero afetivas)

A 6ª turma do STJ entendeu que esta lei pode ser aplicada às mulheres transexuais.

O agressor irá ressarcir os custos com o SUS e com tornozeleira eletrônica resultantes da
violência empregada.

A mulher vítima terá prioridade para matricular ou transferir de escola seus dependentes, em
dados sigilosos, tendo apenas os documentos do processo, ou seja, mesmo antes da sentença.

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